O novo Elora Mill no Canadá

Às vezes, pequenas maravilhas da hotelaria se localizam em destinos que não estão na wish-list generalizada de viajantes. Sou fã de cidades grandes assumida, mas sempre adorei encontrar , por exemplo, esses pequenos hotéis de charme localizados em diminutos vilarejos franceses e italianos, que parecem quase escondidos, tão longe das hordas de turistas. E foi assim que descobri o novo hotel Elora Mill no Canadá.

A minúscula Elora, uma cidadezinha de Ontário, Canadá, fica a pouco mais  de uma hora de carro de Toronto.  Pouco conhecida dos viajantes brasileiros, tem jeito de cidade cenográfica, com casinhas de madeira colorida, igrejas de pedra, charmosos cafés, restaurantes com jardins beira-rio. Mas o que sempre levou turistas para lá foram seus impressionantes cânions debruçados sobre os rios Grand e Irvine e suas pequenas piscinas naturais. 

O prédio do spa debruçado sobre o cânion. Foto: Mari Campos

Neste verão canadense, Elora ganhou uma verdadeira jóia da hotelaria: o Elora Mill & Spa, hotel boutique construído no local do antigo edifício do moinho da cidade, em pleno centro. Mantendo o edifício original de 175 anos, o hotel soube mesclar a propriedade histórica com um design elegante e contemporâneo e todas as facilidades dos viajantes do século XXI (incluindo muitas tomadas e entradas usb em toda parte).

Como a propriedade está localizada em um penhasco, debruçada sobre o rio e de frente para os cânions, quartos, bar, restaurante e áreas comuns ganharam imensos janelões do chão ao teto para que a espetacular paisagem que rodeia o hotel estivesse sempre à vista. No edifício anexo, as salas de tratamento do spa e a deliciosa piscina contemplam vista semelhante. 

Janelas do chão ao teto nos quartos para ninguém perder a vista. Foto: Mari Campos

Os quartos do novo Elora Mill, no Canadá, aliás, têm ainda mais atrativos que esse: são muito espaçosos e contam com imensos banheiros com banheiras tipo soak-in e amenidades de luxo, desde Nespresso e San Pellegrino cortesia aos espetaculares secadores de cabelo Dyson Supersonic. Como o foco do hotel são as escapadas românticas (e também o mercado de destination wedding), os quartos são cheios de detalhes nessa vibe, incluindo charmosas lareiras para o inverno. 

Detalhe do banheiro. Foto: Mari Campos

O café da manhã é servido em modo à la carte diariamente no único restaurante da propriedade – que, aliás, aberto todos os dias também para não hóspedes, é a melhor pedida também para a refeição de quem faz apenas um day tour de Toronto a Elora. Ingredientes fresquíssimos e pratos inspirados na culinária local, com atendimento de primeira. Tem tudo para colocar Elora no mapa de muito mais gente. 

Dá pra ler mais sobre aberturas recentes de hotéis que visitamos aqui e aqui e dá pra ler mais sobre meus pitacos a respeito de Elora e do Elora Mill aqui. 

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O novo Four Seasons São Paulo

O mercado hoteleiro de luxo no Brasil anda de vento em popa. Depois da abertura do esperado Fasano BH, a contagem regressiva para a abertura do primeiro hotel da rede Four Seasons no Brasil (parte do crescente portfólio do grupo na América Latina) está finalmente terminando: no próximo dia 15 de outubro, segunda-feira, a esperada propriedade brasileira do grupo abrirá oficialmente suas portas, quase às margens do rio Pinheiros. Mas nós já fomos conhecer em primeira mão o que o novo Four Seasons São Paulo tem de especial.

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Parte do Parque da Cidade, o hotel conta com 258 quartos e suítes e 84 residências distribuídos em um edifício de 29 andares em plena Avenida das Nações Unidas.  Por fora, o imponente arranha-céus parece apenas mais um do emaranhado de edifícios da zona financeira em que se encontra.

