O que aprendi com a Copa: 1 “Podemos tirar nota 10”

      Como foi apontado em diferentes estudos e matérias jornalísticas veiculadas durante e depois do Mundial da FIFA, o turismo é um dos setores mais beneficiados com a realização e o legado do megaevento. Se colocarmos o cenário na perspectiva de 2016, e no impacto que os Jogos Olímpicos geram para a imagem de um país, podemos dizer que o evento será a oportunidade de melhorar a qualidade do nosso turismo, e também de aumentar o volume de turistas internacionais que chegam por aqui. O salto no volume de visitantes estará ligado a melhorias no acesso aéreo. Além disso, as experiências de viagem terrestre entre nossos vizinhos e o Brasil podem estimular o crescimento do fluxo do continente.

     O perfil do turista que viajou para a Copa do Mundo é diferente daquele que já recebemos. Neste episódio tivemos a chance de abrir novos mercados e de receber mais comentários positivos sobre o Brasil, o que costuma influenciar as escolhas dos viajantes em potencial. De acordo com as pesquisas divulgadas após a Copa, a maioria, que estava visitando o Brasil pela primeira vez, gostou da experiência e quer voltar para explorar mais o país.

    O salto na qualidade deverá acontecer com o aprendizado da Copa, que vai impulsionar a competitividade e a melhoria de produtos e serviços públicos e privados. A diversificação da oferta turística abre espaço para novos perfis de visitantes, cujos interesses podem estar na praia, na floresta, nas atrações urbanas, nos roteiros de aventura, nos eventos ou em feiras comerciais. A qualidade virá com o aumento dos gastos, da permanência dos visitantes de lazer e de negócios, a geração de empregos e a oportunidade de novos negócios. O chamado pulo do gato, neste caso com foco nos movimentos interno e externo, deve estar no reconhecimento do turismo como uma atividade que gera divisas e empregos, e que pode mudar o perfil das pequenas empresas em todos os lugares do Brasil. Além disso, é preciso investir na qualidade dos produtos e serviços dos destinos, ter maior cooperação entre os setores público e privado, e apoiar as atividades que impulsionam o setor.

     É preciso criar uma estratégia competitiva para fortalecer a imagem do Brasil no mercado global, criando uma identidade para o país, atraindo novos investimentos e envolvendo o turismo, as empresas exportadoras, a cultura, o esporte e a diplomacia. Também é importante preparar uma mensagem única para apresentar ao mundo até 2016. A proposta deve ser mostrar quem somos de verdade, divulgando nossa imagem do nosso jeito. Desta forma evitamos especulações que possam prejudicar o país em diversos aspectos e afastar os turistas, que podem criar expectativas erradas em relação à segurança, receptividade, infraestrutura etc.

     Se para a FIFA a Copa no Brasil mereceu nota 9,25 em organização, precisamos de muito esforço, colaboração, objetivos claros, inovação e criatividade para alcançar a nota máxima, 10. Já provamos que temos condições, agora é o momento de trabalhar para atingir a meta.

Compartilhando e curtindo na Copa

Muito faladas e ainda pouco exploradas ou mensuradas no turismo, as redes sociais estão batendo todos os recordes durante a Copa do Mundo FIFA.
No Twitter, cerca de 300 mil tuites feitos em 15 dias de evento, o dobro dos 16 dias dos Jogos Londres 2012.
Ainda no Twitter, os 3 perfis de lugares (cidade, país, restaurante, shopping, centro cultural) que mais cresceram em junho no Brasil (Embratur), CCBB Rio e Veja Rio. Crescimento à partir do início da Copa (pesquisa Pires & Associados).
Nos estádios, foram 32 milhões de fotos enviadas durante os jogos e 31,7 milhões de comunicações de dados como emails, mensagens muntimídia e imagens (dados SindiTelebrasil)
Qual o feito disso no melhor conhecimento do Brasil e na qualidade da experiência dos estrangeiros e brasileiros em viajem ?

