As ADMs e o Papa

ADM significa Administrative Debit Memo.

Em outras palavras, ADM é uma nota de débito emitida pelas companhias aéreas para a cobrança de taxas administrativas das agências de viagens que, em tese, tenham feito reservas de vôos de forma irregular ou tenham emitido passagens aéreas em desacordo com a política do contrato e da regra tarifária do bilhete.

Duas questões se impõem diante da definição acima.

Primeira: Existe um padrão estabelecido pelas companhias aéreas quanto aos procedimentos que devem ser adotados pelas agências de viagens na emissão das passagens? A resposta é não.

Segunda: As autoridades competentes no Brasil (leia-se, por exemplo, ANAC – Agência Nacional da Aviação Civil) fiscalizam ou, ao menos, regulam os termos de tais débitos (ADMs) que se estabelecem de maneira unilateral? A resposta também é não.

Damos graças à vinda do Papa Francisco ao Brasil, na esperança de que as agências de viagens tenham a quem recorrer. Caso contrário, haverá outra alternativa? As agências de viagens continuarão obrigadas a arcar com as notas de débito para, eventualmente, serem restituídas depois?

Terceirizar o Bid?

Defendo que o cliente corporativo não deve terceirizar o processo de abertura do Bid – da concorrência – para contratar uma agência de viagens.
O que leva o cliente final a terceirizar o Bid?
Em minha opinião, somente o gestor de viagens sabe quais são as reais necessidades e as políticas internas da empresa onde trabalha. Portanto, apenas ele reúne todos os atributos necessários para conduzir com competência o processo concorrencial, independente de qual for o formato adotado: carta convite, edital de licitação ou mesmo se for leilão.
Gostaria de abrir o debate sobre esse tema com todos que nos acompanham neste blog. Cada qual informando se é a favor; se é contra ou, ainda, se não sabe dizer se concorda ou não com a terceirização do Bird. Assim, certamente, todos contribuem com o debate sobre o tema.

Números e atitudes importantes

Agências de viagens associadas e grandes nomes do turismo brasileiro reuniram-se com a diretoria Executiva da Abracorp na manhã da última quinta-feira (25) em uma das salas de eventos do Novotel Center Norte. Faço questão de deixar registrado aqui o sucesso do encontro.

Palco de discussões sobre os mais variados temas que, direta ou indiretamente, afetam a entidade e, por consequência, toda a cadeia produtiva do setor de viagens corporativas, nossa tradicional reunião contou com a participação de Eduardo Sanovicz, atual presidente da ABEAR.

Dados apresentados por ele indicam que o Brasil abriga, atualmente, mais de 100 milhões de passageiros, o que representa aumento de 161% no volume de viagens nacionais e internacionais na última década (2002-2012). Estes números colocam o país como o terceiro maior mercado doméstico do mundo.

Sanovicz também ofereceu uma potencial boa notícia: a ABEAR verificou, recentemente, queda de 60% no total de reclamações contra as companhias aéreas. Em outras palavras, uma queixa a cada 86 voos – ou 900 mil registros de insatisfação todos os anos, estatística ainda preocupante para a associação.

Ainda abordando o universo das companhias aéreas, Carlos Ebner, diretor da IATA no Brasil, ressaltou a importância do transporte aéreo para o país ao afirmar que o mesmo gera impacto econômico anual de US$ 2,2 trilhões. O modal aéreo também é responsável pela criação de mais de 56 milhões de vagas de emprego e, sozinho, representa 3,5% do PIB mundial, movimentando quase 3 bilhões de viajantes anualmente.

Convidado a apresentar um panorama geral sobre a atual economia brasileira, Elcio Rocha, economista-chefe do Banco do Brasil, conquistou a atenção de todos ao afirmar que a palavra-chave para alavancar o PIB nacional são os investimentos estrangeiros.

Rocha citou os pontos positivos do país, tais como o aquecido mercado de crédito e de consumo, a redução da taxa de desemprego e o equilíbrio macroeconômico. Em contrapartida, mencionou a elevação do déficit externo, a queda da própria balança comercial (US$ 13,7 bilhões em fevereiro deste ano), a intensa carga tributária e o cauteloso otimismo de 3% no que se refere às expectativas de crescimento do PIB para 2013.

Se são muitos os obstáculos para que o país desponte como uma das maiores economias do planeta, também são inúmeras as mudanças que podemos e devemos adotar internamente para fazer girar a indústria de viagens de modo mais integrado. Uma delas, talvez a mais importante, é estarmos presentes, bem posicionados e organizados na 41ª ABAV – Feira de Turismo das Américas.