Como hotéis estão driblando a crise na pandemia

Já sabemos que o turismo é uma das indústrias mais atingidas nacional e globalmente pela pandemia do novo coronavírus. Também já sabemos que a reabertura completa dos hotéis hoje fechados virá cheia de modificações e novos investimentos para atender às novas exigências de saúde, limpeza e segurança que os novos textos exigem (dá para ver aqui como está sendo este processo de reabertura hoteleira nos destinos que já estão reabrindo para o turismo). Mas há hotéis driblando a crise mesmo em plena pandemia.

Afinal, nem só de espera ou investimentos em novos protocolos de limpeza vive a hotelaria de hoje, felizmente. A habilidade da indústria hoteleira em rapidamente se adaptar às necessidades e mudanças do mercado é notória, e não seria diferente neste momento. Algumas redes e propriedades estão investindo também em outras áreas, da alimentação à moda, para ampliar seu escopo de atuação – e estão driblando a crise do setor não somente agora, como também investindo em novas possibilidades para o futuro. 

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Foco na gastronomia

Nos últimos anos, o food tourism virou um componente chave na agenda dos viajantes. E diversas marcas do mercado de hospitalidade têm acompanhado com esmero e sucesso as inovações da cena culinária global, seja ao focar em oferecer sabores verdadeiramente regionais em seus restaurantes ou em fazer parcerias acertadas (ou colaborações) com chefs premiados. O grupo Hilton Hotels, por exemplo, é uma das redes de hotéis que estão driblando a crise gerada pela pandemia com a gastronomia: tem quatro chefs estrelados no Michelin respondendo por alguns restaurantes do grupo, de Michael Mina a Gordon Ramsay. 

Algumas propriedades vão além, construindo relacionamentos verdadeiros com artesãos locais, pequenos agricultores do entorno, produtores de vinhos, destilados e azeites etc, dando ainda mais autenticidade e sabor local ao que oferecem em seus menus. 

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Nestes tempos em que muitos dos hotéis reabertos – como já vimos neste texto aqui – estão trabalhando apenas com room service, nada mais importante que oferecer uma comida variada e verdadeiramente autêntica, que eleve a experiência do hóspede como um todo. Alguns hotéis ainda fechados devido à pandemia estão inovando na pandemia ao manter abertos seus restaurantes, agora operando para delivery e take away – como forma de manter a conexão com moradores e fornecedores locais justamente através da comida – e oportunidade de continuar gerando receita mesmo com o grosso das operações suspenso. E a máxima obviamente segue atual quando restaurantes estiverem livres para operar regularmente nos destinos nos quais estão inseridos – como já começa a acontecer em alguns países asiáticos e europeus -, servindo o melhor da produção local de maneira criativa, caprichada esteticamente e verdadeiramente engajada com a comunidade local. 

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Novos ambientes de trabalho

Numa situação sem precedentes como a pandemia da Covid-19, muitas propriedades e redes hoteleiras entenderam que a ideia de diversificar para multiplicar resultados é também saída para tempos de crise. A rede Accor, por exemplo, também está driblando a crise durante a pandemia através da diversificação: decidiu fazer uso dos quartos ociosos em seus hotéis com foco no mercado de trabalho – e o pioneirismo da execução veio justamente das propriedades brasileiras. 

O conceito de room office da Accor faz uso dos quartos ociosos para gerar nova opção de espaços de trabalho para quem está tendo dificuldades para se adaptar aos novos tempos de home office, exigido pela quarentena.  Num momento em que a maioria dos escritórios e espaços de co-working estão fechados devido à quarentena, a iniciativa começa com alguns resultados positivos. 

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Desde 15 de maio já é possível alugar um room-office em qualquer um dos 23 hotéis abertos das marcas econômicas, midscale e premium da Accor na cidade de São Paulo. Faço um destaque especial para o ótimo Mercure Jardins, de localização imbatível.

O modelo escolhido promete oferecer um local de trabalho adequado, privativo, confortável, silencioso e seguro, seguindo todas as normas sanitárias em vigor em tempos de pandemia, segundo a Accor. As camas foram retiradas e substituídas por mesas, cadeiras e sofá com design bem contemporâneo.