Mas basta cruzar a discreta porta de entrada do novo Four Seasons São Paulo para ver que o grupo conseguiu, e com esmero, dar uma alma brasileiríssima ao hotel. Projetado pelo escritório norte americano HKS Architects em parceria com os brasileiros Afalo e Gasperini Arquitetos, e com design do norte-americano BAMO, o novo hotel do grupo Four Seasons tem sotaque definitivamente paulistano. 

Linhas curvas por toda parte. Foto: Mari Campos
Elegância nos banheiros. Foto: Mari Campos

Projeto caprichado

O projeto logrou conciliar harmonicamente a estética internacional do luxo contemporâneo com os estilos de grandes nomes brasileiros das artes e da arquitetura, incluindo obras de Francisco Brennand, Burle Marx e Paulo Mendes da Rocha espalhadas pela propriedade.

Matérias-primas brasileiras estão também por toda parte, do mármore das áreas comuns aos revestimentos e móveis dos quartos – com direito a muita madeira, janelas que isolam completamente os ruídos externos, linhas sinuosas que lembram Niemeyer e até carpetes cujo design homenageia o vizinho rio Pinheiros. O Brasil só não aparece nas amenidades dos quartos, que utilizam produtos Christian Lacroix. 

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Apreço pela matéria-prima brasileira em cada detalhe. Foto: Mari Campos
Os carpetes que homenageiam o Pinheiros. Foto: Mari Campos

Embora a localização seja afastada das principais atrações turísticas da cidade, é visível a tentativa de criar uma importante conexão com o público local nas áreas comuns. Além disso, o hotel criou uma série de experiências exclusivas para hóspedes que queiram ir a fundo no destino – e diversas opções de compras, gastronomia e entretenimento estão a curta distância.

O segundo andar do hotel foi projetado para ser um oásis em meio à selva de pedra, com direito a jardins internos, spa BAMO, fitness center e uma piscina inovadora entre os hotéis paulistanos, com áreas interna e externa divididas por um vidro retrátil. 

Detalhe da piscina do spa. Foto: Mari Campos

Investida gastronômica

Mas a melhor sacada do hotel parece ser sua investida gastronômica, com o botequim-chic CajuSP e o restaurante Neto, ambos colados ao lobby – e separados por uma escadaria que sem dúvidas será uma das imagens mais icônicas da propriedade. Ambos testados e aprovados! 

O CajuSP seguramente movimentará a cena local na happy hour, incluindo no cardápio versões gourmet de clássicos paulistanos como bolinho de bacalhau, asa de frango etc e, é claro, uma série de signature drinks exclusivos. O design sinuoso bar foge do modelo tradicional dos bares de lobby e cria bons espaços de circulação e interação, sem intimidar de forma nenhuma o visitante que não esteja hospedado no hotel. 

Gastronomia ítalo-brasileira no restaurante Neto. Foto: Mari Campos

A cozinha do restaurante Neto (cujo nome homenageia os descendentes de imigrantes italianos em São Paulo) ficou a cargo do sempre excelente Paolo Lavezzini, ex- Fasano Rio, que supervisionará também o botequim e o room service.

Para o Neto, ele criou um menu tradicional italiano cheio de toques e releituras brasileiros, utilizando somente produtos locais – e em um ambiente que, apesar do serviço impecável do padrão Four Seasons, é absolutamente informal, incluindo grandes mesas comunais e alguns pratos do cardápio propositalmente criados para serem compartilhados. 

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Aproveitar a época de abertura para conhecer o hotel pode ter suas vantagens, já que eles estão anunciando diversas ofertas de inauguração. Para paulistanos que buscam uma staycation ou breve escapada, o Summer Love Romance Package pode ser boa pedida para um final de semana romântico.  A conferir. 

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Atualização: em 9 de novembro de 2020, a Four Seasons Hotels and Resorts anunciou que vai deixar a administração do hotel, fechado desde o começo da pandemia. Ainda não se sabe se outra rede assumirá a propriedade.

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Os hotéis mais esperados de 2018

Detalhe da piscina aquecida do novo Hyatt de Santiago. Foto Divulgação.

