Além do Pacote: A Arte do Marketing de Experiência no Turismo

O marketing de experiência é uma abordagem inovadora que tem revolucionado a indústria do turismo. Diferente do marketing tradicional, que foca na venda de produtos ou serviços, o marketing de experiência concentra-se em criar uma jornada emocional e sensorial para o consumidor. O objetivo é ir além da simples transação comercial, oferecendo algo que seja memorável e que crie um vínculo emocional entre o turista e o destino ou serviço turístico.

Vários autores vêm desafiando o modelo tradicional que estuda o comportamento do consumidor apenas sob uma ótica racional. Eles destacam a importância das emoções, como prazer, sonhos e diversão, na decisão de compra. Este enfoque tem sido cada vez mais adotado no setor turístico, especialmente com o advento das redes sociais, onde as experiências são compartilhadas em tempo real. Além disso, falamos muito em experiência autêntica no destino, que também distingue um lugar de outro.

No turismo, o marketing de experiência pode ser aplicado de diversas formas. Por exemplo, em vez de apenas vender um pacote de viagem que inclui voos, hotéis e passeios, as agências podem criar experiências temáticas que envolvem o turista em uma narrativa ou jornada emocional. Isso pode incluir desde experiências gastronômicas autênticas, passeios históricos guiados por especialistas locais, até atividades de aventura que liberam adrenalina.

A tecnologia também tem um papel crucial na entrega dessas experiências. Realidade virtual, aplicativos móveis interativos e plataformas de mídia social são algumas das ferramentas que podem enriquecer a experiência do turista antes, durante e após a viagem. Além disso, o uso de Big Data e Inteligência Artificial permite uma personalização mais eficaz das experiências oferecidas, tornando-as mais alinhadas com as preferências e comportamentos dos turistas.

A experiência no destino é um dos aspectos mais cruciais do marketing em turismo. Quando o viajante está fisicamente no local, a oportunidade para uma experiência autêntica e memorável é imensa. Neste momento, todos os sentidos estão engajados: o turista pode sentir os aromas locais, ouvir os sons característicos, provar a gastronomia e, claro, visualizar paisagens e monumentos. É a fase onde o “cenário” se torna “palco”, e o turista se transforma de mero espectador para protagonista de sua própria história de viagem. Empresas e destinos turísticos podem potencializar essa experiência através de interações significativas, como workshops culturais, encontros com moradores locais ou atividades que permitam ao viajante “viver como um local”. Essas experiências autênticas não só enriquecem a viagem, mas também são as que mais provavelmente serão compartilhadas, multiplicando o impacto do marketing de experiência.

Em resumo, o marketing de experiência oferece uma oportunidade única para os profissionais de turismo se diferenciarem em um mercado cada vez mais competitivo. Ao focar na criação de experiências memoráveis, as empresas não apenas aumentam suas chances de fidelizar clientes, mas também de transformá-los em embaixadores da marca, que compartilham suas experiências positivas e atraem novos turistas. É uma estratégia que beneficia todos os envolvidos e que tem o potencial de elevar o setor turístico a novos patamares.

3 dicas para foco no cliente

Realmente levar a sério as mudanças nas estratégias de marketing é uma questão de sobrevivência. O setor de hospitalidade e de viagens está entre os negócios B2B e BtoC que mais buscam se adaptar ao novo cenário de comunicação que enfrentamos. Para estar atualizado é necessário acompanhar a aceleração do digital, focar em marketing de conteúdo, na automação e ter uma atuação diretamente focada no cliente.

E como conhecer o cliente e suas famosas etapas de jornada? Vejo esse como um dos grandes desafios do marketing para o turismo no cenário ainda nebuloso e recuperação não linear. Como entender quem é o cliente e quais as mudanças de comportamento podem afetar cada negócio de forma significativa.

A experiência do cliente (CX Customer Experience) é a forma como um negócio interage com seus clientes em todos os pontos de sua jornada de compra: antes, durante, depois. CX é a soma de todas essas interações. E essa experiência não se concentra somente nas ações, mas muito nas emoções e sentimentos que ocorrem em cada “micro-momento”, como diz o Google. Só para termos uma ideia, 80% dos brasileiros tiveram novas experiências com compras; 88% com novas formas de compras on-line, segundo a McKinsey. E pretendem continuar com esses novos hábitos.

