Restaurante da Torre Eiffel fechado-Minha sugestão

Muita gente pergunta quando vai abrir o restaurante da Torre Eiffel, o antigo 58 Tour Eiffel, fechado desde 2019 para reforma. Infelizmente a abertura prevista para inicio de abril foi postergada e não tem ainda data fixada.

De fato, não é fácil realizar obras a 58 metros de altura tendo somente um elevador para transporte de todo o necessário para realização do novo projeto. Aparentemente cada subida e descida de material deve ser minuciosamente pesada antes de ocorrer, por exemplo. Se mesmo sem obstáculos históricos obras habitualmente atrasam, imagine você uma reforma dentro da Torre Eiffel.

Comer em paris aos pés a torre Eiffel

Então, quais as opções para quem deseja ter uma verdadeira refeição o mais perto da Torre possível?

Eu sou muito desconfiada em relação aos restaurantes à proximidade da Torre Eiffel. Inúmeros  estabelecimentos aproveitam de sua situação geográfica e servem refeições com uma má qualidade inversamente proporcional a qualidade da paisagem que oferecem.

Por essa razão, fiquei muito feliz em redescobrir o Bistrô Parisien, restaurante situado praticamente aos pés da Grande Dama, em pleno Rio Sena.

Quatro anos se passaram desde minha última visita. Assim, entrar no bistrô foi como entrar em um restaurante até então desconhecido.

Além da reforma pela qual passou, modernizando o lugar e deixando a altura de sua localização, pude notar uma extrema cortesia por parte do pessoal de atendimento. Antes mesmo de provar a excelente comida já estava encantada com a idéia de comer ali.

O cardápio é simples, garantindo comida fresca. Sim cardápio muito cheio é sinal de comida congelada.

Atenção: quem diz simplicidade não diz falta de qualidade! Muito pelo contrário, a escolha é suficientemente variada e muito bem elaborada.

Na hora do almoço: Quatro tipos de entradas oferecem a escolha entre sopa, salada, patê tradicional de carne e uma entrada à base de peixes para atender todos os gostos.

As opções do prato principal apresentam a mesma lógica: frango ou peixe ou pasta ou prato do dia com seus acompanhamentos variados.

Na hora do jantar o cardápio se enriquece e diversifica com vieiras, foie gras, carneiro, bife de primeira e até hambúrguer. Em ambos horários a escolha de sobremesas é farta.

A apresentação dá água na boca e como não poderia deixar de ser, a visão da Torre Eiffel ali pertinho completa amplamente a sensação de prazer.

O restaurante serve também “brunch”, drinks e snacks

O que pode ser mais especial do que comer aos pés da Grande Dama de Ferro em pleno Rio Sena? Sentir a proximidade do monumento ícone da cidade luz? Você pode não estar comendo na Torre Eiffel, mas com certeza você não poderia estar comendo mais perto dela e com melhor vista.

Fica a Dica!

Almoço Entradas

Creme de abóboras, emulsão de Comté AOP, castanhas, grãos de aboboras torrificados. Peixe Haddock semi defumado, aipo e conchas Torta de Pato e Foie Gras, Pimenta de Espelette, chutney de figos Entrada do dia

Prato Principal Supremo de frango com polenta cremosa e fricassé de cogumelos, molho de romarin Merluza, risoto ao açafrão e molho de choriço Pasta Orecchiette e Ricota, parmesão e azeitonas Prato do dia

Sobremesa

Torta de amêndoas, nougatine de amêndoas e sorvete de torrone Mousse de chocolate, molho de agrumes à la bergamote Vacherin de castanhas, pera e creme leve suspiro Sobremesa do Dia

Jantar Entradas

Creme de alcachofras de Jerusalém, queijo Brie de Meaux AOP de frutas secas e torradas de pão de nozes Minestrone de Vieiras ao molho de lagostinhas Foie Gras Real as ervas, ovo pochê e cogumelos finos Entrada do Dia

Prato principal

Bacalhau fresco à la plancha, creme de haddock e alho poro Coxa de carneiro laqueada à base de ervas suaves, grãos de bico em purê, cenouras cristalizadas. Pasta Orechiette, fricassé de frango florestal O Burguer do Bistrô Entrecote de carne XL 350gr, batatas fritas Prato do Dia

Sobremesa

Carolina lichti maracujá, praliné em pedaços e molho de chocolate Carpaccio de Abacaxi e limão verde, rum ambré, mosaico de chocolate acidulado Dedo de chocolate, avelãs caramelizadas e creme praliné Sobremesa do dia

SAC – A que ponto chegamos

Hoje vamos falar sobre compra e vendas de viagens. Quem não quer vender mais? Lucrar mais? Vender bem e, sobretudo vender sem ter SAC?