A ILTM Latin America, que aconteceu na semana passada em São Paulo, reuniu alguns dos maiores nomes do turismo de luxo internacional. Destinos, hotéis, serviços e operadores de mais de 65 países se reuniram com travel specialists, agentes de viagem, jornalistas e blogueiros do setor de 8 a 11 deste mês para discutir o mercado e as principais novidades do setor. 

A América Latina continua aumentando o número de viajantes de alto padrão provenientes de países como Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai – e, conforme levantamentos do setor, o montante que eles irão gastar em suas viagens também deverá ser cada vez maior. 

A hotelaria internacional foi destaque absoluto na feira, com muitos balanços e novidades para este ano e o próximo sendo anunciados em appointments, painéis e press conferences. O grupo Hyatt Hotels, por exemplo, anunciou suas seis aberturas deste ano (incluindo Bogotá, Lima, Santiago e Macaé), além de oito outros hotéis já em desenvolvimento nas Américas. 

Detalhe dos quartos 100% renovados do Mandarin Oriental London at Hyde Park. Foto Divulgação.

O grupo Mandarin Oriental trouxe como grande novidade o detalhamento de seu programa de relacionamento com clientes, Fans of MO, já em operação desde março e com grande potencial de destaque dentre programas do gênero. A conclusão da renovação do Mandarin Oriental Hyde Park após 18 meses de reformas, as 22 estrelas Michelin distribuídas em 15 hotéis do grupo e a aquisição e rebranding de hotéis em Santiago e no Caribe também estiveram na pauta trazida por Suzette Deveau, vice-presidente de vendas e marketing para as Américas. O grupo, que tem como meta inaugurar entre três e quatro hotéis por ano, deve colocar em funcionamento até o final do ano propriedades em Dubai, Beijing e Doha. 

A Marriott International Luxury Brands, que tem 8 marcas na hotelaria de luxo internacional (JW Marriott, St Regis, Bulgari, Ritz-Carlton, Ritz-Carlton Reserve, Edition, W e The Luxury Collection), chegou a 380 hotéis em mais de 60 países. Também trouxe o número mais impactante: a rede vai tão, mas tão bem, que abre um novo hotel a cada 14 horas! O ritmo aceleradíssimo faz parte da meta do grupo de acrescentar pelo menos 285 mil quartos ao seu portfólio até 2019 – incluindo os programas líderes da indústria de hospitalidade, Marriott Rewards, The Ritz-Carlton Rewards e Starwood Preferred Guest, que agora somam mais de 100 milhões de membros.  Novos hotéis em Paris, Los Cabos, Beijing, Abu Dhabi, Bangkok, Bodrum, Barcelona, Panamá, Brisbane, Dubai, Costa Rica e até em plena Times Square também foram anunciados. Além disso, sua The Ritz-Carlton Yacht Collection, operação única no mercado hoteleiro, em um projeto que vai de vento em popa – e deve chegar a três iates até 2020.

Detalhe do novo Four Seasons Seychelles, aberto neste ano. Foto Divulgação.

O grupo Four Seasons Hotels and Resorts, líder mundial na hotelaria de luxo, confirmou durante a feira a esperada inauguração do seu primeiro hotel no Brasil, passo fundamental para a expansão da rede na América Latina. O Four Seasons Hotel São Paulo at Nações Unidas abrirá suas portas em outubro próximo (com direito a um bar aberto para o lobby que promete ser o novo hot spot para encontros de turistas e paulistanos).  O projeto ainda conta com 84 Four Seasons Private Residences, as primeiras do grupo na América do Sul.

A rede divulgou também quais são seus dez hotéis mais procurados por hóspedes brasileiros no exterior (Lisboa, Orlando, Nova York, Paris, SurfClub, Miami, Milão, Vail, Florença e Beverly Hills) e anunciou novas aberturas em 2018 (Atenas, Philadelphia, Kuala Lumpur e Bengaluru), além de futuras propriedades a serem inauguradas nos próximos anos em Bangkok, Boston, Belize, Fort Lauderdale, Los Cabos, Madri, Montreal, Napa Valley e Nova Orleans.

