WTM: Londres 2012 e Rio 2016

Um dos temas abordados durante a WTM de Londres em 2013 foi o balanço que a indústria de viagens e turismo faz dos resultados do Jogos de Londres e as perspectivas para o Rio de Janeiro.

A própria feira faz uma pesquisa com expositores e buyers para tratar de alguns temas que fazem parte do World Travel Market 2013 Industry Report. Cinco temas são tratados: Jogos Olímpicos, Aviação, Mercados Emergentes, Ferramentas de Viagens e Tendências para o Reino Unido.

JOGOS OLÍMPICOS

1. A metade das empresas de turismo aumentaram sua oferta para Londres e o Reino Unido depois dos Jogos 2012;

2. Executivos seniors do setor (64%) disseram que a demanda por férias em Londres aumentou

3. A confiança no sucesso dos Jogos Rio 2016 é grande em 25% dos executivos de turismo; eles irão aumentar a oferta para o Rio independente dos resultados da Copa do Mundo FIFA 2014

4. De cada 10 executivos de turismo, 4 deles tendem a direcionar sua oferta para coincidir com os Jogos Rio 2016.

 

Existe ainda outro relatório da ETOA – Associação Européia de Operadores de Turismo “Lessons from London 2012: Fact, Fantasy and Legacy que traz balanço dos jogos no período de sua realização, mostrando que o período dos Jogos é anornal, trazendo distorções:

1. Suspende o ritmo dos negócios rotineiros

2. Bate de frente com as restrições de capacidade

3. Traz uma demanda irregular para o setor de serviços

4. Demanda uma infraestrutura permanente

 

Sabemos que o período é anormal, que a visibilidade é grande, fica o desafio de entender da melhor forma essa demanda de turismo e, sobretudo, lembrar de promover o Brasil. Pois o Rio estará ocupado no período dos Jogos, mas ainda temos todo o Brasil a explorar. Já vi operadoras internacionais vendendo “Lugares para visitar no Brasil durante os Jogos 2016″.

 

Típico da Toscana 2: Trufas e Alabastro

Na sequência do post Série “Típico da Toscana”1, vou comentar um pouco sobre a TRUFAS e o ALABASTRO ( enfim entender o que é isso…).

As TRUFAS negras estão na região de Apennines e San Miniato é a capital das trufas brancas na Itália. Eles usam os cachorros para fazer a busca das trufas, e os turistas podem experimentar essa “caça” durante suas visitas. Essa semana está difícil de encontrar trufas para comprar, mas em alguns dias começa o Festival de Trufas, um período super interessante para visitar a região.

Já o ALABASTRO, pedra quente e luminosa, faz parte da tradição que passa de pai para filho a centenas de anos; desde o final do século 18 muitas obras valiosas que foram feitas com a pedra de sulfato de cálcio hidrato rodaram o mundo com os “viajantes do alabastro”. Hoje as pessoas podem encontrar peças artesanais de vários tamanhos dessa expressão artística local. Miniaturas de Torre de Pisa são comuns em alabastro.

Série “Típico da Toscana” – 1

Durante três dias pertinho de Pisa para participar do IPK’s World Travel Monitor® Forum 2013 in Pisa: World Travel Trends e fazer uma palestra, aproveito para compartilhar assuntos que muitos já conhecem, mas vale a pena recordar ou saber um pouco mais.

Super interessante no quarto do hotel que estou Bagni di Pisa, eles mencionam as especialidades da Toscana, na Província de Pisa: VINHO, TRUFAS, ALABASTRO (fui ver o que era…), CERÂMICAS, AZEITE DE OLIVA, ARTIGOS DE COURO e ÁGUA TERMAL.

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Interessante não ? Bem o VINHO todos conhecem, mas os da região de Pisa têm os nomes associados a estradas e colinas, onde as famílias já produzem com DOC ( Designação de Origem Controlada ) dos vinhos italianos. Os principais são: Chianti delle Colline Pisane, Bianco Pisano di San Torpé, Vino MOntescudaio, Vino dei Colli dell’Etruria Centrale.

Os ARTIGOS DE COURO vêm do século 13, uma tradição artesanal que perdura até hoje. O couro vai direto para a fabricação de sapatos, bolsas e outros produtos de alta qualidade. Os lugares mais tradicionais são Santa Croce sull’Arno, Castelfranco di Sotto e San Miniato.

Viajando em 2013

Os gastos dos estrangeiros no Brasil apresentam grande recuperação em setembro (+14,3%), o mês com maior aumento percentual em relação ao ano passado; no entanto, o ano ainda continua com pequenos crescimento de +0,8%.

O mês de setembro também foi recorde nos gastos dos brasileiros no exterior (+27,3%), consolidando um ano com aumento de quase 16% de despesas no exterior. Segundo a OMT, os brasileiros estão entre as nacionalidades que mais aumentaram seus gastos em viagens internacionais depois da China e da Rússia.

Quanto ao volume de viajantes, enquanto o crescimento médio mundial segundo a OMT é de 5%, as Américas crescem 4% e a sub-região da América do Sul apresenta uma estabilidade em relação a 2012, sem crescimento.

Para os próximos seis meses, a pesquisa do MTur sobre intenção de viagens dos brasileiros mostra que 32,1% pretendem realizar viagens, deste, 74% desejam viajar no Brasil e 23,4% para o exterior.

