Make our planet great again

Num período em que, em tempo, as práticas do setor estão voltadas ao desenvolvimento ecológico associado ao social e econômico, em que a indústria de viagens e turismo se associa à ciência em busca de aperfeiçoamento de métodos e no ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) elegeu como o ano do Turismo Sustentável, o presidente norte-americano Donald Trump traz o polêmico anúncio da saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris.

E a resposta direta do recém eleito presidente da França Emmanuel Macron se posiciona entre o pedido e a provocação: “make our planet great again”. A frase faz alusão ao slogan de campanha de Trump, “make America great again”.

Sendo um setor altamente suscetível a transformações econômicas, sociais e políticas, o Turismo também sofre influência causadas por alterações climáticas. O acordo, assinado em dezembro de 2015, prevê que os países devem trabalhar para que o aquecimento fique abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.

Os EUA são o segundo maior produtor mundial de gás de efeito estufa e sua saída do acordo internacional representa a defesa de mudanças que interferem diretamente no Turismo (sem citar todas as implicações políticas, ambientais, sociais etc. decorrentes da decisão). Dessa forma, é prudente (e sensato) que, tanto autoridades brasileiras quanto as dos demais países do Acordo, manifestem-se ante à decisão do presidente Trump.

O Acordo de Paris foi o primeiro da história em que os 195 países da ONU se comprometeram em reduzir suas emissões, na luta contra o aquecimento global. É importante estar atento. A gente segue acompanhando e fazendo nossa parte.

Turismo dos EUA em defesa de Cuba


Mais um capítulo da trama do Turismo estadunidense no governo Trump se iniciou após o então presidente norte-americano afirmar que está se dedicando a uma “revisão integral” da política com Cuba e que as novas diretrizes terão “importantes diferenças” em relação às medidas adotadas por Obama.

Após o anúncio e temendo um retrocesso na reaproximação, um grupo de mais de 40 empresas e associações de turismo dos Estados Unidos pediram, nesta quarta-feira (24), em carta a Donald Trump, que ele não voltasse atrás no processo de normalização das relações bilaterais entre os EUA e Cuba, iniciado em 2014 por Obama.

Além de tentar impedir um possível retrocesso no relacionamento com Cuba, a carta pede ainda que Trump reduza as exigências burocráticas a fim de facilitar as viagens para o país e contribuir para a expansão do Turismo na ilha.

O processo iniciado por Obama traz reflexos de desenvolvimento no setor na relação entre os dois países: segundo dados oficiais do governo de Havana, 284.937 turistas americanos passaram por Cuba, o que consiste em 74% a mais do que no ano anterior.

Também como parte do processo de reaproximação entre os dois países, em maio do ano passado, partiu dos EUA o primeiro cruzeiro em direção a Cuba em mais de 50 anos. Pouco depois, em agosto de 2016, o primeiro vôo comercial ligando Washington e Havana começou a operar, o que também não ocorria há mais de meio século.
O Turismo é, antes de tudo, um produto de
integração. As conquistas adquiridas através do projeto facilitador da relação entre Estados Unidos e Cuba (relacionamento historicamente conturbado) não são apenas dos países mencionados: são vitórias para o setor como um todo, pois conferem desenvolvimento à indústria, integralmente. O que será feito deste processo no governo Trump e quais as consequências para o Turismo entre os dois países, ainda não podemos prever ao certo. Seguimos acompanhando o setor por aqui e no mundo.

Dólar e vontade de viajar caminhando juntos

De acordo com dados do Banco Central, os brasileiros gastaram no exterior, nesse último mês de abril US$1,32 bilhão. O valor é 23% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado.

O aumento dos gastos dos turistas brasileiros no exterior em abril se deve ao valor do dólar durante este período, que estava em torno de R$ 3,17. No mesmo mês do ano passado, por sua vez, o dólar oscilava ao redor de R$ 3,60.

Caminhando junto ao câmbio do dólar está a intenção de viagem dos brasileiros ao exterior (veja post aqui) que, nos mês de abril, teve o índice mais alto de perspectiva de viagens internacionais do ano, com 29% das intenções.

