Eventos: uma oportunidade de humanizar as relações

Os eventos aproximam as pessoas. Estreitam de verdade aquela sensação de proximidade que as redes sociais e aplicativos de conversa nos trazem. Sempre digo e não canso de repetir: a tecnologia é ótima, necessária, fundamental, mas nada substitui as pessoas, o fator humano, as relações humanas.

Quantas coisas podemos aprender e compartilhar quando encontramos alguém? Falo por mim. Muitas!! Encontrar aquele velho amigo para um happy hour nos faz pensar: “por que não fazemos isso mais vezes?”. Olhar nos olhos torna tudo mais rico, mais intenso e muito mais gratificante.

A BRAZTOA vem de grandes eventos do ano: Convenção, Prêmio de Sustentabilidade e SEEDS, em Canela, e o Braztoa Desvenda, em São Paulo. Além de extremamente importantes, eles encerraram, com louvor, o calendário anual de eventos da entidade.

Essa convenção anual é muito importante, por vários motivos. No dia a dia, falta tempo para olhar para o lado, compartilhar experiências, falar dos nossos negócios. Essa foi a proposta: reunimos nossos associados em Canela, fomos muito bem recebidos, debatemos temas da BRAZTOA, do mercado, mas, principalmente, nos vimos e nos falamos.

Posso dizer que essa foi a mais inovadora das convenções: Tivemos uma atividade inédita: o projeto Zeitgeist Navigators, uma experiência exclusiva de aprendizagem para gestores, empresários, lideranças e empreendedores. Foram dinâmicas e imersões transformadoras que, com certeza, mexeram com todos os associados. Saímos de lá conhecendo um pouco mais sobre cada um. Que dia memorável!

Ainda tivemos a oportunidade de conhecer pessoalmente os principais pontos de Canela, aprender mais sobre essa bela cidade que, com certeza, figurará ainda mais nas prateleiras de produtos dos associados BRAZTOA.

Nossa estada em Canela foi única por outros motivos também. Nós não apenas falamos, mas vivemos a sustentabilidade. Todos os presentes tiveram a chance de plantar uma árvore, de deixar seu legado para a cidade e para o Parque do Caracol, onde tudo aconteceu, e fomos agraciados por um dia lindo e ensolarado.

Por fim, tivemos uma grande noite, na qual conhecemos os vencedores do Prêmio Braztoa de Sustentabilidade 2019/2020. Não dá para falar de turismo sem falar de sustentabilidade. O turismo sustentável é uma ferramenta incrível de desenvolvimento econômico e social. Esse projeto é o nosso grande orgulho e uma necessidade para o setor e para o planeta.

Pegamos a ponte aérea. Mal chegamos em São Paulo e nossas atenções se voltaram totalmente para o Braztoa Desvenda. Criamos esse festival de turismo para reunir pessoas como nós: apaixonados por viagem, por experiências e por conversas agregadoras sobre o presente e o futuro da indústria de viagens.

Foi uma enxurrada atividades simultâneas: painéis sobre planejamento financeiro para viajar mais e melhor, sobre como as viagens nos transformam, e sobre como as agências e operadoras podem trabalhar em parceria com os formadores de opinião.

Enquanto isso, ocorriam ativações gastronômicas, aulas-show, associados expondo seus produtos, painéis instagramáveis, sessões de coaching e palestras para agentes de viagens. Para onde se olhava, alguma coisa bacana estava acontecendo. Um grupo interessante de pessoas estava reunido.

O encerramento do evento foi um dos pontos altos, com uma apresentação musical e delícias gastronômicas de Minas Gerais. Um momento de total descontração e confraternização.

Foi um dia intenso e muito gratificante. Estávamos lá, operadoras, agentes, consumidores, influencers e especialistas, lado a lado, conversando, debatendo, aprendendo uns com os outros.

Esse trabalho de humanos para humanos é o resumo de tudo que fazemos e que continuará pontuando ações futuras. Imaginem o quão ricos serão os resultados que continuaremos colhendo com essas trocas? Que possamos nos ver muito mais em 2020!

