Ilhas Cayman

Novo cenário da hotelaria de alto padrão nas Ilhas Cayman

Caribe é bom e a gente gosta. A conjunção de águas mornas, turquesas e cristalinas com praias de areia clarinha dá muito samba – e fica melhor ainda, é claro, em um belo hotel. Por isso mesmo, viajei agora em novembro à região para conferir pessoalmente o novo cenário da hotelaria de alto padrão das Ilhas Cayman.

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O arquipélago – com Grand Cayman, Little Cayman e Cayman Brac – ainda é pouco frequentado por turistas brasileiros, e frequentemente associado por nós à idéia de paraíso fiscal, offshores e afins desde os anos 1980. Para americanos e britânicos, principais nacionalidades que visitam o destino, trata-se de uma das mais “redondinhas” ilhas caribenhas: boa oferta de voos internacionais diretos, belas praias, boa mesa, bons hotéis. E a cena hoteleira local vem melhorando anualmente, com novas aberturas e, principalmente, grandes reformas em propriedades já existentes que andam dando o que falar.

Grand Cayman é a principal ilha do arquipélago das Cayman Islands e concentra a maioria de seus hotéis e resorts. A maioria das propriedades foca em famílias e em turistas de alto padrão; mas há ofertas desde orçamentos um pouco mais apertados até o ultra luxo, com boas opções também para quem procura romance ou sossego. 

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Novo cenário da hotelaria de alto padrão das Ilhas Cayman

Ao longo da minha semana completa na ilha, tive a chance de visitar distintos hotéis, condos e vilas. E listo aqui os que achei mais interessantes.

🛎 Palm Heights: meu favorito de todos os que conheci. Adoraria ficar hospedada ali em uma próxima viagem. Um hotel boutique lindo, discreto, charmoso, e ao mesmo tempo pop, cheio de design, arte e bom humor nos ambientes. O café da manhã à la carte, servido em frente ao inconfundível pequeno beach club de guarda-sóis amarelos diante do mar turquesa, é ótimo; casais, celebridades querendo sossego e solo travellers são frequentes ali.

CONFIRA valores e detalhes do Palm Heights aqui.

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🛎 Kimpton Seafire Resort: um hotel que foi uma enorme surpresa. Foi nele que fiquei hospedada a semana toda e é MUITO diferente (leia-se também MUITO superior!) a qualquer outro hotel da bandeira. Quartos enormes todos com varanda privativa, decoração caprichada, serviço compatível com hotelaria de luxo, ótimo beach club e dois dos mais gostosos restaurantes da ilha (recomendo muito um almoço à beira-mar no Cocaloba e um belo jantar regado a tapas espanholas no Avecita). E ainda tem uma belíssima infra para crianças, incluindo seu próprio mini parque aquático.

CONFIRA valores e detalhes do Kimpton Seafire Resort aqui.

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🛎 Ritz-Carlton Grand Cayman: um clássico na ilha que acabou de concluir uma mega reforma multimilionária (mais de US$50mi para renovação completa dos ambientes). Os muitos quartos (sao mais de 350) são pequenos em geral (exceto suítes, obviamente); mas as áreas comuns são lindas e fartas, não dando jamais a impressão de ser um hotel com capacidade para mais de 700 hóspedes). Tem complexo de piscinas, beach club exclusivo, campo de golfe próprio de 9 buracos, cinco restaurantes e belos (e novos!) bares interno e externo. 

CONFIRA valores e detalhes do Ritz-Carlton Grand Cayman aqui.

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🛎 Grand Cayman Marriott Beach Resort: tem boa infraestrutura com tarifas amigáveis para os padrões da ilha. Está concluindo uma enorme reforma que lhe presenteou com um lobby multi ambientes lindo, com diferentes opções descomplicadas para comer. Os quartos devem ser todos renovados em breve e tem ainda um pequeno e charmoso spa. Mas tem uma particularidade importante, que o hóspede precisa saber antes da reserva: sua faixa de areia foi completamente varrida do mapa por um dos recentes furacões; então não tem “praia” de fato. Seu “serviço de praia” fica instalado no deck das piscinas, com acesso direto dali ao mar. 

CONFIRA aqui mais detalhes e valores do Grand Cayman Marriott Beach Resort.

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O boom dos condos e vilas de luxo

Além da cena hoteleira, que contempla de hotéis e econômicos a propriedades de luxo, de unidades independentes a grandes redes de hospitalidade, Grand Cayman tem também cada vez mais opções de vilas e “condos”.