Dicas

Então vamos ver como o turismo pode tratar desse tema com alguns exemplos simples baseados em dados com o toque emocional:

1. Além de entender o perfil demográfico e as necessidades do cliente de uma maneira tão ampla, podemos pensar em pinçar algum segmento e esmiuçar sua jornada. DICA: Relatório 2021da We Are Social e da Hootsuite mostra que a hashtag #TRAVEL é a 16a. mais usada no mundo. Você usa essa # em seus posts ? Também são as mais usadas: #NATURE #HAPPY #FUN #SUMMER. As pessoas vão conectar uma viagem à sentimentos como liberdade, alegria, relaxamento, tranquilidade….

2. O e-commerce tem crescido muito em todos os setores, embora tenha caído no turismo, seguirá sendo cada vez mais o lugar de fechar vendas. Os brasileiros são os que mais fazem buscas na internet no mundo, antes de comprar algo, 75%. DICA: Tente fazer experiências de vendas em ações de transmissão ao vivo para trazer o cliente mais perto de seu produto e de sua marca. Trazer o sonho da viagem e a segurança para a experiência futura requer um relacionamento mais humanizado e próximo do cliente, imediatamente.

3. Gerenciar de forma eficaz a jornada do cliente trará mais lealdade, credibilidade e defesa de sua marca. Não é só responder a um comentário, é ultrapassar suas expectativas, surpreender e garantir a relevância de sua marca. DICA: Invista em profissionais com sensibilidade e empatia para falar por sua marca nas redes sociais, criar emoções positivas e por incrível que pareça, que tenham um bom português. Pode ter automação, mas a mensagem humana transmite emoções específicas que são reconhecidas pelas pessoas.

Comprometimento verdadeiro, é isso que os consumidores esperam das marcas. Imagina quando as pessoas tiverem seguras para viajar e quiserem a melhor experiência de suas vidas depois de mais de um ano sem liberdade de viajar ?

5 dicas pra já no marketing em turismo

A evolução do marketing tem sido cada vez mais rápida e mais complexa. Sua aplicação ao turismo ganha contornos ainda mais profundos quando enfrentamos cenários incertos e muitas mudanças no comportamento do consumidor.

Estudos sobre marketing acompanham as mudanças de mercado e utilizam diversos mecanismos que ajudam cada setor a entender essas transformações e adaptar suas estratégias de negócios. Trazemos dicas especiais e atuais de como melhorar sua estratégia de marketing para já.

DICA 1: Tenha MUITA clareza de quem é seu público-alvo: Mudanças e aceleração de tendências aconteceram e continuarão a aparecer no turismo de lazer, de negócios e de eventos. Além disso, existem diferenças de comportamento entre gerações, e isso implica em saber mais sobre sua audiência, necessidades e desejos. Continuar a falar com o cliente de forma genérica ou como você fazia há pouco tempo não é marketing, é desperdício.

DICA 2: Use dados, estudos e relatórios de turismo e de outras áreas de negócios para analisar cenários: Não existe fazer investimentos em mídia ou em conteúdo sem conhecer realmente o cenário em que se está trabalhando. Tendências, análises, opiniões e troca de ideias são fundamentais para a tomada de decisões. E sim, monitoramento permanente do mercado. Existem diversas ferramentas gratuitas ou pagas com informações super relevantes. E lembre-se, precisamos conhecer tendências em outras áreas para além do setor de viagens.

Dica 3: Compartilhe conhecimento e faça treinamentos com sua equipe: O fator humano, aliado às tecnologias será decisivo para reter ou ganhar clientes. Por exemplo, a forma como um colaborador seu responde um e-mail ou a uma mensagem de Whatsapp ou de chat pode mudar muito seu negócio. Tenho tido boas e más experiências com esse tema. Às vezes são orientações básicas para os quais a pessoa não foi orientada ou preparada.

Dica 4: Digitalize os passos de seu cliente: O turismo avançou com tecnologias na gestão dos negócios e na área de vendas. E a jornada do cliente? As facilidades tecnológicas estão para o cliente na etapa de busca, planejamento e compras, mas seu cotidiano na viagem ainda precisa de muitos investimentos. Internet das coisas (IoT) e realidade virtual (VR) já são realidade, e o seu negócio? Isso não é futuro, é presente.

