ENQUANTO SEU PÚBLICO LHE PROCURA VOCÊ SE ESCONDE. É ISSO?

Essa  semana eu estava trabalhando, tocando algumas demandas da minha agência de marketing e do Mochilaí, meu portal de conteúdo para  turismo, quando recebo a newsletter “Think With Google” , do canal de tendências de consumo do Google (se você não o acompanha está perdendo tempo). O título era “Quem viaja quer ajuda. Cadê sua marca nessa hora?”. E de cara chamou muito a minha atenção, pois trata-se de um questionamento que me faço todos os dias. Por que, com raras exceções, as marcas que fazem o turismo acontecer, são tão omissas na hora de falar com o público?

O texto era assinado por Aline Prado, Marketing Insights Lead for Travel do Google, e falava sobre o panorama atual da indústria de viagens no Brasil. Ou seja, a cada momento minha expectativa aumentava. E não me decepcionei. Corroborou com minha fala e com o que eu imagino para o futuro das marcas de turismo.

No Brasil, temos cerca de 235 milhões de smartphones ativos e eles viraram verdadeiros assistentes pessoais de seus usuários. Afinal, quem não dá um Google, olha o Face, o Insta, o Whtas ou o portal  PANROTAS, a todo o momento. Se falar que não, é mentira e mentir é feio. Afinal, as pessoas olham, em média, 183 vezes por dia para a tela do seu celular. E com certeza não é só para ficar tirando selfie.

E isso, com certeza se reflete no Turismo. Segundo pesquisa do IBOPE, 85% dos viajantes brasileiros têm acesso a internet, o que dá mais de 53 milhões de pessoas. Segundo o dados internos do Google, em 2017, 1 bilhão de buscas foram relacionadas a viagem, e pasmem, 56% delas foram feitas via smartphone.

E é nesse nicho que as marcas de turismo precisam agir. Se pensarmos na jornada de compra do consumidor de viagem, de uma forma bem superficial, podemos dizer que temos o planejamento, compra e pós-compra. Porém, é no planejamento que as empresas devem estar muito próximos desse público, para contribuir na decisão de compra. Mas, é justamente ao contrário, nota-se que o contato é feito somente na compra direta e no pós-compra, tentando uma fidelização. E isso é apontado como um “gap” na relação marcaXconsumidor.

Portanto, é muito importante trabalhar estratégias de Branded Content e Marketing de Conteúdo, visando atuar em todas as etapas da jornada de compra dessas pessoas. E nada melhor do que tangibilizar isso, criando canais de comunicação e conversas com as pessoas. Seja através de estratégias bem definidas com produções em  blog, e-books, vídeos, e-mail, etc.

Mas, é preciso olhar com mais carinho para como as marcas estão falando com as pessoas. Não adianta mais simplesmente achar que o anúncio com o preço do seu produto ou serviço vai dar certo. É preciso ser relevante, gerar opinião, pois só assim se será lembrado.

Branding é balela! O que eu preciso é vender mais

Sim, em minha pequena trajetória de 10 anos, já ouvi de certos tomadores de decisão que “esse negócio de branding é mais uma invenção dos marketeiros. O que faz acontecer mesmo é a venda”. De certa forma, a concretização de muitos business é sim a venda de um produto ou serviço, mas uma coisa que poucos lembram é que antes disso o consumidor precisa decidir comprar de você. E, por isso, em um mundo tão competitivo como o nosso, que a empresa precisa ser lembrada, desejada e diferenciada em meio aos concorrentes. E é aí que entra o branding.

Brand…o quê? \o/

Vou tentar ser sucinto, primeiramente, branding não é marketing e um não vai matar o outro (podemos falar sobre isso no futuro). O branding é uma estratégia que visa fazer a construção e gestão de uma marca, em todos os sentidos: sua identidade visual, a forma que você se posiciona no mercado, a maneira que você atende seus clientes, entre outros. Vai muito além do logotipo. Apesar de inconscientemente, algumas empresas fazerem isso a vida toda (ou você vai me dizer que não sabe qual rede de fast food tem um M dourado,com fundo vermelho?), o conceito só foi difundido nos anos 90 e agora, desde o final da última década, virou uma grande febre entre os estudiosos de brand.

Como o branding se manifesta?

Não é algo que se nota de cara, mas uma empresa que faz bem a gestão de sua marca é lembrada por sensações. Costumo dizer que o grande monitor para saber se uma instituição está caminhando para virar uma brandlove é quando ela não precisa expor seu nome para que o público a reconheça. Basta ver um elemento visual, uma referência positiva no atendimento, o layout do seu estabelecimento, e por aí vai.

Por exemplo: o véu utilizado pelas comissárias de bordo Emirates Airlines é uma característica da marca que reflete a cultura árabe da empresa em seus colaboradores dos aviões de carreira. Já as mesmas comissárias, mas da unidade de voos executivos da empresa, utilizam um outro uniforme – como pode ser visto nessa matéria aqui na Panrotas. Isso acontece, pois a própria empresa deseja imprimir sensações diferentes, para públicos distintos.

Enfim, para construir uma marca, antes de qualquer coisa, é preciso definir realmente quem é a sua empresa, quais seus produtos ou serviços, qual é seu propósito (Calma, vou falar sobre tudo isso em textos futuros). E mais, essa construção pode ser feita por empresas de todos os tamanhos. No vídeo abaixo eu falo mais sobre como fazer isso e dou mais exemplos de cases de turismo.

O que você entende de Marketing está errado. Será?

Um texto de boas-vindas geralmente é carregado de clichês e promessas de como você, leitor, vai gostar de acompanhar o articulista que vos fala. Porém, essa não é a característica desse profissional aqui. Portanto, vamos aos fatos, que serão muito mais importantes em nossa conversa do que simples promessas de como vai “amar” ficar no blog Mindset. Eu acredito mesmo é que devemos construir nossas ideias juntos, afinal, o mundo é um verdadeiro brainstorm.

O Marketing, a Comunicação e o Branding serão os carros-chefes de nossa parceria. Com eles, vamos trocar experiências, buscar caminhos e evoluir no mercado de turismo. Aqui no Check-in, conversaremos de igual para igual sobre assuntos como “será que meu departamento de Marketing faz mesmo Marketing?”. E é com essa reflexão que inicio uma série de questionamentos. Para você:

Posicionamento é renúncia?
Marca é logo?
Marketing deve ser feito pelo “menino do site”?
Branded Content é furada, o que vale mesmo é só a venda?

Me responda isso e vamos iniciar uma jornada de conversa que vai muito além de textos publicados em um blog, mas um construção sobre o nosso mercado.