WTM Lat16: tecnologias

IMG_0225Um dos releases divulgados pela WTM Latin America sobre o segundo dia do evento traz uma série de informações interessantes sobre os debates acerca do uso das tecnologias no turismo. Já abordamos o tema aqui em outras oportunidades, mas destaco esse como um dos aspectos centrais não somente para empresas, mas para destinos.

Na quarta-feira, durante a feira o gigante Google foi responsável pela sessão “O Verdadeiro Valor do Digital”, conduzida por Keith Matsumoto, Analista Sênior da Indústria do Turismo, e André Azevedo, Executivo de Contas.

Durante o evento, os especialistas apresentaram soluções para melhorar o desempenho das empresas na Internet. De acordo com eles, uma em quatro vendas no turismo atualmente são feitas por meio digital. “As pessoas continuam querendo vivenciar novas experiências, conhecer novas culturas. O que mudou foi onde e como elas têm essas necessidades atendidas”, afirmou Azevedo.

Os profissionais do Google ainda pontuaram que os consumidores se tornaram imediatistas e exigentes por causa do crescimento dos canais digitais. “Quanto mais imersivo for o conteúdo, mais chance de o consumidor escolher o produto”, reforçou Matsumoto. Na terça-feira, Vinicius Landucci, Gerente de Novos Negócios do buscador, comandou uma sessão com o mesmo tema. Para ele, o caminho para os sites é se adaptar às novas tecnologias e ir até onde o consumidor está.

No mesmo dia, Carolina Sass de Haro, Especialista de Mercado da Phocuswright, apresentou a sessão “Aluguéis em expansão: O que a Economia Colaborativa e as Acomodações Particulares Significam para as Viagens”. Os participantes foram informados de que a oferta de aluguel de acomodações particulares não para de crescer e que, além dos mais de dois milhões de imóveis listados, empresas ligadas à hotelaria tradicional estão entrando nesse mercado, como o Booking.com e o Expedia. “Antes eram só casas de praia. Quando a oferta chegou aos centros urbanos, começou a concorrer diretamente com o setor hoteleiro, se transformando em um nicho de mercado”, afirmou Carolina. Pesquisa realizada pela Phocuswright aponta que somente 38% dos usuários do Airbnb escolhem utilizar o serviço pelo preço – o que realmente os atrai é a combinação de privacidade, liberdade e espaço

Já Pettersom Paiva e Tales Tomasini, fundadores do comparador online de preços de passagens aéreas Voopter, fizeram uma palestra que abordou a importância da inteligência artificial como ferramenta para traçar um perfil mais completo dos usuários e, desta forma, personalizar os serviços e os produtos oferecidos aos viajantes. Para completar, Pilar Osorio, Diretora de Vendas Estratégicas para a América Latina e o Caribe da TravelClick, falou sobre a importância dos vídeos para os hotéis. De acordo com ela, até 2019 90% do tráfego global na web será feito desta maneira. “Qualquer um faz vídeo, mas vender um hotel é vender uma experiência e é isso que o cliente busca”, disse. A diretora contou ainda que em sites de viagens os filmes rendem o dobro de cliques se comparados às fotos.

Tendências  

 A tecnologia também foi um dos destaques do Relatório de Tendências da WTM Latin America, elaborado em conjunto com a Euromonitor Internacional e apresentado na terça-feira em uma sessão exclusiva para a imprensa. A publicação revelou que a tecnologia móvel mudou o comportamento do consumidor de viagens, consolidando um novo tipo de turista, o Viajante Nacional Autônomo, um buscador de experiências sempre conectado e que usa seus aparelhos móveis para encontrar informações, buscar serviços e fazer reservas. Outra tendência apontada foi que o uso de smartphones pela geração milênio – formada por pessoas de 15 e 35 anos – vai impulsionar a tecnologia móvel na América Latina, cuja população é formada por quase 35% dessa faixa etária. Vamos voltar a esse tema do relatório mais em detalhes.

