Uma breve reflexão sobre aviação e Turismo

Depois da aviação doméstica brasileira apresentar sinais de recuperação e mostrar alta de 5,9% no mês de março, após 20 meses de retração, segundo a ABEAR; a Iata informou que a demanda internacional de passageiros do mês de março também obteve crescimento, de 6,4%.

Além disso, em março, companhias da América Latina tiveram alta de 9,7% no tráfego, ainda segundo a Iata.

A região Nordeste tem sido ferramenta fundamental de expansão da malha aérea no país: de acordo com a Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac), o número de vôos para o exterior operado por empresas brasileiras e que têm cidades nordestinas como origem cresceu sete vezes em dois anos.

Articular medidas que viabilizem, principalmente em questões econômicas, a operacionalidade de vôos -como a redução da alíquota de ICMS sobre o preço do combustível- é uma dos principais fatores de incentivo à expansão da malha aérea nacional.

A aviação, apesar de ter sua própria legislação, atuação estável e políticas próprias, não pode ser vista como uma peça distanciada do setor: ela está profundamente relacionada e interligada ao Turismo. E é de extrema importância que o alcance de práticas se estenda a todo o setor unificado, para que o Turismo se desenvolva plenamente.

Neuromarketing analisa viajantes corporativos

Falei recentemente aqui a respeito das pesquisas de Neuromarketing, a ciência que analisa, através de neurotecnologia e monitoramento de estímulos cerebrais, o comportamento dos consumidores, e sua atuação crescente na inteligência de mercado. Atuando no Turismo, foi divulgado um estudo da Descyfra, empresa especializada em desenvolvimento de estratégias e consultoria de negócios, que realizou avaliações neurológicas a fim de classificar viajantes corporativos.

O estudo foi realizado com uma metodologia que classifica os viajantes analisando diferentes dimensões do comportamento inconsciente, já que esse campo da mente é responsável por entre 80% e 90% dos comportamentos, incluindo decisões (de viagens, por exemplo).

Alguns dos aspectos considerados: necessidade de explorar ou buscar novidades; a necessidade de segurança; ter todos os aspectos da sua viagem sob controle; relações com os outros e perseverança para resolver imprevistos durante toda a viagem.

De acordo com o estudo, estão identificados tipos de viajantes corporativos através dessas variáveis que, uma vez analisadas, permitem a personalização das propostas para cada perfil, otimizando o uso de tecnologias e apresentando sugestões viáveis e mais atraentes para o consumidor.

O Neuromarketing acaba por facilitar, por meio da neurociência, o marketing direcionado, identificando necessidades e desejos do consumidor final. O Turismo é um mercado em constante movimento e a busca por novos métodos, boas práticas e ferramentas eficazes no desenvolvimento. Seguimos acompanhando de perto as novidades.

O clima no Turismo

Qual foi o clima de negócios da WTM Latin America e o que isso tem a ver com nosso dia a dia?

A ideia aqui não é de comentar sobre a fera em si, não obstante seu sucesso e consolidação após 5 anos de realização. Mas em diversas conversas e reuniões em que participei o que mais me marcou foi a vontade e o esforço de empresários e lideranças para uma retomada no turismo brasileiro e a superação da crise econômica.

Todos comentaram, “estamos trabalhando muito”, e o clima que a WTM Latin America respirou foi de vontade de superação, dedicação para vencer obstáculos e mais do que isso, atitude. Pelo menos nos discursos de empresários de que “não podemos mais esperar pelo governo”. Isso fortalece as entidades, traz mais vontade e ânimo às lideranças e coloca o setor privado num outro patamar mais ativo e ator das políticas de turismo.

Sempre fica a compreensão e o esforço da parceria público privada, mas dessa vez sinto que o “tomar as rédeas” é  eloquente entre as entidades mais representativas do turismo. Que isso se torne realidade!

Brasil ocupa 27ª posição em ranking de competitividade no Turismo

O Fórum Econômico Mundial divulgou recentemente o Travel & Tourism Competitiveness Report, com a lista de 136 países ordenados de acordo com o potencial competitivo dos diversos serviços de viagens e turismo. Na liderança do relatório, está a Espanha, em seguida a França e a Alemanha ocupando a terceira colocação. O Brasil aparece em 27º lugar, subindo uma colocação em relação à edição anterior do relatório, em 2015.

