6 cidades com aumento de voos internacionais em 2019

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De janeiro a julho de 2019 Fortaleza aumenta 60% de sua oferta de assentos em voos internacionais diretos (comparado com o mesmo período de 2018).

A EMBRATUR divulgou dados que mostram o comportamento da oferta de assentos e voos internacionais diretos para as 24 cidades brasileiras entre janeiro e julho de 2019, comparando com o mesmo período de 2018. Somente 6 cidades aumentaram sua capacidade, prefiro falar em número de assentos do que de voos, pois mostram melhor o tamanho da capacidade de transporte. No ranking das cidades brasileiras se destaca Fortaleza, que aumentou 60,1% sua oferta de assentos; depois os maiores aumentos foram: Brasília (28%), Campinas (25,44%), Curitiba (20,92%), Salvador (4,8%) e Florianópolis (3,16%). Todas as demais cidades que recebem voos internacionais diretos tiveram queda na oferta.

RANKINGCIDADE%
1Fortaleza60
2Brasília28
3Campinas25
4Curitiba21
5Salvador 5
6Florianópolis 3

Os destinos que mais perderam oferta internacional direta de assentos foram: Porto Seguro (-69%), Navegantes (-62,66%), Foz do Iguaçu (-50,92%), Belo Horizonte (-40,28%) e João Pessoa (-39%). A Região Norte foi a que mais perdeu oferta, de -16,94%.

Vale destacar que ainda há grande discrepância entre as cidades brasileiras em relação ao volume de voos internacionais diretos que recebem. Para se ter uma ideia, São Paulo Guarulhos concentra 63,55% da capacidade de assentos, depois vem o Rio com 17%; seguido de Campinas (3,82%); Brasília e Recife com 2,49% cada; e Fortaleza com 2,2% da capacidade.

Agendas e ações que foram feitas por Pernambuco, Ceará e Bahia na redução de custos para as empresa aéreas nacionais são exemplos positivos que reforçam a malha nacional e internacional; enquanto alguns destinos não entendem que seus custos são altos e pouco competitivos. Finalmente, também é preciso promoção e marketing permanentes para manter esses voos; além da melhoria da qualidade dos produtos e experiências que estamos oferecendo ao mercado internacional.

Oferta de voos internacionais diretos em julho 2019, por região brasileira
Fonte: EMBRATUR

PIB do turismo no Brasil 2017 e 2018

Já comentamos aqui que o número de turistas de um país deve ser grande, mas que se vier acompanhado de um gasto significativo e com a geração de empregos certamente trará mais contribuição para o desenvolvimento local. O Brasil é a 11a. economia do turismo no mundo em termos absolutos, ou seja, representa uma fatia importante do setor.

O WTTC – World Travel & Tourism Council publicou essa semana os resultados de seus estudos para o impacto do turismo na economia local, e também falou sobre o Brasil em 2017:

  • PIB Direto: 2,9% do total ( USD bilhões 59,6)
  • Empregos Diretos: 2,6% do total (2.337.000)
  • Divisas: 2.3% do total (USD bilhões 6)
  • Investimentos: 6.1% do total (USD bilhões 19.7)

Também as projeções que a entidade fez com a Oxford Economics para o crescimento de 2018:

  • PIB Direto: 2.7%
  • Empregos Diretos: 2.4%
  • Divisas: 10.6%
  • Investimentos: 2.6%

Quantidade ou qualidade de visitantes

Sempre um debate interessante, e mais do que isso, importante para empresas e destinos turísticos: queremos mais visitantes ou mais receitas dos visitantes ? Quantidade ou qualidade?

Essa é uma reflexão que faço sempre, pois o principal objetivo de um lugar ou empresa, ou mesmo daqueles que trabalham com a indústria de viagens é que a atividade traga empregos, rendimentos, lucro; e dure muito, sempre! Recentemente falamos aqui do “Overtourism (termo usado para falar de destinos saturados de números de visitantes). Pode ser uma realidade longe do Brasil ? Não, já temos esse problema em diversos destinos.

Falamos muito em sustentabilidade também, e como funciona essa questão de ser sustentável economicamente, ambientalmente e culturalmente ? Seria incompatível com grandes volumes de visitantes ? Depende.

Depende do destino, de suas características, mas sobretudo de como é sua gestão pública e privada. De como empresários e lideranças encaram o fato de que a grande riqueza de seu negócio é justamente sua cultura (que deve ser valorizada), sua natureza (que precisa ser preservada e cuidada) e sua população (que deve ser beneficiada com a atividade no longo prazo).

Fica aqui a reflexão? E seu destino? E seu negócio? O quanto ele dura e como deve ser sua busca por clientes? Qualidade ou quantidade ?

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A sensação térmica da crise

economiaApós a constatação de que o brasileiro está ficando um pouco mais otimista em relação às suas economias, expressada pela perspectiva de consumo da família brasileira (conversada nesse post), recebemos aquele baldinho de água fria do Banco Central: talvez o pior não tenha passado, estamos ainda no meio da recessão mais severa da história.

Fica a indagação: será que estamos vivendo  uma variação de clima econômico onde a temperatura observada difere da percepção? Pelo menos é o que se pode concluir quando o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirma que a inflação parece estar recuando: temos a temperatura real (mais do que constatada) de crise e uma sensação térmica de clima quase ameno ou, no mínimo, de tempo ficando bom.

Mesmo no turismo, setor em que algumas das características mais marcantes são a resiliência e a capacidade de resistir bem a crises, diante da relação realidade versus percepção, não tem sido uma tarefa simples estabelecer uma projeção real (sem o embaraço do pessimismo ou do otimismo forçado)  de consumo diante do quadro econômico do País.

Não é fácil enxergar em tempo nublado. Entre informações que levamos em consideração temos, por exemplo, os números da WTTC. De acordo com o conselho, a projeção do PIB do Turismo para o Brasil para 2016 e 2017 é de queda, -1,6% e -0,5%, respectivamente. Porém, a perspectiva até 2020 é positiva, de 2,4% ao ano. Veja o vídeo aqui

Para quem contribui para turismo no Brasil, a busca por dados econômicos, de consumo, de construção de perfil de clientes, de estudos específicos é ainda maior, pois perder tempo e muito menos recursos é uma opção. Estamos cautelosos ainda (e com razão!), economicamente falando.

Entre boas e más notícias, nos resta mesmo a prática das atividades no setor, que é a melhor ferramenta para projeções. E seguimos caminhando com a  experiência acumulada e a criatividade para conduzir o trabalho da maneira mais proveitosa possível: dois dos maiores aliados para se atravessar o tempo desfavorável  que se apresenta  ainda sem previsão de melhora.