Dica 5: Implemente já seu planejamento para marketing: Aproveite esse momento para investir em planejamento, atualizar a equipe de forma focada sem perder tempo com conteúdos genéricos. Pensar e agir de forma inovadora está relacionado à sobrevivência do seu negócio. Quer alguma dica a mais sobre esse tema para sua empresa ou entidade? Me envia um e-mail: jeanine@piresdestinoseventos.com.br.

As últimas do hub turismo podcast

Deixo aqui os últimos podcasts do HUB TURISMO que sugiro você ouvir. Se tiver temas e sugestões envia aqui nos nossos comentários.

1 – Eduardo Fleury do KAYAK traz as últimas notícias e análises sobre as buscas por viagens e ainda fala de tecnologia, sustentabilidade e tendências de viagens.

2 – Falamos sobre a fortaleza do mercado doméstico brasileiro à partir de estudos da Tourism Economics e os fatores que podem ajudar ou atrapalhar as oportunidades desse gigante.

3 – MUST: Mulheres do Setor de Turismo por Adriana Cavalcanti e Renata Pestana. O que é o movimento, liderança feminina, barreiras e avanços do feminismo. Sim feminismo, entenda.

4 – A voz do turismo nas urnas, são 2 podcasts com lideranças municipais sobre o papel do setor e as possibilidades de avanço, ou retrocesso. Confira o bate-papo com Ana Paula Villaça do Recife e Jair Galvão de Maceió.

Ouça aqui O HUB TURISMO

Trazemos aqui alguns de nossos podcasts do HUB TURISMO sobre cenários e avaliações do mercado de turismo. São conversas com Jaderson Alencar (FSB Comunicação) sobre marketing digital; Bruno Wendling (Presidente do FORNATUR e da Fundação de Turismo do MS) sobre destinos e promoção; com Rodrigo Cordeiro sobre o futuro dos eventos (consultor em eventos); além de nossas análises sobre o turismo internacional e os impactos da Covid-19.

Bruno Wendling fala sobre destinos, parcerias e promoção turística do Brasil

Viagens internacionais e os impactos da pandemia, Jeanine Pires

Marketing digital em turismo com Jaderson Alencar

5 ideias do que pode mudar no turismo pós pandemia, Jeanine Pires 

O futuro dos eventos com Rodrigo Cordeiro

RETOMADA DAS VIAGENS: 5 IDEIAS PARA SUA EMPRESA

Photo: Revolution Event Design & Production

Sinto uma grande ansiedade por parte dos profissionais do turismo brasileiro querendo retomar as viagens, natural diante do cenário que vivemos. Mas esse retorno não depende só de nosso desejo e sim de como a realidade irá se impor nas próximas semanas e meses, depende do quão seguro estará o viajante e da necessidade ou desejo de sua viagem. Já mencionei que entendo uma retomada gradativa, com diversas fases, sem descartar retrocessos caso nossa pressa não consiga ser balanceada com medidas seguras.

O que fazer agora enquanto as pessoas não viajam? Como se preparar para uma volta gradual? Trago aqui 5 sugestões para drenar nossa ansiedade e energia para o otimismo com nossa indústria para que saiamos mais fortes e mais competitivos dessa crise.

