Já passou da hora

Mesmo com a carência de informações quantitativas e qualitativas que trabalhamos no turismo brasileiro, sempre vivo “catando” tendências, números, conversando com colegas e procurando observar novidades que possam nos fazer avançar para acompanhar as rápidas e instantâneas transformações por que passa o setor de viagens e turismo no Brasil e no mundo.

As tecnologias são o motor das tendências por que passa o turismo, e as vemos avançar muito em alguns setores, como na aviação civil, nos setores de reservas e nas relações que os grandes operadores de diversos serviços desenvolvem entre si nas relações BtoB no mercado.

É claro que ainda há muito a avançar nas relações dentro do mercado, e muito mais ainda nas relações ou na provocação e interação com o consumidor final e os diversos prestadores de serviços. Olhando para o mercado brasileiro, salvo raras exceções, ainda nos vejo muito atrás do que a média mundial em todos os tipos de relações BtoB e BtoC. Isso se nota no setor privado e é ainda mais grave no setor público, que tem muitas dificuldades em ter agilidade e acompanhar tendências, sem mencionar a descontinuidade de politicas públicas nas mais diversas esferas.

O Suplemento Especial que o JP soltou sobre TECNOLOGIA me fez refletir sobre muitos aspectos no uso das tecnologias a favor do turismo e da competitividade que precisamos alcançar. Me ficou o alerta: não temos soluções tecnológicas em estudo ou como prioridade em nossos planejamentos; parece que estamos nos contentando com as redes sociais (e ainda sem entende-las e usá-las de forma eficaz).

Olhar para o mundo, interagir com outros setores de mercado, inovar e transformar as relações de mercado e, sobretudo com os consumidores é imperativo, já passou da hora.

Gama ou Mór

Ontem, 21 de outubro de 2015 tive a alegria de participar da homenagem que o Skall São Paulo fez ao Luis da Gama Mor.

Mais do que a merecida homenagem e a satisfação de encontrar amigos, quero salientar a importância do reconhecimento do trabalho dos profissionais da indústria de viagens e turismo no Brasil. Além disso, de celebrar as conquistas e aprender com os desafios enfrentados no dia a dia.

Não preciso relatar a trajetória do Mór, quero destacar as qualidades dele como amigo e profissional. Ressaltar os valores que pautam sua vida e as qualidades de ser humano que o tornam um exemplo a comemorar: um brasileiro que, junto com Fernando Pinto e outros colegas desbravaram os mares no sentido inverso do descobrimento. Saíram do Brasil para cruzar o oceano e ajudar a transformar de forma inovadora e ousada o turismo em Portugal, mas, sobretudo no Brasil.

Acho que esse sobrenome Gama tem origem em coincidência histórica. Vasco da Gama veio no século XV e liderou Pedro Álvares Cabral; Luis da Gama foi, dessa vez pelo ar com outros colegas. Brincadeiras à parte, é muito legal relembrar os primeiros voos da Tap para o nordeste, o lançamento do voo de Brasília, a cobertura de todas as regiões do Brasil que nos conecta à Europa e ao resto do mundo.

Mór, parabéns pelo exemplo, obrigada por sua contribuição ao turismo brasileiro e muito sucesso nos novos desafios da Tap e da equipe liderada por Fernando Pinto. Acho que agora vou chamar o Mór de “Gama”.

Turismo e economia

Em tempos de desafios no cenário econômico vale entender melhor o papel do turismo na economia nacional, assim como seu comportamento em relação a outros setores. Quem sabe se assim não podemos provocar investimentos no setor ?

Estudo do WTTC – World Travel & Tourism Council que compara a importância da indústria de viagens e turismo em relação a outros de nossa economia nos trazem dados surpreendentes. Em termos de impactos diretos no PIB brasileiro o turismo é duas vezes maior que o setor automobilístico e maior do que o setor químico e de mineração.

Na geração de empregos, o turismo, diretamente, gera mais postos de trabalho do que os serviços financeiros, automobilístico, comunicações, mineração e químico. O turismo gera direta e indiretamente 8,6% dos empregos no Brasil.

E para quem precisa de um futuro com algum sinal de otimismo, o estudo do WTTC, realizado pela Oxford Economics mostra que entre 2015 e 2025 é um dos que mais vai crescer em comparação a 10 setores estudados, serão em média 3,1% ao ano. Somente a agricultura (3,2), os bancos (3,4%) e o setor de mineração (4,4%) tem projeções de crescer mais do que nossa indústria.

