POR QUE SEMPRE TEMOS A IMPRESSÃO QUE O TURISMO BRASILEIRO PODE MAIS?

O Brasil é um país que tem um dos patrimônios naturais e biodiversidade mais ricos do planeta. Ao todo, nossa costa passa dos sete mil quilômetros, somos o quinto em extensão territorial, quem nos visita pode buscar praias, florestas, montanhas, megalópoles cosmopolitas, grandes eventos culturais e esportivos, ou seja, uma gama para todos os gostos. Mas, qual o motivo do nosso país ainda não estar nem entre os dez principais destinos dos turistas do mundo, segundo pesquisas da Organização Mundial do Turismo, e, muitas vezes, ser preterido pelos próprios brasileiros na hora da escolha da viagem?

A atividade turística é hoje um dos cinco setores que mais gera renda no Brasil, no ano de 2016 o Governo Federal investiu quase 60 milhões no setor. Com isso,  mais de 70 mil empregos foram gerados, alimentou o comércio regional, contribuiu para a sustentabilidade das regiões visitadas e movimentou a produção, distribuição e consumo de bens e arte locais, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas.

Porém, mesmo sendo comprovadamente uma área lucrativa e com muitas vantagens para a nossa economia, ainda precisamos evoluir muito. Segundo dados de 2017, do Fórum Econômico Mundial, de 136 países, o Brasil ocupa o 27° lugar no ranking de Competitividade Turística no Mundo. Constatar que ganhamos uma posição em relação ao estudo anterior, é um alento, porém, saber que estamos atrás de México e Malásia, além de outros países com menos atrativos turísticos, deve sim ser um sinal de alerta para o nosso segmento.

Ainda segundo a pesquisa, que é liderada pela Espanha, nós recuamos em diversos setores, vale destacar a sempre tão falada segurança, a higiene, a tecnologia e o recuo do Brasil como um ambiente para negócios.  Por mais que tenhamos melhorado em infraestrutura, grande responsável pela evolução brasileira, ainda estamos muito aquém do potencial que temos.

Os dados acima não são novidade para ninguém, a todo o momento, em meetings, eventos e feiras da área, nos deparamos com lamentações de como o Brasil poderia ser o destino mais procurado do mundo, seguido disso vêm reclamações em relação ao poder público. É aí que temos que refletir um pouco mais. Sabemos que grande parte do desenvolvimento do Turismo brasileiro depende da intervenção pública, porém, tenho certeza que a evolução do mercado deve passar pelo engajamento e comprometimento das empresas que compõem o setor.

Sobram lamentações e faltam ações efetivas dos players do setor para fomentar ideias e realizações que visem o cliente. Falta também um trabalho sério de marketing, estratégia e comunicação que atue diretamente com os stakeholders que consomem o nosso mercado, ou seja, os vários tipos de turistas que buscam as mais variadas formas de sair de seu habitat.

Tendo em vista o turista como principal agente de riqueza, pois sem ele não haveria sentido nenhum a criação de produto ou serviço turísticos, acredito que o marketing como ferramenta para o setor tem um peso fundamental, levando em conta que é uma estratégia com um conjunto de atividades que facilitam a realização de trocas entre os diversos agentes que atuam, direta ou indiretamente no mercado.

Devido ao aumento das exigências dos clientes por produtos e serviços de qualidade a preços justos,  a indústria hoteleira e os agentes de viagem precisam se adequar aos novos tempos, desenvolvendo uma gestão de marketing que garanta a satisfação do turista.

Sendo assim, por mais que tenhamos problemas em nosso setor, a relação marketing e turismo tem um vasto campo a ser desbravado, analisado, estudado e praticado. Portanto, uma gestão profissional, estratégica e eficiente é extremamente necessária para que os profissionais que fazem o turismo do Brasil não fiquem reféns do poder público, mas sejam os responsáveis pela mudança que queremos em nossos país.

 

Publicidade in app: se você não está acompanhando algo está errado

Já faz tempo que sabemos que a forma de divulgar um produto ou serviço vem sofrendo grandes mudanças, principalmente a partir do surgimento do smartphone. Hoje, os planos de mídia que não são omnichannel ou que se limitam aos pontos de divulgação mais convencionais, estão se tornando menos eficazes, pois perdem uma grande chance de impactar seu público, dependendo de qual for.

Quando falamos de tendências de poucos anos atrás e que hoje já são realidade, a publicidade no mobile, especificamente em aplicativos, já é muito difundida, com diversas possibilidades de investimento e divulgação. E esse universo se multiplica quando entramos na casa do video in app, produção de vídeos como forma de publicidade em aplicativos.

Segundo pesquisa da IPG Mediabrands Magna, divulgada no começo de 2018, previa que o investimento na publicidade no formato vídeos em aplicativos cresceria em torno de 33% na América Latina, isso impulsionado pelo crescente hábito de consumo das pessoas, que já assistem mais vídeos pelos dispositivos móveis do que pelo desktop.

