Companhias Aéreas

Elas desconhecem suas próprias regras. Semanalmente, as agências de viagens recebem, em média, pelo menos dez comunicados enviados pelas companhias aéreas informando sobre mudanças de tarifas; alterações de regras para emissão de passagens; novos critérios e prazos para o reembolso; enfim, um verdadeiro bombardeio de instruções desencontradas.

Com isso, os procedimentos operacionais estabelecidos pelas companhias aéreas dormem de um jeito e acordam de outro, tornando cada vez mais importantes os serviços prestados pelos profissionais que atuam como consultores, supervisores e atendentes nas agências de viagens corporativas. Embora já esteja comprovado que sabemos mais a respeito dessas regras do que quem as cria, não faltam ADMs para penalizar injustamente todos aqueles que sustentam com recursos do seu próprio bolso o apetite insaciável desta inaceitável indústria de multas.

Como se não bastasse tamanha inconstância nas regras estabelecidas de maneira unilateral, que são impostas aleatoriamente pelas companhias aéreas e castigam as agências de viagens, o canal de distribuição mais barato do setor sofre também maior complexidade de conciliação quando fatores diversos e frequentes provocam mudanças dos voos.

As companhias aéreas deveriam fazer apenas o que elas sabem fazer: voar. Deveriam também ouvir com atenção quem clama pelo bom-senso, é capaz de antever os impactos negativos que são causados por todas essas mudanças, propõe padrões de excelência e não suporta mais ter que financiar a irracionalidade reinante.

Reconciliação

De acordo com o dicionário Aurélio, o termo “conciliação” significa “ação ou efeito de agir de maneira pacificadora com; ação ou efeito de fazer com que alguém (que esteja em desacordo com outra pessoa) entre em acordo com; harmonizar ou harmonizar-se”.

Porém, se tomarmos por referência o significado que a palavra ganhou no dia a dia das agências de viagens, que são obrigadas a fazer a conciliação de cinco relatórios mensais do BSP e mais três relatórios internacionais, o verbete terá que acrescentar outra definição, praticamente antagônica à que se encontra no dicionário.

A quantidade de inconsistências e duplicidades, que beira a média mensal de 8.8%, reflete a inadequação do processo vigente, o qual contempla diferentes procedimentos, formatos e de faturas, que tornam insuportável a rotina burocrática vivenciada pelas agências de viagens. Como se tudo isso não bastasse, existem companhias aéreas que mantêm mais de um modelo de relatório, utilizando do BSP e também de critérios próprios.

Melhor que alterar o significado da palavra é reduzir o número de conciliações e de relatórios, concentrando no BSP a totalidade das informações fornecidas por todas as companhias aéreas. Assim, fortaleceremos o significado do termo “reconciliação”: restabelecimento de boas relações entre pessoas que estavam desavindas.

Edmar Bull

 

Crescemos 13%

A pesquisa de vendas realizada pela Abracorp revela que as Agências de viagens associadas faturaram R$ 6 bilhões e cresceram 13% no primeiro semestre de 2013, comparado a igual período do ano passado.

Como previsto, alcançamos dois dígitos de crescimento no primeiro semestre de 2013, apesar de os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) indicar que houve redução média de 5,81% na oferta do segmento aéreo doméstico.

As vendas de passagens para os voos domésticos cresceram 10%, atendendo a demanda por viagens de negócios no país. Embora a TAM tenha registrado queda de 6% em volume de vendas, sua participação no mercado de viagens domésticas subiu e alcançou 34,1%, garantindo à empresa aérea a retomada da liderança perdida no primeiro trimestre para a Gol Linhas Aéreas, que, agora, aparece logo atrás, com participação de 33,5%.

As tarifas médias praticadas pela Tam e Gol em voos domésticos, de acordo com a pesquisa Abracorp, foram de R$ 574 e R$ 529 respectivamente.

Vale ressaltar ainda que as novas regras de aplicação da taxa de conexão – resolução 274 da Anac que entrou em vigor neste mês – resultarão em acréscimo de R$ 14 em uma viagem de ida e volta na qual os voos não sejam diretos. Considerando uma tarifa de R$ 200, o custo total da viagem encarecerá 7%.

No segmento aéreo internacional os dados Abracorp revelam que houve 18% de aumento no faturamento e de 14% nos preços dos bilhetes, quando convertidos para o real e comparados às tarifas praticadas no primeiro semestre de 2012. Dois grandes destaques foram as companhias aéreas Alitalia, que obteve crescimento de 58% no montante das vendas do segmento, e a American Airlines, com 40%, em parte atribuído à ampliação de 19% no número de freqüências ofertadas. No final do semestre, as empresas Etihad e Ethiopian iniciaram suas operações, agregando, deste modo, maior competitividade à rota internacional da Ásia e Oriente Médio.

Hotelaria em alta no mercado de viagens corporativas

No que concerne à hotelaria nacional, o crescimento registrado no primeiro semestre de 2013 foi de 19%. Os hotéis independentes lideraram as vendas em número de diárias, conquistando 37,8% de participação de mercado no segmento. Accor e Atlantica Hotels International responderam, respectivamente, por 10,8% e 9,3%. Os chamados brokers (centrais ou interpostos de reservas) hoteleiros ocuparam a quinta posição em vendas, movimentando quase R$ 91 milhões e garantindo participação de 8,1% nas vendas para as viagens domésticas.

Como reflexo ao aumento das viagens ao exterior, o segmento hoteleiro internacional teve aumento de 41% e demonstrou a força dos hotéis independentes, cujo market share atingiu os 54%, bem à frente dos brokers (7%) e das redes Accor (7%), Atlantica (1,9%), Meliá Hotels (0,1%) e outras redes (25%).

Serviços agregados

O estudo da Abracorp indicou que a Localiza, com diária média de R$ 178, permanece na liderança do setor de locação de automóveis nacional, respondendo por 61% da participação no mercado corporativo – depois da hotelaria internacional, este foi o segmento de negócios de maior crescimento (23%). A mesma empresa, no entanto, é a quarta no ranking internacional, arás da Hertz (27%), Avis (16%) e outras (43%).

Na categoria “outros serviços”, o destaque foi para o setor de eventos, que movimentou mais de R$ 208 milhões em nível nacional e internacional, à frente de lazer (R$ 68 milhões), cartões de assistência (R$ 5 milhões), cruzeiros (R$ 4 milhões) e outros (R$ 94 milhões).

Conclusão e perspectivas

Com investimentos em tecnologia, em constantes treinamentos voltados à capacitação dos mais de 9 mil colaboradores e atuando com transparência no atendimento aos seus clientes, as agências Abracorp confirmam a nossa previsão. Ou seja: crescemos dois dígitos previstos e a tendência é fecharmos o ano mantendo ganhos de produtividade.

Edmar Bull