Fazenda Santa Vitória

Fazenda Santa Vitória: fugindo do estereótipo do “hotel fazenda”

Desde a reabertura do turismo brasileiro no segundo semestre do ano passado, hotéis com grandes espaços ao ar livre têm sido especialmente procurados durante a pandemia. Muitos estão inclusive batendo recordes históricos de ocupação nos últimos meses, tão grande vem sendo a procura. É o caso da Fazenda Santa Vitória, em Queluz, SP, que vem também fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro.

Localizada no Vale do Paraíba, a propriedade começou a operar como parte da indústria da hospitalidade há cerca de quatro anos e meio, após os proprietários unirem quatro fazendas adjacentes da década de 1920. 

Hoje, apesar de funcionar unicamente de 5a. a domingo e feriados, o sucesso do empreendimento tem sido tão significativo que a ocupação anda beirando os 100% frequentemente – e as reservas disponíveis são para geralmente só daqui três ou quatro meses. E a sustentabilidade de suas operações é sem dúvidas seu principal atrativo.

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Fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro

A Fazenda Santa Vitória vem fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro desde sua abertura. Ali não há imensos buffets, programação diária de atividades, monitores nem qualquer tipo de entretenimento infantil. A propriedade é assumidamente muito mais pensada para e focada em adultos do que famílias com crianças e adolescentes. 

Também não se trata de um hotel de luxo. O hóspede não deve esperar excelência em serviço, mimos nem acomodações impecáveis. A proposta ali é oferecer amplos espaços ao ar livre, em um autêntica fazenda do Vale do Paraíba, para que cada um encontre na natureza e na cultura local seu espaço e diversão.

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As 18 acomodações estão espalhadas em diferentes modelos e espaços. Optando por qualquer uma delas, o hóspede tem acesso aos mesmos espaços comuns: gramados e jardins muito bem cuidados, trilhas, riacho e até cachoeira. E também ao mesmo serviço de pensão completa. Há também quadra de tênis, salão de jogos, piscina, sauna, “caldário” – e passeios à cavalo podem ser contratados à parte (mediante pagamento).

Para curtir melhor muitos dos espaços ao ar livre, tão fundamentais hoje em dia, o hóspede muitas vezes vai ter que pegar seu próprio carro e dirigir. Há bicicletas gratuitamente disponíveis para os hóspedes, mas alguns trajetos podem ficar mais “puxados” sobre apenas duas rodas. Mesmo os meros 4km que separam a sede da cachoeira, dada a topografia do terreno (acidentado e montanhoso), são definitivamente mais factíveis de carro. 

O hotel deve ganhar um spa até o final do ano e oferece ainda a possibilidade de visita à Casa do Arado, uma casinha isolada na fazenda que, em parceria com o Instituto Arado, tenta divulgar e preservar a história e a cultura regional caipira da região. 

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fazenda santa vitória: Diferentes tipos de acomodação

As 18 acomodações disponíveis na fazenda estão divididas, da mais simples à mais luxuosa, em suítes-sede, suítes-quintal, casas do pomar e casas na montanha. As linhas gerais propõem simplicidade com arquitetura de época integrada à natureza. Todas as acomodações são operadas em diárias com pensão completa, wifi e uso de todos os espaços comuns; mas as facilidades de cada tipo de acomodação mudam bastante. 

Fiquei hospedada em uma das quatro suítes da casa sede no último feriado de Independência do Brasil; mas vale o alerta de que são de longe as menos interessantes da propriedade toda. São mais simples, antigas e pequenas, sem qualquer balcão, varanda ou contato com a natureza. Na casa sede, há constante “entra e sai” de hóspedes e funcionários o dia todo, tirando qualquer resquício de privacidade dos quartos. O som vaza com facilidade de um quarto para outro e os quartos absorvem também todo o barulho e “falação”, tanto da piscina quanto da cozinha principal (logo cedo pela manhã nesse caso, inclusive). 

A minha recomendação é escolher acomodações das suítes-quintal (que têm diferença de valor ínfima em relação às suítes-sede) em diante. Todas essas são não apenas esteticamente muito mais interessantes como também mais aconchegantes e muito mais silenciosas e privadas. As suítes quintal e as casas do pomar (estas últimas inauguradas neste 2021) ficam quase anexas à sede, ao centro lazer e ao restaurante. Já as casas na montanha ficam isoladas, com vista panorâmica para a fazenda e os arredores (mas o hóspede precisa pegar o carro na hora de ir fazer as refeições ou utilizar a infraestrutura da sede).  