No relatório “The State of Mobile Video Advertising – 2018“, desenvolvido pela InMobi, fornecedora global de plataformas móveis inteligentes para profissionais de marketing corporativo, só na China os investimento de video inn app cresceram 470%, entre 2017 e 2018, já nos EUA, onde o formato já está consolidado, houve um acréscimo de 67%. O documento reúne informações de 750 bilhões de impressões de anúncios para dispositivos móveis no aplicativo, entre janeiro e março de 2018.

No Brasil, ainda não temos dados que mostram um crescimento da escolha do formato pelos anunciantes, porém, notamos, há tempos, o crescimento da produção de vídeos na comunicação das marcas, assim como um aumento no investimento em digital, que já superou offline. Esses indicadores, aliados ao hábito de consumo do público brasileiro, que também aumenta o tempo despendido em dispositivos móveis, indica que logo essa realidade mundial, deixará de ser tendência em nosso país.

CONTEÚDO QUE ENGAJA: A “MOSCA AZUL” DO BRANDED CONTENT

A cada ano que passa o conteúdo vem sendo cada vez mais usado pelas empresas que querem estreitar seu relacionamento com stakeholders e fugir da “publicidade tradicional” (se é que devemos usar mesmo esse termo). Porém, nem todas as marcas têm conseguido alcançar o objetivo principal, que é atingir o público-alvo (quando se define um) e passar sua mensagem. Quando isso acontece, não é difícil ouvir o velho chamado do “precisamos de um conteúdo que engaje”, “nossa comunicação está sempre igual”. Mas, afinal, como realmente ter um conteúdo que engaja?

É importante começar com um “tapa na cara” de quem está procurando o “santo graal” do conteúdo. Não existe fórmula infalível (como diversos “gurus” vendem por aí), estratégias únicas que vão acabar com seus problemas, conteúdo arrebatador, dicas fantásticas e nem qualquer outra frase de efeito que foi usada só para chamar sua atenção. O que existe é estratégia, construção de marca, conhecimento de público e planejamento. That’s it! A partir disso você realmente vai ter o embasamento necessário para construir conteúdos assertivos e direcionados. Porém, sabendo que nem todos têm o conhecimento de todas as etapas acima, vou começar com uma explicação retroativa.

Jamais deve-se iniciar a comunicação de uma marca sem um planejamento de conteúdo. Seja always on (dia-a-dia) ou por campanha, sem ele sua comunicação fica perdida e sem coerência, como se fosse um barco à deriva, esperando a onda levar. Para isso, é muito importante criar planilhas que reúnam todos os pontos de comunicação (as plataformas de conteúdo), divididas em datas e com as pautas que serão trabalhadas.

O conhecimento de público é essencial para a comunicação da marca. Arrisco-me a dizer que é o ponto mais importante na hora de buscar um conteúdo que realmente engaje. Afinal, como chamar a atenção de alguém que você não conhece? Alguém que você não sabe quais são as dores, quais são os costumes? Não existe. Sem conhecimento de público, toda sua produção será feita no escuro, sem destino correto. Pode até ser que impacte alguém, mas será pura sorte. Para isso, existem estudos, pesquisas de comportamento, criação de buyer personas (que são diferentes de persona da marca), entre outros recursos para aprofundamento de conhecimento.

Construção de marca. Muito se questiona sobre propósito, atributos, tom verbal, arquétipos, persona da marca e sua real eficácia na comunicação das marcas. Em minha opinião, elas são essenciais para que a marca se conheça e que os produtores de conteúdo tenham total noção de quem estão representando. Assim como você não é assertivo sem conhecer seu público, também não é sem conhecer todo o potencial ou características de quem está representando. Existem diversas formas de fazer essa construção e sua tangibilização também é variada, pois pode ser finalizada por um Brandbook ou StrategicBook.

O conceito de estratégia, em grego strateegia, em latim strategi, em francês stratégie…calma é brincadeira. Sem estratégia não deve-se nem começar a produção da comunicação de uma marca. Antes de fazer diversos materiais é primordial saber qual o objetivo que será alcançado ou qual desafio será transpassado. Por exemplo, o objetivo é humanizar a marca? Gerar leads? Estreitar o relacionamento com determinado stakeholder? Tudo isso deve ser levantado e definido antes de qualquer outra etapa exposta neste artigo, pois, caso ela seja esquecida, será mais uma vez um esforço de produção em vão, que não terá direcionamento para nada.

Enfim, a partir dos pontos acima, é possível ter o embasamento necessário para qualificar a estratégia de Branded Content e produzir um conteúdo que realmente atinja o público desejado e os engaje. Porém, é importante dizer que de nada adianta criar todos os estudos e etapas se o profissional produtor de conteúdo não imergir realmente nesses materiais e na marca que representa, pois serão apenas ótimas ferramentas sem sua devida utilização.Conteúdo que engaja: a “mosca azul” do Branded Content