Marcas e Jogos Rio 2016

Mascote Tom - ParalímpicoHá uma semana entraram em circulação os cartões pré-pagos comemorativos dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Disponíveis na Mega Store Rio 2016, os cartões possuem design exclusivo dos Jogos em modelos com os mascotes, Vinícius e Tom, ou uma aquarela do Pão de Açúcar e podem ser adquiridos, com carga mínima de R$ 20, recarregados posteriormente em alguns quiosques do evento no Rio e usados em qualquer lugar do mundo, desde que seja um terminal bandeira Visa.

Lançados pela Visa, patrocinadora global, e Bradesco, patrocinador oficial dos Jogos, a ideia é um ótimo exemplo de estratégia de marketing que transcende as experiências do evento, relacionando a marca das empresas com a dos Jogos. Além de ser envolvido pela atmosfera visual dos Jogos Olímpicos, estampada nas edificações, competições, espalhada pela cidade e cerimômia de abertura, por exemplo, o turista se envolve ainda mais com o evento quando é apresentado à temática através de itens menores, como um cartão de compras. Esse é o ” look of the games“, usado pelos patrocinadores oficiais como estratégia de vincular suas marcas aos valores e ambiente do evento.

Um cartão pode parecer irrelevante; mas a construção dos detalhes do evento é o que enriquece a vivência e, consequentemente, forma opinião. O cartão será o mecanismo que proporciona ao turista, atleta, jornalista ou o carioca a compra de uma lembrança, objeto e vivência de uma experiência inesquecível. Já estive em 3 Jogos Olímpicos e posso garantir, fica guardado na memória, inesquecível. Imagina em nosso país.

Investir na experiência é um dos fatores mais significativos quando falamos de turismo. O Marketing e o Turismo de Experiência possuem o mesmo embasamento: aproveitar vivências positivas que cativem os turistas, agregando, através da experiência, um valor à marca, evento ou cidade. No caso dos -bem pensados- cartões pré-pagos, temos um combo dos três.

Qual marca?

marca BrasilCidades, estados e países sabem da importância do turismo para sua economia, a geração de empregos e atração de investimentos. Mas ao final que tipo de promoção e imagem de um destino se constrói para ganhar reputação e credibilidade ? Certamente não é aquela que muda de slogans, lança campanhas e muda marcas a cada novo governo ou mesmo em curtos períodos de tempo.

Marcas se constroem ao longo do tempo, são investidos recursos públicos em lançamentos, eventos, publicidade e estratégias de comunicação. Mas isso, vem com o tempo. A marca Espanha tem mais de 30 anos e está regulamentada por lei nacional, tendo um grupo de alto nível para preservar os princípios da imagem do país e sua marca. Os slogans como os da Índia (Incredible India) ou da Malasia (Truly Asia) são mensagens que ao longo do tempo foram consolidando a imagem desses países e atraindo milhões de visitantes. Por que? Têm um posicionamento de longo prazo, não jogam dinheiro fora lançando novos slogans ou marcas.

Um dos aspectos mais importantes sobre as marcas de destinos políticos, é a compreensão de que elas são o resultado de uma estratégia de posicionamento, e não um adereço publicitário ou uma peça de design. Marcas de destinos turísticos ou de lugares retratam mensagens, cores, e precisam de tempo e investimentos publicitários e de comunicação para dar resultados e representar a reputação de um país ou lugar.

Em tempos de Jogos Rio 2016, ou quando diversos destinos no Brasil se organizam em campanhas ou mensagens, vale a reflexão sobre qual seu posicionamento de longo prazo, se é que ele existe; como ele está sendo preservado ou trabalhado de forma a acompanhar as mudanças rápidas de mercado e como atores privados e públicos se complementam em seus papéis na formação da imagem e da reputação de seus lugares.

Fórum, lideranças e necessidades

Amanhã começa o Fórum Panrotas 2015. Um encontro somente? Um fórum de debates sobre tendências ?