  1. Preparando a segurança do cliente: de acordo seu ramo de atividade, organize desde já todos os procedimentos de medidas sanitárias que no futuro deixarão os clientes tranquilos e seguros sobre o uso de seu serviço ou produto. Adote um selo de turismo baseado em processos profissionais, feitos por pessoas que entendem sobre a contaminação e a transmissão no formato que seu negócio funciona. Faça o caminho do cliente, imagine seus passos e coloque-se no lugar dele para entender como cada momento irá exigir segurança e distanciamento;
  2. Treinando seus colaboradores: eles ainda não estão preparados para os novos processos, então comece já. Use plataformas digitais e contrate profissionais adequados e profissionais na área de capacitação para o seu negócio. Médicos infectologistas e empresas de certificação, por exemplo, podem trazer uma visão profissional sobre o assunto que nós ainda estamos tentando decifrar, não tente fazer sem ajuda profissional, você entende de turismo e não de coronavírus (com todo o respeito);
  3. Comunicação: pense e planeje desde já como será sua comunicação interna e externa. O que está fazendo durante a quarentena? Que procedimentos adotou para seus colaboradores? Como será a experiência do cliente quando ele chegar ao seu estabelecimento? Utilize o máximo de canais que conseguir, atue com mensagens humanizadas e práticas, imagens e conteúdo adequado. Se puder, contrate uma empresa de relações públicas ou um jornalista profissional. Lembre-se de adequar tudo ao seu públic-alvo e conceito de negócios;
  4. Flexibilidade: De acordo com sua atividade, pense em ser o mais flexível possível, evitando aumento de preços, taxas, multas ou atitudes que façam o cliente pensar que vai perder dinheiro se não der certo a experiência dele. Os tempos são de muitas incertezas, e a pessoa pode ficar na dúvida de marcar uma viagem, um passeio, uma passagem, e depois ter que alterar e pagar caro por isso. Deixe suas políticas de remarcação, cancelamento e outras em letras grandes e visíveis, e não no anexo do anexo do anexo que ninguém lê;
  5. Trabalho unificado: A volta da confiança em viajar será um processo lento, com diversas fases e muitos imprevistos podem ocorrer. Procure trabalhar com lideranças de turismo do seu setor, traçar planos de comunicação conjuntos, somar esforços nas iniciativas. A tarefa de ganhar a confiança dos viajantes é de todos que trabalham com o turismo. Busque por experiências que deram certo em outros países que já estão em fases de abertura, existem muitas ideias criativas que viralizam e acabam atraindo a atenção das pessoas.

O que mais você sugere para as empresas de turismo brasileiras se prepararem desde já? Compartilha aqui suas sugestões.

PODCAST HUB TURISMO: quando as viagens voltam ?

Photo by Juja Han on Unsplash

Hoje trago um convite diferente pra você, ao invés de ler, ouça nossas ideias no HUB TURISMO, o podcast para profissionais de nosso setor. Temos vários episódios, você pode nos seguir para acompanhar, pega um café ou chá, coloca seu fone e vem pra cá.

Sugiro escutar e comentar o Episódio 2: Quando as viagens voltam ao normal? Em 6 minutos falo sobre as fases de retomada e algumas medidas que irão nos acompanhar por um bom tempo nas jornadas de viagens.

Ouça aqui o HUB TURISMO

3 COISAS QUE SEU CHEFE ESPERA QUE VOCÊ SAIBA SOBRE O CENÁRIO DO turismo hoje

Photo by Tobias Bjerknes on Unsplash

Cenário histórico e sem precedentes coloca 100% dos destinos turísticos mundiais com restrições de viagens. 217 países adotaram medidas de restrições de viagens, dentre estes, 45% têm suas fronteiras total ou parcialmente fechadas (aonde o Brasil se inclui) e 30% têm cancelamento total ou parcial de voos. Esse é o cenário atual, 20 de abril, da crise da convid-19 para o turismo segundo a Organização Mundial do Turismo – OMT.

Tendo como perspectiva de que o pico médio mundial da pandemia vai ocorrer em maio e talvez se prolongar até junho, ainda vivemos uma conjuntura incerta com várias hipóteses de qual será o desenrolar da crise atual. Já presenciamos alguns países se programando para voltar às atividades de turismo e organizações do setor preparando planos de retomada. São mais perguntas do que respostas o que emos agora, e enquanto isso busco por alguns horizontes que podem ser explorados e passar por uma reflexão inicial:

