O tema sobre a chegada de visitantes estrangeiros ao Brasil é cercado de alguns paradigmas e também de vários fatores que ao longo da nossa história trazem o desafio de tornar nosso país um destino internacional.
Destaquei recentemente nesse post que em 2020 entramos em desvantagem na atração de estrangeiros porque no ano anterior. enquanto a média mundial de chegadas internacionais foi de +3.6%. o Brasil teve uma queda de 4.1%. Com todo o impacto da pandemia na restrição das viagens e, ainda, a maneira como o nosso país lidou com o tema sanitário e das vacinas, terão impacto de longo prazo em nosso cenário. Regredimos pelo menos 26 anos no número de estrangeiros que recebemos; assim como nas receitas desses visitantes.
Outro dado relevante, já que o ideal é olhar um determinado período de tempo quando avaliamos o desempenho de um destino turístico, é o fato de que entre 2000 e 2019 a média de crescimento das chegadas internacionais globais foi de +117%, enquanto o Brasil cresceu somente 20% no mesmo período (OMT, 2020).
A pergunta que todos nós nos fazemos é: afinal como ter um trabalho de promoção do Brasil no cenário Internacional de forma a construir uma imagem que reflete o estilo de vida do brasileiro e proporciona aos visitantes uma experiência sensacional? Destaco aqui alguns pontos, podem até parecer simples mas são objetivos e óbvios:
O que fazer então?
- elaborar de forma participativa uma estratégia de inserção do Brasil na atração de estrangeiros com base em estudos dados e um posicionamento de longo prazo;
- inovar nas estratégias de marketing, deixando de conversar somente com os intermediários é determinar uma estratégia interativa com os visitantes potenciais nos principais mercados conectados ao Brasil;
- unificar o trabalho Internacional nas diversas esferas governamentais e privadas para somar esforços;
- aproveitar todas as tecnologias e ferramentas de comunicação e marketing digital disponíveis no mercado para mostrar as experiências culturais e naturais do Brasil, com destaque para o estilo de vida nacional e a brasilidade;
- estabelecer políticas públicas que tenham equipes técnicas via orçamento, e cooperação privada para que além de uma estratégia exista uma continuidade e uma permanente inovação na forma como podemos mostrar nosso país para o mundo.
Na sua opinião como podemos reverter esse quadro ? O que devemos fazer?
…..desculpe, mas é o discurso subjetivo e inócuo de sempre!!!! Aliás, é a materialização do exemplo, da falta de foco e objetividade do que deveria ter um bom profissional da área…..
Oi Madail, infelizmente um post não tem espaço para aprofundar muitos temas. Certamente você pode fazer uma colaboração bem melhor. Envie pra gente, queremos construir juntos o turismo. Obrigada.
Criar um plano e uma agenda de trabalho que junte o governos em niveis federal, estadual e municipal e identificar todos esses entraves e fazer um esforco para aprovar o plano, leis e orcamentos pra buscar esses resultados.
Precos de passagens areas poderiam ser mais baratas se tivessemos um plano de reducao de impostos e taxas e um esforco de todoas as companias aerias nacionais e internacionais que viajam ao Brasil.
Um grande plano de marketing , chegando forte nas agencias e comerciais na tv mostrando o Brasil. Usar nomes de brasileiros famosos no exterior pra ajudar neste marketing. Melhorar a imagem do Brasil vai demorar, nao e elgo que acontece da noite pro dia.
Bem colocado Luiz, é isso que todos os países estão fazendo de forma rápida para responder aos desafios.
Você conhece algum destino no Brasil que tenha algum plano de recuperação ?
Olá querida Janine
Obrigada por seus artigos sempre tão interessantes e úteis.
Gostaria, na sua mesma linha de pensamento, ilustrar alguns fatores que tive oportunidade de constatar morando no exterior há mais de 30 anos.
A primeira coisa que tive a ocasião de notar foi a falta de continuidade nos esforços promocionais feitos no exterior por parte de alguns destinos. Além da continuidade no tempo, a estruturação da cadeia de distribuição como um “todo” unindo estados & empresas, aptas a acolherem os potenciais turistas, algumas vezes deixa a desejar.
