Desafios do nordeste

O nordeste é uma região do turismo brasileiro com grande identidade de produtos, e ao mesmo tempo, que avançou de forma substancial em nichos e características intrínsecas de cada estado que permitem ter um grande destino nacional e internacional com imensos diferenciais. Sua infraestrutura e a experiência que  proporciona aos visitantes brasileiros se aprimora e busca um diferencial.

Os atuais secretários de turismo da região, que assumiram em janeiro de 2015 começaram suas gestões com espírito de que juntos podemos fazer mais. Que os desafios das economia e as dificuldades podem ser melhor superadas quando enfrentadas conjuntamente. Ações no mercado nacional e internacional, assim como a defesa de vários temas ligados ao desenvolvimento da região pautaram a atuação dos secretários no nordeste ao longo de 2015.

Em 2016, sob a liderança dos atuais secretários, o nordeste também enfrenta o desafio de se reinventar do ponto de vista de sua atuação conjunta. Buscar uma nova estrutura que represente os desafios e posso responder aos projetos comuns da região é o maior deles. Envolver mais o setor privado, diferenciar o nordeste e colocar o melhor do talento de seu povo e daqueles que trabalham no turismo é o desejo manifestado pelo fórum de secretários que se reuniu em Recife, ontem 12 de janeiro. O turismo mudou muito e segue em passos rápidos para novas transformações, vamos colocar o pé no acelerador.

Já passou da hora

Mesmo com a carência de informações quantitativas e qualitativas que trabalhamos no turismo brasileiro, sempre vivo “catando” tendências, números, conversando com colegas e procurando observar novidades que possam nos fazer avançar para acompanhar as rápidas e instantâneas transformações por que passa o setor de viagens e turismo no Brasil e no mundo.

As tecnologias são o motor das tendências por que passa o turismo, e as vemos avançar muito em alguns setores, como na aviação civil, nos setores de reservas e nas relações que os grandes operadores de diversos serviços desenvolvem entre si nas relações BtoB no mercado.

É claro que ainda há muito a avançar nas relações dentro do mercado, e muito mais ainda nas relações ou na provocação e interação com o consumidor final e os diversos prestadores de serviços. Olhando para o mercado brasileiro, salvo raras exceções, ainda nos vejo muito atrás do que a média mundial em todos os tipos de relações BtoB e BtoC. Isso se nota no setor privado e é ainda mais grave no setor público, que tem muitas dificuldades em ter agilidade e acompanhar tendências, sem mencionar a descontinuidade de politicas públicas nas mais diversas esferas.

O Suplemento Especial que o JP soltou sobre TECNOLOGIA me fez refletir sobre muitos aspectos no uso das tecnologias a favor do turismo e da competitividade que precisamos alcançar. Me ficou o alerta: não temos soluções tecnológicas em estudo ou como prioridade em nossos planejamentos; parece que estamos nos contentando com as redes sociais (e ainda sem entende-las e usá-las de forma eficaz).

Olhar para o mundo, interagir com outros setores de mercado, inovar e transformar as relações de mercado e, sobretudo com os consumidores é imperativo, já passou da hora.

Gama ou Mór

Ontem, 21 de outubro de 2015 tive a alegria de participar da homenagem que o Skall São Paulo fez ao Luis da Gama Mor.

Mais do que a merecida homenagem e a satisfação de encontrar amigos, quero salientar a importância do reconhecimento do trabalho dos profissionais da indústria de viagens e turismo no Brasil. Além disso, de celebrar as conquistas e aprender com os desafios enfrentados no dia a dia.

Não preciso relatar a trajetória do Mór, quero destacar as qualidades dele como amigo e profissional. Ressaltar os valores que pautam sua vida e as qualidades de ser humano que o tornam um exemplo a comemorar: um brasileiro que, junto com Fernando Pinto e outros colegas desbravaram os mares no sentido inverso do descobrimento. Saíram do Brasil para cruzar o oceano e ajudar a transformar de forma inovadora e ousada o turismo em Portugal, mas, sobretudo no Brasil.

Acho que esse sobrenome Gama tem origem em coincidência histórica. Vasco da Gama veio no século XV e liderou Pedro Álvares Cabral; Luis da Gama foi, dessa vez pelo ar com outros colegas. Brincadeiras à parte, é muito legal relembrar os primeiros voos da Tap para o nordeste, o lançamento do voo de Brasília, a cobertura de todas as regiões do Brasil que nos conecta à Europa e ao resto do mundo.

