São Paulo e Rio em 2011, estudo Mastercard

Estudo da Mastercard em 132 países mostra a recuperação do turismo mundial em números de viagens internacionais e também em gastos. O setor de viagens e turismo é, mais uma vez, atividade que caminha com o dinamismo econômico mundial, e os destinos turísticos, por meio do gasto de seus visitantes, se tornam veículos de impacto no comércio e negócios. O turismo amplia as possibilidades de desenvolvimento local, sobretudo nos mercados emergentes.

Dados de perspectivas para 2011 na América Latina segundo o MasterCard Index of Global Destination Cities: Cross-Border Travel and Expenditures 2Q 2011:

  • O Brasil deve liderar o crescimento em 2011 com 2 cidades, São Paulo e Rio de Janeiro, tanto em número de visitantes como em gastos.
  • São Paulo: número 1 do ranking deve receber cerca de 2,7 milhões de visitantes e ter uma taxa de crescimento de 2010 para 2011 de 17,1%.
  • Rio: deve ser o número 8 do ranking, chegando a 700 mil visitantes e com uma taxa de crescimento de 27,5% (deverá ser a mais alta da América Latina).
  • A expectativa é de que os gastos dos visitantes deixem em São Paulo em 2011 cerca de US 3,1 bilhões e no Rio de Janeiro, US$ 900 milhões.

Vulcões e desastres naturais

Quando ouvimos e vimos as notícias sobre o vulcão na Islândia em 2010, parecia longe de nossa realidade.

Durante o mês de abril, 15% de todos os vôos do espaço aéreo europeu foram cancelados causando grandes prejuízos ao setor de viagens e turismo quando a crise de 2009 parecia estar começando a passar.

Da mesma forma, o setor de turismo sentiu e ainda sente os efeitos da última tragédia no Japão, que deverá custar mais de US$ 300 bilhões ao país. Imediatamente as viagens para o Japão foram canceladas e é grande o esforço de mostrar a recuperação e áreas não afetadas.

Desse lado do mundo, desde o dia 04 de Junho sentimos os efeitos do vulcão chileno, que já causou cancelamentos de vôos e interrompeu viagens a negócios e a lazer.

Se o turismo é uma atividade imediatamente afetada por eventos naturais, sua capacidade de recuperação e contribuição à retomada econômica deve ser vista na mesma proporção.

Além da volta à normalidade, da recuperação de vias de acesso e de paisagens turísticas, é muito importante comunicar aos clientes e fornecedores as atitudes para retomar as atividades econômicas locais.

Lembro agora das chuvas que castigaram Santa Catarina em 2009 não atingiram as principais regiões turísticas e uma eficiente estratégia de comunicação garantiu a presença dos sul americanos na temporada que começou dois meses depois do evento.

Como o cliente ajuda a vender seu produto?

Como a hotelaria vem usando as redes sociais para mudar sua forma de fazer negócios e se relacionar com os clientes ? E qual o retorno de fidelidade ? Esses e outros temas foram debatidos na Conferência de Hospitalidade da NYU em relação ao retorno de investimento nessa nova plataforma de comunicação.

A principal realidade a constatar é de que as redes sociais já substituíram as tradicionais forma de mídia, pois os consumidores estão mais econômicos, engajados e sempre online.

O retorno que os clientes dão sobre suas experiências num hotel ou serviço é a melhor arma de um bom negócio. Hóspedes compartilham coisas positivas e vantagens de um hotel e contaminam outros clientes.

Eu mesma, ao fazer uma viagem, dependendo do motivo, ao comparar produto, preço e o tipo de serviço que quero, vou direto aos comentários dos hóspedes para tomar minha decisão final.

E como os depoimentos podem ajudar na melhoria de um produto ? Ouvindo os clientes de forma sincera e positiva pode ajudar a melhorar serviços e ao mesmo tempo fortalecer marcas. O marketing não está mais sob controle da empresa, o cliente se apropria da construção da imagem da marca e do produto. E isso tem grande valor.

Canadá: turismo 1 ano depois dos Jogos

Os Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 foram realizados em Vancouver, com resultados positivos em número de visitantes e gastos durante o evento.