E quando logra-se a sinergia em âmbito local, como você mesmo destacou (você tem ofícios de turismo, hoteleiros, receptivos, cias aéreas atuando em conjunto para promover um destino…) o desconhecimento do“modus operandi” do público-alvo pode levar tudo a perder.
De fato, a falta de estratégia e também a falta de compreensão do funcionamento da cadeia de distribuição de produtos turísticos no exterior dificulta muito o crescimento do Brasil como destino turístico. Fora do Brasil encontramos não somente diferentes maneiras de “operar” um produto turístico, mas também diferentes maneiras compra-los e comercializa-los.
Vou contar uma pequena história para exemplificar:
Após uma recepção absolutamente extraordinária realizada para um grupo de operadoras francesas em um hotel 4 ou 5 estrelas de Salvador o diretor do hotel perguntou à Bruno Galois, então diretor da Marsans França:
-Então, gostou do meu hotel?
Pergunta para qual obteve a resposta inesperada:
– Seu hotel? Eu não vou vender nunca isso aqui! Você não está nem à beira da praia, nem no centro histórico, seu hotel não tem nenhum interesse.
O diretor do hotel ficou pálido e as discussões terminaram ai.
Quando, de fato, o diretor do hotel deveria ter dito:
-Logo se vê que você, “meu amigo” não entende nada da Bahia e de Salvador… meu hotel é o melhor porque…. (e descrever suas qualidades)
O que teria dito um brasileiro após uma recepção extraordinária com massagem, cocktail, espetáculo e jantar excelentes? Ele teria dito: -Seu hotel é maravilhoso, manda os valores para o meu correio eletrônico, mesmo não tendo nenhuma intensão de vendê-lo. Já o francês gosta de argumentar e assim, ele estava se valendo de uma antiga prática comercial: Quem desdenha quer comprar.
Todos os esforços foram realizados, mas a venda não foi concluída por falta de conhecimento da cultura do comprador. O que pareceu uma atitude ofensiva para o vendedor era na realidade uma vontade de negociação por parte do comprador.
Concluindo: vale mais delegar a função de comercializar seu produto no exterior para alguém ou uma entidade conhecedora de hábitos de compra internacionais que se desdobrar em esforços e gastos que cairão no esquecimento e não terão continuidade.
Silvia, super obrigada pela colaboração, especialmente quando você fala que em cada mercado as pessoas que conhecem os hábitos de compra estão bem melhor capacitadas para o trabalho de promoção.
Beijo, Jeanine
Acredito que enquanto os testes de Covid forem obrigatórios em viagens internacionais na ida e na volta, tanto aqui como nos países que mais tem mais fluxo de turistas de/para o Brasil,a situação não vai mudar. Essa é a principal barreira a ser superada. Poucos são os turistas brasileiros que tem capacidade financeira pra aguentar uma estadia forçada no exterior. E o seguro viagem também não resolve o problema, já que funciona a base de reembolso de despesas (ou seja, o viajante contaminado precisa gastar o que já não tem, pra depois se reembolsar). E fica uma pergunta : qual é a lógica em podermos contaminar e sermos contaminados viajando de avião pelo Brasil, mas não termos essa “liberdade” viajando para o exterior?
Vou comentar um pouco sobre o item 4
“Aproveitar todas as tecnologias e ferramentas de comunicação e marketing digital disponíveis no mercado para mostrar as experiências culturais e naturais do Brasil, com destaque para o estilo de vida nacional e a brasilidade.”
As gerações Z e Y, estão conectados com tecnologias, hoje os destinos ‘instagramáveis” são destinos para essa geração, lembro de um post aqui que Nova York ( destino já consolidado) convidou influencers para divulgar o destino. A prefeitura do Rio lançou o programa Nômades Digitais para atrair esse público. Não vejo os canais oficiais de divulgação utilizando o Tik Tok, uma rede social que é uma “febre” no marketing digital.
Super obrigada pela colaboração Roberto.Também ainda não vejo os destinos usando o TikTok!!Você conhece algum destino no Brasil que usa?