Mór, parabéns pelo exemplo, obrigada por sua contribuição ao turismo brasileiro e muito sucesso nos novos desafios da Tap e da equipe liderada por Fernando Pinto. Acho que agora vou chamar o Mór de “Gama”.

Turismo e economia

Em tempos de desafios no cenário econômico vale entender melhor o papel do turismo na economia nacional, assim como seu comportamento em relação a outros setores. Quem sabe se assim não podemos provocar investimentos no setor ?

Estudo do WTTC – World Travel & Tourism Council que compara a importância da indústria de viagens e turismo em relação a outros de nossa economia nos trazem dados surpreendentes. Em termos de impactos diretos no PIB brasileiro o turismo é duas vezes maior que o setor automobilístico e maior do que o setor químico e de mineração.

Na geração de empregos, o turismo, diretamente, gera mais postos de trabalho do que os serviços financeiros, automobilístico, comunicações, mineração e químico. O turismo gera direta e indiretamente 8,6% dos empregos no Brasil.

E para quem precisa de um futuro com algum sinal de otimismo, o estudo do WTTC, realizado pela Oxford Economics mostra que entre 2015 e 2025 é um dos que mais vai crescer em comparação a 10 setores estudados, serão em média 3,1% ao ano. Somente a agricultura (3,2), os bancos (3,4%) e o setor de mineração (4,4%) tem projeções de crescer mais do que nossa indústria.

E para falar em exportações, onde o turismo internacional tem grande importância no cenário atual e futuro, o estudo mostra que em 2014 o turismo representou 18% das exportações de serviços e 2,7% do total das exportações.

Mais impressionante, cada US 1 milhão gastos em turismo em nosso país geram outros US 1,5 milhão para nosso PIB; o único setor que gera mais impacto no PIB depois das viagens é a educação. E mais, para cada US 1 milhão de gastos de turistas em nossa atividade são gerados 55 empregos diretos, indiretos e induzidos. Os outros setores geram quantos empregos para cada US 1 milhão? Serviços financeiros 29, educação 81, automobilístico 36, comunicações, 36 e agricultura 100 empregos.

Fonte: How does Travel & Tourism compare to other sectors ? – World Travel & Tourism Council/ Oxford Economics

Receita e despesa em baixa

Os dados de receita e despesa dos estrangeiros no Brasil e dos brasileiros no exterior, respectivamente, já consolidam um ano ruim nos dois sentidos para o turismo. A comparação com o ano da Copa, o desempenho econômico do país e a taxa cambial são os fatores que mais contribuem para esses resultados.

Os dados divulgados hoje (22/09/15) pelo Banco Central mostram que em agosto os estrangeiros gastaram US$ 436 milhões no Brasil, isso significa uma queda de 11,73%; de janeiro a agosto, o acumulado é negativo em 20,88%. Em parte era esperado um desempenho ruim de junho e julho por causa da realização da Copa do Mundo em 2014, que certamente iria influenciar os resultados negativos desses dois meses; mas o fato é que todo o ano é negativo (somente o mês de março apresentou crescimento de quase 3%).

No lado dos gastos dos brasileiros no exterior, os dados no acumulado do ano são maiores, uma queda de 25,13% de janeiro a agosto. O mês de agosto registrou uma queda de 46,27%, a maior do ano de 2015. Também nesse caso, todos os  meses tiveram desempenho negativo em relação a 2014, somente o mês de fevereiro registrou um aumento de 6,5% nos gastos dos brasileiros lá fora.

O déficit na balança do turismo, embora menor entre janeiro e agosto de 2015 em relação a 2014 ainda é alto, de US$ 9 bilhões; era de US$ de 12 bilhões para o mesmo período de 2014.

Aqui, só pra lembrar, às vésperas da realização dos Jogos Rio 2016, deveríamos estar atraindo muitos estrangeiros ao Brasil, pelo aumento da visibilidade e pelo que deveria ter restado de imagem da Copa de 2014.

Pesquisa turista do nordeste

A CTI Nordeste apresenta hoje uma pesquisa realizada nos aeroportos da INFRAERO localizados na região pelo Ibope Inteligência entre os dias 18 e 25 de agosto. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos do total da amostra de 1.422 entrevistas.

O perfil identificado mostra 75% dos entrevistados como turistas, pesquisados nos aeroportos da região, com um gasto média de R$ 1.000,00 e uma estadia média de 7 dias. O número de viagens por pessoas mostra que avança a utilização do transporte aéreo na região, 23% dos entrevistados realizam pelo menos uma viagem ao ano, 16% pelo menos duas viagens e 13% realizam pelo menos uma viagem a cada três meses.