E para falar em exportações, onde o turismo internacional tem grande importância no cenário atual e futuro, o estudo mostra que em 2014 o turismo representou 18% das exportações de serviços e 2,7% do total das exportações.

Mais impressionante, cada US 1 milhão gastos em turismo em nosso país geram outros US 1,5 milhão para nosso PIB; o único setor que gera mais impacto no PIB depois das viagens é a educação. E mais, para cada US 1 milhão de gastos de turistas em nossa atividade são gerados 55 empregos diretos, indiretos e induzidos. Os outros setores geram quantos empregos para cada US 1 milhão? Serviços financeiros 29, educação 81, automobilístico 36, comunicações, 36 e agricultura 100 empregos.

Fonte: How does Travel & Tourism compare to other sectors ? – World Travel & Tourism Council/ Oxford Economics

Receita e despesa em baixa

Os dados de receita e despesa dos estrangeiros no Brasil e dos brasileiros no exterior, respectivamente, já consolidam um ano ruim nos dois sentidos para o turismo. A comparação com o ano da Copa, o desempenho econômico do país e a taxa cambial são os fatores que mais contribuem para esses resultados.

Os dados divulgados hoje (22/09/15) pelo Banco Central mostram que em agosto os estrangeiros gastaram US$ 436 milhões no Brasil, isso significa uma queda de 11,73%; de janeiro a agosto, o acumulado é negativo em 20,88%. Em parte era esperado um desempenho ruim de junho e julho por causa da realização da Copa do Mundo em 2014, que certamente iria influenciar os resultados negativos desses dois meses; mas o fato é que todo o ano é negativo (somente o mês de março apresentou crescimento de quase 3%).

No lado dos gastos dos brasileiros no exterior, os dados no acumulado do ano são maiores, uma queda de 25,13% de janeiro a agosto. O mês de agosto registrou uma queda de 46,27%, a maior do ano de 2015. Também nesse caso, todos os  meses tiveram desempenho negativo em relação a 2014, somente o mês de fevereiro registrou um aumento de 6,5% nos gastos dos brasileiros lá fora.

O déficit na balança do turismo, embora menor entre janeiro e agosto de 2015 em relação a 2014 ainda é alto, de US$ 9 bilhões; era de US$ de 12 bilhões para o mesmo período de 2014.

Aqui, só pra lembrar, às vésperas da realização dos Jogos Rio 2016, deveríamos estar atraindo muitos estrangeiros ao Brasil, pelo aumento da visibilidade e pelo que deveria ter restado de imagem da Copa de 2014.

Pesquisa turista do nordeste

A CTI Nordeste apresenta hoje uma pesquisa realizada nos aeroportos da INFRAERO localizados na região pelo Ibope Inteligência entre os dias 18 e 25 de agosto. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos do total da amostra de 1.422 entrevistas.

O perfil identificado mostra 75% dos entrevistados como turistas, pesquisados nos aeroportos da região, com um gasto média de R$ 1.000,00 e uma estadia média de 7 dias. O número de viagens por pessoas mostra que avança a utilização do transporte aéreo na região, 23% dos entrevistados realizam pelo menos uma viagem ao ano, 16% pelo menos duas viagens e 13% realizam pelo menos uma viagem a cada três meses.

Do total de entrevistados, 43% estavam viajando a negócios e 35% a turismo ou lazer, e 68% viajam sozinhos, sem acompanhantes. O meio de hospedagem mais utilizado foi a casa de amigos e parentes para 42% e hotéis, para 36%.

A pesquisa também avaliou os aeroportos do nordeste (com exceção de Natal que não autorizou o Ibope a realizar as entrevistas) que foram bem avaliados em diversos itens, com destaque para a limpeza das instalações, as facilidades de achar carrinhos de bagagem e a gentileza dos funcionários dos aeroportos. Já os itens que foram avaliados como pior avaliados foram os serviços de internet, estacionamentos e a aparência externa dos aeroportos.

O aeroporto mais conhecido ou visitado é o de Salvador, já o melhor avaliado é o de Recife, seguido de Fortaleza e Salvador. Quando perguntados qual deveria ser o aeroporto escolhido para o hub da Tam, 45% escolheram Recife, 37% Fortaleza e 11% Natal.

Para acessar a pesquisa: http://ctinordestedobrasil.com.br/documentos/Pesquisa_Ibope_Ne_resumida.pdf 

Ocupação julho +20%

Como foi o mês de julho de 2015?

Aqui em Alagoas, buscamos alguns dados que ilustram um desempenho em média 20% superior ao ano passado.

