Com o crescimento das city trips algumas cidades têm enfrentado diversos problemas como consequência do overtourism. Os problemas enfrentados por esses centros urbanos são ocasionados não só pela quantidade de visitantes como pelo comportamento destes. É o caso, por exemplo, de destinos como Amsterdã, cujo número de visitantes cresceu mais de 60% na última década. Esses viajantes são atraídos pelas facilidades desse tipo de destino, já mencionadas aqui. São fatores como acomodações de baixo custo e voos baratos que contribuem para a maior entrada de turista nesses locais.
Amsterdã lida frequentemente com o grande número de visitantes e com o mau comportamento deles, que chegam a cometer excessos como urinar em locais públicos e obstruir vias públicas. E por causa disso, desde 2016 as autoridades locais começaram a tomar algumas medidas para solucionar o problema. Limitaram o número de ônibus de turismo estacionados no centro, aumentaram o número de fiscais nas ruas, estabeleceram a aplicação de multas para quem for pego descumprindo regras e produziram campanhas publicitárias que buscam conscientizar os turistas sobre a importância de respeitar a cidade e seus moradores.
É bem provável que os problemas desencadeados pelo excesso de viajantes e pela maneira como eles se comportam nos destinos continuem a acontecer em diferentes centros, e, por causa disso, medidas como as que foram tomadas por Amsterdã se fazem extremamente necessárias. São elas que podem, a médio prazo, conscientizar turistas ao redor do mundo e solucionar, ou amenizar, esses problemas. E diante desse cenário, agentes turísticos, e demais profissionais do setor, também podem contribuir com esse papel.
Essa é uma realidade enfrentada por vários destinos, especialmente os europeus. Barcelona e Veneza,por exemplo, já estão cobrando taxas de turismo diárias dos seus visitantes com o intuito de frear o turismo massivo e mitigar os efeitos negativos gerados por essa situação. Em Barcelona, os moradores foram forçado,s ao longo dos anos, a se mudarem para áreas bem mais distantes do centro devido a subida de preços de moradias mais próximas do centro devido a ocupação de imóveis por turistas estrangeiros,principalmente advindos de sites com airbnb. Em Veneza, há muito seus moradores originais já se mudaram para regiões mais distantes e chega a receber cerca de 50x mais gente (turistas) do que o número de habitantes. No Brasil a situação é o inverso.Está na hora de investirmos em uma promoção do país como um destino diverso ,estável e seguro além de aumentar o número de voos low cost para nosso território além do incentivo advindo da devolução de impostos(ou parte deles) aos turistas estrangeiros, técnica adotada em vários países para estimular o turismo internacional.Enquanto a imagem do Brasil for a de um país instável politicamente, violento e com acesso mais caro e confuso, continuaremos a configurar no fim da fila.
Obrigada pelas análises Renatto. Temos mesmo um longo caminho pela frente, não bastasse a pandemia ainda temos uma crise econômica e política, quando não há união nem perspectivas de algum órgão federal para promover o Brasil e cuidar da imagem do destino.
Um abraço, Jeanine