Esse modelo de hospedagem tem feito sucesso entre grandes famílias, sobretudo aquelas em viagem multi geracional, e grandes grupos de amigos. No sistema “condo” de alto padrão, o Rum Point tem belos apartamentos de até quatro quartos em um predinho baixo de frente para o mar, em uma das “pontas da ilha”. Há serviço de praia, serviço de hotel para todas as unidades e também um pequeno restaurante para refeições rápidas e café da manhã no térreo.

No sistema “private villas”, uma bela opção é o Black Urchin, um pequeno condomínio de imensas vilas de luxo com capacidade para até 18 pessoas cada. As unidades ficam bastante próximas umas das outras, mas têm estrutura completa de lazer, grandes cozinhas completas, salões de jogos, piscinas privativas com vista para o mar, esportes aquáticos, deck próprio para passeios de barco e uma equipe de concierges 24h in loco para providenciar qualquer serviço extra desejado (tours, chefs, compras, supermercado etc).

Dá para conferir detalhes da minha viagem toda pelas Ilhas Cayman no meu instagram @maricampos.

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Durante a viagem toda, utilizei o chip internacional de celular da O Meu Chip, um dos poucos a oferecer cobertura completa de internet nas Ilhas Cayman. Funcionou perfeitamente durante toda a viagem, inclusive num dia inteiro de passeio de barco. Há chips internacionais para os mais diferentes destinos neste link e o cupom MARICAMPOS dá pelo menos 15% de desconto em qualquer um deles. 

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O que há de especial na hotelaria das Maldivas

O turismo nas Maldivas é algo relativamente novo, com os primeiros resorts abrindo suas portas no país anos anos 1970. E há, indiscutivelmente, algo de especial na hotelaria das Maldivas. Hoje, a principal força motora da economia nacional é um verdadeiro fenômeno, com mais de 150 resorts operando no país, incluindo 20 novinhos em folha (como os ultra luxuosos Hurawalhi e Kudadoo) , que abriram suas portas neste 2019 (e diversos novos resorts já têm suas aberturas agendadas para os próximos cinco anos).

Com cerca de 1190 ilhotas espalhadas em diferentes atóis no oceano Índico, a beleza aquática das Maldivas é mesmo tudo aquilo que as brochuras dos hotéis prometem. As Maldivas têm das melhores possibilidades de avistamento de vida marinha do mundo, tanto debaixo d’agua quanto nos passeios de barco. O que torna relativamente fácil vender um destino que ainda é um dos mais caros do mundo – sobretudo por ser um destino que, com a mais baixa elevação do mundo e um ecossistema bastante frágil, é um dos mais afetados pelo aquecimento global e aumento do nível do mar.

SAIBA MAIS detalhes sobre hotéis nas Maldivas aqui.

A hotelaria que faz toda a diferença na viagem

Enquanto as temperaturas nas Maldivas são praticamente as mesmas o ano todo, a sazonalidade das chuvas deve ser rigorosamente considerada pelo turista. A melhor temporada vai de novembro a abril, mas é também a mais cara e cheia.

Quem não se importa em pegar um pouco de chuva durante sua estadia, pode apostar no meses de setembro e outubro, que costumam ter tempo mais estável e boas promoções na hotelaria. Mas a hotelaria nacional joga os preços pra baixo mesmo de maio a julho, que são indiscutivelmente os meses mais chuvosos. E, por isso mesmo, se esmeram tanto em oferecer a maior variedade possível em atividades e gastronomia – além de quartos de sonho – para manter o turista feliz mesmo quando o céu desaba lá fora.

CONHEÇA os dois hotéis com o melhor custoXbenefício das Maldivas

Nos últimos anos, o destino entrou em todas as listas de “lugares para visitar”das grandes publicações internacionais. E há mesmo algo de especial na hotelaria das Maldivas – é indiscutível. No fundo, ao comprar suas férias nas Maldivas, o turista está comprando especificamente sua estadia em uma destas mais de mil ilhotas. Está comprando um hotel determinado (já que a maioria se hospeda a semana toda no mesmo resort), muito mais que o destino em si.

A maioria destas ilhas é minúscula e ocupada por um único hotel ou resort, e é aí que a hotelaria desempenha um papel fundamental num destino. Durante sua hospedagem, tudo que você fará e consumirá, dos restaurantes aos passeios, será oferecido e gerenciado pelo hotel que você escolheu.

As melhores estruturas das ilhas

Em setembro passado, estive por duas semanas em quatro diferentes ilhas, três atóis e cinco diferentes resorts no país. Era uma viagem 100% em férias, mas eu queria mesmo entender o que há de tão especial na hotelaria das Maldivas. Os hotéis escolhidos para as duas semanas de encantamento foram o Soneva Fushi, o Anantara Kihavah, o Anantara Dhigu, o Anatara Veli e o Niyama Private Islands Maldives.

