Somente quantos turistas ?

É um debate importante para fazer em poucas linhas, mas vamos tentar resumir: o número de turistas não é indicador de resultados para a indústria de viagens e turismo, se usado isoladamente.

Estudos mostram que para avaliar os resultados do desenvolvimento do turismo de um destino precisam conjugar dados estatísticos, informações e inteligência comercial. Mais do que isto, conjugar diferentes indicadores que mostram quantos turistas chegaram, quantos dias ficaram, quanto gastaram: VOLUME DE TURISTAS X PERMANÊNCIA MÉDIA X GASTO MÉDIO DIÁRIO.

Por que isso é importante? Principalmente porque o objetivo em atrair turistas para um destino é atrair negócios para os empresários, gerar empregos e contribuir para a entrada de divisas e ingressos. Além disso, alguns destinos podem receber dezenas de milhares de visitantes (destino de praia ou de cidades, por exemplo), mas outros só podem receber números menores de turistas (destinos de ecoturismo). Além disso, condições históricas, nível de maturidade do turismo no destino, posição geográfica e outros fatores exercem grande influência na atração de turistas de diferentes mercados emissores.

Na verdade, quanto mais desenvolvido e sustentável é  um destino mais exigentes são empresários e comunidade local quanto ao tipo de visitantes que recebe e quais os verdadeiros resultados que lhes interessam.

Expectativas para 2014

O World Travel Monitor (ferramenta do IPK International) apresentou em Berlim durante a feira ITB as perspectivas para 2014 no turismo mundial.

Enquanto a pesquisa mostrou os resultados de 2013, com um crescimento mundial de +5% no volume de viagens, de +4% nos pernoites e +6% nos gastos internacionais dos turistas pelo mundo, as primeiras perspectivas para 2014 são apresentadas.

Segundo o monitoramento do IPK em 60 países as indicações para 2014 são:

– crescimento de +5% no volume de viagens internacionais no mundo

– crescimento de +8% na Ásia, +4% na Europa e +3% na América do Norte

– crescimento de +4% na América do Sul

O que o mundo pensa de nós?

A resposta a essa pergunta não está no que “achamos” que as pessoas de outros países pensam de nós. A resposta, ou indícios dela estão em pesquisas e índices elaborados para entender como os países são vistos por outros países.

Há cerca de dez anos o Brasil era pouco conhecido, e diversos motivos, entre eles o fato de estar sediando a Copa da FIFA e os Jogos Rio 2016 fizeram e ainda fazem com que os olhos do mundo se voltem para nós. E certamente estes olhos estão vendo coisas positivas e negativas.

A melhor resposta à pergunta sobre o que o mundo pensa de nós é: O que queremos que ele pense ?

Aí sim começamos a tratar de um tema complexo de forma positiva e afirmativa. Para o turismo, essa atitude é fundamental no sentido de aproveitar a oportunidade de visibilidade e nos posicionarmos. Quais as mensagens estamos passando ao mundo desde que ganhamos a disputa para sediar os eventos esportivos ? Como estamos pensando nosso marketing para depois desses eventos? Qual nossa relação com a direção desses eventos em termos de estratégia de imagem? Qual nossa relação com os patrocinadores? Enfim, eu poderia adicionar ainda muitas perguntas, mas o fato é que o Brasil precisa colocar sua opinião sobre “como queremos que o mundo nos veja” por meio de mensagens que cheguem a todos aqueles que trabalham na organização dos grandes eventos, a todos da cadeia do turismo e aos consumidores.

Afinal, somos nós, BRASIL, que temos o dever de construir nossa imagem de país.

120 dias para a Copa

A chegada do Mundial da FIFA de 2014 está levando todos à esquentar os tamborins. Times se organizando nos base camps de diversas cidades brasileiras, as 12 cidades sede nos preparativos de estádios, infraestruturas, famfests, transporte, atrações e muitas atividades sendo finalizadas. Ah! Sim, e o Felipão dizendo que somente Deus está garantido no time brasileiro ( já é um ótimo começo).

Diante das diferentes opiniões, avaliações, palpites, o fato é que vamos ter o mundial no Brasil e muito há a descobrir sobre aspectos positivos ou negativos, oportunidades aproveitadas e outras nem tanto. Vamos acompanhar o que está acontecendo no turismo. Queremos observar o que está acontecendo na hotelaria. Como ficará a ocupação nas 12 cidades, seu entorno e nas cidades que irão receber os times (base camps) ? Quantos dias os turistas vão ficar ? O que as cidades estão oferecendo como atrativos para aumentar a permanência daqueles que não irão somente assistir aos jogos ? E depois, como ficará a ocupação? E os brasileiros, vão viajar no Brasil ou para o exterior no período do Mundial ?