Dá pra conferir detalhes de toda a minha estadia por lá em várias imagens e vídeos tanto no feed quanto nos Stories do meu instagram @maricampos, sempre atualizadinho.

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Hospitalidade sustentável

O grande atrativo da Fazenda Santa Vitória é ser um hotel verdadeiramente sustentável, com iniciativas realmente interessantes que raramente são vistas em “hotéis fazenda” brasileiros. Há práticas regenerativas importantes tanto do ponto de vista ambiental quanto cultural, social e econômico.

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A propriedade, antes voltada para exploração de madeira e pecuária extensiva, hoje promove reflorestamento e manejo sustentável da terra. A pequena criação de gado é voltada para a produção local de leite e queijo para hotel e moradores. 

A equipe do hotel é quase toda composta por membros das famílias dos empregados originais da fazenda, que ainda moram ali mesmo e tiram dali o seu sustento. E em diversos aspectos tentam resgatar/preservar as referências histórico-culturais da região (da decoração à Casa do Arado, em parceria com o Instituto Arado).

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Há também painéis solares instaladas em diferentes pontos da propriedade, o hotel já é autossuficiente energeticamente e planeja construir em breve uma pequena termoelétrica para que seja capaz de gerar energia positiva – ou seja, gerar mais energia do que consome. 

Nos quartos, as amenidades Trousseau são colocadas em grandes dispensers nas paredes. Plásticos são evitados e há água filtrada cortesia generosamente abastecendo tanto um filtro à entrada da casa da sede o dia todo quanto charmosas moringas à cabeceira da cama em todos os quartos. 

A alimentação não fica de fora: boa parte do que chega à mesa do hóspede é preparado com a produção da própria fazenda, seja da queijaria, da horta ou do pomar.

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FOCO ainda maior na gastronomia

As refeições são parte importante da experiência na Fazenda Santa Vitória e os quitutes da cozinha conduzida pelo chef Vitor Rabelo estão sempre incluídos nas diárias. A propriedade deve passar a focar ainda mais no aspecto gastronômico do hotel: até o ano que vem, deve ganhar novos espaços dedicados à gastronomia, inclusive um restaurante totalmente dedicado a carnes, instalado no haras, com vista panorâmica para o vale. 

A maioria das refeições, ainda que com menu bastante enxuto (entrada e sobremesa sempre únicas, três opções para o prato principal), é à la carte. As mesas são fixas para cada quarto/hóspede/família. Mas como os slots de horário para as refeições não são muito amplos, convém chegar cedo para pegar o restaurante mais vazio.

Os pratos são muito bem apresentados e há sempre alguma opção vegetariana no cardápio. Mas vale saber que a feijoada de todo final de semana é obrigatoriamente servida em um buffet assistido.

Eventualmente, oferece-se aos hóspedes algum tipo de degustação cortesia de produtos da região durante a estadia. Nos meus dias por lá, houve degustação de cerveja artesanal em um dos almoços e de cachaça antes de um dos jantares.

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O café da manhã merece destaque: a melhor refeição da casa é todinha preparada ali mesmo, item por item, e chega com capricho à mesa. O iogurte da casa é excelente e tem também uma das melhores granolas que já provei na vida! 

É pena que a propriedade não utilize regularmente seus muitos gramados e espaços abertos para também à hora das refeições, ainda mais durante a pandemia. Apenas dois almoços são feitos ao ar livre (um nos arredores da cachoeira e outro nos jardins da casa sede); todas as demais refeições são sempre feitas dentro do restaurante e/ou em sua varanda coberta anexa.

A Fazenda Santa Vitória vai ganhar em breve também uma queijaria completa, em parceria com o queijeiro João Laura, que vai contar inclusive com espaço dedicado para degustações e um terraço aberto.