E ali o alto padrão de serviço da hotelaria, seja ela de luxo (Soneva, Kihavah e Niyama) ou equivalente a um 4 estrelas (como Dighu e Veli), já começa no aeroporto de Malé – todos eles contam com excelentes lounges para esperarmos nosso transfer, seja ele feito em lancha ou hidroavião, com transporte em carros e vans de luxo desde o terminal internacional do aeroporto. No caso dos resorts de luxo, os mesmos lounges podem também ser utilizados na volta, antes de fazer o check in para seu voo internacional de volta.

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A supremacia do Baa Atol

O grande destaque da viagem ficou por conta dos dois primeiros – Soneva Fushi e Anantara Kihavah , ambos no mesmo Baa Atoll e distantes menos de meia hora em lancha um do outro. Dois hotéis que têm não apenas localização privilegiada (foi neles que encontrei o fundo do mar mais espetacular da viagem, com ambas ilhas rodeadas de barreiras de corais impressionantes) como excelência em serviço, que se adapta rápida e muito eficientemente às mudanças climáticas e preferências dos hóspedes.

Nos dois resorts, pedi para trocar minha bicicleta por um triciclo como o dos funcionários para poder pedalar pelas ilhas e filmar e fotografar ao mesmo tempo e fui prontamente atendida – assim como duas hóspedes indianas que não pedalavam há muito tempo e estavam com medo.

Em um dia de chuva, em que todos os passeios externos (mergulhos, passeios de barco etc) foram cancelados, o pessoal do Anantara Kihavah criou rapidamente diferentes atividades dentro do resort ao longo do dia, como demostrações culinárias, aula de yoga e workshops com baristas, sem custos.

Além disso, sabem como poucos manter a excelência de serviço mesmo com ambientes muito relaxados, em que quase todo mundo anda descalço e bem à vontade o tempo todo. E têm imensos kids clubs (entre os maiores das Maldivas), com atividades ininterruptas para crianças de diferentes idades e adolescentes.

SAIBA TUDO sobre o Soneva Fushi aqui.

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Ambos hotéis têm também total comprometimento com conservação e sustentabilidade, sendo bastante estritos quanto a consumo e produção de lixo (uma questão seríssima no destino todo). Têm diversas posturas incríveis em relação à sustentabilidade. Garrafas plásticas, canudos plásticos e afins simplesmente não existem nestes hotéis, e hóspedes que (ainda) insistem nestes itens são polidamente “educados” do porquê tais objetos foram banidos dos resorts.

Com estruturas bem distintas – o Soneva é mais informal e tem apenas beach villas, enquanto o Anantara Kihavah tem um pouco mais de glam e divide a ilha em beach villas e surreais bangalôs sobre a água -, ambos hotéis também souberam muito bem dividir espaços e atividades para que todos os públicos (casais, famílias com crianças, grandes grupos de amigos, solo travelers) se sintam bem-vindos e respeitados o tempo todo. A gastronomia também é impecável em ambos.

SAIBA TUDO sobre o Anantara Kihavah aqui.

LEIA MAIS: como planejar uma viagem às Maldivas

Maldivas com jeito jovial e descolado

Mais trendy e com hóspedes em sua maioria entre 30 e 50 anos, o Niyama Private Islands Maldives, é um verdadeiro sucesso entre brasileiros. Ali a gente escuta português o tempo todo e até os funcionários se arriscam a usar algumas expressões em português, com muita informalidade.

Extremamente contemporâneo do décor dos quartos e (belíssimos) bangalôs aos restaurantes (tem até dois bares com ares de balada), é também o hotel queridinho dos surfistas (Gabriel Medina incluído!). Serviço muito simpático e cálido em todos os ambientes – sem abrir mão do jeito mais informal – e a melhor massagem que fiz na viagem toda.

Ocupando duas ilhas diferentes, é banhado tanto pelas típicas águas calmas e mornas das Maldivas de um lado como por ondas na medida para o surf de outro. O melhor dos mundos no mesmo hotel, já que agrada a qualquer tipo de viajante com suas praias.

SAIBA tudo sobre o Niyama Maldives aqui.

Os hotéis queridinhos dos brasileiros

Já a dobradinha Anantara Dhigu e Anantara Veli, literalmente vizinhos, distantes apenas um minuto de barco um do outro, é outro case de sucesso entre brasileiros. Os resorts quase gêmeos atendem super bem o hóspede que quer conforto mas tem budget mais reduzido, no melhor estilo pague um, leve dois.