Hoje, a CTC – Canadian Tourism Commission divulgou os dados de março de 2011, que comparados com 2010, período dos Jogos, tiveram uma diminuição de chegadas de 6%. Os únicos mercados que levaram mais visitantes foram Brasil (+44%), China (+9%) e França (+1). Os americanos, principal mercado, tiveram -4% de chegadas, menos que fevereiro, quando o índice foi de -9%.

Estou mostrando esses dados para nosso reflexão nos anos seguintes à realização do Mundial de 2014 e dos Jogos Rio 2016. Pode ser que em 2015 a diminuição de visitantes não seja tão acentuada, mas após 2016 provavelmente o cenário poderá ser de diminuição.

Previsível quando comparamos anos de grande visitação por causa dos eventos esportivos e anos “normais”. O mais importante, é pensar no longo prazo, olhar para uma linha crescente nos próximos 10 anos, e continuar promovendo e planejando a promoção internacional para depois de 2016.

E aí ? E o gasto dos estrangeiros aqui ?

As informações sobre as receitas e despesas da balança em turismo estão mais focadas nos gastos dos brasileiros no exterior, e claro, a diferença entre esse valor e o montante que os estrangeiros gastam no Brasil. Câmbio, crescimento interno, mais viajantes ao exterior são alguns fatores que têm grande impacto nesse cenário.

E quero falar do gasto dos estrangeiros no Brasil, muito importante para a economia nacional, que coloca o turismo entre os primeiros itens da pauta de exportações do Brasil. Mais do que isso, chegada de estrangeiros significa mais empregos, mais investimentos, melhoria de serviços, experiência para o mercado interno.

Em abril de 2011, os estrangeiros gastaram + 17% em sua viagem ao Brasil, trazendo um acumulado no ano de +10,7%. Daí a importância de perseguir metas de qualificação dos destinos, infraestrutura, promoção internacional e todos os demais temas que falamos sempre.

Meu ponto focal hoje é como o turismo é visto em nosso País enquanto atividade econômica responsável por 3,4% do PIB ? Que gera empregos nas diversas regiões e é um fator de preservação ambiental e valorização cultural ? Quanto governos, empresas não ligadas diretamente ao turismo sabem e conhecem nosso setor ?

Uauh! Que momento para o turismo do Brasil

Nessa semana participo de dois eventos de turismo nos EUA. O primeiro, WTTC Summit reuniu cerca de 800 líderes do setor de viagens do mundo todo, falando sobre as possibilidades de crescimento da economia do planeta com a contribuição do turismo para o PIB mundial, a geração de empregos e a entrada de divisas. Hoje, começou o Pow Wow, evento exclusivo para profissionais para vender EUA pelo mundo.

E parei de contar as vezes que o Brasil foi citado, e as demandas de reuniões e conversas com empresários brasileiros. Trata-se de um grande destaque para o Brasil como grande emissor de visitantes, sobretudo com alto gasto no exterior. Também do poder das economias emergentes como líderes do turismo mundial com seus mega mercados domésticos.

Nosso setor tem pela frente grandes oportunidades, para crescer internamente, gerando empregos e distribuindo renda pelo país de forma mais igual. No mercado internacional, seja nas viagens dos brasileiros para o exterior, seja dos estrangeiros que virão ao Brasil a lazer, para fazer novos negócios em função do crescimento da economia, ou ainda, porque os grandes eventos esportivos serão a rede de divulgação impressionante de um novo Brasil.

Além dos desafios de infraestrutura, qualificação e tantos outros, entendo que a busca do profissionalismo do setor ao mostrar sua importância para a economia do Brasil deve ser uma luta obstinada. Precisamos detonar uma jornada interna para mostrar o que é o turismo e seus benefícios econômicos, sociais e ambientais.

Mais do que isso, precisamos estar presentes aos fóruns globais, colocar nossa opinião, mostrar nosso país e ter papel ativo no debate e ações globais da indústria de viagens e turismo.

Quanto mais o Brasil pode sem o visto ?

A USTravel Association publicou hoje (17 Maio) em Las Vegas um relatório defendendo a inclusão do Brasil e dos demais países BRICs no programa Visa Waiver, que concede isenção de vistos.

Segundo a projeção do estudo, esses países têm alto gasto, e o visto é um entrave para as viagens aos EUA e sua liberação poderá gerar mais empregos e divisas.

O Brasil, por exemplo, em 2010, teve uma média de gasto por visitante de US$ 4.940,00 (isso mesmo, quase 5 mil dólares ). Assim, os 1.200 milhão de visitantes deixaram nos EUA cerca de US$ 5,9 bilhões e geraram 42 mil empregos.