Os quartos remodelados são equipados com mesas, cadeiras, internet de alta velocidade, amenidades como café, chá e água e possibilidade de room service. Algumas propriedades específicas oferecem também a possibilidade de alugar equipamentos para reuniões online e até alguns equipamentos esportivos. 

Clique aqui para mais detalhes sobre o Room Office das redes hoteleiras.

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Crédito: Divulgação

Room office chega até hotelaria de luxo

A ideia principal foi permitir que os espaços físicos ociosos dos hotéis fossem utilizados para gerar algum tipo de receita. A criação do room office supre uma necessidade antes não imaginada por inúmeras pessoas que não estão conseguindo se adaptar ao home office em suas próprias casas. Não se sabe hoje se o modelo tradicional dos co-working com muitos participantes sobreviverá à Covid-19; por isso mesmo, o modelo proposto pela Accor é estrategicamente pensado para durar a longo prazo também. 

As reservas são diárias (período das 8 às 20h, por valores desde R$99, com check in, check out e pagamentos todos feitos virtualmente), mas há descontos para reservas semanais e mensais e membros do programa de fidelidade ALL seguem acumulando pontos e aproveitando os benefícios de seu status. Leia mais sobre a iniciativa aqui.

Em um tempo de home office com tantas restrições, e seguindo uma tendência em que várias redes hoteleiras já andavam transformando seus espaços públicos cada vez mais em espaços para socialização e co-working, a iniciativa tem mesmo tudo para dar certo. No caso da Accor, a iniciativa foi planejada para durar até julho e deve abranger pelo menos 100 hotéis no país (Curitiba deve ser a próxima cidade a ter modelo implementado nas propriedades da rede), mas já há rumores de que ela possa se estender parcial e indefinidamente se for mesmo bem sucedida. 

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A medida vai de encontro com outras mudanças que a rede já tinha planejado para alguns de seus hotéis. Num cenário pós-pandêmico, todos os andares térreos dos hotéis da marca Ibis, por exemplo, também devem se tornar grandes áreas comuns integradas, oferecendo diferentes possibilidades de experiências de ócio ou trabalho não apenas para hóspedes, mas também para moradores e frequentadores da região, ampliando as possibilidades de uso dos espaços físicos de cada propriedade. 

E importante: outros hotéis com diferentes targets, de outras redes ou mesmo independentes, já entraram com tudo nessa onda. É o caso, por exemplo, do descolado Guest Urban, em Pinheiros, São Paulo, que também já oferece room office em parte de suas instalações. Clique aqui para saber mais sobre a propriedade e seu formato de room office.

Diversos resorts do interior de São Paulo também passaram a usar sua estrutura de convenções para criar oportunidades de road office (e também de hotel schooling) para atrair mais hóspedes durante a semana, como conto neste texto aqui. É uma saída certamente interessante para atrair famílias com crianças em idade escolar fora dos finais de semana na pandemia.

E o room office chegou também às propriedades de luxo, com ainda mais conforto, mimos e intalações e serviço caprichados. O destaque neste segmento fica por conta do Fairmont Rio de Janeiro Copacabana, que também passou a oferecer o disputado serviço de room office no hotel – que conta, aliás, com a piscina mais bonita da cidade! Leia aqui mais detalhes sobre o Fairmont Rio.

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Mergulho no mundo da moda

E se moda e hotelaria já vinham há muito tempo flertando – vide tantos lobbys, suítes e amenidades assinadas por grandes grifes em diferentes propriedades -, algumas marcas resolveram aproveitar as adversidades deste período e seus hotéis estão driblando a crise durante a pandemia para fazer um mergulho definitivo nesta fusão de mercados. 

É o caso, por exemplo, da nova iniciativa dos Pellicano Hotels que, enquanto mantêm seus hotéis fechados devido à pandemia, criaram a plataforma de e-commerce e lifestyle ISSIMO. A nova plataforma foi completamente inspirada na riqueza em cultura, design e estilo italiana e promete reunir as melhores opções de compras de produtos e experiências ligados à Itália, de roupas e objetos de décor a comida e viagem. 

É possível assinar a newsletter quinzenal da ISSIMO, que contará com dicas de decoração, culinária e, é claro, moda italiana, além de dicas de viagem de todo tipo. 

