150 dias para a Copa

No noticiário fala-se do atraso das obras dos estádios, ou das críticas da FIFA. Alguns analistas dizem que o Brasil não precisa da Copa, que ela não traz legado. Discordo.

Além de aprender com a experiência de outros países, é preciso entender o Mundial dentro da realidade brasileira. Não se trata de salientar que precisamos investir em saúde e educação, é claro que precisamos cada vez mais. Trata-se de entender que Copa + Jogos Olímpicos + outros eventos = acelerar infraestruturas/ maior conhecimento sobre o Brasil/ qualificação em diversos níveis e muitos desdobramentos positivos.

Não teremos todos os problemas resolvidos, mas certamente muitos dos debates que a sociedade brasileira travou levaram a atitudes, cobranças e reflexão sobre diversos temas importantes.

Creio que no campo do turismo a maioria das cidades sede estão trabalhando muito para projetar sua imagem melhorar serviços e trabalhar cada vez com mais profissionalismo. Minha reflexão vem sobre o depois da Copa, é preciso pensar agora, planejar, saber como conduzir a promoção depois dos eventos, caso contrário se irá dizer que a Copa não adiantou de nada.

Tenho certeza que se chegarmos à conclusão que os resultados da Copa não foram positivos para o turismo foi porque não soubemos aproveitar as oportunidades.

Quer saber um pouco mais o que penso da Copa? Veja a palestra no link Palestras Jeanine Pires

Quer saber aonde as seleções irão se Hospedar? Veja Os Países e a Copa 

Os países e a Copa 2014

IMG_0148Quando elaboramos o Plano Aquarela 2020, com metas e uma estratégia de promoção para além de 2014 e 2016, tínhamos como um dos objetivos alcançar maior visibilidade ao Brasil como destino turístico. Especialmente, lembrávamos que a 6 meses do evento a definição das chaves e das cidades aonde as seleções iriam se hospedar seria também uma grande oportunidade de visibilidade das cidades sede (12) e de outras cidades brasileiras.

Pois bem, conheço o trabalho de algumas cidades para sediar seleções, e vemos que muitas oportunidades irão surgir; seja de receber jornalistas, seleções e torcedores dos países que terão suas seleções nas bases de treinamento. A pergunta é: como esses destinos estão se preparando para receber jornalistas ? Qual seu posicionamento enquanto destino turístico? Que mensagens, que imagens serão divulgadas pela imprensa nacional e internacional sobre a cultura e as riquezas naturais desses destinos ? Existe uma estratégia para promover esses destinos nos países de origem dessas seleções ? Existe um website em outras línguas para a busca de informações ? Existe uma estratégia de comunicação digital?

As oportunidades serão aproveitadas ? E depois da Copa ? Quais os próximos passos para dar seguimento ao trabalho de promoção turística e de captação de eventos ?

Veja a lista das cidades aonde as seleções irão se hospedar.

AMÉRICA DO SUL
Brasil – Teresópolis(RJ)

Argentina – Belo Horizonte (MG)
Colômbia – Cotia (SP)
Chile – Belo Horizonte (MG)
Uruguai – Sete Lagoas (MG)
Equador – Viamão (RS)
AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL
Estados Unidos – São Paulo (SP)
México – Santos (SP)
Honduras – Porto Feliz (SP)
Costa Rica – Santos (SP)
EUROPA
Alemanha – Santa Cruz de Cabrália (BA)
Rússia – Itu (SP)
Holanda – Rio de Janeiro (RJ)
Espanha – Curitiba (PR)
Suíça- Porto Seguro (BA)
França – Ribeirão Preto (SP)
Portugal – Campinas (SP)
Croácia – Praia do Forte (BA)
Itália – Mangaratiba (RJ)
Grécia – Aracaju (SE)
Bósnia – Guarujá (SP)
Bélgica – Mogi das Cruzes (SP)
Inglaterra – Rio de Janeiro (RJ)
ÁFRICA
Camarões – Vitória (ES)
Nigéria – Campinas (SP)
Gana – Maceió (AL)
Costa do Marfim – Águas de Lindóia (SP)
Argélia – Sorocaba (SP)
 
ÁSIA
Irã – São Paulo (SP)
Coréia do Sul – Foz do Iguaçu (PR)
Japão – Itu (SP)
Austrália – Vitória (ES)

2014, 2015… 2017

Quando paro para pensar que 2014 já está aí, logo me vem à cabeça que esse é o blog da Contagem Regressiva.

Pois então preciso já pensar em 2015. Apressada mesmo. Porque depois vem 2015 e 2016, Jogos Olímpicos Rio 2016. E já estou em 2017. Sim, para o turismo precisamos começar a trabalhar para 2017, se é que já não deveríamos ter começado.