Mundo VUCA e Disrupção

Estamos no Mundo “VUCA”:Volátil, incerto, Complexo e ambíguo. O termo, que em português seria “VICA”, é usado pelos americanos para explicar o mundo de hoje e diz respeito a essa realidade que torna impossível qualquer previsão, na qual tudo muda a todo momento.

Vou falar um pouco dos componentes do mundo VUCA:

  • Volatilidade – você tem a impressão que sempre está perdendo algo, tamanha a velocidade com que as mudanças estão acontecendo? Um bom exemplo é quando você aprende uma nova tecnologia e começa usa-la, está aprendendo e ela já fica ultrapassada.
  • Incerteza – está se tornando mais difícil antecipar eventos ou prever como eles acontecerão. Consequentemente, está quase impossível planejar investimentos, desenvolvimento e crescimento, à medida em que os caminhos se mostram incertos.
  • Complexibilidade – quais são as razões e os efeitos? Problemas e suas repercussões se dividem e multiplicam, dificultando uma leitura clara para a tomada de decisões.
  • Ambiguidade – Não dá mais para tentar padronizar as coisas ou as melhores práticas, como se todos os grupos e realidades fossem os mesmos. Não podemos generalizar. O grande trunfo é ver além, por várias vertentes.

Esse “mundo” do qual estamos tratando é uma consequência da chegada do digital e de uma série de novas tecnologias que impactaram praticamente todas as esferas da vida humana. Vivemos a era das tecnologias digitais disruptivas, ou seja, inovações que oferecem produtos acessíveis e criam a todo momento um NOVO MERCADO de consumidores, desestabilizando as empresas que eram líderes no setor.

É isso mesmo. Com a tecnologia avançando em ritmo cada vez mais acelerado, a transformação constante é uma das únicas certezas que temos e provoca mudanças inevitáveis nas operações de empresas, tanto nas novas como nas estabelecidas.

Acredito que você já tenha visto esse filme, não é mesmo? Na prática, isso se traduz em organizações que não tenham medo de errar ao inovar, lançar um produto ou serviço. 

O mundo VUCA não poder ser dissociado da tecnologia, da disrupção e da gestão baseada em riscos. Estar aberto às novas possibilidades em um ambiente de incertezas certamente passa pelo desejo e entusiasmo de transitar em novos caminhos. É neste mundo que estamos vivendo.

Vou citar exemplos simples para mostrar que não estamos lidando com um bicho de sete cabeças. Veja:

  • A disrupção cria um novo paradigma ao modificar radicalmente um processo, produto ou serviço, de maneira abrupta. Exemplo: a substituição dos discos de vinil (LP e compacto), fita K7, CD’s, DVD’s, Ipod e MP3 pelos streamers.
  • Uma inovação pode ou não ser disruptiva, dependendo da intensidade de seu impacto ou de sua transformação na sociedade. Exemplo: hoje efetuamos transações bancárias por meio de computadores, smartphones, caixas eletrônicos, entre outros, sem a necessidade de ir às agências.
  • Quer mais exemplos? Os PCs substituíram os mainframes, os celulares substituíram os telefones fixos, as câmeras e até mesmo os computadores.  Os carros compartilhados modificaram a mobilidade.

A cada grande passo ou novidade, um grande risco foi vivenciado e vencido! Felizes são os que possuem a capacidade (ou até disponibilidade e intenção) de entender e se adaptar à nova mentalidade das transformações rápidas (mindset do tempo). Você faz parte desse grupo?

Roberto Haro Nedelciu, presidente da BRAZTOA.

Vivemos em tempos de Fígital: Físico + Digital!

Minha estreia neste blog não poderia acontecer em melhor momento. Prestes a completar cinco meses à frente da BRAZTOA, já não sou o mesmo Roberto. Aprendi muito nesse período e mudei muitos dos meus conceitos. Assim como o mundo e o nosso setor, as pessoas mudam o tempo todo, principalmente pelas experiências que vivem diariamente. Ainda bem!

