Veneza é um desbunde, por fama ou vocação, exagero ou mérito. Tanto faz. Se você não veio ainda, priorize. Se já visitou vale informar que ainda há muito o que ser visto e experimentado (uma amiga já foi 10 vezes e ainda se surpreende). Pois o histórico conjunto de 117 ilhas é como uma cebola que se revela diferente e mais interessante a cada camada desvendada.
Algumas peculiaridades valem serem destacadas:
- Não há carros. Nem bicicletas. Nem nada sobre rodas. O único modo de locomoção é a pé. Ou seja: turistas e locais bebem álcool o quanto quiserem sem se preocupar em pegar volante depois – ou como bem disse o simpático garçom: “qui smettiamo di bere rosso quando alquni apre una bottiglia di bianco” (tradução livre: aqui paramos de beber vinho tinto quando alguém abre uma garrafa de vinho branco). Então estão todos estão com frequência alegres e brincalhões.
- Assim como no Egito, gatos são de certa forma sagrados em Veneza. A cidade teve diversos surtos de peste bubônica desde 1300 mas em meados de 1500 houve o grande surto da doença que assolou Veneza, dizimando 70% de sua população. A doença era trazida pelos ratos que vinham nas embarcações que ancoravam no porto. Então nesta extrema ocasião o Dodge ordenou que viesse um navio cheio de gatos para aniquilar o transmissor da doença. Funcionou. Por isso até hoje os gatos são símbolo local e de boa sorte. Confesso que não vimos um gato sequer na viagem. Terá alguém mandado vir um navio cheio de cães?
- Veneza é sobretudo uma cidade das artes. Você pode apreciar a Bienal, os museus e as galerias. Mas uma coisa especial de Veneza são os concertos em teatros e igrejas. É possível assistir a um deles sem gastar muito (a partir de 10 euros), permitem que se entre de bermuda e tênis (para alegria dos turistas) e não deixam a desejar das apresentações mais formais. Fique atento aos informativos colados nas paredes pela ruas, eles indicam o que está em cartaz naquele mês e você pode comprar os ingressos diretamente no local da apresentação. 🙂