Unidos do Turismo!

A partir de hoje começa o maior feriado do calendário no Brasil: período de Carnaval. E,  como não poderia deixar de ser para nós que atuamos na indústria de viagens e turismo, com os dias de festa vem também a expectativa de ter um feriado com acréscimos significativos aos destinos ao setor.

De acordo com o MTur, um dos termômetros para se ter ideia da conta de acréscimos ao turismo no Carnaval são os dados de ocupação hoteleira. De acordo com levantamento, alguns dos principais destinos da festa, como Rio de Janeiro, Recife e Salvador terão ocupação variando de 80% a 95%. Destinos como Ceará e Alagoas, que não possuem tanto apelo para a programação de Carnaval, mas são muito procurados por turistas que buscam passar o feriado em cidades litorâneas, também estão com bom índice de ocupação (em Alagoas a média estimada é de 93%, com maiores ocupações na capital Maceió).

No Rio de Janeiro, especificamente, a expectativa é de que 5 milhões de pessoas participem da folia nos 451 blocos em 96 bairros do estado, segundo o MTur.

O Carnaval 2017 deverá movimentar aproximadamente R$5,8 bilhões de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Apesar dessa expectativa de faturamento do setor produtivo no período ser o pior desempenho dos últimos 3 anos, caso se concretize, não se pode desanimar. O nosso turismo atravessa uma temporada em que cada oportunidade deve ser aproveitada e isso vale para todo o ano de 2017. Seguimos acompanhando, torcendo e, principalmente, atuando em prol do desenvolvimento do setor.

Receita do Turismo aumenta em janeiro

Neste mês de janeiro a receita cambial do Turismo fechou em alta no País, de acordo com os dados do Banco Central. Segundo apuramento, o valor dos gastos dos turistas estrangeiros no Brasil foi de US$ 664 milhões, correspondendo a um aumento de 2,17% quando comparado ao mês de janeiro de 2016.

Os números da receita desse último mês de janeiro ultrapassaram a receita cambial do mês de agosto de 2016, período em que recebemos as Olimpíadas, que foi de US$ 602 milhões.

Já a despesa cambial turística no mês de janeiro/2017 foi de US$ 1,578 bilhão, correspondendo ao aumento significativo de 87,89% quando comparado a janeiro de 2016, cuja despesa foi de US$ 840 milhões.

Mesmo com o aumento da receita cambial, quando colocamos na balança, os números do BC, vemos que ainda temos um caminho a percorrer. O Brasil tem potencial econômico de turismo maior e, ainda assim, os valores da receita representam um auxílio expressivo para a economia do País.

Seguimos observando de perto o setor.

O caminho da isenção de vistos

Enquanto nos EUA a discussão tem girado em torno do estabelecimento de barreiras migratórias, por aqui há algum tempo se discute a descomplicação da vinda de turistas de alguns países ao Brasil. O plano é que o governo brasileiro dispense, durante dois anos, a necessidade de visto para turistas dos Estados Unidos, Austrália, Canadá e Japão.

Ainda em processo e caminhando para chegar ao congresso, esta é uma das medidas mais aguardadas para o Turismo. Se mostrou eficaz no período das Olimpíadas Rio 2016 (quando 74% dos cidadão desses países entraram no Brasil se beneficiando da isenção) e da Copa do Mundo em 2014, com grandes chances de ajudar a desenvolver a receita do setor neste ano de 2017, caso seja aprovada.

A isenção de vistos para esses países pode injetar R$ 1,4 bilhão na economia nacional e impactar no aumento do fluxo de turistas das quatro nacionalidades para o Brasil. Se aprovada, seria uma força de apoio ao turismo, num tempo em que toda oportunidade deve ser aproveitada ao máximo.

Todo o andamento dos fatos e os posicionamentos diante da medida evidenciam não só a urgência de estabelecimento de providências que desenvolvam o turismo no país, evidencia também a necessidade em trazer o turismo para o eixo de atenção, classificando o setor como uma das prioridades.

Quando o setor for devidamente discutido, acompanhado e considerado, não apenas com objetivo de monetização, ou motivação puramente política ou social, mas com o entendimento da complexidade e da multiplicidade de âmbitos que essa indústria abraça (cultura, economia, sociedade, hábitos de consumo, tecnologia, serviços adjuntos etc.), é que veremos o turismo no Brasil se desenvolver de forma plena. Continuamos acompanhando.