Alguns dos hotéis da Pellicano Hotels devem reabrir suas portas em breve, como o icônico Il Pellicano, em Porto Ercole, na Toscana (e parte do portfólio da Leading Hotels of the World), que tem reabertura marcada para o final de junho.

Clique aqui para ler todos os nossos textos sobre hotelaria em tempos de pandemia.

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Piscina do hotel The One, em Lisboa

Como é se hospedar no Palácio da Anunciada, novo hotel de luxo em Lisboa

Os números de 2019 ainda não foram divulgados, mas as projeções indicam que Portugal está prestes a bater mais um recorde de visitantes, e passar dos 26 milhões. Lisboa dá sinais de que continuará em alta, e não apenas entre os brasileiros. Pelo contrário, somos considerados mercado em crescimento. A capital portuguesa vê surgir novas atrações; cafés, bares e restaurantes, e, claro, hotéis, de boutique a propriedades de luxo. Entre estes, uma das novidades é o The One Palácio da Anunciada, novo hotel de luxo aberto em Lisboa há menos de um ano.

Leia mais: Os novos hotéis de luxo previstos para 2021

Em uma localização central e com o selo da coleção L.V.X. da Preferred Hotels, o Palácio da Anunciada é uma construção da primeira metade do século XVI meticulosamente restaurada. Espere pisos em mármore, escadaria em pedra e tetos ornamentados. The One (não confundir com a marca americana 1 Hotels) é uma bandeira de luxo do grupo catalão H10 Hotels, que no total tem mais de 60 endereços na Europa e no Caribe (estes com a marca Ocean). Por enquanto, há apenas dois The One, um em Lisboa e outro Barcelona. O hotel na Catalunha foi um dos melhores do meu 2019, e ainda vou escrever mais sobre ele. Mas comecemos pela novidade lisboeta, onde estive no final do ano passado, a convite do hotel.

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Palácio da Anunciada, novo hotel de luxo em Lisboa

Localização

The One Palácio da Anunciada fica na Baixa, no Centro da cidade. Sua estreita rua calçada em paralelepípedos vai dar no Largo São Domingos e é paralela à Avenida da Liberdade. Comércio variado, teatros, bons restaurantes e tradicionais botequins de ginjinha estão por ali. Quinze minutos de caminhada, ou menos, pelas ruas comerciais da Baixa, e chega-se ao Chiado; ou ao Elevador da Graça, funicular do final do século XIX que leva ao Bairro Alto e ao Príncipe Real; ou à Praça do Comércio e ao Rio Tejo.

Leia mais: Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

Palácio da Anunciada, hotel de luxo em Lisboa: quarto da categoria deluxe no novo The One
Quarto da categoria deluxe no novo The One em Lisboa | Foto de Carla Lencastre
Quartos

Antiga residência abandonada, o palácio passou por um retrofit. Fotos nas paredes dos corredores e dos 83 quartos e suítes mostram o belo trabalho de restauração. As comodidades são do século XXI, como minibar com máquina de café expresso, tomadas ao lado da cama e na escrivaninha, Wi-Fi perfeito. Quartos em tons de azul e cinza têm decoração minimalista, com móveis de linhas retas, piso em madeira clara e pratos em cerâmica nas paredes. Banheiros em mármore rosa português têm amenidades Natura Bissé, grife de Barcelona. Há banheiras apenas em algumas suítes.

O quarto no qual fiquei, categoria deluxe, tinha cerca de 30 m², armário, escrivaninha com cadeira, mesa baixa em mármore e poltrona. Era de canto, no topo da construção, com teto inclinado e pequenas janelas, uma voltada para o pátio interno, outras para os telhados em frente. O décor, tanto nas acomodações quanto nas áreas comuns, é assinado pelo chileno Jaime Beriestain, celebrado designer de interiores baseado em Barcelona.