Enfim, acompanhar o que acontecerá no turismo sabendo que a Copa dura quase um mês, mas quais serão seus efeitos diretos? E indiretos ? Como o turismo brasileiro aproveitará essa oportunidade ?

Dos dados à inteligência

Sou apaixonada por informações, dados, tudo aquilo que possa ajudar a entender a realidade do mercado turístico e nos ajudar na tomada de decisões.

Como decidir investimento num determinado mercado, em aumento de equipe de vendas, em novos negócios sem dados? E sem informações? E sem conhecimento ? E sem inteligência ? Como são investidos milhões sem ter como base dessa decisão um conjunto de informações que permitem minimizar os riscos ?

Esses são os caminhos a percorrer para conhecer melhor o mercado e nos ajudar na tomada de decisões tanto em nossas empresas como no setor público. Começamos com os dados estatísticos, as pesquisas, que nos trazem informações ( dados agregados, comparação, análises ). Depois disso, vem o conhecimento, que nos permite utilizar técnicas de análise para o conhecimento e atualização sobre o mercado e, finalmente, a inteligência que acontece com a experiência, a precisão de análise e possibilita a orientação e maior acertividade na tomada de decisões.

Faço essa reflexão porque entendo que o turismo brasileiro avançou muito nos últimos anos no fornecimento e dados e informações, mas ainda muito é necessário para que possamos ter mais dados, mais informações detalhadas e possamos desenvolver nosso conhecimento e nossas técnicas de inteligência de mercado. Mesmo a Espanha, que é o país que podemos considerar mais avançado nesse campo continua a aprimorar e criar novas formas de conhecer o turismo e analisar o mercado.

Ética e Responsabilidade Social

Temos ouvido e falado muito sobre esses temas ultimamente, talvez mais sobre ética. Às vezes parece que a responsabilidade social está longe de nosso cotidiano.

E a idéia aqui é fazer uma reflexão sobre nossas empresas. Os códigos de ética das empresas estão cada vez mais sendo ampliados. Não se trata somente de estabelecer valores gerais, dizer quais as regras para que as pessoas se comportem no ambiente de trabalho, como os clientes devem ser tratados ou quais as regras da empresa para receber presentes. Trata-se de muito mais, de falar da abrangência desse código, de aplicá-lo não somente a funcionários, diretores, conselhos ou clientes, mas a fornecedores e à sociedade.

Também é importante anotar que os impactos gerados pela atuação da empresa, que variam de acordo com seu tipo de atividade, seu tamanho e diversos fatores devem ser conhecidos, divulgados e tratados de forma adequada. Existem diversos métodos para que as empresas tratem desse tema. Impactos ambientais, sociais, tratamento de dejetos, uso de água, de energia, enfim, muito do que fazemos no dia-a-dia tem impacto sobre nossas contas e sobre o planeta. A responsabilidade  é de cada um e de todos.

Aqui também podemos mencionar que qualquer empresa, de qualquer tamanho pode e deve ter seu Código de Ética ou sua Política de Responsabilidade Social, o nome não importa, mas a existência das regras, o conhecimento delas por parte de todos os envolvidos e a divulgação de resultados obtidos com ações práticas do cotidiano da empresa.

Mãos à obra.

As 100 cidades mais visitadas

O Euromonitor International publicou em 26 de Janeiro de 2014 o ranking das 100 cidades mais visitadas do mundo (número de visitantes) em 2012.

As grandes estrelas são asiáticas, com destaque para Hong Kong, Cingapura, Macau e Bankok. Londres também se destaca, está quarto lugar; Nova Iorque é a oitava e Paris a décima mais visitada.

O desempenho da América Latina ainda é pequeno nesse cenário, mas Lima foi o segundo maior crescimento mundial de 2011 para 2012; a cidade está na 34a colocação. Buenos Aires está no 44o lugar, e o Brasil no final do ranking, com Rio na posição 90 e São Paulo na 97.

Veja o infográfico clicando aqui100 cities 2012

150 dias para a Copa

No noticiário fala-se do atraso das obras dos estádios, ou das críticas da FIFA. Alguns analistas dizem que o Brasil não precisa da Copa, que ela não traz legado. Discordo.

Além de aprender com a experiência de outros países, é preciso entender o Mundial dentro da realidade brasileira. Não se trata de salientar que precisamos investir em saúde e educação, é claro que precisamos cada vez mais. Trata-se de entender que Copa + Jogos Olímpicos + outros eventos = acelerar infraestruturas/ maior conhecimento sobre o Brasil/ qualificação em diversos níveis e muitos desdobramentos positivos.

Não teremos todos os problemas resolvidos, mas certamente muitos dos debates que a sociedade brasileira travou levaram a atitudes, cobranças e reflexão sobre diversos temas importantes.

