Se você nunca esteve em Las Vegas, tem grandes chances de associar a cidade a cassinos e espetáculos do Cirque du Soleil. Mas, se você nem é fã nem de um nem de outro, a cidade do estado de Nevada, nos EUA, também reserva muitas atrações interessantes. E com uma alta dose de luxo.
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Preparei aqui um roteiro de três a quatro dias em Las Vegas ignorando (quase tudo) o que a cidade tem de mais óbvio – e conhecido. Há muitas opções gastronômicas, bares, compras e atrações fora dos limites da cidade – para fazer um bate e volta.
LAS VEGAS TEM VÁRIAS CIDADES NO
CORAÇÃO DO DESERTO
Se você nunca esteve antes em Las Vegas, vale reservar metade de um dia para conhecer as cidades artificiais na Las Vegas Boulevard, que no trecho dos grandes hotéis é conhecida como Strip. Trata-se da principal avenida da zona turística.
Claro que as cidades artificiais são uma atração óbvia, mas não dá para ignorar, mesmo que por mera curiosidade, a reprodução de locais importantes da Itália, França e de outros lugares dos EUA no meio do deserto de Nevada.
No hotel The Venetian, há a reprodução dos canais de Veneza. Eles ficam na área de compras do hotel, com direito a passeio de gôndola e representações das principais atrações da cidade italiana, como a praça de São Marcos.
A Itália também encontra uma homenagem no Ceasers Palace, onde o visitante pode ver um pouco da Roma antiga. Há até uma cópia da Fontana di Trevi. Já o Egito antigo é o tema do Luxor.
Uma das reproduções mais incríveis estão no hotel Paris, com réplicas em menor escala de duas grandes atrações da capital francesa: Torre Eiffel e Arco do Triunfo. Já a Estátua da Liberdade e ruas inspiradas nas da Big Apple estão no New York, New York, que oferece também a montanha russa mais concorrida da cidade.
FUJA DOS HOTÉIS TEMÁTICOS
Se o turismo de massa não é seu negócio, o ideal é fugir dos hotéis temáticos na hora de escolher a hospedagem. E a maioria tem temas, mesmo que não sejam homenagens a cidades importantes.
O Excalibur, por exemplo, é uma homenagem à história do rei Arthur, com representações de castelos e arenas da Inglaterra medieval. No Treasure Island, você encontrará o universo da caça ao tesouro em alto mar, com navios de piratas e outras atrações.
Já os hotéis não temáticos não são atrações turísticas. E, se atraírem não-hóspedes, é pela possibilidade de compras, casas noturnas e a alta gastronomia que oferecem. Meu escolhido foi o Aria, que cumpre esses critérios e tem um ótimo complexo de piscinas – ótima pedida para o verão.
A melhor notícia? A área reservada a pool parties típicas de Vegas é separada das duas piscinas destinadas aos hóspedes, com esteiras confortáveis e opções de cabanas privativas – para quem se hospeda nas suítes ou está disposto a pagar uma alta taxa extra.
No mesmo complexo do Aria está o “irmão” Vdara (opção para quem quer fugir da fumaça dos cassinos, pois esse hotel não oferece a atração), o descolado Cosmopolitan e o novo Waldorf Astoria. Todos são sofisticados, contemporâneos e não têm temas para atrair turismo em massa. Além disso, entre eles há o shopping Chrystals (leia mais abaixo).
GASTRONOMIA
Terminado o tour pelas atrações turísticas para os visitantes de primeira viagem, é hora de relaxar. Se for verão, vale a pena passar uma tarde no complexo de piscinas do hotel escolhido – na Strip, todos, mesmo os mais simples, oferecem essa comodidade.
E vale bastante a pena, pois no verão do deserto do Mohave, onde está localizada Las Vegas, os termômetros passam facilmente dos 40 graus. Os hotéis premium e de luxo têm também spas para relaxamento, com diversos tratamentos.
Para os adeptos dos esportes, é comum ter à disposição academias muito bem equipadas – a do Aria é do mesmo nível das mais badaladas da cidade de São Paulo, em área e nível de equipamentos.
O almoço e o jantar estão entre os melhores momentos de Las Vegas, pois as opções são variadas e há diversos restaurantes com a assinatura dos mais renomados chefs do mundo. Uma das razões para minha escolha de hospedagem, o Aria, foi a gastronomia.
O hotel tem pelo menos três dos restaurantes que estão em qualquer lista dos melhores da cidade. Entre eles, o carro-chefe é o Sage, com menu criativo assinado pelo chefe Shawn McClain e uma ótima carta de vinhos.
Outro destaque do Aria é o francês Brasserie Bardot, que transporta o cliente a um bistrô moderno de Paris. O bar central é um dos destaques da decoração. O hotel oferece ainda o Jean-Georges Steakhouse, casa especializada em carnes do chef que assina também o cardápio do restaurante do Palácio Tangará, em São Paulo.
Fora do Aria, quase todos os hotéis premium e de luxo de Las Vegas têm ótimas opções gastronômicas. O Joël Robuchon, do estrelado chef francês, tem visual art decó, está no MGM Grand e é um dos mais badalados de Las Vegas.
O famoso japonês Nobu tem filial no hotel de mesmo nome, que fica dentro do Ceasers. Esse hotel também tem algumas casas do badalado Gordon Ramsay, como o Hell´s Kitchen e o Gordon Ramsay Steakhouse.
Já o alemão radicado nos EUA Wolfgang Puck assina o cardápio de casas como a descontraída Cucina, no shopping Chrystals, e a CUT, no shopping The Grand Canal, no complexo do The Venetian.