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Serviço

A Fazenda Santa Vitória fica na cidade de Queluz, SP, quase na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Viajei para lá no meu próprio carro e achei o acesso a partir da Via Dutra muito fácil e bem sinalizado, com apenas um pequeno trecho em estrada de terra. As diárias com pensão completa valem desde R$2.200,00 para duas pessoas, incluindo café da manhã, almoço, bolo com café à tarde e jantar – sempre com água filtrada cortesia à mesa. Demais bebidas são todas cobradas à parte.

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Fuso Hotel Florianópolis

Novos hotéis abrem suas portas em plena pandemia

Apesar de toda a crise sem precedentes gerada no turismo em 2020, o mercado hoteleiro continua aquecido em termos de novas aberturas.  Novos hotéis abrem suas portas em plena pandemia, aqui e lá fora, focados nos mais distintos públicos. As novas aberturas se concentram mais no turismo de luxo, é claro; mas cada vez mais redes com diferentes targets anunciam novas propriedades para os próximos anos.

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Além dos inúmeros hotéis que abriram suas portas em 2020, vários outros confirmaram suas inaugurações para 2021 durante a última edição da ILTM, em dezembro passado – como relatei em uma matéria bem completa sobre o tema para o UOL. Alguns hotéis modificaram recentemente sua data oficial da abertura – algo extremamente comum mesmo em tempos pré-pandemia -, mas confirmaram as inaugurações ainda para este ano. Muitas delas acontecendo neste primeiro semestre, inclusive.

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Novos hotéis abrem suas portas em plena pandemia

Do Fauchon L’Hotel Tokyo ao esperadíssimo Airelles Château de Versailles, Le Grand Contrôle, teremos excelentes adições ao portfólio internacional da hotelaria de luxo neste 2021. A hotelaria de luxo segue firme na pandemia. A maioria destes novos hotéis já está nascendo adaptada à necessidade de distanciamento social em todos os seus espaços, e priorizando ainda mais os serviços personalizados e customizados. 

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A Leading Hotels of the World, por exemplo, acaba de adicionar seis propriedades ao seu seleto portfólio e espera a abertura de um total doze novos hotéis até o final de 2021 – alguns deles já inaugurados nesse comecinho do ano.

Vale destacar também que muitos dos novos hotéis estão contrariando totalmente as expectativas mais pessimistas do setor para esta época. Apesar das necessárias restrições a deslocamentos de viajantes em tempos de pandemia, muitas propriedades estão tendo desempenho bastante acima do esperado. É o caso, por exemplo, do novo One&Only Mandarina, na Riviera Nayarit, que já está se tornando um verdadeiro hot spot mexicano. 

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Fuso Hotel Florianópolis
O novo Fuso Hotel Florianópolis. Foto: Divulgação

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Novos hotéis abrem suas portas no Brasil

O cenário não é tão diferente por aqui. Afinal, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pelo setor, novos hotéis abrem suas portas em plena pandemia também no Brasil. E estudos indicam que os brasileiros dão cada vez mais importância à hotelaria.

No segundo semestre do ano passado, de Florianópolis ao litoral do Ceará, diferentes hotéis foram inaugurados em terra brasilis – e vêm tendo bom desempenho neste começo de ano. 

Muitos destes hotéis fizeram adaptações em seus projetos originais – sobretudo espaciais – para se adaptar aos novos tempos e necessidade de distanciamento social. Afinal, todos estão procurando escapadas possíveisnesses tempos, certo?

Hotéis nascidos com foco no turismo de isolamento têm tido especial sucesso nestes últimos meses. E muitos hotéis urbanos vêm investindo pesado na acertada tendência da staycation, que vem mesmo beneficiando sobremaneira a hotelaria nacional nesta fase.

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Barracuda Beach Hotel (Itacaré-BA), Makena Hotel (Icaraí-CE), WK Design Hotel (Florianópolis-SC) são alguns muitos novos hotéis brasileiros que vêm sendo bem sucedidos nos últimos meses. O Carmel Taíba, no Ceará, que abriu suas portas poucos meses antes do início da pandemia, vem tendo índices de ocupação e procura bastante favoráveis também. 

