Novos hábitos no exterior

comprasexteriorSeja pelo momento econômico, ou por conta de uma conscientização socio-economico-ambiental, ou mesmo por uma transição involuntária de interesses, temos percebido na prática e comprovado através de pesquisas que os hábitos de consumo do brasileiro estão mudando. Acompanhando a mudança, o perfil de compras do brasileiro no exterior também se modificou.

Foi o que mostrou a pesquisa realizada pela Visa Performance Solutions, consultora da Visa, através da análise de transações da rede pagamentos, durante os anos de 2013 a 2015. De acordo com o estudo, além do número de turistas brasileiros ter crescido na Europa e na América Latina, os hábitos de compras dos visitantes brasileiros movimentaram a lista de prioridades de investimentos em viagens internacionais.

A realização de compras de peças de vestuário, por exemplo, era o primeiro item da lista e agora ocupa a terceira posição, estando à frente agora o investimento em hospedagem e acomodações (com 14%) e conversão da moeda em espécie (com 9%). Alguns itens da lista de prioridades como entretenimento e aluguel de carros não sofreram muitas alterações durante o período do levantamento.

As mudanças também alcançam as compras e-commerce, já que, no quarto trimestre de 2015, ainda de acordo com estudo, mais de 40% do volumes de gastos internacionais foi realizado em aplicativos, lojas online ou sites estrangeiros.

Já sabemos que o brasileiro está mais cauteloso em relação aos gastos e, provavelmente, as mudanças de perfil de consumo sejam um reflexo desse cuidado. A boa notícia é que, apesar de mudar o foco para alguns itens de consumo, o brasileiro continua viajando e comprando, só que agora com mais cautela. A tendência, de acordo com a Visa é que o brasileiro viaje com mais frequência para o exterior à medida que o dólar se aproxima dos R$3. É esperar pra ver!

Quando viajar deixa de ser luxo

porquinhoCom um cenário econômico ainda instável algumas projeções mostram que o brasileiro está ficando um pouco mais otimista e confiante em relação aos seus gastos, é o que mostra a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com o estudo, a intenção de consumo da família brasileira, em setembro, registrou crescimento de 4,1% em relação a agosto deste ano, a maior alta mensal desde 2010. Sendo assim, o índice geral de intenção de consumo chegou a 72,1 pontos em um escala que varia de zero a 200. Quanto mais esse número sobe, mais a perspectiva de consumo aumenta.

Viajar, hospedar-se em hotéis e conhecer novos lugares deixou de ser considerado um “luxo” para o brasileiro, que possui um novo padrão de consumo. De acordo com pesquisa de Mudanças do Mercado Brasileiro, do Instituto Nielsen, o turismo deixou de ser uma atividade secundária para se tornar uma das opções de consumo importante dos brasileiros. Associado a necessidades básicas como acesso à cultura e lazer, a concepção prioritária a respeito do consumo do turismo agrega ao consumidor uma série de mudanças de comportamento econômico e, certamente, é benéfica para o setor.

Em contrapartida, o país ainda atravessa um momento econômico pouco favorável a este novo padrão de consumo e é possível que muitos brasileiros permaneçam com a preferência, mas sem concretização, ou seja, fiquem apenas na intenção da viagem.

Positivamente, temos um padrão de consumo que prioriza o turismo como parte da cesta de consumo de algumas classes sociais e vemos, também, um consumidor que está disposto a economizar em outros bens para bancar viagens. É é o que mostra estudo de julho deste ano da Worldpay, empresa especializada em pagamentos digitais. ¨Dos brasileiros, 62% usa economias para financiar viagens de férias. Contudo, esse mesmo consumidor atravessa um período de incerteza econômica que pode inviabilizar planos de viagens”.

Diante dessa realidade, os valores de pacotes e as formas de pagamento são fatores decisivos para o consumo do turismo. O estudo da Worldpay detectou que, não raro, a escolha do destino de férias dos brasileiros é determinada pelo preço. Valor de vôos e ofertas de viagens determinam o local das férias de 72% dos entrevistados.

Ainda segundo o estudo, 90% dos consumidores entrevistados declarou ter interesse em pagar pacotes de viagens em planos de parcelamento e 86% afirmou que, se possível, pagaria passagens aéreas de forma parcelada.

Apesar dos tempos de crise, ideias, estratégias e ferramentas que atraiam o consumidor, que possui nova percepção e expectativa de viagens, são valiosas para o mercado do turismo, que tem capacidade de resistência à crises, se recupera mais rápido e permanece em expansão, mesmo em períodos de dificuldades.