O QUANTO VOCÊ CUIDA DO SEU CLIENTE?

Como diz o “papa” do marketing, Philip Kotler, é mais barato manter um cliente do que conquistar um novo. Por isso, sempre que pensar em investir sua verba de marketing em campanhas para novas aquisições, pense primeiro: o que estou fazendo para manter minha carteira atual. Daí, talvez, valha você pensar em uma campanha de retenção. E é a partir daí que eu lhe pergunto. O quanto você cuida do seu cliente?

Em minhas empresas, eu e meus sócios temos um “mantra” que é repassado para toda a equipe, “o cliente está sempre no centro”. E isso se reflete a todo momento, seja quem for que esteja no processo, sempre buscamos resolver problemáticas ou gerar oportunidades ao nosso cliente.

Porém, vejo que nem sempre isso acontece, não só no meio turístico, mas em âmbito geral. O empresariado brasileiro peca em muitos aspectos, principalmente no investimento em treinamento e capacitação do seu time na hora de atender o público.

Falando especificamente dos players de turismo, tenho dois exemplos que vivi recentemente e gostaria de compartilhar com vocês, um positivo e outro negativo, de como o mínimo de atenção ao cliente pode ser determinante para a fidelização dele.

Primeiro o negativo: o estranho caso do hotel sem luz e sem água

Há cerca de uma semana, estive em um hotel no interior de São Paulo, em uma cidade que tem cerca de 300 mil habitantes. Estive lá, por um final de semana, com minha família, para o casamento de uma amiga. Como decidimos ir de última hora, acabamos pegando um hotel regional, com tarifas relativamente baratas. Chegando lá a estrutura não era ruim, portanto, tive a certeza de ter feito um bom negócio. Porém, no meio da noite descubro que faltava água no quarto, e isso perdurou até o meio da manhã, mesmo após insistentes reclamações e informações desencontradas entre faltar água na rua e a bomba do poço não funcionar, fiquei sem explicação alguma.

Como se não bastasse, quando a água voltou, 30 min após isso acontecer, faltou a energia em metade do hotel, incluindo o meu quarto. Daí, mais uma vez lá vou eu buscar um motivo e nada de ter um explicação coerente. Assim como no caso da água, as justificativas vinham desde a queda de energia no bairro (o que não era verdade, já que os outros estabelecimentos estavam funcionando), até a queda de um disjuntor. Além de não ter uma justificativa plausível, também não conseguiam me transferir para outro quarto, pois não tinham sistema para verificar os locais disponíveis. Enfim, depois de ameaçar pedir meu dinheiro de volta, resolveram meu problema.

O exemplo positivo: a proatividade que valeu um cliente

No começo do ano resolvi que aproveitaria o recesso de fim de ano para fazer uma viagem ao exterior com minha família. Costumo fechar  todos os pontos da viagem de forma isolada, pois gosto de fazer minhas pesquisas sobre os destinos e descobrir coisas novas, porém, pelo fato da minha esposa estar grávida, resolvi buscar uma agência para ter mais segurança em minhas escolhas. Após pesquisar, acabei fechando com uma gigante do setor, sediada no ABC Paulista, local onde moro, que tem unidades em todo o Brasil. Porém, como até o fim do ano minha filha já teria nascido, fui orientado que alguns pontos relacionado ao bebê, como cadeirinha na locação do carro e solicitação de berço no avião, deveriam ser feitos somente faltando um mês para a viagem.

Passado quase o ano todo, entro em contato novamente com pessoa que era responsável pela minha conta, mas descubro que ela não faz mais parte da equipe, que na verdade foi totalmente reformulada. Para ajudar, fico sabendo que as coisas que eu precisava, deveriam ter sido solicitadas, no fechamento da viagem. Pois bem, mesmo antes de eu demonstrar qualquer tipo de insatisfação, vejam só, o novo responsável pelo caso se prontificou a buscar alternativas para a resolução do meu problema. Ele não só buscou, como conseguiu resolver tudo o que eu precisava. E como ponto alto, todo o atendimento foi feito de uma maneira extremamente ágil, por diversos canais de comunicação. Realmente colocando o cliente no centro.

Mais vale um cliente na mão do que o mesmo falando mal

Os dois exemplos acima são de empresas de tamanhos bem distintos, porém, que tiveram um problemas onde precisariam somente a atuação de seus colaboradores para uma resolução satisfatória. Não foi preciso da melhor tecnologia do mundo e nem das melhores condições comerciais. Somente na proatividade do profissional envolvido em colocar o cliente no centro e buscar uma solução. E digo isso mesmo sabendo que no caso do hotel, os problemas terem sido causado por questões de estrutura, porém, se as pessoas envolvidas tivessem realmente se preocupado com o cliente, teriam dado mais atenção e conseguido alternativas para os problemas.

Portanto, sempre que reclamar que não tem cliente, pare e reflita sobre o que você está fazendo para manter aqueles que já consomem seu produto ou serviço.

COMO A NOVA ESTRATÉGIA DO TRIPADVISOR PODE INFLUENCIAR SUAS VENDAS

A notícia que vem criando grande expectativa no segmento de turismo é o anúncio de expansão do TripAdvisor, que, já era uma rede de troca de experiência e informações relacionados ao turismo, mas agora promete se consolidar como uma rede social que inclui marcas, influenciadores digitais, editores e amigos, com o intuito de proporcionar mais interação e colaboração entre os usuários.

E enquanto isso pode ser assustador para alguns, para mim, é a oportunidade de diferenciação fantástica, tanto para estabelecimentos, quanto para agentes de viagens. Afinal, se essa é uma rede colaborativa que vai visar a opinião das pessoas, nada melhor do que se tornar um formador de opinião para se tornar referência aos usuários que buscam informações relevantes.