Também em Florianópolis, o novo Fuso Concept Hotel, pensado para causar o menor impacto ambiental possível, vem fazendo sucesso. Localizado a 250 metros das praias de Jurerê Internacional e do Forte, tem apenas 13 bangalôs com máxima privacidade. E tem design bem contemporâneo em um terreno de 7000m², próximo à Fortaleza da Ponta Grossa, construção do século 18 tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 

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O novo Canto do Irerê, em Atibaia

Dos hotéis novinhos em folha no Brasil, inaugurados em tempo de pandemia, acabo de me hospedar por alguns dias no Canto do Irerê, inaugurado em dezembro passado em Atibaia, no interior de São Paulo.

O novo hotel boutique, localizado na periferia da cidade e exclusivo para adultos, vai totalmente ao encontro da tendência do turismo de isolamento – por sinal, uma das que mais cresce nos últimos meses.  Ocupa uma área tomada por mata nativa, com relativo distanciamento entre suas acomodações, boa gastronomia e constante contato do hóspede com a natureza.

LEIA TAMBÉM: 10 hotéis no Brasil para praticar turismo de isolamento

Por enquanto, são apenas sete chalés duplos distribuídos pela propriedade, todos com muito espaço e conforto (metragens a partir de 80 metros quadrados de área) – mas os proprietários planejam chegar em 20 chalés no pós pandemia. 

O restaurante do Canto do Irerê é pequeno e com pouca ventilação natural, mas durante a pandemia os hóspedes podem fazer todas as suas refeições no próprio chalé, sem custos extras. Porque capacidade de adaptação é mais do que nunca essencial para o sucesso na hotelaria em qualquer canto. 

Há trilhas de diferentes níveis de dificuldade na propriedade, além da possibilidade de fazer passeios guiados (pagos à parte) pelos arredores. E ainda uma belíssima piscina comum, charmosos jardins por todo canto e um chalé que funciona no momento exclusivamente como mini-spa, atendendo apenas um hóspede (ou chalé) por vez. 

CONFIRA AQUI O REVIEW COMPLETO DO NOVO HOTEL CANTO DO IRERÊ

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Palácio Tangará São Paulo

STAYCATION pode beneficiar a hotelaria durante a pandemia

Sabemos que a indústria hoteleira vem tentando, desde o final do primeiro semestre de 2020, encontrar meios de compensar a queda brusca nas viagens. O setor sabe também que o potencial de viagens domésticas – sobretudo as chamadas viagens “hiperlocais” – ainda está longe de ser alcançado. É por isso mesmo que o conceito de staycation começa finalmente a fazer sucesso por aqui, e pode beneficiar enormemente a hotelaria durante a pandemia.

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As micro-viagens tornaram-se mais populares do que nunca nos últimos meses. São as “escapadas possíveis” para cada vez mais gente nestes tempos. Nos grandes eventos internacionais de turismo, como a ILTM, as staycations estão sempre apontadas entre as tendências de viagem da pandemia. Então nada mais natural que as staycations passem a ser encaradas como uma maneira de “fugir de casa” e relaxar um pouco sem envolver grandes deslocamentos ou logística complicada.

O termo se popularizou nos últimos meses e eis aí um tipo de viagem que acaba dando ao turista a sensação de maior controle e minimização de riscos. Afinal, estamos próximos de casa, senso de familiaridade, conhecemos toda a infra-estrutura hospitalar e emergencial do destino etc. 

O Rio de Janeiro foi a primeira cidade brasileira a ter sua hotelaria local investindo pesado em staycation na reabertura em tempos de pandemia. Inclusive já abordamos esse tema nesta coluna aqui. Mas desde o final de 2020 diversas outras propriedades espalhadas em grandes cidades brasileiras felizmente despertaram para esse filão – criando, muitas vezes, pacotes promocionais específicos para atrair esse tipo de hóspede. 

LEIA TAMBÉM: Oito tendências da hotelaria para 2021.

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Como a staycation pode beneficiar a hotelaria durante a pandemia

O termo “staycation“, corruptela de “stay” e “vacation“, existe para designar as férias passadas localmente já há muitos anos. Ganhou mesmo força internacional a partir da crise financeira de 2008. Mas, ao contrário de alguns outros países, a prática sempre foi bastante insípida no Brasil até o começo de 2020. E agora virou uma das grandes tendências da hotelaria para 2021.

LEIA TAMBÉM: Conheça os termos do turismo popularizados na pandemia.