Ainda assim, dos países da América do Sul, o Brasil é o primeiro da lista e é o líder do ranking mundial de recursos naturais. A evolução de posto do País no relatório é expressiva, já que, na edição de 2013 do Travel & Tourism Competitiveness Report, o Brasil ocupava a 51ª posição.

Os investimentos realizados com vistas à Copa do Mundo e Jogos Olímpicos foram, evidentemente, elementares para a melhor avaliação de competitividade do nosso turismo.

O relatório é elaborado a cada dois anos e analisa 14 aspectos da indústria de viagens e turismo, destinos para negócios, condições de transporte, segurança, saúde, preços de serviços etc., classificando cada parâmetro com notas (máximo de 7). A classificação mais baixa do Brasil foi para o quesito “infraestrutura terrestre e portuária”, com nota 2,1. A maior foi a de “recursos naturais”, com 6,1 (mais alta overall).

O ranking final é formado pela nota média de todos os parâmetros: o primeiro colocado obteve 5.43 de pontuação, o Brasil ficou com 4.49.

Travel & Tourism Competitiveness Report é um relatório que se baseia em possibilidades e é uma importante ferramenta de estudo, principalmente para nós que fazemos o turismo no Brasil, país em que o setor está se estabelecendo como prioridade de desenvolvimento. Passados os grandes eventos que fizeram o Brasil ter uma melhor colocação em rankings de competitividade, visitação e retorno econômico, é sempre bom lembrar que nosso Turismo não pode parar.

Para ter acesso ao Travel & Tourism Competitiveness Report  completo clique aqui.

Despesa cambial em ascensão

Durante os 7 primeiros meses de 2016 os números da despesa cambial foram negativos, porém, a partir de outubro, os gastos dos brasileiros em viagens ao exterior permanece em progressão expressiva.

De acordo com dados do Banco Central, neste mês de fevereiro, não foi diferente. A despesa cambial turística de fevereiro/2017, foi de US$ 1,36 bilhão, ou seja, 61,63% superior à de fevereiro de 2016 (US$ 841 milhões). No acumulado do ano, os gastos dos brasileiros no exterior foram de US$ 2,94 bilhões correspondendo a um percentual de 74,85% superior ao mesmo período de 2016, quando a despesa foi de US$ 1,68 bilhão.

Já a receita cambial retrocedeu em relação a fevereiro de 2016.Os turistas internacionais deixaram aqui, nesse segundo mês, US$ 535 milhões, o que equivale a 10,62% a menos do que a receita de fevereiro do ano passado.

Mesmo se juntarmos as receitas de janeiro e fevereiro deste ano, temos US$ 1,20 bilhão, ainda assim, é 4,23% menor do que a receita do mesmo período em 2016, equivalente a US$ 1,25 bilhão.

Já a despesa cambial turística de fevereiro/2017, cuja soma foi de US$ 1,36 bilhão, foi 61,63% superior à de fevereiro de 2016, que foi de US$ 841 milhões. No acumulado do ano, os gastos dos brasileiros no exterior foram de US$ 2,94 bilhões correspondendo a um percentual de 74,85% superior ao mesmo período de 2016, quando a despesa foi de US$ 1,68 bilhão.

De outubro até aqui, o dólar permanece em estabilidade moderada, na casa dos R$ 3,30, o que explica o aumento dos gastos dos brasileiros no exterior.

A temporada de verão, que vai até o mês de março, é um importante período de análise das receita e despesa cambiais. Quando colocamos na balança os números do BC, vemos que há ainda um caminho a percorrer para chegar a um nível mais equilibrado. Além do que, os valores da receita e despesa representam um auxílio expressivo para a economia do País.

 

O Turismo na contramão

Conforme sabemos, em informações divulgadas pelo MTur do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a respeito do andamento da indústria no País, temos que: o faturamento do setor superou, no último trimestre de 2016, em 37% as estimativas projetadas; o nível de emprego observado nos últimos 3 meses superou em 38% as projeções; o percentual de faturamento das empresas previsto para ser usado como investimento no primeiro trimestre de 2017 supera 11% para 67% dos entrevistados.

São dados que nos confirmam a resistência e a solidez do setor e mais: a confiabilidade de desempenho das empresas que operam no ramo. Vamos às explicações.

