Dólar e viagens

O cenário internacional vem provocando uma alta da moeda americana que tem impactos em diversos setores da economia, inclusive o nosso.

Nos últimos três meses, o dólar saiu de R$ 3,2 para quase R$ 3,60. Somamos aqui o cenário nacional de uma situação econômica qua ainda não conseguiu superar índices conforme esperado, e o mundo vivenciando recentemente a decisão dos EUA de deixar o acordo nuclear com o Irã.

O petróleo, produto de alto impacto no custo da aviação civil cresceu 54% nos últimos 12 meses, já provocando prejuízos e preocupações entre as empresas aéreas e, consequentemente nos valores das viagens.

Aqui no Brasil, o ano de 2017 apresentou alta de 31% nos gastos dos brasileiros no exterior, e queda dos gastos dos estrangeiros no Brasil (3,5%). Em 2018, o ano começou com a tendência de aumento dos gastos e uma confiança maior do consumidor que influencia as viagens.

Até março de 2018 os gastos dos brasileiros no exterior aumentaram 10% e os dos estrangeiros no Brasil quase 5%. O novo cenário global e o ano de eleições mostra projeções de aumento da moeda, sem perspectivas de diminuição a médio prazo.

Um ingrediente recente e importante, desvalorização do peso argentino pode ajudar a levar brasileiros para lá, e como vai impactar a vinda de argentinos ? Nosso maior mercado,  responsável por 35% dos visitantes ao Brasil?

Resta acompanhar, e orientar os clientes para realizar viagens com dicas de como usar as moedas estrangeiras.

 

 

E para 2018 ?

O ano de 2018 começa a todo vapor, seguindo o ritmo do final do ano que acaba. E o que nos reserva o cenário geral do Brasil para 2018?

Temos os dados de projeção econômica divulgados ontem (08/01/2018) pelo Banco Central que colocam a inflação a 3,95% e o crescimento do PIB para 2,69%; já a taxa básica de juros deve ficar em torno de 6,75%. O dado que também nos interessa muito, o câmbio, está projetado para ter uma média de R$3,34.

São ainda projeções que correm num cenário político muito instável, e sobretudo em ano de eleições para Presidente, Governadores e o legislativo. Normalmente são períodos que mexem com as políticas públicas porque ocorrem muitas mudanças nas lideranças federais e estaduais das pastas de turismo, além de balançar internacionalmente a imagem do Brasil no exterior.

Vale a pena o setor privado organizado não somente acompanhar os acontecimentos econômicos, mas pensar em suas sugestões e proposições para as candidaturas que trazem impactos diretos para nossos negócios e a gestão do turismo. A média cambial projetada sugere um maior equilíbrio entre as viagens domésticas e internacionais como ocorreu em 2017, mas pode trazer mais cautela dos consumidores devido à incertezas políticas e econômicas do cenário político eleitoral. É ficar de olho e trocar idéias.

O Brasil que descobre Portugal

Ainda nessa semana, o Banco Central divulgou o expressivo  aumento de gastos de brasileiros no exterior no último mês de julho (período em que o valor da despesa cambial cresceu 38% em relação a julho de 2016) e, simultaneamente a este dado, dos países mais procurados pelos brasileiros, temos sido fortes contribuidores da receita do turismo de Portugal.

De acordo com dados do Banco de Portugal, os brasileiros deixaram por lá 58% a mais no primeiro semestre de 2017, sendo os brasileiros a nacionalidade com o maior aumento de gasto em terras lusitanas. Turistas brasileiros gastaram, de janeiro a junho de 2017, mais de  € 270 milhões em Portugal, engordando a receita do país, que já ultrapassa a marca dos € 1 bilhão.

O Brasil é um dos principais emissores de turistas de Portugal (o quinto maior) e o número de brasileiros no país europeu tem aumento cada vez mais. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE) de Portugal, o número de dormidas de turistas brasileiros nos hotéis portugueses no primeiro semestre deste ano foi para 951 mil, com um crescimento de 55,4% em comparação com a primeira metade do ano passado.

O número de turistas brasileiros no país também é crescente: aumentou em 60% neste primeiro semestre. Se o ritmo de crescimento permanecer o Brasil irá superar os 624 mil viajantes do ano de 2016.

O aumento crescente pela procura de brasileiros por destinos portugueses, além da facilidade do idioma, é também fruto da manutenção de um importante relacionamento comercial entre os dois países, que é ratificado na indústria de viagens e turismo com criação de vôos diretos e parcerias de serviços do setor.

22% dos brasileiros querem viajar nos próximos 6 meses

O Mtur divulgou a pesquisa de sondagem do consumidor que mostra a intenção de viagem dos brasileiros no mês de abril. A pesquisa se refere à perspectiva de viagem dos brasileiros nos próximos 6 meses e revela que 22,1% dos entrevistados têm planos de viajar nesse período. A porcentagem é maior do que a do mesmo período em 2016, que foi de 17,3%.

A região Nordeste segue sendo o destino preferido, tendo 48% das intenções de viagem e o transporte mais procurado é o avião, com 64% da procura nos planos de viagens. Sobre a forma de se hospedar, ainda no comparativo, os hotéis e pousadas estão mais procurados: 52%, seis dígitos a mais do que no mesmo período do ano passado.