O evento tornou-se mais do que um momento de aprender, saber tendências do mercado e ouvir lideranças do Brasil e do mundo sobre a indústria de viagens e turismo. Tornou-se uma necessidade. Hoje é o grande momento dos profissionais do turismo brasileiro, que ouvem, opinam, trocam experiências, atualizam relacionamentos e passam dois dias pensando em como será o ano e o futuro de nossa indústria.

As rápidas mudanças por que passa o turismo mundial; as peculiaridades da conjuntura brasileira; o câmbio; a Copa que passou, os Jogos Rio 2016 que virão; a qualidade dos serviços; as tecnologias; o consumidor; os intermediários. Os principais temas do fórum, além de estarem ligados à inovação, tecnologias, tendências de mercado tem alguns pontos essenciais:

1. Vai nos atualizar sobre a atuação das companhias aéreas e como isso impacta nossos negócios e a chegada de viajantes nos destinos;

2. Os participantes vão conhecer mais sobre o que o Ministério do Turismo pensa e está fazendo sobre os principais desafios do país e do setor;

3. Os gestores de destinos e os operadores de mercado locais vão conhecer práticas e aproveitar idéias para lugares mais competentes, com qualidade de serviços e com mais competitividade;

4. Vamos entender mais um pouco como o que acontece no mundo digital chega à distribuição, à utilização dos telefones móveis, ao marketing dos destinos e influencia a tomada de decisão dos consumidores;

5. Quem estiver no evento vai entender mais sobre vendas, marketing, aquisições e distribuição online;

6. Finalmente, numa indústria em que as pessoas fazem a diferença, vamos saber como estão os talentos, a qualidade dos serviços e como isso pode transformar a experiência de nossos visitantes.

Até amanhã e um ótimo Fórum Panrotas a todos

World Travel Monitor 2014

A ITB Berlim publicou essa semana o World Travel Monitor Trends 2014, esse relatório, preparado pelo IPK Internacional, apresenta os principais resultados do turismo mundial em 2014 e fala de algumas tendências para o próximo ano. Os dados fazem parte do maior banco de dados sobre turismo coletados em 63 países com representatividade global e cobertura de quase 100% dos principais mercados turísticos. São 63 institutos de pesquisa em diversos países que coletam os dados e transformam em análises e inteligência comercial sob demanda para empresas e destinos turísticos em todos o mundo. O IPK International é representado na América Latina pela Pires & Associados.

Os destaques de maior interesse global e para o Brasil são:

– baixo desempenho das economias russa, brasileira e da zona do euro;

– as tendências verificadas em alguns novos destinos emissores como Brasil, Chile, México, Peru e Colômbia são colocadas em dúvida;

– o turismo está melhor que a economia mundial, deve crescer cerca de 4,5% em 2014

– os gastos dos turistas em viagens internacionais devem fechar o ano em +6%

– a permanência média global está mais curta

– a América do Sul deve fechar o ano com +5% de chegadas sob forte impacto dos números de chegadas da Copa do Mundo

– as viagens de férias (+31% de crescimento nos últimos 5 anos) que mais crescem são as de visita a cidades (+58%) e de touring (+32%); sol e praia está em declínio mas ainda representa quase 30% do market share desse segmento

– os principais destinos de viagens de long haul no mundo são: EUA, Reino Unido, Tailândia, Itália, China e Alemanha

– os principais emissores de long haul são: EUA, Reino Unido, China, Canadá, Japão e Alemanha

– grande crescimento da hospedagem em meios “para hoteleiros” como segunda residência, casa de amigos e parentes e das “sharing firms” como AirBNB, HomeAway, FlipKey e outras

–  o segmento MICE, que representam 54% do segmento de turismo de negócios, aumentou seu market share com tendências de mais escolhas individuais para as viagens, preços menores, maior acesso, flexibilidade, transparência e o uso de comunicações integradas

– as reservas feitas pela internet já representam 66% do mercado, mas crescem a níveis mais baixos; já as reservas feitas pelas agências de viagens representam 24% do mercado e devem se consolidar nesse patamar de market share

– as reservas por telefone aumentam com destaque na China, EUA, Japão e Europa

– o uso de mídias sociais ocorre com grande parte dos viajantes, com destaque para 95% dos chineses, 84% dos brasileiros, 65% dos norte-americanos, 61% dos europeus e 51% dos japoneses.