Os dados da INFRAERO apontam um aumento nos desembarques de 19,7% no mês de julho de 2015 em relação ao mesmo período de 2014.

A ocupação hoteleira, medida pelo BOH – Boletim de Ocupação Hoteleira, registrou uma ocupação média de 74,2% em julho de 2015, um desempenho 21,44% maior que o ano da Copa, que foi de 61,1%.

Como foi em seu estado ?

TURISMO WEEK NORDESTE

Começa hoje a edição da Turismo Week by Bratzoa em parceira com a CTI Nordeste.
Estamos acreditando nessa ação inédita que envolve os operadores, agentes de viagens e leva ao consumidor final diversas opções de viagens ao nordeste.
O momento é favorável, a região se fortalece com sua identidade e cada destino traz suas promoções e suas experiências específicas.
Vamos dar um gás especial nas ações de marketing digital, unificando hashtags e fortalecendo as redes sociais dos destinos e empresas do nordeste.
#partiuturismoweeknordeste #participavocetambem

NE Week

As rodadas pelo nordeste para a preparação do Turismo Week Nordeste estão mobilizando os empresários e as secretarias de turismo em torno da formatação de produtos e promoções.

As novas oportunidades em torno do projeto que ocorre em parceria com a Braztoa à partir de 6 de agosto estão se mostrando mais do que a união da região nordeste em torno da promoção nacional. O que estamos observando também são a formatação de produtos novos, combinados, condições especiais em determinados períodos e uma grande ação de imagem da região no território nacional.

Por outro lado, os operadores Braztoa, em outras edições do Turismo Week voltados à promoção internacional, terão oportunidade de gerar novos relacionamentos comerciais no nordeste, além de conhecer uma maior diversidade de produtos segmentados e oferecer condições diferenciadas para os agentes de viagens.

Também estamos entusiasmados em conversar com o turista potencial ao nordeste. As ações de mídia online e offline, além das ações de marketing digital que a CTI irá iniciar irão formar uma plataforma guarda-chuva para ações contínuas de marketing do nordeste.

Eventos: e a banda passando

A Copa do Mundo foi aqui. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 serão aqui em 430 dias (nossa!!!). O Brasil já atingiu seu máximo no ranking da ICCA. Minha pergunta: para onde vai o setor de eventos de nosso país? Qual a estratégia para o setor de eventos associativos, eventos esportivos e outros tipos de eventos para um país que fez tantos investimentos em infra-estrutura turística e em equipamentos para receber todos os tipos de eventos ?

Não vejo nenhum debate sobre a visão que temos do setor para daqui a dez anos, quais os próximos passos a seguir ? Como inovar e avançar no processo de captação de eventos ? Como podemos expandir políticas para os eventos esportivos? Por acaso estamos estudando o que fez a Inglaterra ou o Canadá para aprender com outras experiências? Ou também vamos jogar fora essa oportunidade?

O Brasil não teve estratégia de imagem para a Copa do Mundo, não tem para os Jogos Olímpicos, não sabemos quais as mensagens queremos passar para o Mundo. As pesquisa de imagem com os estrangeiros mostram EXATAMENTE a mesma coisa há 10 anos. E o setor de eventos, também vai ser espectador nesse cenário? Parece que estamos sentados na arquibancada vendo a banda passar, e que não temos nada a ver com o que está acontecendo.

Turismo Week Nordeste

Em parceria com a Braztoa, a CTI Nordeste lançou uma promoção inédita para atrair brasileiros para a região nordeste do Brasil. Por que isso é inédito e importante ?

1. Reúne os estados do nordeste em torno de um projeto conjunto para promoção nacional em torno da identidade regional e com destaque para produtos e roteiros diferenciados em cada destino;

2. Vai permitir aos estados apresentarem novos produtos e agregar valor aos pacotes ou roteiros já existentes, ampliando a base de sua oferta e fazendo uma promoção de imagem mais diversificada;

3. Será uma ação que envolverá os destinos e seus parceiros privados, os operadores, os agentes de viagens e o consumidor final; usando publicidade e ações de marketing digital como suporte de vendas com apoio do site do programa;

4. É uma nova experiência de promoção para o nordeste e para a Braztoa nas edições anteriores, usando novas ferramentas e tratando a região que é mais procurada pelos brasileiros uma opção real de viagens no segundo semestre de 2015; e

5. Aproveita o cenário cambial e vence as dificuldades iniciais das novas gestões estaduais, acreditando que em momentos difíceis, as lideranças podem e conseguem gerar oportunidades e negócios.