O Carnaval e a crise

A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgou hoje o estudo de expectativa de faturamento do setor produtivo no período do Carnaval em 2017. De acordo com a pesquisa, o maior feriado do calendário nacional deverá movimentar aproximadamente R$5,8 bilhões. Só os segmentos de alimentação fora do domicílio, tais como bares e restaurantes (R$ 3,31 bilhões), transporte rodoviário (R$ 977,9 milhões) e os serviços de alojamento em hotéis e pousadas (R$ 652,5 milhões), responderão por mais de 85% de toda a receita gerada.

Falei recentemente aqui sobre a expectativa do setor para o período: uma oportunidade a ser aproveitada ao máximo. Mas nem tudo é festa: a receita estimada para o período corresponde ao pior desempenho nos últimos 3 anos. Quando descontada a inflação no setor é a maior em pelo menos cinco anos, com 8,6% de queda. Em relação ao Carnaval de 2016, a receita calculada é 5,7% menor.

A redução da receita das diversas atividades turísticas ligadas ao Carnaval é, em grande parte, decorrência do planejamento e ajustes de orçamento da família brasileira, impulsionados pelo momento econômico em que atravessa o país. Em pesquisa em que foi apurada a ICF (Intenção de Consumo das Famílias) divulgada em janeiro deste ano, o índice revelou uma queda de 1,7% em relação ao período de verão de 2016. Na busca pela adaptação econômica em meio à crise, os gastos com lazer acabam sendo reduzidos e geram impacto no setor.

Quanto ao aumento de preços típicos de bens e serviços, a CNC afirma que não origina tanta influência na estimativa da receita para o Carnaval, já que, de acordo com a confederação, Nos últimos 12 meses, a variação média desses preços (5,8%) foi a menor desde 2009 (5,5%) e significativamente inferior à de 2016 (13,2%). O que reforça ainda mais o entendimento de que a motivação da queda na receita é adaptação à crise econômica.

A visita indesejada

Moradores de Barcelona querem freio no número de turistas (Foto: El Diario)

Sempre digo aqui que o Turismo é uma força de apoio e desenvolvimento para âmbitos globais: social, cultural, econômico etc. Obviamente, não é uma constatação exclusiva: é reiterada por dados, pesquisas, experiências em destinos, vivências  dos turistas e é confirmada por quem trabalha no setor direta ou indiretamente. Porém, entre tantos benefícios do crescimento do setor em um destino, deve haver um limite de expansão para o turismo?

Guiados pelo cartaz com os escritos “Barcelona não está à venda”, aproximadamente 2 mil manifestantes foram à Rambla, famosa avenida da cidade, neste fim de semana protestar contra as consequências da superexpansão do turismo em Barcelona nos últimos anos. O protesto foi organizado por diferentes associações de moradores locais que possuem queixas a respeito do impacto negativo do aumento de visitantes na cidade: o acréscimo dos valores dos aluguéis, a implantação de lojas de departamento e de marcas onerosas nos centros comerciais e a perda da singularidade dos cafés e restaurantes.

Além disso, a convivência com o número de visitantes está complicada. Em 2016, a cidade, que possui 1,6 milhão de moradores, recebeu mais de 32 milhões de turistas.

O protesto foi realizado um dia depois de ser aprovada uma lei que pretende ajudar a frear o número de visitantes. A nova norma, a que chamaram de “Plano especial para a acomodação de turistas”, vai limitar o número de camas disponíveis em hotéis e apartamentos, regular a construção de hotéis e não permite emissão de novas licenças de apartamentos para turistas.

Assim, como em Barcelona, a Holanda também tem abraçado medidas que ajudem a frear a chegada de visitantes.

O turismo assim, como qualquer outro setor que abrace tantas áreas diferentes, deve ser alvo de cuidado e estudo diligente, seja num destino pouco visitado, ou num destino super procurado, como Barcelona. O crescimento exponencial de turistas deve ser acompanhado por medidas que comportem esse desenvolvimento. O crescimento do setor numa região deve estar diretamente associado ao acompanhamento das transformações, da manutenção da cultura local e da observação da capacidade do destino.

Acompanhar de perto a situação de moradores e visitantes é essencial, para que o turista não se transforme numa visita indesejada dentro de casa e sim num agente promotor de desenvolvimento para o destino.