Zika, o que fazer

Sempre que enfrentamos momento difíceis como o atual, quando problemas de saúde pública podem interferir no fluxo de viagens ou na imagem dos destinos vem a pergunta: o que fazer ?

Considero antes de mais nada que, por tratar-se de tema de saúde pública, as medidas e orientações dos órgãos que cuidam do assunto devem ser levadas em consideração e seguidas por todos. Dito isso, vem o nosso lado do turismo. A primeira atenção deve estar voltada ao monitoramento, ou seja, saber exatamente o que está sendo veiculado e comentado nos mercados, seguido de ações de imprensa e RP para esclarecer dados, informar corretamente e dar às pessoas a verdadeira dimensão do que está ocorrendo e quais as medidas estão sendo tomadas para cuidar do assunto. Ou seja, enfrentar o problema.

Depois disso, é fundamental deixar disponível aos parceiros comerciais e viajantes, as informações sobre como se comportar, sempre lembrando que não se devem aplicar restrições aos viajantes ou ao comércios entre os países. A OMT foi bastante lúcida em seu comunicado no último dia 2 de fevereiro (www.unwto.org):

– deve ser oferecida aos turistas uma lista atualizada das regiões afetadas pelo Zika Virus sobre riscos e medidas adequadas para reduzir a possibilidade de ser afetado pelo mosquito;

– devem ser colocadas em prática todas as medidas recomendadas pela OMS – Organização Mundial de Saúde

Ainda importante que todos os atores públicos e privados do setor turístico atuem de forma conjunta no esclarecimento e nas medidas para informar e colaborar com as autoridades de saúde no enfrentamento do tema.

Seguimos acompanhando.

Resiliência

O tema do IRRF e da união das entidades de turismo está em todas as conversas, posts e comentários dos profissionais do setor. Hoje o colega Cássio colabora ainda mais para essa reflexão, falando da importância da união e da valorização do setor em seu post Valorizando.

Cássio, em 2015, com todos os desafios do setor aéreo e da indústria de viagens e turismo, vimos a capacidade de resistência dessa atividade econômica. Vimos que o cenário cambial fez os brasileiros viajarem mais no Brasil, mas também para o exterior, mesmo com a redução de gastos. O debate em torno do IRRF não é somente para não penalizar o setor, mas para mostrar sua importância econômica e sua capacidade de movimentar a economia, manter empregos e a sanidade das empresas.

Os desafios da economia e da política em 2016 nos colocam ainda mais no rumo da unidade, seja para trabalhar as demandas do setor junto ao governo federal, seja para a elaboração e realização de estratégias conjuntas para o melhor conhecimento da atividade ou no marketing nacional e internacional. Temos procurado fazer isso entre estados e empresários no nordeste. Concordo com o Cássio, ou nos unimos ou….

Zika Visibilidade

Como era de se esperar, os Jogos Olímpicos começam a ampliar a visibilidade do Brasil no cenário global, são menos de 200 dias de contagem regressiva e de crescimento de matérias e informações sobre o país.

Importante o monitoramento, pois aparecerem cada vez mais matérias, positivas e negativas. Reflexos diferentes em diferentes países; am alguns deles como Argentina, Chile ou Portugal podemos ter mais conteúdo positivo; já em outros como Alemanha e Reino Unido, já sabemos que vem chumbo grosso.

O cenário cambial é favorável ao turismo, a visibilidade pode ajudar, mas o cenário econômico e político, e a competitividade com outros destinos podem ser desafios maiores do que imaginamos. O tema do Zika virus aparece mais nesse início de ano no noticiário e análises vindas do exterior, com alertas para mulheres grávidas e alguma desinformação sobre como o governo brasileiro vem tratando o tema. Importante acompanharmos e levar a informação a todos os visitantes, parceiros comerciais e autoridades internacionais para que o tema seja tratado com a devida atenção e ao mesmo tempo não espalhe exageros.