 

 

 

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Crystalbrook: nasce uma nova rede hoteleira

O ambicioso projeto do rooftop do Riley. Foto: divulgação

O executivo (e bilionário) sírio Ghassan Aboud resolveu recentemente criar uma rede de hotéis a partir do zero. Primeiro, seu GAG (Ghassan Aboud Group), com base em Dubai, resolveu comprar o Crystalbrook Lodge, em Chillagoe, na Austrália. O luxuoso e premiado lodge, que faz parte da seletíssima associação Luxury Lodges of Australia, lhe despertou o gosto pela indústria hoteleira. 

Empolgado, comprou também o MV Bahama, um luxuoso iate para charters que fica ancorado em Port Douglas, às portas da Grande Barreira de Corais. Deu tão certo que resolveu então incluir a própria marina toda de Port Douglas ao seu portfólio. E foi daí que veio a ideia de não parar mais: comprou hotéis decadentes em Cairns, derrubou e começou a construir novas propriedades a partir do zero. Foi assim que Aboud fez nascer a Crystalbrook Collection, uma novíssima rede de hotéis que lançará um novo hotel por ano em Queensland até 2021 – e já tem planos de ir bem mais além depois disso, abrindo novos hotéis provavelmente também em Sydney e Melbourne.

A proposta dos novos hotéis – todos a serem lançados como propriedades quatro e cinco estrelas – é bem interessante: cada um deles será focado num estilo diferente de viajante e estarão localizados no CBD de Cairns, a menos de 10 minutos de caminhada um do outro.  Aboud diz que escolheu investir tão pesado em Cairns porque nenhum novo hotel foi construído na cidade nos últimos 20 anos por ali (e, cá entre nós, Cairns precisa mesmo desesperadamente de um makeover na imensa maioria de seus hotéis atuais). 

O projeto da entrada do Bailey. Foto: Divulgação

O primeiro hotel, a ser aberto já no segundo semestre deste ano, é o Riley. Com o slogan “living the moment”, será sofisticado e com estilo resort, com quatro restaurantes e bares (incluindo um ambicioso rooftop 42 metros acima do nível do mar), 311 quartos e suítes, um enorme spa, lagoon pool e praia privativa.  

O Bailey, previsto para começar a operar na metade do ano que vem, terá o slogan “the thoughtful arty one” e terá design moderno, inovativo e, é claro, com foco no mundo das artes. Menor, virá com 220 quartos mais compactos e estilosos.

O Flynn, com slogan “the wild-child”, será focado nos millennials e também terá 311 quartos e suítes, previstos para começarem a operar no primeiro semestre de 2020. No projeto, bares dinâmicos, opções de alimentação com jeito de street food e um imenso wellness centre com direito a andar exclusivo para yoga e meditação.

Detalhe de um dos banheiros do Flynn. Foto: Divulgação

E, por último (por enquanto!, como gosta de frisar Mr. Aboud), virá o Harper, o mais luxuoso e exclusivo de todos eles, com apenas 125 quartos e restaurantes focados em alta gastronomia.

Aliás, gastronomia será um dos pilares do grupo: a Crystalbrook afirma que terá diferentes opções em bares e restaurantes em todas as propriedades para que as mesmas sejam espaços importantes de lifestyle em seus destinos também para turistas que não estejam hospedados por ali. Vale ficar de olho. 

 

 

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A nova flagship dos W Hotels

Um dos impressionantes murais do W Bellevue. Foto de Mari Campos

Criada a partir da chamada “bold attitude” (ousadia) da cidade de Nova York, a bandeira W Hotels da Marriott International sempre provocou, desde seu surgimento, uma disruptura com o cenário da hospitalidade upscale internacional. Do seu icônico botão de serviço “whatever/whenever” para atender o hóspede em qualquer circunstância (hoje marca registrada na hotelaria) ao design bastante provocativo, ao longo de quase duas décadas (e mais de 80 hotéis depois) a marca continua rompendo regras do luxo tradicional na hotelaria em todos os sentidos.

No comecinho de março estive em Seattle, onde a nova flagship da marca foi lançada: o W Bellevue, inaugurado no segundo semestre de 2017, ficou mesmo um espetáculo – e não poderia ser mais diferente do W Seattle, a meros 20 minutos de distância, perfeitamente localizado no centro de Seattle, mas com alguns quartos precisando urgentemente de um extreme makeover.

