Futebol, samba e caipirinha

Muito tem se falado e opinado sobre a impacto dos grandes eventos esportivos na economia e no desenvolvimento do Brasil para essa década. Ainda muito vai se falar dos desafios, e dos prazos e das obras. Ótimo, vamos acompanhar, afinal é a nossa reputação que está em jogo.

E é exatamente de nossa reputação, de nossa imagem que quero falar. Desde 2003 até 2010, nas andanças pelo mundo a promover o Brasil, posso afirmar que os últimos 3 ou 4 anos nos elevaram a um outro patamar de interesse, curiosidade e nos colocaram “na moda”.

O impacto da visibilidade de mídia que os eventos de 2014 e 2016 irão trazer ao Brasil serão imensos. Se já vivemos um momento de crescimento interno e de maior exposição mundial, podem ter certeza: vamos pra vitrine principal entre 2012 e 2016.

Mas queremos só entrar na moda e depois ficar “fora de moda’ ? Os eventos esportivos por si só não irão promover o Brasil como nação. É preciso que sejamos vistos como o país do futebol, do samba e da cultura maravilhosa. Queremos ser vistos como o país da caipirinha que todos adoram e do maravilhoso e diverso carnaval. O país das belezas naturais e, o melhor, o país onde a alegria do povo é o maior atrativo.

Passar por 2016 significa mais que isso. É preciso mostrar que nos preocupamos, atuamos e contribuímos com os grandes de temas de interesse do planeta.

Dentre as mensagens que vamos passar ao mundo precisam estar aquelas que vão nos ajudar a mudar a percepção do planeta sobre nós, mostrar como fazemos a diferença. O Brasil da EMBRAPA, do etanol, da teconologia de ponta. O Brasil que cresce vencendo a pobreza. Dos produtos e serviços de qualidade, das entregas nos prazos e dos compromissos entregues.

O Brasil do brasileiro que vai fazer uma grande festa, e chega na hora !

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Jeanine Pires

Apaixonada pela indústria de viagens e turismo, há 31 anos atua como líder do setor no Brasil e no exterior. Já Presidiu e foi Diretora da EMBRATUR entre 2003 e 2010; é Diretora da Pires Inteligência em Destinos e, no final de 2022, entrou para a CVC Corp como Diretora de Alianças e Relações Governamentais. Jeanine foi Co-fundadora da startup ONER Travel em 2020 e já atuou como Presidente do Conselho da Fecomércio São Paulo e da WTM Latin America. Com formação e especialidade em marketing de destinos e economia do turismo, Jeanine faz palestras, cursos e consultorias.

17 thoughts on “Futebol, samba e caipirinha

  1. Enquanto não tivermos educação e saúde, não chegaremos a lugar algum. Ficaremos somente nestas palavras bonitas e eventos esportivos.
    “O Brasil que cresce vencendo a pobreza.”?
    – Tem algum outro Brasil neste planeta?

    1. Concordo com você, e acho que o Brasil ainda tem muitas diferenças sociais e pobreza. O sentido de minhas palavras é de construção de futuro. Obrigada pelo comentário

      1. Também concordo com você que concordou…

        O tripé de uma nação pujante e exemplar é; Educação, Civilização Religião, estes são mecanismos sociais sem os quais (com perdão da rima) uma sociedade não evolui, o maior dos investimentos que um país pode fazer é em educação, porque se um povo é educado ele poupa investimentos em segurança, porque ele entende que o crime não é uma saída. Se um povo é educado poupa investimentos em saúde porque ele entende que deve a medicina deve ser preventiva e começa em casa. Depois vem a civilização trazendo o respeito as leis e a religião pregando o amor ao próximo e o respeito as leis de Deus.
        Acredito que se o Brasil entende isso bem, ele vai bem.

        1. Bom dia! Texto muito bonito Sra Jeanine, parabéns! Respeito muito as importantes opiniões, e quero deixar a minha, pois é um assunto de extrema importância, uma vez que já estamos entre as principais vitrines do mundo, é hora de mostrar o nosso melhor. Me lembro que a Espanha (não sei se ainda é) nos anos 90 tinha muito orgulho por o seu turismo ser sua segunda maior fonte de renda. Bom, podemos fazer isto aqui, nada nos impede, temos tudo pra isto, melhor clima do planeta, praias maravilhosas, destinos ecológicos, verão o ano todo no nordeste e norte do país, um inverno delicioso, charmosíssimo no sul do país em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, enfim, tenho aprendido muito com um amigo (Claudemnir Oliveira) sobre psicologia positiva, e acho que aqui devemos aplicar esta prática, pois não devemos começar criticando o que está errado, apontando os defeitos, na minha modesta opinião, devemos fazer o contrário, devemos dar enfase ao que está dando certo, ao que temos de melhor, e por aí, dando exemplos positivos, acredito que o que está errado, o que não nos agrada vai mudar, vai melhorar. Não acho também que criticar governos, orgãos públicos seja a solução, talvez o caminho mais curto, mais “preguiçoso”. Vamos fazer a nossa parte, incentivando, trabalhando, ENSINANDO, pois assim, com uma corrente positiva, sem dúvida alguma, chegaremos onde queremos, ou melhor, onde precisamos! Sra Jeanine, parabéns mais uma vez pelo belo exemplo que tem nos dado, divulgando ao mundo e pelo mundo todo o que temos de melhor, acredito que este seja o ÚNICO caminho, pois nada, absolutamente nada resiste ao trabalho!