Enquanto a oferta de hotelaria mais econômica (ou menos cara) nas Maldivas é imensa, mas vira e mexe com quartos e bangalôs maltratados pela umidade e que precisam urgentemente de renovação, este definitivamente não é o caso do Dhigu e do Veli, que renovam seus quartos e bangalôs com frequência.

É claro que não dá para esperar ali o mesmo nível de conforto nem a mesma excelência em serviço e gastronomia dos demais hotéis citados neste texto – até porque a diferença tarifária é bastante significativa por esta mesma razão. Mas ambos resorts cumprem bem a promessa de oferecer instalações bastante confortáveis, serviço simpático e refeições de qualidade, seja para casais em lua-de-mel ou famílias completas (o Veli é adults only, mas hóspedes dos dois hotéis podem fazer uso sem restrições das instalações do outro durante o dia).

LEIA MAIS: Porque Anantara Dhigu e Anantara Veli são os queridinhos dos brasileiros nas Maldivas

Falta neles um pouquinho de jogo de cintura para desenvolver novas atividades nos dias de muita chuva (peguei três dias bastante chuvosos por lá, sem nenhum tipo de atividade oferecida aos hóspedes). E também a bela área dos bangalôs sobre o mar fica comprometida durante estes dias de tempo ruim (pela posição onde está, venta muito quando chove e os carrinhos de golfe não conseguem chegar aos bangalôs, obrigando os hóspedes a se molharem caminhando em qualquer trajeto de ida e volta ao resort, mesmo à noite, antes e após o jantar).

Mas, atenciosos e muito queridos, encontraram, por exemplo, o chapéu que esqueci no check out e aproveitaram outra saída em lancha com hóspedes para me levar o chapéu esquecido ao aeroporto de Malé, antes da minha partida do país.

Mais do que em qualquer outro lugar, estrutura especial da hotelaria nas Maldivas e a qualidade de seu serviço fazem mesmo toda a diferença.

Leia mais sobre minha viagem para as Maldivas aqui.

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Sonhos de um bangalô em Bora Bora (e os desafios para mantê-los)

É difícil ficar indiferente à água azul turquesa da laguna de Bora Bora, a ilha mais famosa da Polinésia Francesa. Da janela do avião se vê as pequenas ilhotas, chamadas de motus, que cercam a ilha principal com suas linhas de bangalôs sobre a água. Parecem tentáculos de um polvo entre os corais da laguna. Dormir ao menos uma noite, se possível duas, em um bangalô em Bora Boras é desejo comum a turistas de diversas partes do mundo. Quem chega à distante ilha para realizar o sonho invariavelmente espera encontrar uma hospedagem de alta qualidade. E é neste ponto que os hotéis com bangalô em Bora Bora enfrentam hoje seu maior desafio.

O Monte Otemanu, símbolo de Bora Bora, 727 metros acima do mar | Foto de Carla Lencastre

Entre o final da última década do século passado e a primeira deste século, o turismo no Taiti e em outras ilhas do Arquipélago da Sociedade estava em alta. O impacto do 11 de Setembro foi sentido (americanos representam 1/3 dos visitantes) e os números despencaram. Voltaram a se recuperar nos anos seguintes, lentamente, e tiveram outra grande queda, ainda maior, no início desta década. O mundo e os turistas mudaram, surgiram novos destinos, o padrão de qualidade exigido hoje de um bangalô em Bora Bora é outro.

A Polinésia Francesa ficou mais ou menos no mesmo lugar. Sua beleza exuberante continua a mesma que fascinou o pintor Paul Gauguin no século XIX. Os hotéis seguem os mesmos de anos atrás. O Tahiti Tourisme, agência nacional de promoção do destino, começou a trabalhar no reposicionamento da marca. O número de visitantes chegou a 184 mil em 2017, um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior. Na virada do século, foram quase 260 mil. As redes hoteleiras voltaram a investir. Ainda há muito a ser feito em um bangalô em Bora Bora, inclusive no que diz respeito ao serviço.

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A cor desta água… | Foto de Carla Lencastre

Em uma viagem de duas semanas por quatro ilhas, deu para perceber o quanto a infraestrutura hoteleira está envelhecida, tanto no conceito quanto pelos efeitos físicos do tempo, como a maresia. No item serviço, muitos funcionários parecem desanimados. Em Bora Bora, parada obrigatória de qualquer turista que chega tão longe, conheci mês passado quatro hotéis, de quatro e cinco estrelas. Todos estão em motus em torno da ilha principal e com vista para o Monte Otemanu. O ponto mais alto da ilha, 727 metros acima do nível do mar.

