E aí, IATA D2?

A IATA exige carta de fiança para que as agências de viagens possam ter crédito e passem a fazer a emissão de bilhetes aéreos via BSP.

A IATA também exige que as agências de viagens efetuem os respectivos pagamentos devidos no prazo. Rigorosamente, semana após semana, todos os valores estipulados nas faturas são e precisam ser quitados sem atraso pelas agências de viagens. Caso contrário, a ameaça de cortarem o sinal das agências de viagens é feita.

Porém, na hipótese dessas faturas apresentarem créditos em favor das agências – o que tem sido cada vez mais comum, em razão de equivocadas cobranças de ADM´s por parte das cias. aéreas –, os valores são pagos pela IATA/BSP com D2. Ou seja: com dois dias de atraso.

Cabe aqui colocar quatro questões para a reflexão de todos e, em especial, para as autoridades que são, nacionalmente, ou deveriam ser, as responsáveis pela regulação do setor da aviação civil no país:

1-) Se as agências de viagens são obrigadas pela IATA/BSP a fazer a apresentação das cartas de fiança, por que o mesmo não é exigido das empresas aéreas, para que elas possam vender seus TKT´s por meio da rede de agenciamento de viagens e operadoras turísticas no Brasil?

2-) Se as agências de viagens são obrigadas a pagar no prazo os valores devidos, por que nós recebemos, invariavelmente, com atraso de dois dias, quando, na realidade, somos nós os credores das companhias aéreas?

3-) O BSP está a serviço de ambas as partes envolvidas no processo – as companhias aéreas e as agências de viagens –, ou apenas existe para defender os interesses das primeiras em relação às segundas?

4-) Por que nós não podemos também fazer ADM´s quando as cias aéreas estão erradas?

Não podemos aceitar como argumento o fato de o BSP precisar de dois dias a mais de prazo para fazer o rateio dos valores arrecadados das agências em favor das companhias aéreas IATA. O relatório credor ou devedor já é de conhecimento da IATA e das agências com alguns dias de antecedência.

Afinal, pagar o que é devido às agências de viagens sem atraso constitui obrigação.
Edmar Bull

O reembolso é do pax

Antes de fazerem as reservas dos bilhetes aéreos e emitirem os respectivos e-TKTs, as agências de viagens pesquisam quais são as melhores opções de rotas junto às empresas aéreas, alinhando a oferta disponível ao perfil do viajante.

Uma vez que a melhor alternativa de voo foi identificada e selecionada, as agências de viagens efetuam os pagamentos devidos – o que inclui efetuar o pagamento das tarifas de embarque.

Na hipótese de um ou mais passageiros solicitarem o cancelamento da viagem e as regras daquelas passagens não permitirem obter a reembolso do valor pago, quem fica com os valores referentes às tarifas de embarque?

Existem casos em que os valores referentes às tarifas de embarque superam em muito o preço da passagem, como podemos verificar no exemplo abaixo:

Paris Londres Paris
Preço da passagem aérea: 27 Euros ou R$ 72,66
Tarifa de embarque R$ 375,26
Importante: Este TKT não dá direito a reembolso
AL FLGT BK T DATE TIME  FARE BASIS NVB NVA BG PAR
LON BA 333 QQ 20SEP 1000 QNCEORY 1P
PAR BA 332 OO 27SEP 0650 OENCEORY 22SEP 1P
EUR 26.00  20SEP 13PAR BA LON31.28BA PAR2.60NUC33.88
BRL 72.66 END ROE0.767069
BRL 156.50YQ XT BRL 2.79IZ BRL 12.04FR BRL 35.63FR BRL
BRL 33.14QX 42.54GB BRL 92.62UB
BRL 185.62XT
BRL 447.92
 
A resposta é simples: o valor referente à tarifa de embarque fica com a companhia aérea, caso não seja solicitada a restituição. Embora existam regras definidas pelas empresas aéreas, que impedem o reembolso de alguns TKTs, como no exemplo acima, as taxas de embarque podem ser sempre restituídas aos clientes.

Basta que as agências de viagens solicitem a restituição.

As tarifas de embarque devem remunerar a prestação dos serviços e a utilização de instalações e facilidades existentes nos terminais de passageiros, com vistas ao embarque, desembarque, orientação, conforto e segurança dos usuários.

Agir com transparência, sem nunca perder o foco na qualidade dos serviços que são prestados aos nossos clientes, garante a merecida valorização de quem, cada vez mais, exerce um papel fundamental no mercado: executar com profissionalismo as atividades pertinentes à gestão de viagens corporativas.

Edmar Bull

Tendências do setor

Em maio,  a  Abracorp divulgou os resultados da sua primeira pesquisa trimestral de vendas. Com essa iniciativa buscamos agregar cada vez mais prestação de serviços para o setor como um todo: as próprias agências de viagens, os clientes corporativos e os diferentes fornecedores.

As estatísticas setoriais revelaram que a Gol Linhas Aéreas assumiu a liderança no mercado doméstico, totalizando R$ 414,268 milhões em vendas registradas pelas agências associadas, com 34,5% do market share Abracorp. A TAM ficou logo atrás, acumulando R$ 395,6 milhões (32,9%). Nas viagens internacionais, a TAM manteve a liderança e movimentou R$ 145.720.886,00, com a tarifa média de R$ 2.821,38.

No que concerne ao segmento hoteleiro, o valor da diária média subiu em media 38% no mercado nacional e 45% no internacional. O destaque ficou por conta dos hotéis independentes, que totalizaram movimentação recorde de R$ 201.737.630 concentrando 41,8% do market share Abracorp, à frente das redes Atlantica (R$ 42.837.441,00) e Accor (R$ 42.381.210,00), que ocuparam a segunda e terceira posição no ranking, respectivamente. Os meios de hospedagem independentes também foram os mais procurados nas viagens para o exterior, superando 61 mil room nights, com movimentação de R$ 32.068.417,00 e representação de 51% do total entre as agências de viagens associadas à Abracorp.

A pesquisa também apontou que a Localiza continua líder no setor de locação nacional, respondendo por 59,7%, com a diária média de R$ 138,94.

Para o próximo trimestre, a expectativa é que a movimentação do setor de viagens corporativas registre queda, principalmente devido à realização da Copa das Confederações. Em contrapartida, haverão mais promoções em todas as rotas.

Dados estatísticos detalhados podem ser consultados no portal www.abracorp.org.br, à partir do link http://www.abracorp.org.br/?url=estatisticas_1s_2013. Vale conferir, analisar e comentar.

Edmar Bull