          1. Samir, o post aborda o tema da imagem do Brasil, e os aspectos que você mencionou são importantes quando lembramos da importância da contribuição de todos e ainda mais, do fato de que precisamos acreditar que somos capazes de fazer. Isso nos mobiliza enquanto país para melhores resultados. Obrigada pela opinião

        2. Miguel, a educação é realmente um dos pilares mais importantes para mudar e melhorar uma sociedade. No caso do tema do post, que é a imagem do Brasil no mundo, certamente as mudanças internas terão reflexos externos. Obrigada pelo comentário.

  2. O desenvolvimento/imagem de um Pais tem de ser lição de casa diaria e não ser despertado por 2 eventos esportivos.

    Os dois eventos são controlados por 2 organizações ( FIFA / COI ) , que mandam e desmandam na estrutura de hotelaria, vôos, preços de ingressos, direitos de tv, radio entre outros. A copa é feita mesmo pelo Brasil?

    Nossa atividade do turismo pode começar em 1 minuto, a cuidar do desenvolvimento que vai resultar em legado para o brasileiro.

    A imagem muda amanhã se as pontas, desde o ministerio do turismo até o profissional do turismo com seu espirito de servir, fizerem sua parte.

    E assim vai por todas as areas do desenvolvimento do País.

    1. Tiago, considero que existe um cotidiano que precisa estar sempre sendo renovado e melhorado pelo setor público e privado. E ao mesmo tempo, a visibilidade de mídia dos grandes eventos esportivos são grandes oportunidades. Não acredito que eles promovem o país por si só, é preciso que o país tenha uma estratégia de aproveitamento e uma mensagem para passar ao mundo.
      É importante também mencionar que a reputação de um país é formada por diversos aspectos e leva décadas para ser mudada; isso ocorre com todos os países do mundo.
      Gostei muito quando você menciona que todos precisam fazer sua parte e se envolver nos processos de mudança.
      Obrigada pela opinião

    2. A imagem do Brasil é construída diariamente, sendo com o Cristo Redentor, com as Cataratas do Iguaçu, nossa característica receptividade, com o turismo sexual no nordeste do país, as rotas de tráfico nas regiões norte e centro-oeste.

      Entendo a preocupação com a limpeza dessa imagem às vésperas desses grandes eventos e creio que boa parte desse “esteriótipo” que carregamos ao longo dos anos permaneça mudando, mas é preciso muito mais do que um sorriso no rosto, samba, sol e cachaça pra nos “mantermos na moda”.

      É preciso investir de verdade em educação básica e profissional. É preciso dar condições para que os cidadãos brasileiros tenham oportunidade de se desenvolverem como seres humanos e parar de dar esmola a quem só tem importância em ano eleitoral.

      O brasileiro, de forma geral, sempre teve a mania de só se mexer quando vê que a água está chegando ao pescoço e aparentemente isso não vai mudar. Prova disso é o percentual divulgado pela imprensa sobre quanto as esferas governamentais gastarão do NOSSO dinheiro para executar a Copa do Mundo (98%), tendo inclusive atrasos propositais em obras para receber verba do governo sem licitações.

      Peço desculpas a todos pelo desabafo, mas sempre mantive em minha consciência que a imagem de qualquer pessoa, comunidade ou nação é construída diariamente.

      1. Octavio, é isso, a imagem é construída diariamente. E além disso, precisa refletir a realidade do país. Se muitas coisas mudaram, ainda muitas precisam melhorar e ser melhor tratadas, sem dúvida. O que considero importante é aproveitarmos a grande exposição de mídia para tornar nosso país mais conhecido, para o turismo, para investimentos, para vender produtos de exportação e para mostrar áreas de excelência. Tudo isso contribui se acontecer junto com essas melhorias que você menciona.