Do total de entrevistados, 43% estavam viajando a negócios e 35% a turismo ou lazer, e 68% viajam sozinhos, sem acompanhantes. O meio de hospedagem mais utilizado foi a casa de amigos e parentes para 42% e hotéis, para 36%.

A pesquisa também avaliou os aeroportos do nordeste (com exceção de Natal que não autorizou o Ibope a realizar as entrevistas) que foram bem avaliados em diversos itens, com destaque para a limpeza das instalações, as facilidades de achar carrinhos de bagagem e a gentileza dos funcionários dos aeroportos. Já os itens que foram avaliados como pior avaliados foram os serviços de internet, estacionamentos e a aparência externa dos aeroportos.

O aeroporto mais conhecido ou visitado é o de Salvador, já o melhor avaliado é o de Recife, seguido de Fortaleza e Salvador. Quando perguntados qual deveria ser o aeroporto escolhido para o hub da Tam, 45% escolheram Recife, 37% Fortaleza e 11% Natal.

Para acessar a pesquisa: http://ctinordestedobrasil.com.br/documentos/Pesquisa_Ibope_Ne_resumida.pdf 

Ocupação julho +20%

Como foi o mês de julho de 2015?

Aqui em Alagoas, buscamos alguns dados que ilustram um desempenho em média 20% superior ao ano passado.

Os dados da INFRAERO apontam um aumento nos desembarques de 19,7% no mês de julho de 2015 em relação ao mesmo período de 2014.

A ocupação hoteleira, medida pelo BOH – Boletim de Ocupação Hoteleira, registrou uma ocupação média de 74,2% em julho de 2015, um desempenho 21,44% maior que o ano da Copa, que foi de 61,1%.

Como foi em seu estado ?

TURISMO WEEK NORDESTE

Começa hoje a edição da Turismo Week by Bratzoa em parceira com a CTI Nordeste.
Estamos acreditando nessa ação inédita que envolve os operadores, agentes de viagens e leva ao consumidor final diversas opções de viagens ao nordeste.
O momento é favorável, a região se fortalece com sua identidade e cada destino traz suas promoções e suas experiências específicas.
Vamos dar um gás especial nas ações de marketing digital, unificando hashtags e fortalecendo as redes sociais dos destinos e empresas do nordeste.
#partiuturismoweeknordeste #participavocetambem

NE Week

As rodadas pelo nordeste para a preparação do Turismo Week Nordeste estão mobilizando os empresários e as secretarias de turismo em torno da formatação de produtos e promoções.

As novas oportunidades em torno do projeto que ocorre em parceria com a Braztoa à partir de 6 de agosto estão se mostrando mais do que a união da região nordeste em torno da promoção nacional. O que estamos observando também são a formatação de produtos novos, combinados, condições especiais em determinados períodos e uma grande ação de imagem da região no território nacional.

Por outro lado, os operadores Braztoa, em outras edições do Turismo Week voltados à promoção internacional, terão oportunidade de gerar novos relacionamentos comerciais no nordeste, além de conhecer uma maior diversidade de produtos segmentados e oferecer condições diferenciadas para os agentes de viagens.

Também estamos entusiasmados em conversar com o turista potencial ao nordeste. As ações de mídia online e offline, além das ações de marketing digital que a CTI irá iniciar irão formar uma plataforma guarda-chuva para ações contínuas de marketing do nordeste.

Eventos: e a banda passando

A Copa do Mundo foi aqui. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 serão aqui em 430 dias (nossa!!!). O Brasil já atingiu seu máximo no ranking da ICCA. Minha pergunta: para onde vai o setor de eventos de nosso país? Qual a estratégia para o setor de eventos associativos, eventos esportivos e outros tipos de eventos para um país que fez tantos investimentos em infra-estrutura turística e em equipamentos para receber todos os tipos de eventos ?

Não vejo nenhum debate sobre a visão que temos do setor para daqui a dez anos, quais os próximos passos a seguir ? Como inovar e avançar no processo de captação de eventos ? Como podemos expandir políticas para os eventos esportivos? Por acaso estamos estudando o que fez a Inglaterra ou o Canadá para aprender com outras experiências? Ou também vamos jogar fora essa oportunidade?

O Brasil não teve estratégia de imagem para a Copa do Mundo, não tem para os Jogos Olímpicos, não sabemos quais as mensagens queremos passar para o Mundo. As pesquisa de imagem com os estrangeiros mostram EXATAMENTE a mesma coisa há 10 anos. E o setor de eventos, também vai ser espectador nesse cenário? Parece que estamos sentados na arquibancada vendo a banda passar, e que não temos nada a ver com o que está acontecendo.