2016 se mostrou um ano de queda nas expectativas para diversas áreas de movimentação econômica. Obviamente, para o Turismo também não foi um ano fácil. No entanto, mesmo em meio à oscilação financeira sem fim em todo o país e enquanto as esferas econômicas torciam por um fôlego no último trimestre, o Turismo caminhou na contramão e superou estimativas. O que não ocorreu com o e-commerce ou com o varejo, por exemplo, quando a expectativa de retorno é mais aguardada nos últimos três meses do ano.

O emprego formal fechou dezembro com variação negativa no País, de acordo com divulgação do Ministério do Trabalho. Nas áreas analisadas, as mais afetada com queda de empregos formais são Agricultura, Construção Civil e Indústria de Transformação. Ao todo, o Brasil perdeu 1,3 milhão de vagas de emprego em 2016. Enquanto isso, no Turismo, temos o dado de superação das projeções no nível de emprego no setor.

O quadro de instabilidade política e econômica fez com que grandes empresas recuassem e repensassem os investimentos feitos no Brasil, o que acaba impactando o cálculo do PIB. De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgados neste mês, o percentual de expectativa de novos investimentos de grandes indústrias em 2017 por aqui foi o mais baixo desde o ano de 2010. Nadando contra a maré, temos o Turismo, que tem se mostrado um setor confiável para investimentos, com estimativas superadas para as empresas que operam e contribuem com a indústria.

O Turismo tem sido ponto de apoio para a economia do país e tem caminhado firme mesmo em um tempo de instabilidade. Há altas expectativas para o ano de 2017, para todos os setores de atividades econômicas e a gente espera que todas sejam superadas. Enquanto isso, continuamos acompanhando (e contribuindo com) o desenvolvimento do setor.

No Fórum Panrotas, em São Paulo

Começou na manhã de hoje, reunindo aproximadamente 1.400 profissionais do trade turístico de todo o País, o Fórum Panrotas, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo.

Em seu 15o ano, o Fórum trouxe a temática das tendências e rumos da indústria para 2017 e, como sabemos, para falar de turismo e ter um panorama do setor é necessário abranger diversos segmentos do mercado.
Neste primeiro dia, foram debatidas algumas das áreas que compõem o turismo: malha aérea, agências, marketing de eventos, hábitos de consumo, relacionamento com clientes, tecnologia, quadro político, perspectivas econômicas, empreendedorismo e hospedagem.
A cada dia e em cada evento, é possível perceber as transformações do Turismo e todas as atividades relacionadas. As palestras e debates oportunizam a formação de uma percepção global da indústria que é essencial para implantação de novas ideias.
Para nós, que fazemos o turismo, é essencial a busca pela conexão de desenvolvimento dos segmentos para também desenvolver o setor. Como reflexo da importância dessas discussões e troca de ideias, tivemos hoje no Fórum, uma plateia de 1.400 pessoas atentas em cada programacao. Tenho dito aqui é preciso acompanhar o crescimento do Turismo ao mesmo tempo que é importante crescer para criar métodos de desenvolvê-lo.
O Fórum Panrotas prosseguirá com programação também nesta terça-feira (14).

De portas abertas para eventos

Estou sempre reafirmando aqui no blog a importância dos eventos que reúnam as diversas áreas do trade e como é essencial que os profissionais do Turismo estejam sempre interagindo e mantendo comunicação.                  

Entretanto, há muito a se ganhar num evento além de manter relacionamentos e a possibilidade de investir em novos negócios no setor. Os eventos trazem oportunidade de novos aprendizados que são fundamentais para a continuidade do trabalho na indústria.

O Turismo é uma área que está em constante desenvolvimento e mais, está sempre em transformação. Isso acontece, basicamente, porque ele abraça diversas áreas de interesse de pessoas de qualquer lugar do mundo. Trabalhando com o turismo, é essencial que estejamos em constante progresso.

A partir da segunda-feira (13) teremos o início do Fórum Panrotas, que reunirá em São Paulo profissionais do trade vindos de todo o Brasil. Com objetivo de trazer para a discussão as perspectivas e novas tendências para 2017 no Turismo, a programação está composta de debates e palestras dos mais variados temas como tendências de hábitos de consumo, novidade do turismo de negócios, perspectivas econômicas para este ano, empreendedorismo na indústria e uso de novas ferramentas para o Turismo.

