COMO ESTÁ A GESTÃO DE CRISE DA AVIANCA BRASIL? Part 2

No fim de janeiro escrevi aqui em minha coluna no portal PANROTAS sobre como estava a gestão de crise da Avianca Brasil, frente a todos os problemas encontrados pela companhia, texto que teve muita repercussão. De lá para cá, muita coisa aconteceu, para pior. A empresa pediu recuperação judicial, perdeu a batalha das aeronaves para as empresas de leasing, cancelou rotas, um verdadeiro caos instalado em uma das principais aéreas do país, inclusive,ontem, dia 25, anunciou o cancelamento de mais 159 voos em aeroportos de todo o país. Mas, e a gestão dessa crise toda, será que evoluiu?

Vou tentar ser direto, pois essa história é muito dinâmica, pelo menos para as perdas da Avianca, já para os clientes e funcionários demitidos, o processo é bem moroso. Porém, de janeiro até agora alguns canais de comunicação foram adequados para responder o público.

Como está o site?

Em janeiro, a crise nem passava perto do portal da companhia, inclusive, na época,  o último release na área de imprensa era falando de um novo voo direto de Guarulhos para Miami, algo surreal. O blog cumpria seu papel de ação de branded content, com conteúdos sobre viagens e afins. Na home, nem sinal do iminente cancelamento de rotas.

Hoje, as coisas estão diferentes, já existe, logo na home, uma chamada sobre o cancelamento dos voos, e ao clicar no “botão” disponível, o usuário é levado para uma página com informações sobre rotas canceladas e procedimentos a serem tomados. Na área de imprensa, o famigerado release que falava do voo de Miami para Guarulho sumiu, agora o foco está no contato com o time de assessoria. Já o blog continua em seu mundo mágico das dicas de viagem, cumprindo seu papel na ANTIGA estratégia de branded content.

Redes Sociais: o inferno no mundo digital

Meses atrás, o pessoal do SAC 2.0 estava totalmente perdido, sem saber o que dizer para um público que já estava desesperado. Não sei de quem eu tinha mais dó, das pessoas que se sentiam lesadas ou do profissional que tinha que explicar o inexplicável. Fora isso, havia uma nota de esclarecimento, porém de dezembro.

Enfim, hoje, não tenho acesso aos números de atendimentos do SAC via telefone da Avianca, mas me atrevo a dizer que nas redes sociais a procura pode ser maior. O último post feito no Instagram foi em 26 de fevereiro, já no Facebook, dia 18 de abril saiu um comunicado sobre os voos no feriado da Páscoa. Uma conduta assertiva, afinal tenho a impressão de que qualquer publicação feita nos perfis da marca, que não seja estritamente relevante para a gestão da crise, só servirá para receber mais “enxurrada” de reclamações.

Outra estratégia da Avianca tem sido canalizar todas as respostas para reclamações das redes sociais no Facebook, o que é melhor para a organização do time de SAC 2.0, afinal, reduzem o perímetro de atuação em um universo totalmente pulverizado. Mesmo assim, o time não tem conseguido dar vazão a tudo, por mais que estejam se esforçando. Abaixo coloco alguns prints que tirei das redes da empresa.


Minha conclusão sobre a gestão de crise da Avianca

Por mais que tenham evoluído, ainda estão devendo muito respeito ao público. Como é possível ver nos prints, as pessoas estão desesperadas por contato, recorrendo às redes sociais como última chance de terem um retorno.

Ainda sinto falta de um tomador de decisão, o presidente ou algum porta-voz, dialogando diretamente com as pessoas, porém, como disse em meu último artigo, o que dá a entender é que nem quem está na “casa” hoje quer colocar sua cara para se “queimar” no mercado, ainda mais sem saber para onde a empresa vai. Afinal, mesmo em recuperação judicial, ela pode, sim, se recuperar, ser vendida ou falir de vez. Ou seja, são muitos “poréns” em uma história extremamente complexa e que envolve o sonho de muita gente.

Como cliente da Avianca, profissional de Marketing e de Turismo, a única coisa que eu espero é que tudo se resolva da melhor forma, com menos perdas possíveis para os clientes e para as famílias que dependem da aérea.

Quem é você avaliando a nova marca da Decolar?


No começo do mês, a Decolar, maior distribuidora de viagens da América Latina, divulgou o resultado de uma mudança parcial em sua marca, por enquanto foi divulgada uma identidade visual e um novo slogan, visando deixar a marca mais moderna e próxima do público. E como era de se esperar, a mudança gerou uma verdadeira enxurrada de opiniões dos fãs e críticos, que se dividiram entre declarações positivas, apoiando o progresso da empresa, e negativas, com uma espécie de saudosismo e apego ao antigo formato. E é com a indagação do título que começo essa meu artigo. Quem é você avaliando a nova marca da Decolar?