Mas, ironicamente, a staycation tem sido “a luz no fim do túnel” para muitos hoteleiros brasileiros durante a pandemia. Dos econômicos aos mais luxuosos. Sobretudo no caso de propriedades instaladas em grandes cidades, que tinham nos viajantes internacionais grande parte de seu público anteriormente. Com o sumiço do turista internacional, foi preciso mais do que nunca investir no turista local.

Seja para quem quer apenas mudar um pouco a vista da janela de casa ou para famílias que procuram atividades diferentes para as crianças, a staycation revelou-se uma maneira descomplicada de sair de casa por alguns dias em tempos de pandemia. E mantendo o distanciamento social em mente. 

VEJA TAMBÉM: 10 hotéis para praticar turismo de isolamento no Brasil.

A prática tem sido comum também por quem procura um escritório diferente para o home office de todo dia. Com tanta gente ainda em trabalho remoto, a staycation e a workcation têm se fundido cada vez mais, sobretudo nas estadias em dias úteis. E o conceito de room office vai ficando cada vez mais abrangente.

E embora staycations possam ser facilmente reservadas com dois clicks em OTAs em geral, elas começam também a ser importante fonte de renda para muitas agências de viagem que estão promovendo mais esse tipo de escapada entre seus clientes.  

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Hóspedes gerando tickets cada vez maiores

Mais brasileiros começam a ver alguns hotéis em suas próprias cidades – ou muito próximo delas – como um destino em tempos de pandemia. Saem na frente, é claro, hotéis com boa oferta de espaços ao ar livre e, principalmente, que SAIBAM fazer bom uso desses espaços nestes tempos. 

Numa staycation, mais do que nunca o hotel deixa de ser visto como “um quarto” e passa a ser considerado por 100% dos hóspedes como uma experiência. E é fundamental o hoteleiro ter isso em mente ao receber esse tipo de hóspede, seja em um hotel ultra econômico ou em um hotel de luxo.

A staycation pode realmente beneficiar a hotelaria enormemente durante a pandemia. Sem as despesas de deslocamento, hóspedes em staycation costumam investir mais na escolha da acomodação. Além disso, geram um ticket final muito maior, consumindo também muito mais produtos e serviços dentro do hotel durante este tipo de hospedagem.

LEIA TAMBÉM: Viagens mais sustentáveis para 2021

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Staycation em São Paulo

Depois do sucesso na hotelaria carioca, diversos hotéis em São Paulo criaram também recentemente pacotes promocionais para estimular as staycations na cidade.

É o caso, por exemplo, do Renaissance São Paulo Hotel. Após registrar um aumento expressivo de moradores da capital paulista entre seus hóspedes, o hotel criou o pacote Staycation, que inclui pelo menos dois benefícios extras nas diárias, ao gosto do freguês. Os benefícios podem ser serviços como café da manhã diário para dois, 20% de desconto nos bares e restaurantes do hotel, late check out, estacionamento etc).

Outras iniciativas na cidade, como a São Paulo Experience Tour, também têm se dedicado a estimular os paulistanos a praticarem staycations na maior cidade do Brasil – oferecendo produtos e serviços exclusivos e propondo redescoberta de espaços da capital paulista.

LEIA TAMBÉM: Seis resorts urbanos no Brasil.

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Staycation no Palácio Tangará

Neste começo de 2021, resolvi apostar na staycation em São Paulo no belo Palácio Tangará – e tive uma excelente experiência. O hotel, parte do portfólio da prestigiosa Oetker Collection, foi eleito pela Condé Nast Traveller, no final do ano passado, como o melhor hotel do Brasil. 

Rodeado de verde em plena São Paulo, o Tangará fica anexo ao Parque Burle Marx e tem vista para o verde de praticamente todos os seus quartos – todos com muito espaço, amenidades Etro e pequenos balcões ou varandas. E dá para fazer ali seu room office tranquilamente.

O serviço impecável dá conta de manter a excelência e a amabilidade com o rigor necessário destes tempos para exigir que hóspedes cumpram todas as normas de segurança locais, o tempo todo – algo absolutamente fundamental.

O uso de máscara é obrigatório em todas as áreas públicas, internas e externas; as exceções são apenas à beira da piscina e, obviamente, nos restaurantes. Os espaços internos estão muito mais ventilados e há totens e displays de álcool em gel por toda a parte.