No acumulado do ano, as despesas dos brasileiros no exterior avançaram 43%, chegando a US$ 5,79 bilhões.

Gastos dos estrangeiros no Brasil

Já os gastos dos estrangeiros no Brasil não tiveram muita variação. Ainda de acordo com os dados do BC, em abril deste ano, as receitas ficaram em US$ 417 milhões, contra US$ 475 milhões registrados no mesmo mês em 2016.

22% dos brasileiros querem viajar nos próximos 6 meses

O Mtur divulgou a pesquisa de sondagem do consumidor que mostra a intenção de viagem dos brasileiros no mês de abril. A pesquisa se refere à perspectiva de viagem dos brasileiros nos próximos 6 meses e revela que 22,1% dos entrevistados têm planos de viajar nesse período. A porcentagem é maior do que a do mesmo período em 2016, que foi de 17,3%.

A região Nordeste segue sendo o destino preferido, tendo 48% das intenções de viagem e o transporte mais procurado é o avião, com 64% da procura nos planos de viagens. Sobre a forma de se hospedar, ainda no comparativo, os hotéis e pousadas estão mais procurados: 52%, seis dígitos a mais do que no mesmo período do ano passado.

Dólar disparado

Como um reflexo de um início de recuperação econômica apresentado em 2017, os planos de viajar para o exterior, de acordo com a pesquisa de abril, subiram de 20% no ano passado para 29% nesse ano. Porém a alta repentina do dólar, provocada pelos acontecimentos políticos dos últimos dias foi um fator com o qual nenhum turista contava. A moeda chegou a ser cotada a R$ 3,70.

Sendo o Turismo uma indústria de diversas variáveis, é difícil prever até quando e o quanto será sentido de impacto no desenrolar de cada capítulo político. Mas, como todos já sabemos, o Turismo é resiliente, possui solidez em tempos turbulentos e por aqui, temos o otimismo dos turistas brasileiros. Seguimos fazendo o Turismo e acompanhando de perto a indústria.

Estudo identifica os 4 tipos de viajantes de negócios

A Descyfra, empresa espanhola especializada em desenvolvimento de estratégias e consultoria de negócios, realizou um estudo interessante em que estão identificados os diferentes tipos de viajantes corporativos. O estudo foi feito através de Neurosegmentação e é um dos primeiros dessa categoria.

Recentemente, comentei em alguns dos meus posts (aqui e aqui), a respeito do Neuromarketing (a ciência que avalia, através da Neurotecnologia, o comportamento dos consumidores) e a sua atuação que pode (e deve!) ser aproveitada pela indústria de viagens e turismo.
Confira abaixo os quatro tipos de comportamento de viajantes corporativos identificados no estudo feito pela Descyfra:

Viajante Marco Polo
Em uma viagem, é um verdadeiro explorador, sempre à procura de novas experiências e emoções. É apaixonado e curioso, e se cansa facilmente da rotina e de repetições. De um modo geral, é otimista, extrovertido, inovador e confiante e possui certa facilidade ao lidar com imprevistos durante a viagem.

Viajante Phileas Fogg
O melhor exemplo de aventura planejada: um tipo de viajante amante de novidades, mas que não deixa muito tudo à imprevisibilidade. É curioso e requer novos estímulos, mas precisa sentir que as coisas estão sob controle. Normalmente, o segundo (depois do viajante Marco Polo) que adota novas tecnologias e tendências, uma vez que precisa de segurança mínima. É sociável com um ponto de desconfiança, e apesar de ser cuidadoso, pode mostrar impulsividade.

Viajante Darwin
Metódico, trabalhador e planejado. É um profissional ordenado e atencioso no local de trabalho e tende a ser meticuloso e perfeccionista em uma viagem. Objetivos e metas de longo prazo estão definidos e ele é persistente nos esforços para alcançá-los. É extrovertido quando tem confiança.

Viajante Sancho
Não gosta muito de novidade, busca de estabilidade e se sente bem com o que já conhece . É sistemático, se sente inseguro em ambientes novos ou desordenados e precisa ter tudo sob controle antes de tomar decisões. Sente-se confortável ao desempenhar tarefas repetitivas no trabalho; tem objetivos claros e são perfeccionistas em uma viagem de negócios.