Antes, é importante contextualizá-los do que levou a empresa a mudar sua “cara”.  A Decolar é a filial brasileira da empresa argentina Despegar, que está há 20 anos no mercado, tendo um expressivo crescimento, principalmente na última década. Essa mudança de marca vem para determinar um marco para a instituição depois dessas duas décadas e prepará-la para o futuro.

Para me ajudar a responder a pergunta do título, eu conversei muito com a especialista em branding, minha amiga/sócia no portal Mochilaí, Dani Biondi, que fez uma análise muito sensata. “A  Decolar apareceu com uma cara mais moderna, se desprendendo de todos os aspectos antigos que carregava visualmente, desde das cores até os elementos do avião e a campainha. A tipografia também foi modificada, juntamente com a retirada do ‘.com’, uma estratégia bem pensada, já que hoje temos outras plataformas de vendas. Com isso, a marca ganhou um tom mais genérico, o que facilita sua aplicação nos meios de comunicação, mas tira toda a lembrança de viagem que levava no logo antigo, o que nos dá a sensação de ser igual as outras marcas que também fizeram seu redesign recentemente.

Eles ainda prometem mais novidades nos próximos meses, mas no site, já conseguimos ver uma melhoria tanto visualmente como na navegação, que ficou mais intuitiva e agradável” .

Enfim, depois de pesquisar e pensar muito,  vejo que na “fila do pão” dos que avaliam a mudança eu sou o “progressista”, quem já via a necessidade de uma mudança que realmente transmitisse a imagem de uma empresa do tamanho que é, mas, acima de tudo, que dialogasse com seu público, se aproximando e fazendo aquilo que tem vocação, que é muito mais do que oferecer tudo para a sua viagem (como dizia o antigo slogan), mas dar condições para seu público viver viajando e ter experiências positivas no mundo (assim como o atual se coloca), pois é com essa mentalidade que você consolida uma grande marca junto ao mercado, junto aos seus fãs.

Hoje, vejo que as mudanças, se bem aplicadas (pois não adianta nada criar atributos e identidade com significados lindos e não vivê-los no dia a dia), creditam a Decolar para não só manter sua ascensão como business, mas também tornar-se uma brandlove.

E você, é o progressista ou o saudosista na “fila do pão” dos que avaliam a nova marca da Decolar?

Como engajar meu time em torno de um propósito?

Em meu último texto, abordei muito o tema causa e, consequentemente, qual é o propósito que move uma marca. E, falar de propósito tem se tornado cada vez mais necessário hoje em dia, afinal, mais que uma forma de diferenciar seu negócio no mercado e impactar seu consumidor, é o que move a instituição em torno de algo que vai muito além do serviço ou produto que oferece e do “frio” resultado comercial e financeiro.

Porém, o propósito não deve ser visto somente como uma construção colocada em um slide de apresentação ou um post que vai para a rede social. Ele deve refletir o espírito da instituição, o que move, a cada dia, não só seus fundadores ou líderes, mas toda a equipe. Afinal, uma empresa é feita de pessoas, portanto para ter uma marca pulsante, deve-se ter um time que realmente acredita e vive essa diretriz.

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Mas, isso não é fácil, então vou colocar alguns pontos que acho relevantes para engajar o time em torno de um propósito.

  • Transparência: o propósito da marca precisa ser verdadeiro, pois da mesma forma que seu consumidor não acredita em empresas mentirosas, sua equipe não vai “levantar a bandeira” de algo que eles sabem que não condiz com a realidade.
  • Comunicação: toda pessoa precisa entender e se identificar com o contexto social no qual está inserida a instituição em que participa, para que sua atuação faça sentido.
  • Inspiração: os líderes precisam ser os primeiros agentes mobilizadores de um time. Se a liderança é falha, o time é falho. Portanto, é extremamente necessário que quem está à frente da equipe, seja inspiracional e leve o propósito na “ponta da lança”.
  • Colaboração: um time precisa ser colaborativo, e isso se aplica a todo seu universo e cadeia, portanto, condutas individualistas não devem ser toleradas. E isso se aplica à fixação do seu propósito, pois ele deve ser feito e disseminado de forma colaborativa por todo o time.

Além disso, ações de “contaminação” (que são atividades de impacto) devem ser realizadas com todos na organização, assim como a manutenção dos valores,  atributos e propósito da marca.

Seguindo a conduta acima, tenho certeza que você terá um time que vai sempre acreditar naquilo que a marca prega e busca, pois mais do que uma imposição, estamos falando de um reconhecimento. Assim que as pessoas se reconhecem no propósito, a estadia delas na empresa passa a fazer todo o sentido para suas vidas e isso é realmente sensacional. Mas, faço mais uma vez um alerta importante: a transparência precisa ser levada ao extremo, afinal não existe engajamento dentro de mentiras.

Espero que tenham gostado do tema de hoje, vamos continuar nossa conversa. Deixem um comentário ou entrem em contato. Até a próxima.