Adquirir conhecimento é preciso, principalmente quando falamos de Turismo. É a indústria que se molda aos costumes e se desenvolve com o novo. É necessário acompanhá-lo ao mesmo tempo em que aprimoramos nossas ideias a fim de dar nossa contribuição. O Turismo não para!

A receita da folia

Foliões no Carnaval em Olinda, Pernambuco. (Foto: Welington Silva/2017)

Tem muita gente falando por aí que o ano só começou depois do Carnaval, mas o período de festa teve um peso muito importante para a economia do país em 2017. O maior feriado do Brasil neste ano  passou e já dá pra ter ideia do aproveitamento do Turismo durante esses dias, de acordo com informações de Secretarias de Turismo e órgãos locais.

A cidade de Salvador, que é um dos principais circuitos da festa, recebeu aproximadamente 600 mil turistas, 9% a mais do que no ano anterior. Estima-se que, em todo o estado da Bahia,  tenham passado cerca de 2 milhões de turistas que injetaram R$1,5 bilhão na economia local.

O Rio de Janeiro, também um destino-chave do Carnaval, irá concluir o balanço de dados nesta semana, mas a estimativa é que 1,1 milhão de turistas  do Brasil e do exterior tenham passado pelo estado durante os dias de folia, gerando impacto de  R$ 3 bilhões de receita na economia do estado.

Em ocupação hoteleira, algumas capitais, como Salvador, Recife e João Pessoa, alcançaram o número de 95% dos leitos ocupados durante os dias de folia. Segundo o MTur, a maioria dos demais destinos do Nordeste obteve uma média de 90% de ocupação hoteleira. Destinos como São Paulo, Belo Horizonte e Distrito Federal também foram importantes beneficiados com a chegada de foliões para os dias de Carnaval.

O que tínhamos, quando se aproximavam os dias da festa de Momo, era a estimativa de receita de R$ 5,8 bilhões para o país, em toda cadeia produtiva, durante o período, o que correspondia ao pior desempenho dos últimos três anos.

Somadas as receitas dos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, temos R$ 5,7 bilhões para a economia. Se acrescentamos a receita do Carnaval obtida no Distrito Federal, R$ 500 milhões, totalizamos R$ 6,2 bilhões, 7% maior do que o valor estimado e ainda sem o acréscimo da receita dos demais destinos do país.

O Turismo se mostra cada vez mais resiliente e, em tempos difíceis (ainda que de festa), tem sido aporte indispensável para a economia nacional. O Carnaval passou e os números não são extraordinários, mas toda oportunidade aproveitada é para se comemorar. E relembrar a importância do setor também nunca é demais. Seguimos acompanhando os dados do nosso Turismo.

A “traveling class”

Além de representar participação essencial na economia, o Turismo vem, notavelmente, se desenvolvendo como parte integrante dos hábitos de famílias mundo afora. É a partir desta atuação na vida de cidadãos que surge a “traveling class”.

O termo é mencionado no estudo “Mapping the Future of Global Travel and Tourism” (em tradução livre, “Mapeando o Futuro das Viagens e do Turismo Global”), da Visa, e é usado para apresentar uma “mega-tendência” para o turismo, descrito como a classe de famílias que ganham US $ 20.000 USD ou mais por ano e respondem por 90% dos gastos com viagens internacionais e cerca de quatro em cada cinco viagens internacionais atualmente.

Segundo dados da UNWTO, mais de 1,2 bilhão de pessoas esteve em alguma viagem internacional no ano de 2015 e a projeção é que esse número aumente em 50%, indo para mais de 1,8 bilhões de viajantes mundiais nos próximos 10 anos.

A expectativa para 2025 é que o número de viagens internacionais aumente significativamente. Seguindo esta linha de raciocínio, o estudo da Visa estima que mais de 280 milhões de famílias irão realizar uma viagem internacional em 2025. Por esses cálculos, quase a metade de todas as famílias do mundo pertencerá à traveling class em 2025.

Além disso, o estudo também projeta que um em cada três viajantes destas famílias da traveling class fará pelo menos uma viagem internacional por ano.

As projeções para os hábitos de consumo que agora englobam o setor de viagens e turismo seguem com expectativas de crescimento. Ainda segundo o estudo, as famílias em países emergentes alimentam o crescimento das viagens globais, representando quase metade de todas as famílias que viajam até 2025. Vemos o Turismo e a Economia se desenvolvendo simultaneamente, lado a lado, no mundo inteiro.