No estudo, as avaliações principais foram: Alguns dos aspectos considerados: necessidade de explorar ou buscar novidades; a necessidade de segurança; ter todos os aspectos da sua viagem sob controle; relações com os outros e perseverança para resolver imprevistos durante toda a viagem.

As viagens corporativas são de extrema importância tanto para o Turismo, quanto para os negócios em questão. Conhecer os perfis de comportamentos dos viajantes corporativos e pode ajudar a desenvolver ações que otimizem as viagens de negócios, como seleção de destinos para o viajante e objetivos da viagem. Observar estudos e métodos de avaliação para o Turismo contiua sendo essencial. E a gente segue acompanhando de perto as novidades.

Por mais eventos internacionais

Não estamos nada bem no ranking da ICCA, nem em relação aos demais concorrentes nem em relação à nossa evolução.

A ICCA diz que a cada 10 anos o numero de eventos no mundo duplica, o que não foi o caso do Brasil. em 2007 tinhamos 223 eventos, hoje 244! Pasmem que já chegamos a realizar 360 eventos no Brasil em 2012 quando ocupamos o sétimo lugar no ranking global.

Se a política de captação de eventos da EMBRATUR iniciada em 2004 tivesse continuidade, hoje deveríamos ainda estar entre os 10 países que mais realizam eventos no mundo, com cerca de 400 eventos. Se existe um programa de trabalho que pode ser realizado a muito baixo custo e que apresenta resultados, definitivamente é o de captação de eventos internacionais.

Não dá para acreditar que depois de realizar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos nosso país ficou sem uma nova estratégia e um posicionamento global que pudesse nos colocar em outro patamar no ranking de eventos. E ainda teríamos os eventos esportivos mundiais para captar.

Só temos hoje os Convention Bureaux que fazem um trabalho de captação, e as cidades que se esforçam para trazer esse turista que gasta mais e fica com uma outra imagem de nosso país.

Para retomar o trabalho no mínimo 3 a 5 anos para dar resultados.

Uma breve reflexão sobre aviação e Turismo

Depois da aviação doméstica brasileira apresentar sinais de recuperação e mostrar alta de 5,9% no mês de março, após 20 meses de retração, segundo a ABEAR; a Iata informou que a demanda internacional de passageiros do mês de março também obteve crescimento, de 6,4%.

Além disso, em março, companhias da América Latina tiveram alta de 9,7% no tráfego, ainda segundo a Iata.

A região Nordeste tem sido ferramenta fundamental de expansão da malha aérea no país: de acordo com a Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac), o número de vôos para o exterior operado por empresas brasileiras e que têm cidades nordestinas como origem cresceu sete vezes em dois anos.

Articular medidas que viabilizem, principalmente em questões econômicas, a operacionalidade de vôos -como a redução da alíquota de ICMS sobre o preço do combustível- é uma dos principais fatores de incentivo à expansão da malha aérea nacional.

A aviação, apesar de ter sua própria legislação, atuação estável e políticas próprias, não pode ser vista como uma peça distanciada do setor: ela está profundamente relacionada e interligada ao Turismo. E é de extrema importância que o alcance de práticas se estenda a todo o setor unificado, para que o Turismo se desenvolva plenamente.

Neuromarketing analisa viajantes corporativos

Falei recentemente aqui a respeito das pesquisas de Neuromarketing, a ciência que analisa, através de neurotecnologia e monitoramento de estímulos cerebrais, o comportamento dos consumidores, e sua atuação crescente na inteligência de mercado. Atuando no Turismo, foi divulgado um estudo da Descyfra, empresa especializada em desenvolvimento de estratégias e consultoria de negócios, que realizou avaliações neurológicas a fim de classificar viajantes corporativos.

O estudo foi realizado com uma metodologia que classifica os viajantes analisando diferentes dimensões do comportamento inconsciente, já que esse campo da mente é responsável por entre 80% e 90% dos comportamentos, incluindo decisões (de viagens, por exemplo).

Alguns dos aspectos considerados: necessidade de explorar ou buscar novidades; a necessidade de segurança; ter todos os aspectos da sua viagem sob controle; relações com os outros e perseverança para resolver imprevistos durante toda a viagem.