Dólar disparado

Como um reflexo de um início de recuperação econômica apresentado em 2017, os planos de viajar para o exterior, de acordo com a pesquisa de abril, subiram de 20% no ano passado para 29% nesse ano. Porém a alta repentina do dólar, provocada pelos acontecimentos políticos dos últimos dias foi um fator com o qual nenhum turista contava. A moeda chegou a ser cotada a R$ 3,70.

Sendo o Turismo uma indústria de diversas variáveis, é difícil prever até quando e o quanto será sentido de impacto no desenrolar de cada capítulo político. Mas, como todos já sabemos, o Turismo é resiliente, possui solidez em tempos turbulentos e por aqui, temos o otimismo dos turistas brasileiros. Seguimos fazendo o Turismo e acompanhando de perto a indústria.

Brasileiros gastam 50% a mais no exterior, até aqui

Paulatinamente, a economia do país dá sinais de recuperação (tivemos aumento de 0,1% no PIB, no primeiro trimestre) e o Turismo tem sido uma importante ferramenta de observação. De acordo com os dados de receita e despesa cambial divulgados pelo Banco Central, os brasileiros gastaram US$ 4,47 bilhões no exterior nesse primeiro trimestre de 2017, 50,37% a mais em relação ao mesmo período no ano passado.

Em relação somente ao mês de março, os valores também tiveram aumento de percentual. Para o terceiro mês do ano, a despesa cambial turística foi 18,5% superior a março de 2016. Entretanto, o percentual foi o menor do ano, já que nos meses de janeiro e fevereiro foi observada alta de 87% e 61%, respectivamente.

Enquanto a previsão da FGV é de 0,3% de crescimento do PIB geral, a projeção da WTTC de crescimento do PIB do Turismo é de 0,5% em 2017.

A temporada de verão, que foi até o mês de março, é um importante período de análise das receita e despesa cambiais. A nossa economia segue bastante sensível ao aumento ou redução dos gastos brasileiros em viagens internacionais e a análise desse desempenho é fundamental, sobretudo, a da variação cambial, que foi decrescente nesse primeiro trimestre.

Receita cambial

Já os turistas internacionais gastaram aqui US$ 650 milhões no mês de março, o que corresponde a um percentual de 8,88% superior a março do ano passado, quando a receita cambial foi de US$ 597 milhões. No acumulado do ano, de janeiro a março de 2017, o valor dos gastos dos estrangeiros no Brasil foi de US$ 1,85 bilhão, mesmo valor observado no primeiro trimestre de 2016, segundo o Banco Central.

Ao colocarmos na balança os números do BC, vemos que há ainda um caminho a percorrer até chegar a um equilíbrio de fato. Seguimos observando de perto o setor.

Gastos, despesa e câmbio…

Novidades essa semana, sobretudo pela expectativa  em torno do comportamento dos gastos dos brasileiros no exterior. Como em abril houve uma queda de quase 8%, havia um incerteza em como seria o resultado de maio. Nesse cenário, com o dólar na casa dos dois reais, uma  diminuição de viagens dos brasileiros para alguns destinos como a Argentina já era sentido. Não percebo uma projeção muito otimista, mas por outro lado, as promoções estão ajudando e a despesa dos brasileiros já atinge nove bilhões de dólares. O que você acha ?

Veja abaixo alguns dados de ontem e hoje:

1. Gastos dos brasileiros no exterior cresceram  9,7%, totalizando um aumento de 7,7% nos primeiros cinco meses do ano. Total da despesa acumulada: 9 bilhões de dólares.

2. Desembarques internacionais, considerando brasileiros e estrangeiros chegando no país chegam a quase 4 milhões de passageiros, um aumento de 5% de janeiro a maio de 2012.

3. Receita com gastos dos estrangeiros no Brasil chega a 3 bilhões de dólares de janeiro a maio de 2012: aumento de 7,4%.

 

Como ficamos com o câmbio ?

Amigos, essa conversa é uma troca de opiniões sobre um tema que todos estamos acompanhando. Nossa observação conjunta é importante para entender para onde vamos no turismo num cenário de dólar na casa dos dois reais.

O gasto dos brasileiros diminui sensivelmente nos meses de março e abril, inclusive negativos em crescimento comparativo com esses meses de 2011. Mas parece que as viagens ao exterior não tiveram uma diminuição em volume que seja muito expressiva.

O Brasil ficaria mais barato para os estrangeiros, mas existe o tema da competitividade, dos preços e da crise em alguns dos principais países emissores. Os gastos dos estrangeiros no Brasil crescem a ritmo moderado, assim como o volume.

Vamos então ter uma parte das viagens do brasileiros ao exterior substituída pela viagem dentro do Brasil ? Teremos descontos e promoções para os brasileiros que desejam manter as viagens ao exterior ? Será esse câmbio um certo “equilíbrio” para viagens domésticas e internacionais ?

O que está acontecendo no seu negócio ? Qual sua opinião ?