Vou usar um exemplo de serviço vendido em agência de viagens no Brasil e prestado em Paris para descrever uma situação que me pareceu surreal e, diga-se de passagem, que não nos favoriza como profissionais na luta por clientes neste mercado tão frágil.

Recebi outro dia uma reclamação, um caso de SAC, como costumamos dizer em nossas empresas.

SAC- uma prova de incompetência?

Amigo existe algo mais chato para você e sua empresa que um SAC? Se justificado o SAC é uma tristeza, um testemunho de sua falha em satisfazer o cliente, uma prova de sua incapacidade. Ou não?

Vender sonhos é muito delicado. Como ter certeza que o “sonho” concebido por um fornecedor que você vendeu corresponde ao sonho do consumidor? Como evitar que nos encontremos perante a um SAC?

Enfim, ali estava eu diante do SAC. E fatos tristes devem ser encarados, pessoas aguardavam respostas.

Assim, preparada mentalmente para iniciar uma enquete e levantar a maior quantidade de informações possíveis, questionar o comercial da empresa, buscar a opinião do motorista, ouvir o relato do responsável de operações, dei início aos trabalhos lendo minuciosamente o e-mail de reclamação.

A responsável do SAC pedia grande solicitude devido à gravidade, os passageiros ameaçavam ir à justiça, pois seu passeio a Versalhes não incluiu um guia no interior nem os áudio-guias. 

Gente! Eu fiquei chocada.

Pensamos ganhar tempo não lendo e perdemos mais tempo pela mesma razão


Essa reclamação significava que o agente de viagens que vendeu o passeio, o passageiro que o comprou, assim como a pessoa do SAC que tratou o pedido, enfim, nenhum deles leu o descritivo do programa. Descritivo este disponível na tela do computador do agente e transcrito no voucher entregue ao cliente. 

Eu não tenho dúvida que atolados de trabalho sejamos obrigados a pegar alguns atalhos. Eu faço isso, compreendo, não julgo. Acho pessoalmente uma pena que já não tenhamos tempo ou não nos dediquemos a ler. Pensamos ganhar tempo não lendo e perdemos mais tempo pela mesma razão.

Tendo isso dito, reitero que como fornecedora meu papel não é de julgar e sim de achar soluções, afinal por essa razão escolhi minha profissão. 

Então pela primeira vez minha resposta ao  SAC do cliente não foi somente acompanhada do descritivo do programa, onde se expõe claramente que a visita interna de Versalhes não é guiada, mas também dois links onde é possível visionar o acesso fácil ao áudio-guia na entrada ao castelo.

VERSALHES COM ÁUDIO-GUIA


VERSALHES COM A SILVIA


Iniciei a leitura do e-mail apreensiva, terminei a resposta feliz. Afinal o dispositivo de informação de criei no Youtube estava servindo para alguma coisa.

Fica a dica: Na hora da venda, quanto mais informações, menos confusões.

Reforma da Previdência na França: o braço de ferro continua

O braço de ferro entre o governo Macron e o povo francês continua.

Essa semana será quinta-feira, dia 9, o dia de greve geral. Dia 11 também haverá manifestações. O transporte terrestre e ferroviário funcionam parcialmente e outras ações, como bloqueio de refinarias ou dia de paralização na Air-France ocorrem aqui e ali.

Sistema de previdência francês, um dos melhores e mais complexos do mundo

Apesar do desconforto que esta greve vem causando para muitos franceses, ela ainda tem 61% de apoio junto à população.  

O sistema de previdência e aposentadoria francês é um dos melhores e mais complexos do mundo e para convencer o povo de mudá-lo o governo Macron parece não encontrar argumentos suficientes.