Palácio da Anunciada, hotel de luxo em Lisboa: pátio interno
O pátio interno do Palácio da Anunciada, construído no século XVI | Foto de Carla Lencastre
Áreas comuns

No belo jardim interno do Palácio da Anunciada, o paisagismo foi feito levando em conta um centenário dragoeiro. Fotos mostram a obra de engenharia que protegeu as raízes da árvore durante a reconstrução do hotel. A maioria dos quartos têm vista para esta área central, com um pátio com fonte e mesas sobre o piso em pedras portuguesas, onde se pode tomar café da manhã ou uma taça de vinho no fim de tarde naquela luz que só Lisboa tem. A piscina (foto no início do texto) é estreita, mas extensa o suficiente para nadar. Fica em um nível elevado, com vista para o jardim e as telhas dos vizinhos. Há um pequeno spa, ainda em fase de ajustes.

Leia mais: É seguro usar piscina de hotel durante a pandemia?

Gastronomia

O café da manhã tem um bufê, com diversos itens em pequenas porções individuais, e serviço à la carte. As mesas estão em belas salas contíguas, com tetos trabalhados, e no pátio. À noite, o local abriga o Condes de Ericeira, de alta gastronomia portuguesa. Pode ter sido coincidência, mas quando jantei lá não havia ninguém além do meu grupo. Fiquei com a sensação de que o restaurante é mais voltado para eventos privados, ainda que oficialmente seja aberto ao público em geral.

O simpático Jardim Wine Bar, ao lado, tem mais de vida. Há cafés variados de dia, drinques perfeitos à noite, vinhos portugueses, saboroso menu de tapas. O bar de vinhos e o restaurante oferecem o serviço mais consistente do hotel (há acertos a serem feitos na recepção, na arrumação dos quartos e no spa). O Palácio da Anunciada tem ainda o Boémio Cocktail Lounge, para funções particulares. Fica no térreo, na área que abrigava os estábulos da residência.

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Como é se hospedar no Kimpton Fitzroy, o primeiro da marca em Londres

Como é se hospedar no renovado Mandarin Oriental Hyde Park, em Londres

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Praia do resort Six Senses Con Dao, no Vietnã

O difícil adeus ao plástico nos hotéis

Somos viciados em plástico no nosso dia a dia. A indústria hoteleira também. É possível um grupo hoteleiro de luxo, com 18 propriedades em 14 países e em expansão, substituir o plástico nos hotéis tanto nas áreas visíveis aos hóspedes quanto nas invisíveis? E trabalhar com fornecedores plastic free? A rede asiática Six Senses pretende provar que sim em 2022. O objetivo é ambicioso. Em uma concorrida apresentação durante a ILTM Cannes (a maior feira de viagens do mercado de luxo, realizada mês passado na França), o CEO do grupo, Neil Jacobs, chamou a atenção para alguns dos obstáculos.

Adeus ao plástico nos hotéis: banheiro de uma suíte do novo Six Senses Kocatas Mansions Istanbul | Foto de divulgação
Banheiro de uma suíte do novo Six Senses Kocatas Mansions Istanbul | Foto de divulgação

Canudos e garrafas descartáveis são apenas a ponta dos icebergs de plástico nos oceanos. Na rede Six Senses, parte do gigante grupo britânico InterContinental (IHG), canudos deixaram de ser usados em 2016. Garrafas de plástico, na década de 1990. Mas como lidar, por exemplo, com fornecedores de alimentos? Reconhecido especialista em sustentabilidade na hotelaria de luxo, Jacobs deixa claro que não há solução fácil.

“A meta de ser plastic free em 2022 é audaciosa. Em alguns países, como no Vietnã, peixes e frutos do mar chegam em caixas plásticas. É assim que funciona a cadeia de fornecedores. Estamos trabalhando com comunidades e autoridades para propor alternativas. Compartilhamos as soluções com outras redes hoteleiras, caso elas se interessem. Sustentabilidade e bem-estar viraram palavras banais. Ativismo é importante. Mas fundamental é como você se comporta. Temos que fazer o que for necessário para tornar o planeta melhor. Você não precisa mudar o mundo, mas faça algo.”

