Reconciliação

De acordo com o dicionário Aurélio, o termo “conciliação” significa “ação ou efeito de agir de maneira pacificadora com; ação ou efeito de fazer com que alguém (que esteja em desacordo com outra pessoa) entre em acordo com; harmonizar ou harmonizar-se”.

Porém, se tomarmos por referência o significado que a palavra ganhou no dia a dia das agências de viagens, que são obrigadas a fazer a conciliação de cinco relatórios mensais do BSP e mais três relatórios internacionais, o verbete terá que acrescentar outra definição, praticamente antagônica à que se encontra no dicionário.

A quantidade de inconsistências e duplicidades, que beira a média mensal de 8.8%, reflete a inadequação do processo vigente, o qual contempla diferentes procedimentos, formatos e de faturas, que tornam insuportável a rotina burocrática vivenciada pelas agências de viagens. Como se tudo isso não bastasse, existem companhias aéreas que mantêm mais de um modelo de relatório, utilizando do BSP e também de critérios próprios.

Melhor que alterar o significado da palavra é reduzir o número de conciliações e de relatórios, concentrando no BSP a totalidade das informações fornecidas por todas as companhias aéreas. Assim, fortaleceremos o significado do termo “reconciliação”: restabelecimento de boas relações entre pessoas que estavam desavindas.

Edmar Bull

 

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8 thoughts on “Reconciliação

  1. Caro Edmar
    Como sempre venho pontuando nos meus comentarios, as agencias de viagens passam dificuldades a cada fatura, que alias como voce relembrou mais uma vez, a quantidade de faturas/relatorios mensais, vão acima de qualquer atitude suportavel pelos agentes.
    Não bastasse isso, na maioria das vezes as mesmas são disponibilizadas em cima da hora do pagamento, o que não deixa nenhum tempo hábil para a “reconciliação”, e temos que PAGAR, muito embora há de se salientar que . quando há inconsistencias, jamais a cia.aérea regulariza naquela fatura, postergando o “acerto” PARA OS FUTUROS relatorios.
    Falta uma padronização nos procedimento, que acabam sempre atrapalhando nossos controles, é como se fosse uma verdadeira Torre de Babel.
    O que numa epoca era prazeiroso atuar (Agente de Viagem), hoje se tornou um verdadeiro suplicio.
    Forte abraço

    1. Olá, Rocco:
      Agradeço a sua participação e o seu depoimento, que muito contribui como testemunho de apoio às nossas justas proposições.
      Abraços,
      Edmar Bull

  2. oi Edmar, boa tarde
    Mais uma atividade da agência de viagens que onera, nos formatos atuais, todo o processo, onde os fornecedores nos impõe seus modelos e os Clientes demandam sem valorar.
    Sou super partidário do modelo CONSULTORIA da AGÊNCIA, posição esta que nos solicitam, mas ao mesmo tempo não nos valoram.
    Não existe almoço grátis !!!
    abraços e parabéns por mais este tema super importante
    Paulo Perez

    1. Olá, Paulo:
      Agradeço seu apoio, comentário e também concordo que “Não existe almoço grátis”. Nós, agentes de viagens precisamos ter consciência do valor dos serviços que prestamos aos nossos clientes para que então possamos ser devidamente valorizados por eles. Ninguém é capaz de vender aquilo que não compra. Toda agência de viagens que investe no constante treinamento dos seus colaboradores e no desenvolvimento de seus recursos tecnológicos, adequados ao atendimento de qualidade exigido com razão pelos clientes, sabe o que dizer e como cobrar pelo valor que agregam.
      Abraços,
      Edmar Bull

  3. Perfeita sua colocação Edmar.
    Isso sem contar que muitas vezes os clientes querem que a agência faça a conciliação de seus cartões virtuais de aéreo e hotelaria e não querem pagar por isso.
    No aéreo, a solução apontada por você é perfeita, centralize tudo no BSP e teremos apenas um relatório para conciliar.
    Mas e na hotelaria, onde não só não temos relatórios como também não temos um órgão centralizador de informações para conciliação, como resolver essa questão?

    1. Olá, André:
      Agradeço seu apoio e depoimento. Eu e muita gente não queria pagar por tarifas bancárias, honorários advocatícios, consultas médicas, ingressos em espetáculos, taxas de câmbio, de embarque, cartões de zona azul; enfim, seria ótima deixar de pagar por uma série de serviços públicos e privados.
      Entretanto, todos nós pagamos. Os serviços de conciliação realizados pelas agências de viagens não podem ser gratuitos. Quanto mais complexos eles forem, mais custosos serão. Deixar de cobrar, portanto, não é opção. Reduzir custos sim.
      Por isso, defendemos a criação de um órgão de informações para a conciliação voltada à hotelaria; diminuir a complexidade dos processos e reduzir ao máximo a quantidade de relatórios. Essas são medidas urgentes, que beneficiarão a todos.
      Abraços,
      Edmar Bull

  4. Edmar, cada vez mais tem ido para a agencia de viagens a obrigação de cobrir toda e qualquer necessidade do mercado, do qual o cliente nunca esta disposto a pagar por isso. Qualquer que seja a alternativa, a melhor conciliação que pode ocorrer neste momento, é a do cliente valorar (remunerando as agencias) pelos serviços prestados. Obrigado e abraços. António

    1. Olá, António:
      A valoração de qualquer produto ou serviço é motivada pelo desejo ou pela necessidade de consumo. A rigor, investimos cada vez mais no desenvolvimento dos recursos humanos e tecnológicos empregados para agregar máxima qualidade à gestão das viagens corporativas. Certamente nós merecemos e devemos ser adequadamente remunerados por isso. Porém, o mercado como um todo ganhará muito mais mediante a adoção de processos gerenciais pautados pelo bom senso e baseados na simplificação das regras.
      Abraços,
      Edmar Bull

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