Por mais eventos internacionais

Não estamos nada bem no ranking da ICCA, nem em relação aos demais concorrentes nem em relação à nossa evolução.

A ICCA diz que a cada 10 anos o numero de eventos no mundo duplica, o que não foi o caso do Brasil. em 2007 tinhamos 223 eventos, hoje 244! Pasmem que já chegamos a realizar 360 eventos no Brasil em 2012 quando ocupamos o sétimo lugar no ranking global.

Se a política de captação de eventos da EMBRATUR iniciada em 2004 tivesse continuidade, hoje deveríamos ainda estar entre os 10 países que mais realizam eventos no mundo, com cerca de 400 eventos. Se existe um programa de trabalho que pode ser realizado a muito baixo custo e que apresenta resultados, definitivamente é o de captação de eventos internacionais.

Não dá para acreditar que depois de realizar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos nosso país ficou sem uma nova estratégia e um posicionamento global que pudesse nos colocar em outro patamar no ranking de eventos. E ainda teríamos os eventos esportivos mundiais para captar.

Só temos hoje os Convention Bureaux que fazem um trabalho de captação, e as cidades que se esforçam para trazer esse turista que gasta mais e fica com uma outra imagem de nosso país.

Para retomar o trabalho no mínimo 3 a 5 anos para dar resultados.

Buenos Aires e marketing de eventos

eventosHá uma semana, mais de cem profissionais dos setores público e privado argentinos reuniram-se a fim de realizar um diagnóstico local a respeito do turismo de eventos. A ideia é unir estratégias para elaborar um plano inovador e colocar a cidade de Buenos Aires na rota do segmento.

Através de uma análise elaborada em conjunto, serão traçadas novas diretrizes de planejamento de marketing para a cidade, que saiu da lista das 20 cidades melhor posicionadas do mundo no Ranking ICCA 2015.

A reunião de esforços e investimentos da Argentina no turismo de negócios nos convoca a considerar ainda mais quais estratégias de marketing para este segmento temos no Brasil e que tipo de iniciativas podemos agregar ou estabelecer em nossas cidades, com objetivo de fomentar essa área.

Por aqui, o turismo de negócios é um dos maiores do setor, trazendo, aproximadamente, 25,3% dos turistas internacionais ao Brasil, de acordo com o Ministério do Turismo. Esta parcela de turistas apresenta um gasto médio diário bem maior do que o do turista de lazer: enquanto os visitantes a passeio gastam, em média, U$$ 73,77, o turista de negócios desembolsam U$$ 329,39 por dia (Mtur, 2015).

De acordo com a ICCA (International Congress and Convention Association), o Brasil estava até 2014 entre os dez primeiros países no mundo que mais sediam eventos associativos; em 2015 perdemos uma posição e estamos em 11° lugar. Apesar de as atividades ligadas a este setor terem crescido, ainda há muito o que ser feito. Receber os Jogos Olímpicos é, sem sombra de dúvidas, uma ocasião ímpar, da qual deveria ter saído uma nova estratégia de atração de eventos.

A criação de estratégias a curto e longo prazo que estimulem o desenvolvimento deste setor deve ser pauta obrigatória dos profissionais da área e das autoridades da indústria de viagens; o turismo de eventos e o de negócios possuem força inegável e são eficazes em trazer resultados positivos para a economia.

Sucesso na estratégia de Buenos Aires e das demais cidades latino-americanas. Fortalecer essas cidades é fortalecer o turismo no Brasil e no continente.

Quer saber mais sobre o que o Brasil poderia fazer para desenhar uma estratégia para o segmento de eventos ? Veja aqui: Eventos, e agora?

Indústria de Eventos 2: Brasil

O estudo da ICCA – International Congress & Convention Association, “A Modern History of International Association Meetings” foi alvo de um post aqui no blog semana passada INDÚSTRIA DE EVENTOS. Vamos agora dar uma olhada no crescimento do Brasil nesse cenário, que ao lado da China apresentou um dos maiores índices de crescimento.