Turismo vai fazer lobby?

O post publicado semana passada por Artur Andrade Turismo não tem lobby traz reflexões muito importantes para a indústria de viagens e turismo do Brasil. Tratando do tema dos impostos sobre remessas ao exterior e de como as lideranças do setor estão lidando com o assunto, Artur faz comentários sobre a necessidade da indústria entender melhor o que quer, de tratar dos temas comuns ao setor de forma unificada e não fragmentada, da estratégia e de assuntos que valem a reflexão.

Dentre os temas levantados, creio que dois me chamam mais a atenção, e um que eu gostaria, de acrescentar à lista. Primeiro da necessidade de ações concretas rumo à defesa dos interesses da indústria de forma permanente e profissional. Só se consegue estar junto na hora que surge um problema pontual, ou que a conjuntura muda; existe claramente a necessidade de reunir as principais lideranças de definir uma estratégia que possa tratar os temas do setor a longo prazo, com profissionalismo e continuidade. O segundo tema que me chama a atenção é que essas estratégias busquem tratar o turismo em seu conjunto, considerando todos os segmentos e consiga estar acima dos interesses corporativos ( e legítimos ) de cada entidade. Por último, volto a um tema recorrente, que me permito acrescentar à reflexão a que me refiro, mostrar o que é o turismo para o desenvolvimento do país e sensibilizar gestores públicos e parlamentares exige dados, números, avaliações, convencimento, ou seja, lobby no sentido da defesa dos interesses do setor. O setor organizado, com estratégia e profissionalismo poderá repetir seus mantras: empregos, investimentos, divisas, capacidade de enfrentar a crise.

Turismo e economia

Em tempos de desafios no cenário econômico vale entender melhor o papel do turismo na economia nacional, assim como seu comportamento em relação a outros setores. Quem sabe se assim não podemos provocar investimentos no setor ?

Estudo do WTTC – World Travel & Tourism Council que compara a importância da indústria de viagens e turismo em relação a outros de nossa economia nos trazem dados surpreendentes. Em termos de impactos diretos no PIB brasileiro o turismo é duas vezes maior que o setor automobilístico e maior do que o setor químico e de mineração.

Na geração de empregos, o turismo, diretamente, gera mais postos de trabalho do que os serviços financeiros, automobilístico, comunicações, mineração e químico. O turismo gera direta e indiretamente 8,6% dos empregos no Brasil.

E para quem precisa de um futuro com algum sinal de otimismo, o estudo do WTTC, realizado pela Oxford Economics mostra que entre 2015 e 2025 é um dos que mais vai crescer em comparação a 10 setores estudados, serão em média 3,1% ao ano. Somente a agricultura (3,2), os bancos (3,4%) e o setor de mineração (4,4%) tem projeções de crescer mais do que nossa indústria.

E para falar em exportações, onde o turismo internacional tem grande importância no cenário atual e futuro, o estudo mostra que em 2014 o turismo representou 18% das exportações de serviços e 2,7% do total das exportações.

Mais impressionante, cada US 1 milhão gastos em turismo em nosso país geram outros US 1,5 milhão para nosso PIB; o único setor que gera mais impacto no PIB depois das viagens é a educação. E mais, para cada US 1 milhão de gastos de turistas em nossa atividade são gerados 55 empregos diretos, indiretos e induzidos. Os outros setores geram quantos empregos para cada US 1 milhão? Serviços financeiros 29, educação 81, automobilístico 36, comunicações, 36 e agricultura 100 empregos.