A vez do turismo de negócios e eventos

Aqui no blog, além das notícias de capa que surgem semanalmente, procuro comentar sempre as novidades do turismo de eventos. O turismo de negócios e eventos é o terceiro principal motivo da vinda de turistas estrangeiros para o Brasil e é um apoio indispensável para a economia do setor. De acordo com dados oficiais, em 2015, a modalidade movimentou mais de R$13 bilhões no país e cresceu 400% de 2005 a 2015.

Todo esse boom de realização e promoção de eventos e negócios tem razão de ser: há inúmeros benefícios à indústria por trás desse ramo. Combate à sazonalidade, atração de novos públicos, aproximação com o trade turístico são alguns exemplos. A geração de novas receitas também é também um dos resultados, já que o turista de negócios tem o gasto médio 3 vezes maior que o turista de lazer (mais de US$ 300/dia), de acordo com dados do MTur em 2015. É um impulso a mais para a economia e capitalização do potencial turístico de um destino.

Segundo o MTur, em 2016, o Brasil sediou quase 900 eventos turísticos em todas as regiões.

Para 2017, a expectativa é que o turismo de negócios e eventos ganhe mais visibilidade, desenvolvendo ainda mais esta área do turismo no país. A Ubrafe (União Brasileira de Promotores de Feiras) divulgou a agenda de 2017 com mais de 2 mil feiras no calendário (das quais 834 são na região sudeste).

Temos falado muito a respeito dos dados coletados em 2016 e receita do turismo, números que nos ajudam a entender um pouco mais a engrenagem da indústria e, principalmente, a criar novos métodos e estratégias. Para o turismo de negócios e eventos, este ano será, além do desenvolvimento de realização, também um ano que oportuniza a análise de evolução e andamento das práticas do ramo. Pelos benefícios, pela importância para a indústria e pelos resultados significativos, a expectativa é que o turismo de negócios e eventos receba não só a atenção de quem faz o turismo no Brasil, mas também a dedicação e empenho em gerar  novas práticas que acompanhem o desenvolvimento mundial do ramo.

Um breve resumo do Turismo

A Organização Mundial do Turismo (OMT) divulgou o balanço dos dados do setor no ano de 2016 em todo o mundo. Mesmo antes dos números oficiais serem apresentados, quem atua na indústria, através da observação de um panorama geral e a despeito de todas as dificuldades atravessadas, já imaginava que 2016 seria um ano positivo, integralmente falando.
Pois bem, de acordo com o Barômetro da OMT o turismo mundial fechou 2016 em alta, tendo o sétimo ano consecutivo de crescimento, com 3,9% de aumento em relação ao ano anterior. Cerca de 1,235 bilhão de turistas viajaram pelo mundo em 2016, 46 milhões a mais do que em 2015.
O bom desempenho de 2016 é atribuído ao significativo crescimento do setor na Ásia-Pacífico, que teve o melhor desempenho do mundo em 2016: 8,4% de alta. O desempenho nos continentes americanos também foi uma das causas do avanço no setor no ano passado, com o dado de 4,3% acima da média mundial no número de turistas internacionais. Das Américas, a que se destacou foi a América do Sul, com 6,3% de crescimento, aumento impulsionado pela realização dos Jogos Olímpicos no Brasil.
Segundo a OMT, a estimativa é de crescimento para 2017, em torno de 3% a 4%. O que sabemos é que 2017 será um ano de transformações para o turismo, talvez mais do que 2016, ano em que o setor atravessou crises políticas, epidemias, instabilidade econômica e ondas de terrorismo. Não foi um ano fácil de superar, mas o turismo tem se mostrado resiliente até aqui e prosseguirá atuando como um apoio sólido à economia, do Brasil e do mundo.
Enquanto isso no Brasil…
Por aqui, o turismo tem sido sim, um suporte, mas poderia ser muito mais. Se há escassez de políticas de apoio ao setor e falta de prioridade frequente, os benefícios da indústria para a economia acabam minimizados. No Brasil, a demanda de vôos domésticos em 2016 caiu 5,47% em relação ao ano anterior. A oferta de assentos, por sua vez, foi a menor desde 2010. O número total de passageiros foi reduzido em 7,45% se comparado a 2015, em torno de 7 milhões de passageiros a menos.
É preciso cuidar do turismo, e com diligência.