Bangalôs overwater em Bora Bora | Foto de Carla Lencastre

Por fora, todos os bangalôs overwater são parecidos. A sensação de sair do quarto, descer a escada do deque privativo e entrar na água também é a mesma (ainda que debaixo d’água, de snorkel, seja diferente). É mais fácil identificar um resort pela vista do que pelo bangalô. Mas por dentro o estilo e o estado de conservação são diversos. Dos quatro hotéis visitados em Bora Bora, dois precisam de reformas urgentes para continuar no páreo. Outros dois têm feito o dever de casa.

Vista de um dos bangalôs do novo Conrad Bora Bora Nui | Foto de Carla Lencastre

O Conrad Bora Bora Nui, inaugurado ano passado, ainda tem cheiro de novo. No local funcionava um Hilton, que passou por uma reforma milionária para o upgrade de bandeira. Há bangalôs sobre a água, na praia de areias brancas e nos belos jardins. Com piscina privativa ou não. Alguns estão em uma colina com vista panorâmica.

Um dos quartos do Conrad na Polinésia Francesa | Foto de Carla Lencastre

A decoração é impecável. Tão neutra, elegante e cosmopolita que se as cortinas do quarto estiverem fechadas você pode se esquecer de onde está. É difícil encontrar um porém em um hotel deste nível, ainda mais recém-inaugurado. Se há algum é este: o quarto poderia estar em qualquer hotel de luxo mundo afora. O belo spa no topo de uma colina tem mais cor local, talvez porque todas as salas de tratamento tenham amplas janelas sempre abertas para a Polinésia.

Bangalô com piscina e vista para o Otemanu no bem cuidado St. Regis Bora Bora | Foto de Carla Lencastre

Outro bom exemplo hoteleiro de Bora Bora também pertence a um grande grupo americano: é o St. Regis Bora Bora, administrado pela Marriott International. Inaugurado há mais de dez anos, chama a atenção seu ótimo estado de conservação, graças a obras de renovação anuais, cada vez em uma área diferente do resort. Espalhado por três motus, o St Regis permite que o local se misture aos bangalôs. O ambiente é de uma casa de praia chique e descontraída. O resort é endereço de um spa com grife Clarins e de um restaurante assinado pelo estrelado chef Jean-Georges Vongerichten, o mesmo do paulistano Palácio Tangará, da Oetker Collection.

Atualização: O St. Regis Bora Bora estreou na categoria cinco estrelas do prestigioso Forbes Travel Guide na edição 2020, a primeira a abranger a Polinésia Francesa. O Conrad Bora Bora Nui foi listado como recomendado.

Leia mais: Os novos hotéis e spas cinco estrelas no Forbes Travel Guide

O lago de ninfeias do Pearl Beach | Foto de Carla Lencastre

As marcas do tempo se fazem notar em outros dois resorts, o Bora Bora Pearl Beach e o Sofitel Bora Bora Private Island. Ambos estão em cenários deslumbrantes, mas muito desgastados. E planejam reformas. O Pearl Beach, com um romântico spa em meio a um lago de ninfeias, pretende fechar para obras no final de 2019 e recomeçar.

Um dos bangalôs no jardim do Pearl Beach | Foto de Carla Lencastre

A reforma vai incluir o redesenho de todas as áreas comuns e dos bangalôs, atualmente bem ultrapassados, ainda que com simpáticos toques polinésios. A ideia é transformar o resort em um cinco estrelas (hoje tem quatro).

Atualização: Em outubro de 2019 o Bora Bora Pearl Beach Resort & Spa anunciou que reabria em abril de 2020 como um Relais & Châteaux. Com a crise da covid-19, a reabertura foi adiada para setembro de 2020.

Clique aqui para ler todos os textos sobre o impacto da covid-19 na hotelaria

Luz para atrair peixes à noite no Sofitel Private Island | Foto de Carla Lencastre

No Sofitel Private Island, o maior problema é dentro dos bangalôs, com madeiras descascadas, metais corroídos, portas que não fecham. As obras estão previstas para 2019. Agora em maio, a rede francesa AccorHotels vai começar a renovação da propriedade irmã, o Marara. É um resort de quatro estrelas na ilha principal em frente ao motu do Private Island.

E um novo dia amanhece em Bora Bora | Foto de Carla Lencastre

Outros famosos resorts em Bora Bora são Four Seasons, Le Méridien e InterContinental, este com duas propriedades na ilha. Se você visitou algum deles recentemente, compartilhe a opinião com a gente. A caixa de comentários é sua.

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