CONFIRA detalhes da staycation no Palácio Tangará aqui.

LEIA TAMBÉM: O crescimento das estadias prolongadas durante a pandemia.

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Novos espaços ao ar livre

Como hoje sabemos que o maior perigo da pandemia se encontra nos ambientes fechados, o Palácio Tangará criou um novo espaço delicioso ao ar livre, o Pateo do Palácio, que serve excelentes pratos e drinks dia e noite (com cardápios disponíveis em QR code) – e com música ao vivo nos finais de semana. 

O estrelado restaurante Tangará Jean-Georges também ganhou mais portas abertas para garantir boa ventilação e deliciosas mesas externas. 

CONFIRA detalhes da Staycation no Palácio Tangará aqui.

O Palácio Tangará não criou ainda nenhum pacote específico para staycation, mas trabalha até 31 de março com uma oferta de estadia que dá 50% off na terceira noite. 

VEJA TAMBÉM: As principais tendências para o turismo em 2021

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Enorme potencial para o mercado doméstico

Com o fim da pandemia parecendo cada vez mais distante, o setor começa a entender o enorme potencial que a staycation representa para o mercado doméstico neste período. O estímulo à staycation pode beneficiar a hotelaria de forma realmente imediata na pandemia. 

Falta, é claro, incentivo governamental para fomentar a prática. Diversos destinos internacionais estão vendo as próprias administrações locais fornecerem incentivos e subsídios a hotéis que trabalham o staycation durante as restrições de mobilidade da pandemia. Singapura, por exemplo, vem sendo um ótimo exemplo nesse sentido. E essa batalha ainda está bem longe de ser vencida.

E last but not least: obviamente, uma staycation só será de fato bem sucedida se hóspedes cumprirem as regras de segurança estabelecidas pela pandemia e se hotéis forem realmente rigorosos na fiscalização do cumprimento das mesmas.

LEIA TAMBÉM: A evolução dos hotéis durante a pandemia.

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Novidades no Fasano Angra dos Reis

A última semana não foi nada fácil, convenhamos; nem está sendo. Em tempos de pandemia do novo coronavírus, estamos sendo forçados a rever hábitos e planos em prol do bem comum, somando esforços para tentar frear os avanços da Covid-19. E nada mais urgente neste momento mesmo! Mas nada impede que sonhemos com as próximas viagens; e é por isso que conto aqui sobre as novidades do Fasano Angra dos Reis.

Na primeira semana de março, fui convidada pelo hotel  Fasano Angra dos Reis para me hospedar ali por três dias e conhecer algumas das novidades que o hotel está lançando neste 2020. Com um apelo extra: a maior parte destas novidades está disponível também para moradores e viajantes que não estejam hospedados no hotel.

LEIA AQUI a review completa do Fasano Angra.

Inaugurado em 2017, o Fasano Angra deu cara completamente nova ao antigo Hotel do Frade, no condomínio homônimo, levando à cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, um patamar de serviços na hotelaria que o destino até então desconhecia. O hotel conta inclusive com uma equipe de “mordomos” – super descontraídos, do uniforme ao estilo de abordagem, para combinar bem com a informalidade da propriedade – que assiste o hóspede em todos os momentos da hospedagem, incluindo reservas e passeios. Meu “mordomo” Pedro foi rápido, eficiente e extremamente simpático durante toda minha estadia.

Localizado à beira-mar no condomínio do Frade, o hotel conta com serviço de praia exclusivo e com dois restaurantes – o Praia, pé na areia e bem informal, e o Restaurante Fasano, formal, aberto somente para o jantar. O Praia conta com um excelente buffet de café da manhã incluído nas diárias, servido regularmente até 11h30 da manhã. O complexo do hotel tem também uma panetteria, academia, dois bares, boulevard com lojas de diferentes nichos, kids club completíssimo, piscina indoor e outdoor e um spa de impressionantes dois mil metros quadrados. Com custo extra, hóspedes também podem fazer uso do enorme campo de golfe do condomínio.

Confira sete dicas para deixar suas viagens mais sustentáveis daqui pra frente.