Fonte: How does Travel & Tourism compare to other sectors ? – World Travel & Tourism Council/ Oxford Economics

TURISMO WEEK NORDESTE

Começa hoje a edição da Turismo Week by Bratzoa em parceira com a CTI Nordeste.
Estamos acreditando nessa ação inédita que envolve os operadores, agentes de viagens e leva ao consumidor final diversas opções de viagens ao nordeste.
O momento é favorável, a região se fortalece com sua identidade e cada destino traz suas promoções e suas experiências específicas.
Vamos dar um gás especial nas ações de marketing digital, unificando hashtags e fortalecendo as redes sociais dos destinos e empresas do nordeste.
#partiuturismoweeknordeste #participavocetambem

Mais do que química e automóveis

          A indústria de viagens e turismo representou em 2014 3,1% do PIB mundial, um impacto econômico sobre a economia global que é maior do que a da  industria química (2,1%) ou da automobilística (1,2%), explicou o WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo) em relatório divulgado hoje (05/06/15). Se forem levados em consideração os impactos diretos e indiretos, o estudo realizado pela Oxford Economics indica que o setor gera 9,8% da produção econômica mundial. Nesse caso, o impacto econômico total do turismo é ainda superior ao da indústria química (8,6%), da agricultura (8,5%), da educação (8,4%) ou dos bancos (5,9%).

         No caso do Brasil, em 2014, os gastos dos estrangeiros representaram uma parte substancial do share das exportações, 3%, parte considerável na composição do comercio internacional para nosso país. Se forem considerados os impactos indiretos dos gastos dos estrangeiros em outras áreas da economia como construção, engenharia, bancos, serviços de treinamento, serviços de informação, comunicações, serviços profissionais e outras atividades, o turismo no Brasil contribuiu com 18% do share do setor de serviços.

E o doméstico 2015?

Os gastos dos brasileiros no exterior continuam em queda, chegando a -9,11% de janeiro a março, será que essa mudança de comportamento está ligada somente à diminuição de gastos ou também de número de viagens?

As viagens ao exterior estão sendo trocadas pelas viagens domésticas ? A pesquisa de sondagem do Ministério do Turismo/ FGV realizada em março desse ano, que pergunta se há intenção de viajar entre abril a setembro mostra que 21,4% dos entrevistados afirmam o plano de viagem em 2015 contra 27,1% em 2014. Daqueles que desejam viajar, a intenção de viajar no Brasil aumenta de 64,3% (março 2014) para 71% (março 2015) e cai para as viagens internacionais de 23,2% esse ano contra 32% ano passado.

Parece que esses números mostram a preferência pelas viagens domésticas, mas cautela em relação à viajar pelas incertezas econômicas. O fato é que as oportunidades existem e a necessidade de medidas rápidas e eficazes pode se transformar em mais brasileiros pelo Brasil. Vamos acompanhando.

NE ganha-ganha

Vemos muitas empresas turísticas em nosso país e no mundo trabalhando em fusões, acordos comerciais, alianças e outros mecanismos de complementação e colaboração comercial. Redes ou conexões são formas extremamente antigas que, apesar de apresentarem novas formas tecnológicas ou configurações comerciais, possuem em sua essência a soma de esforços para um resultado melhor para todos os envolvidos.

O famoso ganha-ganha é uma fórmula que funciona até nos relacionamentos pessoais ou na educação das crianças. Por isso, essa semana, com o apoio dos Secretários de Turismo do nordeste do Brasil, aceitamos junto com a Bahia e o Piauí o desafio de liderar um novo momento para a CTI Nordeste. Num ano de dificuldades econômicas, dúvidas e desafios de grandes proporções para o Brasil e para o turismo, acredito que os nove estados da região podem somar-se num grande esforço conjunto.

Vejo três linhas básicas de atuação:

1- a melhoria dos roteiros integrados e das viagens dentro da região

2- a inteligência comercial que proporcione mais dados e trocas de experiências entre os estados no campo do desenvolvimento de produtos, serviços e informações para o setor

3- a estratégia e o foco na promoção nacional e internacional que possa promover a imagem do Nordeste do Brasil com destaque para suas semelhanças e para seus diferenciais competitivos, especialmente com novas ferramentas de comunicação e marketing