Na maioria dos restaurantes, é imprescindível fazer reserva, especialmente no jantar. Mas se tomar uns drinks enquanto espera cerca de uma hora não é um problema para você, dá para decidir de última hora onde comer.
A NOITE DE LAS VEGAS
Las Vegas tem grandes espetáculos performáticos e diversas casas noturnas. Desse primeiro grupo, quase todo hotel da Strip tem espetáculos do Cirque du Soleil. O Love, homenagem aos Beatles, é um dos mais famosos, e fica em cartaz no Mirage.
Entre as casas noturnas, a Jewel, do Aria, é um dos clássicos, e sempre tem filas monstruosas na área de entrada. Abre às sextas-feiras, sábados e segundas-feiras. Os “irmãos” Wynn e Encore são outros conhecidos por suas casas noturnas, como a XS.
Mas se você quer fugir dessas atrações mais conhecidas e curtir uma noite mais tranquila, as opções de bares em Las Vegas são muito atraentes. Na maioria, os destaques são os coquetéis.
No Aria, o Alibi Ultralounge é um lounge de decoração que combina elementos modernos com ar retrô. Elegante e sofisticado, reúne hóspedes e visitantes em balcão, mesas altas ou lounges privativos – pagos à parte.
Investe na boa coquetelaria e em música ambiente. Para música ao vivo – com clássicos do rock e do pop mundial -, a pedida é o Lift.
Outro bar badalado de Vegas é o Eastside Lounge, na piscina VIP da piscina do Encore. Como quase tudo no hotel, o vermelho domina a decoração desse lounge.
No rooftop do Cosmopolitan, o Marquee é uma casa noturna que, antes do início da badalação, funciona como bar – inclusive durante o dia. Vale a pena pelos drinks e a vista incrível.
Outro rooftop badalado de Las Vegas é o SkyBar, no Waldorf Astoria, com vistas panorâmicas para a Strip.
COMPRAS
Para quem gosta de ir aos EUA fazer a festa em outlets repletos de lojas de grandes marcas mundiais com bons descontos, Las Vegas não deixa a desejar. Há um outlet ao norte e outro ao sul da Strip.
Se quiser passar o dia fazendo compras nesses dois complexos, você não vai se decepcionar. Vale a pena alugar um carro para levar as compras. Em Las Vegas, esse serviço é prático – todos os principais hotéis oferecem – e barato.
Mas se você quer experimentar o melhor das marcas mais sofisticadas do mundo, Las Vegas também é o paraíso. E o epicentro desse oásis se chama Crystals, o shopping mais sofisticado da Strip. Por lá, há uma reunião de grifes europeias como Chanel, Gucci, Louis Vuitton, Versace e Prada, entre outras.
Se você procura marcas um pouco menos sofisticadas (e baratas), mas também mundialmente famosas – como Tommy Hilfiger e DKNY -, o seu lugar é o Forum Shops, no Ceasers. O shopping se destaca pela iluminação e o teto que simulam uma eterna noite. É como circular em uma galeria italiana após o jantar.
BATE E VOLTA
Há coisas para se fazer nas imediações de Las Vegas. O principal programa? Visitar o Grand Canyon West, no Arizona. Essa parte do patrimônio natural não é tão espetacular quanto a Sul, mas é a mais viável de se visitar a partir da cidade – para a outra, não dá para fazer bate e volta, pois são mais de 400 km de distância da cidade de Nevada.
Já o Grand Canyon West fica a pouco mais de 100 km de Las Vegas e a viagem dura cerca de uma hora e meia, de carro, ou duas horas, de ônibus – os hotéis oferecem esse tour em suas agências de turismo. Outra opção é ir de helicóptero, para um passeio panorâmico.
Eu fui de carro, pois as estradas são lindas, cercadas por montanhas após a divisa entre Nevada e Arizona. E essa opção permite fazer paradas pelo caminho, como na belíssima barragem Hoover Dam e no Black Canyon – há um observatório às margens da estrada, logo após a divisa entre os estados.
No caminho também encontrei alguns hotéis-cassinos de beira de estrada, com visual que lembra os de filmes de Velho Oeste.
Como optei por não alugar carro em Las Vegas – embora seja uma boa pedida, pois muitos hotéis oferecem estacionamento gratuito -, retirei um Mustang conversível pela manhã, no terminal de aluguel de carros do aeroporto, e o entreguei à noite, antes de retornar ao hotel.
Como já expliquei, dá para alugar o carro no próprio hotel. Mas o Mustang que queria não estava disponível nessas agências. E, nas de hotéis nos arredores, tinha preço bem mais alto que os US$ 80 que paguei no aeroporto.
LAS VEGAS E O CINEMA
Se você é fã de cinema, vai querer saber que hotéis foram mostrados em grandes clássicos da telona. “Onze Homens e um Segredo” é no Bellagio, um dos hotéis mais luxuosos e famosos de Las Vegas.
“Se Beber não Case” tem boa parte de sua ação ambientada no Ceasers Palace. “Última Viagem a Vegas”, com o quarteto fantástico formado por Michael Douglas, Robert De Niro, Morgan Freeman e Kevin Kline, mostra quase todos os ambientes do Aria.
O Planet Hollywood é cenário da comédia “Jogo do Amor em Las Vegas”, com Ashton Kutcher e Cameron Diaz. Já “Proposta Indecente”, clássico dos anos 90, usa cenários do Hilton Las Vegas.
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