  1. As medidas de abertura e fechamento de fronteiras e retorno de voos deverá ocorrer de forma diferente nos diferentes países, e em etapas progressivas, de acordo com o cenário de contaminação e isolamento social que cada um estiver vivendo. As viagens domésticas, principalmente regionais, devem começar a retomada assim que houver controle da pandemia e as pessoas recuperarem a confiança nos deslocamentos. A volta ao patamar de 2019, no entanto, ainda deve demorar alguns anos;
  2. A convivência diária dentro de casa com novas tecnologias pode trazer o consumidor para um cenário cada vez mais on-line, inclusive de pessoas de mais idade que tinham insegurança no comércio eletrônico podem se tornar futuros consumidores mais conectados. As pessoas irão fazer mais pesquisas depois da pandemia do que costumavam fazer antes, segundo o TripAdvisor. O uso de tecnologias deve ser mais intensivo no turismo, mas acredito muito na necessidade do contato humano, de que as pessoas vão exigir respostas rápidas e eficazes para suas demandas; e ao mesmo tempo vão desejar interagir com humanos além de robôs. Como será essa convivência do on-line com o off-line?;
  3. O impacto sobre a indústria de turismo deve ocorrer sobre a demanda e também sobre a oferta de forma drástica. Para a demanda, poderemos ter distintos comportamentos de acordo com a confiança que cada cliente terá no retorno às atividades, que deve começar pelas viagens a negócios e depois a lazer. Certamente as mudanças no comportamento do consumidor serão importantes e teremos que acompanhar diariamente para entender como satisfazer suas necessidades nas viagens. Do ponto de vista da oferta, infelizmente algumas empresas não irão sobreviver, destinos serão impactados de várias formas, e a oferta de produtos e serviços provavelmente estará focada, no primeiro momento, em trazer segurança e limpeza aos viajantes. Países e empresas já adotam protocolos e selos CLEAN & SAFE (limpo e seguro), garantindo que os viajantes terão segurança sanitária em suas viagens.

Você gostaria de compartilhar conosco seus comentários e ideias sobre o atual cenário do turismo ? Deixe sua opinião aqui.

PRIMEIRO PASSO: RESTAURAR A CONFIANÇA

Photo by Joshua Hoehne on Unsplash

Diariamente tenho lido muito conteúdo sobre o que está ocorrendo no mundo do turismo durante a pandemia, desde ações e exemplos interessantes de iniciativas imediatas, até planos para a retomada depois do fim da pandemia. Tenho percebido que talvez não exista uma data em que todos ficaremos aliviados e possamos dizer: bom, de hoje em diante a vida chegou ao novo normal. Isso pode gerar certa ansiedade, mas sinto que, se a retomada for gradativa como já imaginamos, com fases distintas e de forma específica em cada destino, região e país, devemos nos preparar uma longa fase de adaptação e período incertezas. Imagino que a cada etapa novas informações, insights e ações farão parte de um cotidiano bastante impreciso.

Certamente isso não é motivo para achar que não podemos ser otimistas, pelo contrário, há que enfrentar a realidade tal qual ela se apresenta e enfrentar os desafios de forma destemida e agradecendo pelo novo que se impõe. São muitas variáveis que não estão em nosso poder de ação direta, e mesmo assim somos os mestres de nosso destino, seguramos a cada dia o que for possível e no dia seguinte insistimos em segurar novamente as mudanças e enfrentar cada adversidade. Para nosso negócio, o turismo, entendo que a restauração da CONFIANÇA será o ingrediente mais importante, e ela ocorrerá de diferentes formas. Estudos já mostram que as pessoas vão optar por viajar por perto, dentro de seu país, e secundariamente dentro de seu continente. Conta aqui a confiança em nossa marca, em como estamos agindo agora e como seguiremos na percepção do cliente depois que ele decidir voltar a usar nossos serviços.

Nenhum exercício de adivinhação ou futurologia adianta agora. Minha perspectiva é ler muito, ouvir muito, aprender com a experiência de outras empresas e outras países, e entender nossa realidade para poder me ADAPTAR ao que vem pela frente. Usar toda a capacidade de análise baseada em alguma experiência já existente para somar aos conhecimentos e experiências de outros colegas no pensar e agir de forma conjunta.

Minha sugestão? Que o setor de turismo trabalhe a restauração da confiança mas viagens diante nos novos cenários, primeiro vem a confiança em viajar, que diz respeito a todos da indústria de viagens e turismo. Estamos todos dependendo disso para que cada um cuide de seu negócio e busque seus clientes. A volta da confiança ainda depende da evolução da pandemia em cada lugar e, num segundo momento, de como nossa indústria irá enfrentar novas demandas por medidas de segurança sanitária que deixarão as pessoas tranquilas e prontas para aproveitar suas viagens. Acredito muito numa ação conjunta de empresários e governos para preparar uma comunicação eficiente no sentido de esclarecer as pessoas sobre a confiança em visitar nossos destinos. Destacando: primeiro virá a necessidade de passar tranquilidade às pessoas de que elas podem viajar, e aí cada empresa e serviço entrará em ação para mostrar seus diferenciais e as vantagens de suas marcas. No momento correto, a marca de nossa indústria deverá trazer o valor de CONFIANÇA de volta, todos juntos vamos precisar garantir o direito e o desejo de viajar.