Tudo isso pode ser um pouco de exagero, e por isso desejo comentar 3 pontos:

1. Em 2014 e assim por diante, precisamos ter planejamento e continuidade nas políticas de turismo. Claro que com inovação, melhorias e muito profissionalismo

2. Em 2014 e assim por diante, o pensar a longo prazo deve fazer parte da cultura do desenvolvimento do turismo, seja no setor público ou privado. Perder essa perspectiva pode ser fatal

3. Em 2014 e assim por diante, devemos ser obstinados por criatividade, inovação, conhecimento e também introduzir em nossa cultura corporativa que tudo muda muito rápido em nossa indústria. Perde essas perspectiva já é fatal.

UM SUPER 2014 PARA TODOS.

P.S. Quero agradecer à equipe do JP e a todos os leitores e colegas do Blog Panrotas por essa oportunidade de aprender e compartilhar.

 

Retorno de investimentos em marketing ?

Se fazer a promoção de um destino ou de um serviço já é uma tarefa difícil, saber aonde investir, em que públicos, que ferramentas usar, quanto investir; imagina medir os resultados dos investimentos.

No último relatório do Ministério do Turismo sobre a competitividade dos 65 destinos o ítem menos desenvolvido no Brasil é o monitoramento. O segundo menos desenvolvido é exatamente o marketing e a promoção. Lamentável, porque não adiasta ter produtos ou destinos maravilhosos se as pessoas não têm conhecimento, se o estor público não tem informações sobre os resultados das ações promocionais ou do resultado econômico da realização do turismo.

Na verdade creio que os desafíos são complexos e duplos: fazer um planejamento, atualizar dados e informações, estabelecer objetivos e metas, orçamento; e, depois, avaliar os resultados obtidos. Conhecer as tendências mundiais e locais, conhecer seu cliente, preparar o destino ou os produtos e a experiencia que o visitante teve.

 

Conhecemos nossos produtos e destinos ?

Quando começamos a fazer o trabalho de relações públicas no mercado internacional, na época da EMBRATUR, conseguimos perceber que a profundidade e qualidade dos conteúdos que tínhamos para falar do Brasil e das experiências que o turista tinha por aqui eram insuficientes.

Levar informações ao turista antes que ele chegue ao destino, ou mesmo quando ele já chegou é um desafio complexo e que exige muito conhecimento sobre como pode ser a visita, mas só que nos mínimos detalhes. O visitante quer descobrir sozinho, experimentar, vivenciar; e para isso ele precisa encontrar informações histórias, geográficas, culturais, curiosidades e detalhes sobre o produto ou serviço que deseja desfrutar. Bem, as ferramentas para isso são muitas, a linguagem, a forma, tudo irá influenciar no resultado da viagem e ainda mais na opinião que o visitante levará adiante em seus comentários.

Mas a pergunta que me faço é: o quanto nós, agentes do turismo, ligados ao mercado ou ao setor público conhecemos nossos destinos e produtos, o quanto estamos nos preparando para disponibilizar informações e serviços para que o turista de fato seja seduzido pelo que estamos “vendendo”. Se realmente conhecemos, aonde estão essas informações? Preparadas em formato e linguagem que atenda o ponto de vista do visitante ? É fácil encontrá-las ? E se ele vem a negócios e eventos? E se ele veio a lazer, como o tratamos com suas necessidades específicas?

Tudo isso, porque não basta ter uma ótima hospedagem, um restaurante delicioso, uma praia deslumbrante, um cultura vibrante. Tudo isso porque ao final precisamos responder: o que nos diferencia ? o que nos torna únicos ? o que nos torna desejados como destino turístico ?

EMBRATUR aos 47

Na minha opinião estamos aos 47 minutos do segundo tempo. No dia 18 de novembro a EMBRATUR comemora 47 anos de existência. Às vezes as pessoas não gostam de aniversários, mas sinto que a grande maioria gosta de ser lembrada, de celebrar a vida, de relembrar momentos e de refletir sobre o futuro.

Para a EMBRATUR, tão cara aos brasileiros e, especialmente àqueles que trabalham no turismo ou àqueles que passaram pela entidade, são quase 50 anos de história. Momentos distintos que acompanharam a vida do Brasil e a tão recente caminhada do turismo. Oportunidade para lembrar de amigos, reverenciar memórias e festejar o turismo.

Hoje, com as mudanças nos hábitos de viagens, com o maior acesso ao turismo, as pessoas conhecem um pouco mais a importância dessa indústria. Creio que muitos avanços podem ser mencionados, e também muitos desafios se colocam à frente. Para os leitores da Panrotas, só quero mencionar um desafio que considero condição essencial para que a promoção internacional do Brasil e, por consequência a EMBRATUR, precisa enfrentar: a mudança de seu modelo de gestão.

Para que a EMBRATUR possa acompanhar as rápidas mudanças por que passa o turismo mundial é necessário uma grande mudança a ser aprovada pelo executivo e pelo legislativo. É necessário ter agilidade para que suas ações sejam efetivas, consigam atingir parcerias com o setor privado, para que seus resultados sejam mensurados e mostrados como importante fonte de desenvolvimento econômico, gerador de empregos e de valorização da cultura.