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Leia mais: Covid-19 prolonga o uso de plástico descartável na hotelaria

Adeus ao plástico nos hotéis: uma das 50 villas com piscina e vista para o mar no Six Senses Con Dao | Foto de divulgação
Um das 50 villas com piscina e vista para o mar no Six Senses Con Dao | Foto de divulgação

O Vietnã é um dos grandes responsáveis pela poluição plástica do planeta, o que só aumenta o tamanho do desafio. O Six Senses Con Dao, em uma ilha a 45 minutos de voo de Ho Chi Minh City (a antiga Saigon), completa uma década no final deste ano. É um dos resorts mais sustentáveis do grupo e um dos principais eco-lodges do mundo. O hotel participa de iniciativas para proteção da fauna local e tem 50 pool villas construídas em madeira, com vista para o Mar da China. De lá chega o peixe fresco. Em caixas plásticas.

Ainda na ILTM, Jacobs foi a principal atração de um evento da IHG, no belo InterContinental Carlton, no qual mostrou outros exemplos de que ser plastic free vai muito além de banir canudos e garrafas. Várias amenidades encontradas em banheiros de hotéis de luxo foram apresentadas na versão Six Senses, como escovas de dente em bambu, cotonetes com haste em madeira e embalagens feitas em papel reciclado, tudo com o bom design que se espera de uma rede de eco-luxo.

Leia mais: Hotel carbono neutro, a hospedagem que não deixa pegadas

Há muito plástico em hotéis, e é difícil se livrar dele. Inclusive para a Six Senses, que tem sustentabilidade no DNA. Plástico é barato, é fácil de limpar, é leve. É conveniente para hoteleiros e para hóspedes. Seria um aliado se não destruísse o meio ambiente (e microplásticos ainda fazem mal para a saúde).

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As dificuldades das grandes redes para acabar com o plástico nos Hotéis

Cada vez mais viajantes de diferentes perfis se preocupam com jornadas sustentáveis. Para a Geração Z, que começa agora a viajar por conta própria, sustentabilidade pode ser inegociável. Semana passada, a publicação americana Skift, voltada para a indústria de viagens, fez uma reportagem sobre várias das dificuldades das redes hoteleiras para se tornarem plastic free. IHG, Accor, Marriott, Hilton, Hyatt, todas já anunciaram prazos, que talvez não sejam alcançados, para acabar pelo menos com os plásticos descartáveis. Em O Problema com as Promessas, as amenidades líquidas são um dos exemplos citados. Se o hotel escolhe uma embalagem maior de plástico, ela irá da mesma maneira parar no aterro sanitário ou, pior, no mar. Se a opção for por vidro, é preciso higienizar e reabastecer, o que demanda logística. É simples? Não. É possível? Sim. É necessário? Sem dúvida. Você pode ler o texto da Skift, em inglês, clicando aqui.

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O longo caminho da hotelaria no Brasil para acabar com o plástico nos hotéis

Se grandes grupos internacionais ainda parecem no começo de um longo percurso, não é diferente no Brasil. Há exceções, claro. Por exemplo, o Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, tem uma extensa história de ações sustentáveis muito antes de ser administrado pela Belmond. Mas redução de plástico em hotéis brasileiros ainda é algo distante da realidade.

“A venda da água em garrafas plásticas nos minibares nos oferece uma das maiores margens de lucro e não temos planos de mudar”, me disse há apenas alguns meses o gerente geral de um recém-renovado hotel de quatro estrelas na orla da Zona Sul carioca. Mas aqui e ali o cenário brasileiro vai se transformando. Apontamos alguns bons exemplos baianos no nosso texto da semana passada. Ainda que não mude o mundo, é alguma coisa.

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Fachada do Kimpton Fitzroy, hotel em Londres

Como é se hospedar no Kimpton Fitzroy, em Londres

Erguido há 120 anos para abrigar um dos primeiros hotéis de Londres com banheiro em todos os quartos, o impressionante prédio com fachada em terracota na Russell Square, em Bloomsbury, acaba de completar um ano como Kimpton Fitzroy. O nome homenageia o arquiteto Charles Fitzroy Doll, também autor da sala de jantar do Titanic. Fitzroy Doll encomendou duas esculturas idênticas de um dragão em bronze. Uma está na escadaria que começa no exuberante lobby em mármore do hotel. A outra foi para o Titanic. Um dos dragões se chama Lucky George (George o Sortudo). Fácil saber qual deles, não?