3 PISTAS do que pode mudar nos destinos pós pandemia

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Ainda na linha do nosso último post sobre 5 temas que podem mudar no turismo, pensei em compartilhar algo mais amplo sobre os destinos turísticos. O que pode ajudar agora a mantê-los na mente do consumidor e quais podem ser as novidades no comportamento do futuro turista que irão exigir um pensar e fazer diferente nos lugares que serão visitados depois da pandemia.

1. Leva vantagem o destino que já possui conteúdo e ferramentas prontas e à disposição do cliente: no momento atual, vemos muitos destinos mostrando seu potencial, seus atrativos, suas experiências e enviando a seguinte mensagem aos potenciais clientes: fique em casa agora, e quando você puder viajar veja o que está lhe esperando aqui. Como as pessoas estão passando mais tempo na internet, não só trabalhando mas usando-a como ferramenta de entretenimento, além de buscar receitas de comidas, aulas de exercícios em casa, visitar museus e fazer treinamentos on-line, também existem pessoas sonhando com sua próxima viagem (mesmo que isso ainda esteja longe de uma data ou um destino mais concreto). Pesquisas mostram que está distante o momento de definir sobre viagens domésticas e muito menos as internacionais. Entendo que levam vantagem agora aqueles destinos que já possuem uma boa estrutura de conteúdo on-line, com sites, redes sociais e ferramentas que disponibilizam tours virtuais (vide os museus). Agora é manter-se na mente do cliente, produzir conteúdo, fortalecer a marca e se preparar para o futuro. Se o seu destino ainda precisa melhorar a comunicação on-line, dá para aproveitar esse momento para se organizar e preparar um super projeto para quando as pessoas buscarem lugares para visitar.

2. Possivelmente, quando as pessoas voltarem a viajar, suas exigências com questões sanitárias, de saúde e segurança serão maximizadas. Aqui trata-se de uma exigência mais ampla do que medidas de higienização em aeroportos, restaurantes, hotéis ou meios de transporte. Vejo o aumento da imposição de um turista em relação à sustentabilidade geral do destino, de seus recursos naturais, do respeito à cultura local, da valorização da experiência autêntica e, sobretudo, de um engajamento cada vez maior entre o visitante e o morador local. O turista poderá desejar cada vez mais ser um local temporário, como sempre falo, um morador temporário. E isso irá demandar novos tipos de relacionamento entre a comunidade local e os visitantes; não serão somente os profissionais de turismo diretamente ligados ao setor os protagonistas das experiências, mas sobretudo os que vivem nos destinos turísticos. Cuidado! É preciso preparar as comunidades para evitar preconceitos, medos e atitudes que possam mostrar receio em relação à permanência de “estranhos” vindos de fora….

3. O turismo será cada vez mais uma relação humanizada em todas as etapas da viagem. Todas as mudanças por que estamos passando, e ainda nem temos como avaliar quais impactos terão no comportamento das pessoas, têm um potencial de uni-las mais, fazê-las protagonistas de sua vida e aumentar a solidariedade e o sentido coletivo da vida em comunidade. Ora, se o turista quer ser um morador temporário, se ele está preocupado com a comunidade que visita, se quer interagir com ela, então sua relação será ainda de mais proximidade. Desde a preparação da viagem, em todas as fases da jornada do viajante sua participação tende a ser mais independente, exigente, comprometida e humanizada. Imagino que as tecnologias terão um papel primordial nesse cenário futuro; se hoje o mundo vive uma aceleração do uso e conhecimento de tecnologias para se adaptar ao isolamento, depois desse período muitas experiências sairão de dentro de casa para encontrar com possibilidades de experiências fora de casa.

Ainda poderíamos falar de como o marketing de destinos será no pós pandemia, ou ainda sobre o papel dos intermediários nos futuros processos de compra das viagens. Muito há que acompanhar, esperar, entender e pensar de forma diferente, de outros ângulos. A mudança ainda é nossa única certeza, então, vamos ver como ela vem, vamos nos adaptar e usar nossos talentos para revolucionar esse setor que tanto pode ajudar o mundo a se recuperar após essa pandemia.