Oportunidade de promoção na Argentina

O governo argentino publicou um decreto que oficializa os feriados dos próximos três anos. O objetivo é estimular os argentinos a viajar dentro de seu próprio país, prolongar finais de semana, combater a sazonalidade e fazer com que a atividade turística possa ser beneficiada. Os feriados que cairem em terças e quintas serão substituídos por segundas e sextas.

Uma olhada especial no calendário dos principais países emissores de visitantes para o Brasil pode ser tornar uma ótima oportunidade de planejar promoções e pacotes especiais para estrangeiros que desejam visitar o Brasil. Saber antecipadamente as datas pode colaborar para um calendário promocional e ao mesmo tempo a oferta de produtos diferenciados ou mesmo a busca de novos públicos.

No caso da Argentina, maior emissor de visitantes para o Brasil, os principais destinos procurados a lazer ano passado foram Florianópolis, Rio, Foz, Búzios e Bombinhas. Seguem algumas informações sobre o perfil do argentino que visita ao Brasil:

– 79% quer sol e praia

– a motivação “natureza, ecoturismo e aventura” cresceu de 7,7% para 16% entre 2006 e 2012

– a maioria viaja com a família ou são casais sem filhos

– a idade média com maior número de visitantes está entre 32 e 50 anos

– embora a grande maioria já conheça o Brasil, em 2012 20% dos argentinos que nos visitaram o fizeram pela primeira vez

– quer se comunicar com eles? A internet e os amigos e parentes são a referência para a grande maioria

– 98% dos argentinos que viajaram ao Brasil disseram que querem voltar

E aí ? Às vezes não precisa ir muito longe para buscar novos clientes e oferecer novos produtos

(Fontes: Ministério do Turismo, Hosteltur, Governo da Argentina)

 

WTM: Londres 2012 e Rio 2016

Um dos temas abordados durante a WTM de Londres em 2013 foi o balanço que a indústria de viagens e turismo faz dos resultados do Jogos de Londres e as perspectivas para o Rio de Janeiro.

A própria feira faz uma pesquisa com expositores e buyers para tratar de alguns temas que fazem parte do World Travel Market 2013 Industry Report. Cinco temas são tratados: Jogos Olímpicos, Aviação, Mercados Emergentes, Ferramentas de Viagens e Tendências para o Reino Unido.

JOGOS OLÍMPICOS

1. A metade das empresas de turismo aumentaram sua oferta para Londres e o Reino Unido depois dos Jogos 2012;

2. Executivos seniors do setor (64%) disseram que a demanda por férias em Londres aumentou

3. A confiança no sucesso dos Jogos Rio 2016 é grande em 25% dos executivos de turismo; eles irão aumentar a oferta para o Rio independente dos resultados da Copa do Mundo FIFA 2014

4. De cada 10 executivos de turismo, 4 deles tendem a direcionar sua oferta para coincidir com os Jogos Rio 2016.

 

Existe ainda outro relatório da ETOA – Associação Européia de Operadores de Turismo “Lessons from London 2012: Fact, Fantasy and Legacy que traz balanço dos jogos no período de sua realização, mostrando que o período dos Jogos é anornal, trazendo distorções:

1. Suspende o ritmo dos negócios rotineiros

2. Bate de frente com as restrições de capacidade

3. Traz uma demanda irregular para o setor de serviços

4. Demanda uma infraestrutura permanente

 

Sabemos que o período é anormal, que a visibilidade é grande, fica o desafio de entender da melhor forma essa demanda de turismo e, sobretudo, lembrar de promover o Brasil. Pois o Rio estará ocupado no período dos Jogos, mas ainda temos todo o Brasil a explorar. Já vi operadoras internacionais vendendo “Lugares para visitar no Brasil durante os Jogos 2016″.

 

Típico da Toscana 2: Trufas e Alabastro

Na sequência do post Série “Típico da Toscana”1, vou comentar um pouco sobre a TRUFAS e o ALABASTRO ( enfim entender o que é isso…).

As TRUFAS negras estão na região de Apennines e San Miniato é a capital das trufas brancas na Itália. Eles usam os cachorros para fazer a busca das trufas, e os turistas podem experimentar essa “caça” durante suas visitas. Essa semana está difícil de encontrar trufas para comprar, mas em alguns dias começa o Festival de Trufas, um período super interessante para visitar a região.

Já o ALABASTRO, pedra quente e luminosa, faz parte da tradição que passa de pai para filho a centenas de anos; desde o final do século 18 muitas obras valiosas que foram feitas com a pedra de sulfato de cálcio hidrato rodaram o mundo com os “viajantes do alabastro”. Hoje as pessoas podem encontrar peças artesanais de vários tamanhos dessa expressão artística local. Miniaturas de Torre de Pisa são comuns em alabastro.