A América Latina saiu de 4,2% do total de eventos realizados em 1963 para 10% em 2012. Veja abaixo o market-share atual dos continentes:

Europa: 54%

Ásia: 18,2%

América Norte: 12%

América Latina: 10%

África: 3,3%

Oceania: 2,5%

Cabe destacar, que os eventos latinoamericanos também aumentaram em quantidade, representavam menos de 1% dos eventos mundias e hoje chegam a 4%.

No início dos anos 60, o Brasil realizava em média 15 eventos a cada cinco anos, atualmente, realiza quase mil eventos a cada cinco anos. Isso significa sair de um market-share de 0,8% para 2,8% e também receber a cada cinco anos cerca de 536 mi turistas estrangeiros para participar de eventos internacionais pelo critério da ICCA.Um olhar mais detalhado para os últimos 10 anos, mostra a evolução do número de eventos que o Brasil recebeu, veja no link: EVENTOS ICCA BRASIL

Muitos desafios pela frente. Creio que o fato de recebermos os grandes eventos esportivos em 2014 e 2016 devem ser motivo de muita ação para mostrar a capacidade de receber e realizar eventos com profissionalismo. Lembrando que poderíamos estar recebendo muito mais eventos, em muitas cidades brasileiras, e para isso é preciso um trabalho focado e direcionado para as entidades de classe mundiais, instituições e organizadores de eventos espalhados pelo planeta.

Indústria de Eventos

Um relatório da ICCA – International Congress & Convention Association traz um perfil da evolução da indústria de eventos no mundo entre os anos de 1963 a 2o12.

Nos últimos 50 anos, o segmento que representa quase 55 mil eventos anuais mostra a diminuição market share da Europa, que tinha 72% dos eventos e hoje tem um participação de 54%. As regiões que cresceram neste período são a Ásia, que tem hoje 18% do mercado e a América Latina com 10%. Pelos critérios da entidade, a América do Norte permanece com cerca de 12% dos eventos mundiais, mesmo tendo os EUA como o primeiro país em números absolutos de eventos anuais.

Algumas características dos eventos chamam a atenção e podem colaborar com estudos para espaços de eventos em hotéis ou centros de convenções:

1. Número de participantes: cai progressivamente o número de pessoas por evento, hoje a média de participantes é de 424 pessoas; há 50 anos essa média era de 1.253 participantes. Espaços para eventos que agrupam até 500 pessoas podem realizar a grande maioria dos eventos do critério ICCA. Isso se justifica porque as áreas que mais realizam eventos com a médica, de tecnologia e ciências, se agrupam em sub temas, e portanto realizam eventos mais específicos.

2. Local de realização: Os centros de convenções são substituídos pelos espaços em hotéis, pois o tamanho dos eventos diminui e o conforto e facilidades de hospedagem, alimentação e espaços reunidos em hotéis agrupa 44% dos eventos realizados no mundo. Centros de Convenções e Universidades abrigam respectivamente 24% e 22% dos eventos realizados.

3. Duranção dos eventos: As mudanças nas relações de trabalho, tipos de eventos também fazem com que a média de dias de duração dos eventos seja atualmente de 4 dias. Essa média chegava a 6 dias, mas hoje, um melhor aproveitamento do lazer e conhecimento da região aonde o evento é realizado pode ser uma grande oportunidades para a indústria de viagens e turismo.

4. Gastos: Aumentaram os gastos dos participantes em eventos mundiais. Atualmente, a média de gasto diário com a taxa de inscrição, por pessoa é de USD 149,00 e os demais gastos, que variam de acordo com o evento, destino e outras variáveis, é de USD 678,00 por delegado, por dia. Inovação, mudanças rápidas e necessidade de atualização levam os profissionais a participar de eventos de sua categoria profissional e também contribuem para o conhecimento e a ciência.

Voltaremos com uma análise da evolução do Brasil nesse cenário.

FONTE: ICCA – A Modern History of International Association Meetings 1963-2012.