 

Performance turismo no Brasil

O turismo mundial teve crescimento de 5% nos primeiros oito meses de 2013. O resultado se deve ao ótimo desempenho da Europa na alta temporada desse verão, da Ásia e do Oriente Médio. ( Fonte: OMT – Organização Mundial de Turismo ).

Nas Américas, o bom desempenho ficou por conta da América do Norte, que cresceu 4%. Os EUA também estão entre os países que aumentaram suas receitas com a chegada de estrangeiros (+11%). As receitas também cresceram na Tailândia (+27%), Hong Kong (China) (+25%), Turquia(+22%), Japão (+19%) e Reino Unido (+18%).

Para os emergentes ficou mais uma vez o recorde de gastos em viagens ao exterior. Os chineses gastaram +31% e os russos +28%. Os brasileiros não aumentaram em número de viajantes mas tiveram gastos de +15% em suas viagens ao exterior em 2013. Os gastos dos estrangeiros em nosso país não apresentam crescimento entre janeiro e agosto.

As chegadas de estrangeiros por via aérea nos primeiros oito meses do ano no Brasil registraram diminuição de -9,5%; os primeiros quatro meses registraram grande queda, por exemplo de -28,3% em abril; já a recuperação veio à partir de maio, com destaque para julho que teve crescimento de +27,7%.

Os principais portões aéreas de entrada de turistas registram crescimento nos oito primeiros meses de 28% em Recife, +13,3% em São Paulo (Guarulhos + Viracopos),+6% em Fortaleza e de +2,3% no Rio de Janeiro. Já uma quede de -15% em Belo Horizonte, -5,7% na Bahia (Salvador e Porto Seguro) e -1,2% em Brasília ( Fonte: EMBRATUR/ Polícia Federal ).

“Achismo” não dá

Acredito muito que deveríamos entender melhor os benefícios e riscos de sediar os grandes eventos esportivos de forma a sair das análises genéricas e dos “achismos”.

Um dos assuntos que merece especial atenção é o SETOR DE EVENTOS. O que acontece com esse segmento de mercado depois da realização dos grandes eventos ? Como os resultados e desempenho dos negócios é analisado ?

Comento aqui um relatório – 2013 London Venues Business Report, feito por organizações inglesas sobre a ocupação dos espaços de eventos depois de Londres 2012. Foram feitos levantamentos em 110 atrações turísticas, espaços de eventos e hotéis na cidade de Londres, chegando-se a algumas conclusões:

– existe um otimismo em 94% dos equipamentos depois dos Jogos Londres 2012;

– 63% dos espaços prevêm crescimento positivo em 2013

– 73% dos espaços vão investir recursos para ampliar e melhorar suas áreas em 2013

– 40% dos equipamentos revelam que não mudam preços em períodos de baixa ou alta temporada de eventos

– 80% das empresas oferecem wireless aos público de eventos sem cobrar pelo serviço

– a comunicação online é uma das ferramentas de venda e relacionamento mais importante, tanto para vendas diretas como para divulgação boca-a-boca

E me pergunto: quais os dados temos sobre nossa indústria no Brasil HOJE ? Qual a capacidade de negócios instalada e quais os investimentos futuros, seu retorno econômico e as tendências do mercado ? Como estamos preparando e divulgando nossa capacidade para realizar congressos, feiras e eventos de diversos perfis depois dos eventos esportivos ? Temos alguma estratégia em andamento ?

Indústria de Eventos 2: Brasil

O estudo da ICCA – International Congress & Convention Association, “A Modern History of International Association Meetings” foi alvo de um post aqui no blog semana passada INDÚSTRIA DE EVENTOS. Vamos agora dar uma olhada no crescimento do Brasil nesse cenário, que ao lado da China apresentou um dos maiores índices de crescimento.

A América Latina saiu de 4,2% do total de eventos realizados em 1963 para 10% em 2012. Veja abaixo o market-share atual dos continentes:

Europa: 54%

Ásia: 18,2%

América Norte: 12%

América Latina: 10%

África: 3,3%

Oceania: 2,5%

Cabe destacar, que os eventos latinoamericanos também aumentaram em quantidade, representavam menos de 1% dos eventos mundias e hoje chegam a 4%.

No início dos anos 60, o Brasil realizava em média 15 eventos a cada cinco anos, atualmente, realiza quase mil eventos a cada cinco anos. Isso significa sair de um market-share de 0,8% para 2,8% e também receber a cada cinco anos cerca de 536 mi turistas estrangeiros para participar de eventos internacionais pelo critério da ICCA.Um olhar mais detalhado para os últimos 10 anos, mostra a evolução do número de eventos que o Brasil recebeu, veja no link: EVENTOS ICCA BRASIL

Muitos desafios pela frente. Creio que o fato de recebermos os grandes eventos esportivos em 2014 e 2016 devem ser motivo de muita ação para mostrar a capacidade de receber e realizar eventos com profissionalismo. Lembrando que poderíamos estar recebendo muito mais eventos, em muitas cidades brasileiras, e para isso é preciso um trabalho focado e direcionado para as entidades de classe mundiais, instituições e organizadores de eventos espalhados pelo planeta.