Brasileiros voltam a gastar no exterior pelo segundo mês consecutivo

aaaaaadolarOs brasileiros continuaram a gastar no exterior no mês de novembro, conforme Banco Central divulgou na tarde desta terça-feira (20), no relatório mensal da receita e despesa cambial turística. De acordo com os dados oficiais apresentados, os gastos dos brasileiros no exterior foram de U$$ 1,20 bilhão, o que corresponde a um acréscimo de 23,93% se comparado aos números do mesmo mês em 2015. É, praticamente, o segundo mês do ano com aumento expressivo nestes dados: superando as expectativas, o mês de outubro teve o percentual de 42% de crescimento, segundo o comparativo anual. Já os meses de agosto e setembro apresentaram crescimento pouco significativo nos dados de despesa cambial.

Já os estrangeiros gastaram aqui U$$ 472 milhões, correspondendo a um percentual 1,27% superior a novembro do ano passado. O valor configura um déficit de U$$ 728 milhões na na balança do turismo do país.

A permanência do crescimento nas despesas cambiais em novembro é ainda decorrente da variação do dólar, que apresentou aumento, fechando em R$ 3,37 em novembro. Para a receita, o ano de 2016 não foi de crescimento expressivo, com exceção dos meses de julho e agosto, quando tivemos um aumento na receita do turismo por ser o período dos Jogos Olímpicos.

No acumulado do ano, de janeiro a novembro de 2016, a receita cambial  foi de US$ 5,57 bilhões, correspondendo a um percentual de 6,10% superior ao mesmo período de 2015. A despesa cambial, nesses onze meses de 2016 foi de US$ 13,11 bilhões correspondendo a um percentual de 18,66% inferior ao mesmo período de 2015, quando a despesa foi de US$ 16,11 bilhões.

Gastos de brasileiros no exterior estouram em 42%

Os dados divulgados pelo Banco Central referentes a despesa e receita cambial do turismo nesta semana superaram as expectativas do setor: de acordo com análise, os gastos dos brasileiros no exterior dispararam no mês de outubro, sendo da ordem de U$$ 1,42 bilhão, ou seja, 42% maior do que os números do mesmo mês em 2015.

O percentual não poderia ser outra coisa, senão surpreendente: durante todo o ano de 2016 o BC tem registrado queda nos gastos dos turistas brasileiros em viagens internacionais, exceto nos meses de agosto e setembro, quando foi observado um crescimento pouco significativo de 2%.

Dentre causas como a variação do câmbio de dólar, implicações e formas de equilíbrio para a balança comercial, que permanece ainda instável, falo um pouco no vídeo abaixo sobre os números da receita e despesa cambial do turismo no mês de outubro deste ano; dados fundamentais para entendermos um pouco mais o caminho que o setor tem percorrido no Brasil e o ritmo do seu avanço. Veja:

Números do turismo no Brasil e no mundo

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(Foto: Reprodução)

Do início do ano de 2016 até o mês de setembro, tivemos,  no mundo todo, quase 1 bilhão de turistas internacionais (956 milhões, para ser mais exata). É o que divulgou a Organização Mundial de Turismo (OMT) na versão de novembro do Barômetro Mundial de Turismo. De acordo com o levantamento, o número equivale a 34 milhões de turistas a mais se comparado com o mesmo período do ano passado, conferindo um aumento de 4% de viajantes estrangeiros.

Ainda, segundo o estudo, durante esses nove meses a demanda pelo turismo internacional se manteve bem, apesar de crescer em um ritmo não tão acelerado, e teve os meses de abril, maio e junho com crescimento mais lento do que os demais trimestres.

Nos resultados regionais, a América do Sul obteve o melhor resultado das Américas, com aumento de 7% na chegada de turistas internacionais, seguida pela América Central, que obteve aumento de 6% e, por último, Caribe e América do Norte, ambos com crescimento de 4%.

O Brasil, juntamente com alguns países como Irlanda, México e Portugal, destacou-se pelo crescimento entre 8% e 9% nas receitas com chegadas de turistas durantes os nove primeiros meses de 2016. Para a OMT, a projeção é otimista para as Américas neste último trimestre  do ano e ainda mais positiva para o ano que vem.

A expectativa é, durante todo o ano de 2016, tenha-se um aumento de 5% de visitantes internacionais mundo afora, em comparação ao ano de 2015. Ainda assim, a OMT traz a assertiva de que, apesar de resistente, o setor de turismo é muito sensível, podendo sofrer alterações diante de riscos reais ou de percepção ampliada. “Nenhum destino é imune”, eis uma grande verdade. Continuamos acompanhando.