Foto: Mari Campos

Os quartos são todos muito espaçosos, e todos com varanda mobiliada (vista para a praia ou para as montanhas). Conheci todas as categorias de quarto oferecidas, inclusive as suítes mais caras, e ainda assim continuo achando a categoria Deluxe Vista Mar a mais charmosa e com melhor custoXbenefício. Há vista lateral para o mar, mas uma enorme varanda com day bed e mesa e cadeiras. A cama e até a banheira partilham da mesma vista – que obviamente pode ter privacidade total através de cortinas e belíssimas persianas de madeira maciça entre o quarto e o enorme banheiro.

Serviço de limpeza e de turndown simpático e eficiente, com fartura de água cortesia no quarto. As boas-vindas são dadas com animadas e coloridas mensagens escritas à mão no espelho de corpo inteiro – e também com os mais gostosos brigadeiros! Além disso, neste modelo de quarto há espaço de sobra nos guarda-roupas, mesmo para quem se hospedar por bastante tempo. Mas fica aqui nossa crítica ao fato de o hotel, assim como todas as demais propriedades Fasano, ainda cobrar as cápsulas de café no quarto, enquanto o mercado de luxo internacional vai na direção contrária (leia mais sobre nosso movimento #freethecafezinho aqui).

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LEIA AQUI a review completa do Fasano Angra.

A boa notícia do hotel em 2020 é que suas áreas comuns passam a ficar completamente abertas a não hóspedes também – desde que com reserva antecipada, é claro. Na área gastronômica, o chef Jonathan Lauriola trouxe diversas mudanças. A charmosa Panetteria ganhou nova área ao ar livre e ampliou bastante seu cardápio. Agora, além de salgados, cafés e os italianíssimos gelatos da casa, passaram a oferecer também lanches, quiches e saladas. Uma ótima opção para quem quer fazer apenas uma refeição rápida e descomplicada em qualquer horário do dia.

O Restaurante Praia abre suas portas para não hóspedes no excelente café da manhã, tem buffet de antepastos, saladas e sobremesas aos finais de semana, e novo menu à la carte com seção de pratos para compartilhar em família ou grupo de amigos. O Restaurante Fasano Angra dos Reis traz no jantar um menu italiano bem sofisticado, com ingredientes sazonais – e seu bar tem menu de drinks bastante criativo. A boa mesa do chef passa a estar disponível também no novo serviço de catering lançado pelo hotel para quem contratar um passeio de barco diretamente com o hotel.

O imenso Spa do Fasano Angra também trouxe novidades como os novos programas de bem-estar e estética, com até 3 dias de duração.

Clique aqui para ideias de como deixar a sua casa com jeito de hotel.

Foto: Mari Campos

Como provou-se que o distanciamento social máximo é a arma mais eficiente para tentar diminuir os contágios nesta fase, adiar nossas viagens é imprescindível neste momento. E nós do Hotel Inspectors já adiamos todas as nossas. Mas, quando esta situação toda passar, nós vamos querer e precisar viajar de novo – e é por isso que continuaremos falando de hotéis por aqui. Para inspirar, sonhar e também ajuda-los a planejar as próximas férias.

Salva esta coluna na sua wish list viajante para aproveitar as novidades do Fasano Angra dos Reis para uma bela e revigorante escapada quando este turbilhão passar 😉

LEIA AQUI a review completa do Fasano Angra.

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Como é o novo Juma Ópera em Manaus

Foram dez longos anos de espera, entre o começo do projeto e a abertura oficial das portas (ainda em soft opening) no último dia 2 de fevereiro. Mas, enfim, podemos contar aqui como é o novo hotel Juma Ópera, em Manaus, que está finalmente inaugurado – e nós fomos os primeiros a conhecer a nova propriedade!

Localizado na avenida 10 de Julho, o novo Juma Ópera fica bem diante do Teatro Amazonas, e é um hotel boutique de apenas 41 quartos que deve transformar de vez o cenário da hotelaria da cidade. Os bons ventos hoteleiros já tinham começado a soprar sobre a cidade desde a inauguração do ótimo Villa Amazonia, também no centro histórico (falaremos dele aqui na coluna mais adiante), mas a verdade é que o Opera trouxe um padrão hoteleiro para Manaus.