Só para você ter uma ideia: O sistema de previdência atual leva em consideração especificidades de determinadas categorias, assim uma bailarina da Ópera Nacional tem direito a sua aposentadoria aos 42 anos. Afinal, quais as chances desta profissional seguir numa carreira de bailarina após essa idade? A reforma extingue esse direito, por exemplo.

A reforma equipara a idade teto para o recebimento do valor da aposentadoria integral para todas as categorias de trabalhadores aos 67 anos. E mesmo se a idade teto para o acesso e recebimento do valor parcial da aposentadoria continua a ser 62 anos, uma “idade pivô de 64 anos” foi criada para “justificar” que o valor da pensão de quem opta pela aposentadoria aos 62 anos será inferior daqueles que o fazem aos 64. Entendeu?

Vale lembrar que para alcance da aposentadoria integral, além de ter 67 anos, um cidadão necessita ter pagado suas cotizações salarias durante 43 anos.

E olha que essa não é a primeira vez a que Previdência sofre mudanças. Como vemos no quadro abaixo mostrando os parâmetros atuais, para quem nasceu antes de 1951 a idade mínima para a partida é 60 anos. Mas para quem nasceu em 1955 a idade mínima passa para 62 anos.

O tempo de cotização ou de trabalho para o acesso a aposentadoria integral também difere segundo o ano de nascimento de 1950 até 1973. Para quem nasceu em 1950, 40 anos e dois trimestres de cotização são necessários para a aposentadoria, a partir dai o tempo de serviço aumentou de maneira escalonada durante 23 anos para chegar no tempo de serviço atual.  

Medidas pouco convincentes

As medidas adotadas nesta reforma serão aplicadas na sua totalidade para a geração nascida a partir de 2004, anunciou tardiamente o governo numa tentativa mal sucedida de diluir o movimento.

Até mesmo quando Macron abriu mão de sua aposentadoria de presidente da república não convenceu a população desconfiada.

Perguntas simples

O povo não quer mais abrir mão de seus direitos e enfrenta a reforma da previdência francesa porque quer respostas a perguntas simples.

E tudo que o povo francês ouve é que não há dinheiro, que esse sistema de previdência entrará em colapso.

  • Contudo, os franceses se perguntam qual o sentido em aumentar o número de anos de trabalho das pessoas num país onde a taxa de desemprego é de 8,5%. Se já não há empregos suficientes para todos, qual o sentido em obrigar os mais velhos a trabalhar? E os jovens desempregados? Quando entrarão no mercado de trabalho?
  • Além disso, qual a empregabilidade de uma pessoa acima dos 60 anos? Velhas demais, caras demais…
  • E para aqueles que ainda bradam a alta esperança de vida da população para defender a reforma: Quem realmente acredita que somente porque vivemos mais teremos saúde suficiente para trabalhar e ofertar ao mercado de trabalho a mesma produtividade de um jovem concorrente?  E será que um operário ou agricultor tem a mesma esperança de vida que um deputado? E se o trabalhador braçal estiver vivo, terá após 43 anos de trabalho a mesma condição física que um político de sucesso aos 67 anos de vida?  Terão as caixas de supermercado a mesma forma que Suzana Vieira?
  • E se tivéssemos tempo para desfrutar um pouco da vida antes de ficarmos senis ou inválidos?
  • Porque a classe política, militares e policiais não serão afetados pela reforma?

E, sobretudo, o francês não só questiona o bom fundamento da reforma da previdência, mas o francês está também indignado.

Então, uma minoria eleita que se sustenta com dinheiro público (ou seja, dinheiro gerado com meu trabalho), que desfruta de salários e benefícios milionários, aposentadorias vitalícias e cumulativas após poucos anos de trabalho decidiu que eu e a maioria da população vamos trabalhar mais e ficar mais pobres?

Essa é a solução que os indivíduos eleitos e pagos por mim (cidadão francês), pessoas que são teoricamente a elite intelectual do país, ocupantes de cargos públicos dentre os mais bem pagos do mundo, encontraram para resolver o problema da previdência?

No fundo de si o francês está dizendo embravecido ao governo Macron: –Manu, fala sério?! Não vem com essa pra cima de moi!