O formato colaborativo já vem se tornando uma grande pedida já há algum tempo. Eu mesmo, no Mochilaí, meu portal de conteúdo voltado para turismo, baseio o nosso conteúdo em uma rede de colaboradores que está presente no mundo todo, compartilhando suas viagens e suas experiências conosco. Portanto, isso não é a “invenção da roda” por parte do TripAdvisor, mas com certeza, qualificar uma rede que já é consolidada, como é o caso deles, faz com que essa evolução seja, ao mesmo tempo que iminente, também, avassaladora.

E como posso me beneficiar com isso?

Há tempos venho falando aqui que o branded content está dominando o universo das marcas. E uma das estratégias de conteúdo é fazer da marca em questão e dos seus líderes, autoridades no segmento que atuam, tornando-se formadores de opinião. E é aí que a oportunidade aparece.

Se você não compartilha seu conhecimento através de conteúdo relevante, vai sempre estar um passo atrás na diferenciação com seus concorrentes. E não digo isso somente para as empresas, mas estendo aos agentes de viagens e outros profissionais que estão presentes na cadeia do turismo.

Portanto, seja no TripAdvisor ou em outras redes, seja um formador de opinião e compartilhe as informações relevantes com os consumidores que você quer atingir. E falando dessa nova plataforma. Sim, eles vão valorizar os influenciadores, então, torne-se um, e isso não quer dizer que você tenha que ter um canal no youtube e criar um vídeo fazendo experiências com amoeba, mas, sim, que você pode, e deve, no mínimo, organizar os temas que estão mais em pauta no seu universo de atuação, e falar sobre eles regularmente na rede, com o objetivo de ser lembrado pelos usuários que estão em busca de informações para suas viagens.

 

CONTEÚDO QUE ENGAJA: A “MOSCA AZUL” DO BRANDED CONTENT

A cada ano que passa o conteúdo vem sendo cada vez mais usado pelas empresas que querem estreitar seu relacionamento com stakeholders e fugir da “publicidade tradicional” (se é que devemos usar mesmo esse termo). Porém, nem todas as marcas têm conseguido alcançar o objetivo principal, que é atingir o público-alvo (quando se define um) e passar sua mensagem. Quando isso acontece, não é difícil ouvir o velho chamado do “precisamos de um conteúdo que engaje”, “nossa comunicação está sempre igual”. Mas, afinal, como realmente ter um conteúdo que engaja?

É importante começar com um “tapa na cara” de quem está procurando o “santo graal” do conteúdo. Não existe fórmula infalível (como diversos “gurus” vendem por aí), estratégias únicas que vão acabar com seus problemas, conteúdo arrebatador, dicas fantásticas e nem qualquer outra frase de efeito que foi usada só para chamar sua atenção. O que existe é estratégia, construção de marca, conhecimento de público e planejamento. That’s it! A partir disso você realmente vai ter o embasamento necessário para construir conteúdos assertivos e direcionados. Porém, sabendo que nem todos têm o conhecimento de todas as etapas acima, vou começar com uma explicação retroativa.

Jamais deve-se iniciar a comunicação de uma marca sem um planejamento de conteúdo. Seja always on (dia-a-dia) ou por campanha, sem ele sua comunicação fica perdida e sem coerência, como se fosse um barco à deriva, esperando a onda levar. Para isso, é muito importante criar planilhas que reúnam todos os pontos de comunicação (as plataformas de conteúdo), divididas em datas e com as pautas que serão trabalhadas.

O conhecimento de público é essencial para a comunicação da marca. Arrisco-me a dizer que é o ponto mais importante na hora de buscar um conteúdo que realmente engaje. Afinal, como chamar a atenção de alguém que você não conhece? Alguém que você não sabe quais são as dores, quais são os costumes? Não existe. Sem conhecimento de público, toda sua produção será feita no escuro, sem destino correto. Pode até ser que impacte alguém, mas será pura sorte. Para isso, existem estudos, pesquisas de comportamento, criação de buyer personas (que são diferentes de persona da marca), entre outros recursos para aprofundamento de conhecimento.

Construção de marca. Muito se questiona sobre propósito, atributos, tom verbal, arquétipos, persona da marca e sua real eficácia na comunicação das marcas. Em minha opinião, elas são essenciais para que a marca se conheça e que os produtores de conteúdo tenham total noção de quem estão representando. Assim como você não é assertivo sem conhecer seu público, também não é sem conhecer todo o potencial ou características de quem está representando. Existem diversas formas de fazer essa construção e sua tangibilização também é variada, pois pode ser finalizada por um Brandbook ou StrategicBook.

O conceito de estratégia, em grego strateegia, em latim strategi, em francês stratégie…calma é brincadeira. Sem estratégia não deve-se nem começar a produção da comunicação de uma marca. Antes de fazer diversos materiais é primordial saber qual o objetivo que será alcançado ou qual desafio será transpassado. Por exemplo, o objetivo é humanizar a marca? Gerar leads? Estreitar o relacionamento com determinado stakeholder? Tudo isso deve ser levantado e definido antes de qualquer outra etapa exposta neste artigo, pois, caso ela seja esquecida, será mais uma vez um esforço de produção em vão, que não terá direcionamento para nada.

Enfim, a partir dos pontos acima, é possível ter o embasamento necessário para qualificar a estratégia de Branded Content e produzir um conteúdo que realmente atinja o público desejado e os engaje. Porém, é importante dizer que de nada adianta criar todos os estudos e etapas se o profissional produtor de conteúdo não imergir realmente nesses materiais e na marca que representa, pois serão apenas ótimas ferramentas sem sua devida utilização.Conteúdo que engaja: a “mosca azul” do Branded Content