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O Fitzroy é o primeiro Kimpton no Reino Unido e o segundo na Europa com a marca americana, agora propriedade do gigante britânico da hotelaria InterContinental Hotels Group (IHG). Em abril de 2018, depois de reforma de 85 milhões de libras (cerca de R$ 440 milhões), o hotel reabriu como Principal. No mês seguinte, o IHG assumiu a administração da marca britânica e decidiu pelo rebranding, concluído em outubro do mesmo ano. Fiquei hospedada no Kimpton Fitzroy em maio deste ano, a convite do VisitBritain, órgão de promoção do turismo britânico.

O IHG comprou a Kimpton no final de 2014. O primeiro hotel europeu com a bandeira foi aberto em 2017, o De Witt, em Amsterdã. Este ano a marca chegou à Escócia, em Edimburgo e Glasgow. Manchester, na Inglaterra, terá o próximo. Todos estes quatro hotéis no Reino Unido eram Principal.

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Hospedagem no Kimpton Fitzroy, em Londres

Localização

O Kimpton Fitzroy fica em Bloomsbury, uma área mais tranquila de Londres. A estação de metrô de Russell Square encontra-se na esquina, a 150 metros. O Museu Britânico está do outro lado da praça, a cinco minutos de caminhada. Na mesma direção, mais 15 minutos levam à área de compras da Oxford Street. Do lado oposto fica Holborn, com bares e restaurantes. Chega-se em 15 minutos também à região renovada no entorno das estações de trem e de metrô de King’s Cross e St. Pancras, casa londrina do Eurostar.

Quartos

São 334 acomodações, com tamanhos entre 11 e 68 metros quadrados. Fiquei em uma suíte com vista para a Russell Square. Na primavera e no verão, o verde das folhas das árvores parece invadir o ambiente acolhedor, com decoração sóbria. Na sala, com tapete sobre piso em madeira escura, sofá de dois lugares, poltrona, mesa de centro e televisão, há bonitas edições de Jane Austen e Charles Dickens, máquina de café expresso e minibar. No quarto, a escrivaninha fica entre dois armários com cortinas em vez de portas. Espelhos ajudam a ampliar os ambientes.

O ponto alto é o banheiro em mármore branco, repleto de luz natural e com banheira separada do chuveiro. A Kimpton é inovadora em design de roupões de banho, mas os do Fitzroy são em estilo clássico.

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Gastronomia

O bar Fitz’s é o destaque. Com uma atmosfera extravagante e sexy, o ambiente escuro mistura antiguidades com plumas, sofás confortáveis em veludo com um globo espelhado de discoteca pendurado no teto. Os drinques são bons e servidos lindos copos. O bar é bem concorrido no início da noite, mesmo em dia de semana. Melhor reservar.

A tradicional wine hour da Kimpton acontece no restaurante Neptune, em tons claros de mármore, com bons vinhos e canapés. No dia em que lá estive, o gerente geral do hotel, Paul Walters, estava conversando com os hóspedes e querendo saber a opinião de todo mundo, em um ambiente descontraído.

O restaurante é especializado em frutos do mar e abre para almoço e jantar. Hóspedes também podem tomar o café da manhã ali. Em outro restaurante, o Palm Court, é servido o chá da tarde. Fica em um pátio interno com plantas e uma claraboia em vidro que deixa passar a luz natural. É um ambiente luminoso, que contrasta com as outras áreas do hotel, mais escuras. Há ainda um café em ambiente mais neutro e moderno, o Burr & Co.

Áreas comuns e serviço

Conhecia o edifício de outras idas a Londres, quando entrava no prédio histórico apenas para admirar seu interior. Cada área é mais incrível do que a outra. Há mármore nas imensas colunas, nas paredes, nos pisos em mosaico. O décor combina móveis clássicos com objetos de design, característica da rede, alguns à venda. Não há piscina nem spa. O serviço é informal e gentil, ainda que um pouco confuso nos bares e restaurantes. Estive lá apenas seis meses depois da abertura. Ajustes já devem ter sido feitos.