Coincidência ou não, esse valor de quase 6 bilhões de dólares é o total da entrada de divisas dos estrangeiros que chegaram ao Brasil em 2010.

Será que a barreira do visto, de taxas e outros entraves são um tema importante somente para os que trabalham em turismo ou são um assunto de interesse dos congressistas brasileiros, dos governos e lideranças que ao saber do grande impacto do setor na economia nacional poderiam ter atitudes mais concretas para acabar com barreiras ?

Segundo o WTTC – World Travel & Tourism ( Oxford Economics ), o TURISMO no Brasil em 2011 será responsável por 3.3% do total de nosso PIB. Ainda, vai crescer 4.8% em relação a 2010.

Também, o TURISMO, será responsável por 2 milhões e 800 mil postos de trabalho.

E os visitantes estrangeiros trarão uma receita total em gastos 11,9% maior que em 2010 – R$ 12, 5 bilhões (eu disse bilhões de dólares).

O maior encontro de líderes do turismo global: WTTC 2011

Amanhã, 17 de Maio de 2011 começa em Las Vegas a 11a edição do WTTC Summit – World Travel Tourism Council.

O evento reúne os maiores líderes mundiais do setor todos os anos para debater temas relevantes para a indústria. Em 2009 o evento foi realizado no Brasil, em Florianópolis e, ano passado em Pequim, na China.

Esse ano, o evento ocorre em momento de recuperação do turismo mundial e ao mesmo tempo com temas como o tsunami do Japão, mudanças políticas no Oriente Médio e dúvidas sobre o preço do petróleo.

A importância do turismo como gerador de empregos, contribuição ao PIB dos países e gerador de divisas traz ao debate as oportunidades e desafios de 2011.

Segundo o CEO do WTTC, David Scowsill “nos próximos dez anos, a contribuição do turismo para o PIB mundial deve crescer cerca de 4,2% ao ano, chegando a US$ 9,2 trilhões e trazendo consigo 65 milhões de novos empregos. Em 2021, 1 em cada 10 trabalhadores no planeta estarão empregados no setor como resultado desse crescimento. Esse crescimento será amplamente impulsionado pelo aumento do nível de vida e novos consumidores – sobretudo da China, Índia, Russia e Brasil – entrando no mercado, impulsionando as viagens internacionais e gerando vibrantes mercados domésticos”

Negócios com uma nova visão, políticas públicas, oportunidades e tantos outros debates estarão acontecendo. Vou transmitir um pouco por aqui nos próximos dias. Acompanhe.

Marketing de Destinos: MARKTUR, Buenos Aires

Hoje, 11 de Maio de 2011, durante palestra de abertura no MARKTUR – Fórum Latinoamerico de Marketing Turístico, tive a oportunidade de falar sobre o poder dos mega eventos esportivos na promoção do setor de viagens e turismo.

Se eventos são momentos onde o normal e cotidiano se torna extraordinário, precisamos tornar qualquer viagem, evento, numa experiência sensacional. É preciso celebrar no sentido mais amplo e elevado da palavra. Isso é ser líder no momento de realizar um evento. Isso é ser líder ao realizar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Além de falar dos possíveis impactos positivos e negativos dos eventos e de contar um pouco dos resultados do Mundial de 2010 na África do Sul e de edições de Jogos Olímpicos, centramos nosso debate na experiência do turismo brasileiro a partir de 2008, depois de ser confirmado como país sede da Copa de 2014 e dos Jogos Rio 2016.

Os objetivos estratégicos estabelecidos no Plano Aquarela 2020:

  1. Melhorar resultados e ter êxito no longo prazo na promoção turística internacional do Brasil;
  2. Ter uma estratégia única do setor público e privado para o mundo;
  3. Promover o Brasil como destino turístico global além de 2014 e 2016; e,
  4. Aproveitar a oportunidade de realização dos mega eventos esportivos para tornar o Brasil mais conhecido como destino turístico

Além de outros pontos, salientamos que os eventos por si só não promovem o País. É preciso ter objetivos e estratégias, monitorar e atualizar essas estratégias e ao mesmo tempo estar sempre baseado em estudos e pesquisa que avaliem impactos e resultados.

Mais informações no site do MARKTUR.