A convite do hotel, fiquei hospedada no novo Juma Ópera, em Manaus, ainda em fevereiro, durante seu período de soft opening. O complexo do hotel-boutique é formado por dois casarões tombados e restaurados, somados a dois outros prédios construídos do zero no mesmo estilo, com total harmonia externa entre eles. Boa parte dos quartos, o restaurante e também o imperdível rooftop têm vista desobstruída para o genial Teatro Amazonas, inaugurado durante o Ciclo da Borracha. 

CONFIRA AQUI A REVIEW COMPLETA DO NOVO JUMA OPERA, em Manaus.

O ousado projeto foi comandado pelo arquiteto Roberto Vinograd e incluiu fiação toda estruturada de forma subterrânea para que a fachada ficasse livre para ser devidamente apreciada.  A decoração tem projeto assinado pela arquiteta Debora Aguiar, especialista no conceito eco-luxury, com tons suaves nos móveis e objetos e muitos quadros e objetos indígenas pelas paredes e ambientes, como os balaios Baniwa, confeccionados artesanalmente pelos índios desta etnia a partir das folhas de arumã tingidas com urucum e trançadas uma a uma.

Ao todo, são apenas 41 suítes de diferentes categorias e tamanhos (entre 23m² e 66m², com pé-direito alto), no novo Juma Ópera, em Manaus. Todas elas contam com charmosos balcões, e a maioria tem vista para o Teatro. Os quartos têm decoração primorosa, em tons claros e aconchegantes, sempre com elementos amazônicos nas paredes – fotos e objetos em cestaria. Roupa de cama e banho são de excelente qualidade. De alguns dos quartos, é possível ver a cúpula do Teatro Amazonas até mesmo da cabeceira da cama.

Clique aqui para ler sete dicas para tornar suas viagens mais sustentáveis a partir de agora.

Não há água nem café/chá cortesia (tudo é cobrado no minibar e não há máquinas de café nos quartos) e a maioria dos quartos não é exatamente espaçosa; mas há boa funcionalidade em móveis acessórios, mesa de trabalho e armários. A internet grátis é de ótima qualidade, há bom isolamento acústico e os banheiros são bonitos, espaçosos e com bons secadores de cabelo. E a diferença de qualidade de serviço e conforto para o lodge do mesmo grupo na floresta é gritante.

A piscina instalada no rooftop do novo hotel Juma Ópera, com vista panorâmica de Manaus que chega até o rio e com o Teatro bem em frente, é realmente imperdível. Por enquanto restrita unicamente a hóspedes, é deliciosa, discreta, quietinha e com uma vista panorâmica realmente deslumbrante. Só não dá para esperar privacidade, já que o edifício mais alto do centro de Manaus fica logo atrás do hotel, com vista desobstruída para a piscina.

Conheça também o Juma Amazon Lodge, na floresta amazônica.

Foto: Mari Campos

Seu bar e restaurante Ópera, sob comando da chef Sofia Bandelak, já ficaram badalados na cidade: manauaras e turistas se encontram do café da manhã ao jantar no belíssimo restaurante de pé direito alto, com cúpula de vidro e vista para o teatro. O café da manhã ainda era bastante simples durante o soft opening, mas a ideia é passar a servir em breve (de acordo com a gerência do hotel) um bom serviço de buffet com pratos quentes à la carte.

O bar, anexo à recepção, criou uma carta bem empolgante, com drinks exclusivos voltados para ingredientes e sabores amazônicos – mas todos os clássicos estão também disponíveis, é claro. O bar atende também no charmoso terraço à frente do hotel, com petiscos e pratos rápidos, e a equipe de barmen (e barwoman!) é um encanto.

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O menu do restaurante Ópera, ainda que não definitivo nesta fase de abertura, ficou realmente excelente. Há pratos internacionais, mas a maioria deles reflete bem a riqueza e complexidade dos ingredientes e sabores locais. Tive a chance de, durante meus vários dias no hotel, provar diferentes pratos do cardápio e gostei muito de tudo que comi, de entradinhas à sobremesa. Os pratos mais inesquecíveis para mim foram o irretocável risoto de tacacá e o suculento pirarucu.

Há também uma academia e o hotel deve ganhar em breve nova recepção e entrada e também área de convenções. O hotel usa parcialmente energia solar no sistema de aquecimento e tem vários espaços revestidos por cerâmicas de vidro reciclado.

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