Quer assistir à apresentação completa do relatório? Clique aqui.

 

Ao final quem é o vendedor e quem é o cliente?

A pergunta que eu gostaria de lançar hoje é: a comunicação e o marketing de nossas empresas e dos destinos brasileiros já entendeu quem é o agente de promoção turística na atualidade?  O fato é que ao lado dos amigos e parentes, existe uma “inteligência virtual coletiva” de milhões de pessoas que dizem o que o seu hotel, seu restaurante, seu museu, seu serviço e o seu destino representa enquanto experiência turística. Você fomenta a venda, coloca preço, facilita a vida do viajante, mas ao final quem experimenta e influencia de forma definitiva se outros virão ou se esses vão voltar é esse “consumidor garoto propaganda” que vai avaliar e espalhar fotos, vídeos e opiniões sobre sua empresa e seu destino.

Nosso papel? Prover conteúdo, informações, fazer com que nosso produto chegue aos milhares de mecanismos de venda e simplesmente encante o turista por algum motivo especial, por algum diferencial ou pelo atendimento de necessidades cada vez mais específicas, subjetivas e difíceis de identificar. Ao final do ciclo, o sucesso está na proximidade entre aquilo que prometemos e aquilo que entregamos.

Seu vendedor é seu cliente; seu promotor é o turista. A palavra é CONTEÚDO, a ferramenta é TECNOLOGIA, o segredo é um produto de qualidade que atende às expectativas do cliente/ vendedor/ cliente.

Destination ou destiny

DESTINATION, seu destino, o lugar aonde você está indo. Você sai de sua cidade de moradia para trabalhar, participar de um congresso ou feira, tirar férias, descansar, ficar com a família, ir à praia. Ou ainda, você faz um tratamento de saúde, uma peregrinação. Enfim, você sai de casa e vai ser um morador temporário em outra cidade ou país por diversos motivos. Você é um turista se dormir pelo menos 1 noite e até 1 ano nesse lugar.

DESTINY, o que vai acontecer no futuro com você, algo que você não controla ou que não pode mudar por vontade própria. Uns acreditam, outros menos… Seu destino é você que constrói também não? Suas atitudes, metas, planos, opções de vida. Afinal nem tudo é tão solto ou imprevisível se você traça rumos e faz opções baseadas em seus valores e desejos de estilo de vida.

Esse pequeno trocadilho é somente para uma reflexão. Será que estamos somente vendendo ou promovendo uma feira, uma praia, uma visita, um tour, um hotel, uma paisagem para uma fotografia ? Ou deveríamos vender tudo isso e ainda, um tempo com seus filhos, alguns dias de namoro com sua esposa ou com seu namorado, dias de sol que recarregam as energias, cachoeiras que limpam a alma, florestas que silenciam a alma, uma cultura muito diferente da nossa, uma experiência que vai me transformar ?

Retorno de investimentos em marketing ?

Se fazer a promoção de um destino ou de um serviço já é uma tarefa difícil, saber aonde investir, em que públicos, que ferramentas usar, quanto investir; imagina medir os resultados dos investimentos.

No último relatório do Ministério do Turismo sobre a competitividade dos 65 destinos o ítem menos desenvolvido no Brasil é o monitoramento. O segundo menos desenvolvido é exatamente o marketing e a promoção. Lamentável, porque não adiasta ter produtos ou destinos maravilhosos se as pessoas não têm conhecimento, se o estor público não tem informações sobre os resultados das ações promocionais ou do resultado econômico da realização do turismo.

Na verdade creio que os desafíos são complexos e duplos: fazer um planejamento, atualizar dados e informações, estabelecer objetivos e metas, orçamento; e, depois, avaliar os resultados obtidos. Conhecer as tendências mundiais e locais, conhecer seu cliente, preparar o destino ou os produtos e a experiencia que o visitante teve.