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Fachada do Mandalay Bay, Las Vegas

O que esperar dos hotéis econômicos da rede de franquias Wyndham

Maior rede de franquias hoteleiras do mundo e fornecedor líder de serviços de gestão de hotelaria, a Wyndham Hotels & Resorts, está mudando o visual de alguns de seus hotéis econômicos e midscale. Os dois segmentos formam a maioria do portfólio de 20 bandeiras e cerca de 9.200 hotéis em 80 países (incluindo o Brasil) de seis continentes, num total aproximado de 817 mil quartos. No fim do mês passado, a convite da empresa americana, participei de sua convenção mundial, realizada no renovado Mandalay Bay Resort & Casino (foto no alto), do grupo MGM Resorts, em Las Vegas. Tive oportunidade de ver o desenho de novos quartos e áreas comuns de algumas das marcas.

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Hotéis ECONÔMICOS da Wyndham têm novo desenho

Os hotéis construídos ou adaptados a partir de agora seguem os novos padrões. Os que já existem têm um cronograma de renovação. Ou seja, durante a fase de transição o hóspede pode ficar em um hotel reformado ou não. Como está acontecendo com os hotéis Marriott, para ficar apenas em um exemplo (você pode ler sobre as mudanças nos Marriott neste post).

A transformação mais significativa é no Days Inn, marca que completa 50 anos em 2020 e está em mais de 1.800 hotéis, a maioria nos Estados Unidos. No Brasil, há um Days Inn no Rio de Janeiro, na Lapa, Centro da cidade, e outro Days Inn em Linhares, no Espírito Santo. O novo design chama-se Dawn, ou amanhecer. A paleta de cores é mais suave e iluminada, com tons inspirados no sol nascente do logotipo da bandeira econômica.

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Outras duas marcas econômicas, Super 8 e Howard Johnson (esta última uma das mais fortes da empresa, lançada em 1954), também passaram por modificações recentes no desenho de seus projetos, assim como a midscale Wyndham Garden (há três unidades no estado de São Paulo).

O redesenho altera também o nome dos produtos. Todas as 20 marcas da rede agora estão associadas a Wyndham, em uma das maiores operações mundiais de mudança de nome. Ramada, por exemplo, marca midscale forte em todo o mundo e presente em oito cidades brasileiras, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, agora é Ramada by Wyndham. Tryp, de lifestyle, com duas unidades em São Paulo e uma em Belo Horizonte, é Tryp by Wyndham.

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Wyndham lança novo serviço de Wi-Fi para hotéis econômicos

Além da mudança no design, outra novidade importante para o hóspede anunciada durante a conferência é o Wyndham Wi-Fi. Partindo do princípio básico de que, para o viajante de hoje, internet rápida é tão importante quanto água quente no chuveiro do hotel, a Wyndham lançou um novo serviço para os hoteleiros, com soluções rápidas de internet. Como no caso do design, há um tempo, não anunciado, para que todos os franqueados assinem o serviço. Em meados de 2020, a Wyndham deve lançar ainda um aplicativo de reservas para celular redesenhado, no momento em fase de testes, que funcionará também como chave nos novos hotéis.

Leia mais: O que muda na limpeza dos hotéis com o novo coronavírus

A Wyndham é a líder de franquias na Grande China, área que engloba Hong Kong e Taiwan. Espere ver mais 500 novas franquias na região nos próximos três anos. A China se tornou o principal mercado para a Wyndham além dos Estados Unidos, com a maior rede Ramada fora dos EUA. No total, a área deve chegar a dois mil hotéis em 2022. A Wyndham também está se expandindo rapidamente no Sudeste asiático e na região do Pacífico Sul, hoje com 150 hotéis. Ainda este ano, serão abertos três hotéis na Tailândia, hoje com 11 propriedades. A Coreia do Sul ultrapassou recentemente os 40 hotéis, com três novos Ramada. Austrália e Nova Zelândia têm hoje 40 hotéis, e há outros 40 em desenvolvimento.

Na América Latina e no Caribe, a Wyndham deve fechar o ano com 250 hotéis. Para 2020, a perspectiva de crescimento é de 20%. No Brasil, onde a Wyndham está em 28 endereços de 17 cidades, um hotel se destacou durante a convenção mundial. O Wyndham Gramado Termas Resort & Spa ganhou o prêmio de melhor projeto do ano na categoria upscale. Você pode ler sobre a premiação do Wyndham Gramado clicando aqui.

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