O turismo na Copa do Mundo FIFA 2014

Estudo inédito revela o impacto da Copa no turismo do Brasil

Um estudo realizado pela empresa espanhola Foward Data, em parceria com a Pires & Associados no Brasil, analisou as reservas aéreas para o Brasil durante a Copa do Mundo Fifa 2014.

A Forward Data, criadora do ForwardKeys®, é um fornecedor líder de inteligência operacional de negócios para conselhos nacionais de turismo, cadeias de hotéis, comércio e outras empresas interessadas em monitorar e antecipar o fluxo de viajantes. Isto permite aos profissionais de marketing planejar decisões táticas com base em fatos concretos em relação à demanda e tendências, ajudando a melhorar o desempenho de seus negócios a médio prazo.

A 120 dias do início da Copa do Mundo o ForwardKeys® apresenta resultados inéditos sobre como o evento afetará o turismo brasileiro. O estudo vai oferecer uma perspectiva única sobre as tendências do impacto da Copa do Mundo, quando a demanda aumenta, para que eles possam ajustar suas estratégias. Os dados serão atualizados em uma base regular antes do evento.

Olivier Jager, CEO de Forward Data explicou: ” A ForwardKeys ® tem um banco de dados global de reservas que permite mapear a demanda por destino, praticamente em tempo real, e por mercado emissor “.

O levantamento indica que, em relação ao mesmo período de 2013, durante os dias de realização da Copa o número de turistas estrangeiros que chegarão ao Brasil por via aérea será cinco vezes maior. A projeção indica que esta será uma Copa de muito sucesso. De acordo com as reservas, os principais emissores internacionais serão os Estados Unidos, a Alemanha e a Inglaterra. E as três cidades mais visitadas serão Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.

As reservas domésticas para viagens de junho a agosto dispararam, com um crescimento três vezes maior quando comparado com o mesmo período em 2013, e até mesmo com um crescimento nove vezes mais quando se considera o período de 1 a 26 de Junho (incluindo as primeiras etapas do torneio).

De acordo com o estudo, as 12 cidades sede da Copa – Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Fortaleza, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Natal, Manaus, Porto Alegre, Cuiabá e Curitiba – vão ter uma aumento significativo no número de visitantes durante a realização dos jogos em cada uma delas.

As reservas para o Rio de Janeiro, por exemplo, mostram um fator de crescimento sete vezes maior para o período entre a cerimônia de abertura e os seis jogos agendados na cidade, com picos de chegada dias antes de cada jogo agendado.

Os turistas com reservas para o Rio de Janeiro são principalmente dos EUA (21%), Inglaterra (8%) e Argentina (7%).

O estudo aponta que, como ocorreu na África do Sul, a tendência é que o ritmo de reservas aéreas diminua à medida que o evento vai se aproximando, pois os viajantes fizeram suas reservas muito cedo.  O estudo também destaca que os brasileiros que viajarão para o exterior este ano devem mudar o ritmo tradicional, a fim de atender às fases finais do torneio no Brasil.

As análises são baseadas em dados de reservas aéreas realizadas até 13/02/2014, e a metodologia usada foi:

  • Datas consideradas para as chegadas da Copa do Mundo FIFA 2014: entre 6 de Junho/ 2014 até 13 de julho/2014 com reservas feitas no período de 8 de Junho/ 2013 até 13 de Fevereiro/ 2014.
  • Chegadas internacionais: incluem reservas aéreas feitas por passageiros que irão fazer pelo menos 1(um) pernoite no destino, excluindo “trânsitos”, “viagens de 1 dia” e “viagens somente de ida ou somente de volta”.
  • Viagens domésticas: incluem reservas feitas com origem e destino “Brasil”.
  • Viagens ao exterior: incluem reservas em voos com saída e chegada ao Brasil.
  • Mercados considerados: todos os mercados internacionais.

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