  3. Interessante o assunto da imagem do Brasil lá fora, bem como os comentários aqui deixados, todos muito importantes. Concordo com a Jeanine que a imagem do Brasil lá fora melhorou muito. Afinal tivemos um mascate marketeiro na presidência durante oito anos! Na verdade, quando vamos ao exterior, percebemos que o Brasil está na moda, principalmente entre aqueles que não conhecem o verdadeiro Brasil, o da corrupção endêmica, o dos índices de desenvolvimento rasteiros, o que cobra impostos suecos e entrega serviços haitianos. Os grandes eventos esportivos que virão em 2014 e 2016 servirão sim, entre outras coisas, para que essas pessoas deslumbradas com a propaganda oficial do presidente mascate caiam na real e conheçam um pouco do Brasil de verdade. Entre outras coisas elas vão perceber que pagarão muito mais caro aqui pelos produtos e serviços que consumirem, do que o que pagam em seus países de origem (com raras exceções). Realmente a imagem do Brasil lá fora melhorou muito, e é elogiável o trabalho feito pela Embratur e seus parceiros nesse sentido. Isso não se discute, como não se discute que foi feito o que precisava ser feito. Mas estamos falando apenas em turismo, e, por mais que nossa atividade seja importante, ela não representa o que é o país, e muito menos como é a vida de quem vive nele. Se a intenção era construir um cenário para encantar turistas, um país imaginário, onde tudo dá certo, onde tudo funciona, onde tudo conspira para que o turista aproveite a viagem, de fato obtivémos pleno êxito, o Brasil está na moda sim. Infelizmente a realidada ainda é a de um país sem educação, com a cultura capenga, onde ser dar bem e levar vantagem é sinal de inteligência e suscita admiração, e onde toda uma população trabalha meses apenas para pagar impostos a um governo perdulário que nada dá em troca. OK, sei que não era exatamente este o tema do post da Jeanine, mas acredito que é preciso que reflitamos sobre que país queremos para nós, antes mesmo de nos dedicarmos a construir o país que queremos mostrar aos turistas. Por fim, lembro que, segundo John Swarbrooke, o novo turista gosta de países que o respeitam, mas que igualmente respeitam seus cidadãos. Será que já temos esse Brasil, ou isso ainda é apenas a imagem que projetamos lá fora depois de um belo trabalho de marketing e promoção? Ainda há tempo, mas precisamos iniciar a mudança dentro de cada um de nós, ou a copa será apenas mais um conjunto de jogos de futebol e a olimpíada não passará de mais um torneio esportivo.

    1. Rui, obrigada pelo comentário. Precisamos ter uma Nação trabalhando em todos os aspectos, e mais, repito, que o imaginário que o mundo tem de nós possa ser “atualizado” e seja o reflexo de uma realidade que muda. É um desafio cotidiano que tem oportunidades nos grandes eventos esportivos e não podem ser desperdiçadas.

  4. Rui, é minha preocupação. Me lembro na Africa 2010, estadios vazios, população sem condição de ir aos jogos, jornalistas descrevendo falta de estrutura, A&B fraco.

    Copa e Olimpiadas significa a União de Povos, por este prisma o Turismo vai ser dar bem. Propaganda real, vôos lotados, rentabilidade garantida (não vamos ter promoções).

    Porem, se ao redor do estadio (entendam o Pais inteiro) não significar algo especial para brasileiros e turistas, vai ser mesmo um torneio de futebol ou conjunto de jogos. A hotelaria e transportes tem uma chance enorme (alem da obrigação ) de serem bem sucedidos.

    Que o projeto em Natal para formação de 8.000 profissionais seja bem sucedido e siga pelas outras sedes. Esta é a copa dos brasileiros.

    Os desmandos vão sim aparecer, vai custar caro cada evento.

    Seriam precisos muitos ” Muricys Ramalho ” , que por principios, tenham decisões sabias,boa conduta, e acima de tudo caráter para assumirem compromissos serios, no caso, o de privilegiar nosso País.

    ps: Você pegou gosto pelo “discernimento” do uso das palavras turista, viajante, entre outras, desde um outro post, seria um Rui unindo o perfil do executivo com um acadêmico? Hehe.

    Bom fim de semana a todos. Fui

  5. tiago,

    Preocupo-me, especialmente, com o atraso no início das obras de infra-estrutura. Receio que esse atraso esteja sendo causado intencionalmente por alguns maus gestores públicos em conluio com parte da classe política com a intenção de forçar a contratação de obras em regime de urgência, abrindo a porta para licitações viciadas, para a ausência de discussão com a comunidade e a consequente corrupção. Quanto ao uso do termo turista/visitante/viajante, na verdade depende de cada caso, pois às vezes falo como executivo de CVB e outras apenas como cidadão ou estudioso do assunto. Não tenho nada contra o academicismo, muito pelo contrário, dedico-me, também, a escrever livros e desenvolver teses, mas a academia fica muito melhor quando desenvolve suas teorias com base na observação criteriosa do funcionamento do mercado. Aliás, essa coerência com o mercado é o que falta em grande parte dos currículos de nossas faculdades de turismo. rssss

    Bom final de semana

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