De acordo com o estudo, estão identificados tipos de viajantes corporativos através dessas variáveis que, uma vez analisadas, permitem a personalização das propostas para cada perfil, otimizando o uso de tecnologias e apresentando sugestões viáveis e mais atraentes para o consumidor.

O Neuromarketing acaba por facilitar, por meio da neurociência, o marketing direcionado, identificando necessidades e desejos do consumidor final. O Turismo é um mercado em constante movimento e a busca por novos métodos, boas práticas e ferramentas eficazes no desenvolvimento. Seguimos acompanhando de perto as novidades.

2017: PIB direto do turismo +0,5%

Os estudos anuais apresentados pelo WTTC – World Travel & Tourism Council mostram os resultados do desempenho da atividade no mundo, regiões e países em 2016 e projeta seu desempenho para esse ano de 2017. Em termos absolutos somos a 11ª economia do turismo no mundo, mas em termos relativos ainda temos muito a crescer.

São muitos números, seja dados diretos ou indiretos do PIB, empregos, exportações e investimentos, por isso vou compartilhar somente as informações de impactos diretos e comentar as projeções do Brasil em relação ao resto do mundo.

PIB

Em 2016 o WTTC informa que o PIB direto do turismo representou 3,2% do total do PIB brasileiro. As projeções para 2017 são de um crescimento de 0,5%, e mais promissoras para os próximos 10 anos, quando o indicador deverá representar 3,4% do PIB. Nos parece importante para um país com a dimensão e a diversidade econômica do Brasil. Ou seja, o setor de viagens e turismo continuará a desempenhar um papel importante na economia nacional. Na América Latina em 2016 esse percentual foi de 3,2% e no mundo de 3,1%.

EMPREGOS

Ano passado o setor de viagens e turismo no Brasil empregou diretamente 2 milhões e 500 mil pessoas, 2,8% do total de empregos; as projeções são de crescimento de 1,6% em 2017. Na América Latina em 2016 os empregos diretos representaram 2,9% do total e no mundo 3,6%.

Nos próximos dez anos os estudos do WTTC projetam um crescimento anual de 2,4% chegando em 2027 a representar 3,2% do total de empregos no Brasil.

 

Brasileiros gastam 50% a mais no exterior, até aqui

Paulatinamente, a economia do país dá sinais de recuperação (tivemos aumento de 0,1% no PIB, no primeiro trimestre) e o Turismo tem sido uma importante ferramenta de observação. De acordo com os dados de receita e despesa cambial divulgados pelo Banco Central, os brasileiros gastaram US$ 4,47 bilhões no exterior nesse primeiro trimestre de 2017, 50,37% a mais em relação ao mesmo período no ano passado.

Em relação somente ao mês de março, os valores também tiveram aumento de percentual. Para o terceiro mês do ano, a despesa cambial turística foi 18,5% superior a março de 2016. Entretanto, o percentual foi o menor do ano, já que nos meses de janeiro e fevereiro foi observada alta de 87% e 61%, respectivamente.

Enquanto a previsão da FGV é de 0,3% de crescimento do PIB geral, a projeção da WTTC de crescimento do PIB do Turismo é de 0,5% em 2017.

A temporada de verão, que foi até o mês de março, é um importante período de análise das receita e despesa cambiais. A nossa economia segue bastante sensível ao aumento ou redução dos gastos brasileiros em viagens internacionais e a análise desse desempenho é fundamental, sobretudo, a da variação cambial, que foi decrescente nesse primeiro trimestre.

Receita cambial

Já os turistas internacionais gastaram aqui US$ 650 milhões no mês de março, o que corresponde a um percentual de 8,88% superior a março do ano passado, quando a receita cambial foi de US$ 597 milhões. No acumulado do ano, de janeiro a março de 2017, o valor dos gastos dos estrangeiros no Brasil foi de US$ 1,85 bilhão, mesmo valor observado no primeiro trimestre de 2016, segundo o Banco Central.

Ao colocarmos na balança os números do BC, vemos que há ainda um caminho a percorrer até chegar a um equilíbrio de fato. Seguimos observando de perto o setor.