Fui convidada a me hospedar no novo hotel e gostei muito do que experimentei. O novo W Bellevue tem 245 quartos e design inspirado em uma lake house do noroeste americano – o que justifica, por exemplo, o repetido uso dos tetos A-frame. Mas o jogo de texturas e formatos nos móveis de design e a combinação de cores nos imensos murais nas paredes em quase todos os cômodos não poderia ser mais iconicamente “W”. Aliás, tudo ali combina muito com a nova bossa de Bellevue, um dos destinos dos arredores de Seattle que mais rápida e charmosamente se desenvolve, virando um novo hub de compras, gastronomia e vida noturna para moradores e turistas que visitam a região.

O design do hotel abraça sem pudores a história regional e as belezas naturais que o rodeiam (inclusive nos imensos murais de artistas renomados como Gaia, Lady Aiko e Zio Ziegler), sem abrir mão das inovações tecnológicas nos quartos e nas áreas comuns (tomadas mil, entradas usb mil, tudo se conecta o tempo todo, uma maravilha). Os murais mesclam backgrounds regionais e internacionais, em ambientes que brincam o tempo todo com a ideia de privado e público, grandes espaços e lounges intimistas.  O staff é super jovem e relax, mas ao mesmo tempo extremamente pontual e profissional (fiz ali um dos mais rápidos check-in e check-outs do últimos tempos).

Da recepção ao chamado Living Room (que é quase um playground para o viajante moderno!), o elemento lúdico está em alguns murais com jeito de cartoon, em uma cabine de DJ e mesas de jogos instaladas em meio aos sofás e pufes do super sexy  lounge bar  (com música animada o tempo todo, é claro). Todo esse lado posh contrasta com a sala chamada de “biblioteca”, de cores claras, poesia nas paredes, sempre silenciosa. E há ainda um imenso terraço externo, com móveis que vão de sofás tradicionais à beira da lareira à adoráveis balanços de vime.

Detalhe do quarto do W Bellevue, vista cidade. Foto de Mari Campos

Os banheiros públicos do primeiro andar, apesar de serem identificados por gênero do lado de fora, se fundem todos no mesmo espaço unissex do lado de dentro.  Os corredores dos quartos são adornados com fotos enquadradas de lake houses da região e o design dos quartos continua misturando o sexy (como nos boxes transparentes em banheiros completamente abertos para os quartos) com o lúdico (como no formato da cômoda, cujas gavetas foram propositalmente construídas como se estivessem sido deixadas abertas) – e vista para o lago ou para o skyline de Bellevue, com direito a sofazinho para contempla-la. A academia é gigante e completíssima, e os hóspedes também recebem fones de ouvido e três mapas de corrida diferentes pelo bairro, com diferentes distâncias a percorrer. Mas não há spa.

Na gastronomia, o The Lakehouse é acessível tanto da recepção do hotel quando do mall adjacente e, sob o comando do chef Jason Wilson (vencedor do James Beard), investe pesado no conceito de “farmhouse” da região Northwest dos EUA. Os pratos vêm sem frescuras, mas bem saborosos, e o ambiente é delicioso. É no Lakehouse também que é servido o café da manhã do hotel (à la carte). O downside fica por conta do serviço de quarto, bastante limitado.

No térreo, e também comandado por Wilson, o interessante e discretíssimo Civility & Unrest é um speakeasy lounge que fica escondido atrás do mural gigante de Gaia à entrada do hotel. Vale entrar sem medo, que a mixologia é assunto seríssimo por lá (e o local ganha ares de balada nos finais de semana).

Sou fã de carteirinha de algumas unidades do W, principalmente as que brincam com essa vibe lúdico+sexy, como Santiago, no Chile, ou Verbier, na Suíça. Mas no W Bellevue mesmo ficou claríssimo, já à primeira vista, porque ele passará a ser o flagship da bandeira – inclusive pelo serviço realmente cinco estrelas que, sejamos bem francos, não é todo W que tem.

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