Trago uma nova bagagem, construída pelo trabalho ativo em grandes eventos como o Braztoa Desvenda, duas edições do Experiência Braztoa, ABAV & ECB, e uma viagem de trem pela China, Mongólia e Sibéria (Transiberiano) de 20 dias que, com certeza, me trouxe grandes transformações pessoais e profissionais. Completo, agora, 80 países visitados.

Minha atuação na Braztoa não é de hoje. Fui diretor de Tecnologia desde 2011, vice-presidente, entre 2015 e 2019, até assumir a presidência do Conselho de Administração da entidade para o biênio 2019/2021.

Uso com frequência a expressão H2H, não apenas nos meus discursos, mas em todas as coisas nas quais coloco minha energia, minhas ações. É de Humano para Humano, com muitas ideias e entusiasmo, que faço meu primeiro post neste canal falando sobre o “Fígital”!

Não existe mais experiência só física ou só online, somos seres híbridos e vivemos em tempos de Fígital! Físico + Digital!

Trago alguns exemplos:

• Internet já possui 75% de penetração na população, superando até mesmo o saneamento básico (51%). (IBGE).

• Enquanto o PIB encolhia até 4%, a venda de smartphones e outros devices crescia 20% e em 2019 chegamos a 239 milhões de smartphones ativos no Brasil (FGV, 2019).

• 52% das viagens começam pelo Google, 38% do planejamento se inicia através do Youtube, que possui 50 milhões de visualizações mensais sobre o tema e crescimento mensal de 60%. Entre 2017 e 2018, o conteúdo relacionado à viagens cresceu 400% (Google Travel Brasil, 2019).

•Previsões indicam que até 2020, 70% das viagens serão marcadas com auxílio ou completamente através de smartphones (Travelport, 2018)

Mas, onde quero chegar ao citar tantos exemplos? Quero dizer que os mundos digitais e físicos são complementares, não concorrentes. Eles estão cada vez mais próximos e isso tem tudo a ver com experiência e engajamento.

As experiências que são compartilhadas, curtidas, filmadas, publicadas em inúmeras plataformas, são físicas, reais e inesquecíveis! Por isso são registradas.

Agora vem a pergunta que não deve ser calada: como está a relação do setor de viagens com tantas mudanças, tanta tecnologia?

É fato que vivemos uma disrupção, essa força global que está acelerando desenvolvimentos tecnológicos, mudanças de comportamento do consumidor e fomentando modelos de negócios inovadores que continuarão a mudar o jogo do futuro da indústria de viagens. É um movimento irrefreável.

O ambiente online não pode ser visto como prejudicial, as agências e operadoras devem explorar e aproveitar as inúmeras possibilidades que se abrem e dar vazão ao conhecimento e vivência adquiridos por tanto tempo no setor, acompanhando e se empoderando das novas tecnologias.

Quer um conselho? Pense a tecnologia como algo para simplificar suas ações, não algo que as tornem ainda mais complexas ou ainda que prejudique seu negócio. Repense o modo que as pessoas podem acessar seus ativos e serviços e estimule modelos mais abertos, de fácil assimilação e uso.

Busque sempre a geração de valor, tornando seu produto ou serviço cada vez mais interessante e desejado. É por isso que a customização da experiência é essencial. Não existe uma abordagem única para todos.

O Agente deve progressivamente (se ainda não ocorreu) se tornar um consultor para seu cliente, talvez até mais ser um curador para realizar o sonho do seu cliente. Deve oferecer a ele atividades, produtos, serviços pensados cuidadosamente. Isso não tem preço! E é dever de cada “curador de viagens” demonstrar o valor do serviço oferecido e convencer o cliente do valor da viagem, ou melhor, do sonho que está recebendo.

Lembre-se: Quem é sempre capaz de aprender não fica obsoleto nunca.

Roberto Haro Nedelciu, presidente da BRAZTOA.