Creio que no campo do turismo a maioria das cidades sede estão trabalhando muito para projetar sua imagem melhorar serviços e trabalhar cada vez com mais profissionalismo. Minha reflexão vem sobre o depois da Copa, é preciso pensar agora, planejar, saber como conduzir a promoção depois dos eventos, caso contrário se irá dizer que a Copa não adiantou de nada.

Tenho certeza que se chegarmos à conclusão que os resultados da Copa não foram positivos para o turismo foi porque não soubemos aproveitar as oportunidades.

Quer saber um pouco mais o que penso da Copa? Veja a palestra no link Palestras Jeanine Pires

Quer saber aonde as seleções irão se Hospedar? Veja Os Países e a Copa 

Os países e a Copa 2014

IMG_0148Quando elaboramos o Plano Aquarela 2020, com metas e uma estratégia de promoção para além de 2014 e 2016, tínhamos como um dos objetivos alcançar maior visibilidade ao Brasil como destino turístico. Especialmente, lembrávamos que a 6 meses do evento a definição das chaves e das cidades aonde as seleções iriam se hospedar seria também uma grande oportunidade de visibilidade das cidades sede (12) e de outras cidades brasileiras.

Pois bem, conheço o trabalho de algumas cidades para sediar seleções, e vemos que muitas oportunidades irão surgir; seja de receber jornalistas, seleções e torcedores dos países que terão suas seleções nas bases de treinamento. A pergunta é: como esses destinos estão se preparando para receber jornalistas ? Qual seu posicionamento enquanto destino turístico? Que mensagens, que imagens serão divulgadas pela imprensa nacional e internacional sobre a cultura e as riquezas naturais desses destinos ? Existe uma estratégia para promover esses destinos nos países de origem dessas seleções ? Existe um website em outras línguas para a busca de informações ? Existe uma estratégia de comunicação digital?

As oportunidades serão aproveitadas ? E depois da Copa ? Quais os próximos passos para dar seguimento ao trabalho de promoção turística e de captação de eventos ?

Veja a lista das cidades aonde as seleções irão se hospedar.

AMÉRICA DO SUL
Brasil – Teresópolis(RJ)

Argentina – Belo Horizonte (MG)
Colômbia – Cotia (SP)
Chile – Belo Horizonte (MG)
Uruguai – Sete Lagoas (MG)
Equador – Viamão (RS)
AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL
Estados Unidos – São Paulo (SP)
México – Santos (SP)
Honduras – Porto Feliz (SP)
Costa Rica – Santos (SP)
EUROPA
Alemanha – Santa Cruz de Cabrália (BA)
Rússia – Itu (SP)
Holanda – Rio de Janeiro (RJ)
Espanha – Curitiba (PR)
Suíça- Porto Seguro (BA)
França – Ribeirão Preto (SP)
Portugal – Campinas (SP)
Croácia – Praia do Forte (BA)
Itália – Mangaratiba (RJ)
Grécia – Aracaju (SE)
Bósnia – Guarujá (SP)
Bélgica – Mogi das Cruzes (SP)
Inglaterra – Rio de Janeiro (RJ)
ÁFRICA
Camarões – Vitória (ES)
Nigéria – Campinas (SP)
Gana – Maceió (AL)
Costa do Marfim – Águas de Lindóia (SP)
Argélia – Sorocaba (SP)
 
ÁSIA
Irã – São Paulo (SP)
Coréia do Sul – Foz do Iguaçu (PR)
Japão – Itu (SP)
Austrália – Vitória (ES)

2014, 2015… 2017

Quando paro para pensar que 2014 já está aí, logo me vem à cabeça que esse é o blog da Contagem Regressiva.

Pois então preciso já pensar em 2015. Apressada mesmo. Porque depois vem 2015 e 2016, Jogos Olímpicos Rio 2016. E já estou em 2017. Sim, para o turismo precisamos começar a trabalhar para 2017, se é que já não deveríamos ter começado.

Tudo isso pode ser um pouco de exagero, e por isso desejo comentar 3 pontos:

1. Em 2014 e assim por diante, precisamos ter planejamento e continuidade nas políticas de turismo. Claro que com inovação, melhorias e muito profissionalismo

2. Em 2014 e assim por diante, o pensar a longo prazo deve fazer parte da cultura do desenvolvimento do turismo, seja no setor público ou privado. Perder essa perspectiva pode ser fatal

3. Em 2014 e assim por diante, devemos ser obstinados por criatividade, inovação, conhecimento e também introduzir em nossa cultura corporativa que tudo muda muito rápido em nossa indústria. Perde essas perspectiva já é fatal.

UM SUPER 2014 PARA TODOS.

P.S. Quero agradecer à equipe do JP e a todos os leitores e colegas do Blog Panrotas por essa oportunidade de aprender e compartilhar.