Banquetur

Chega! Agência de Viagens não é banco e está longe de ser instituição financeira. Por isso, nós não podemos mais aceitar que a hotelaria e as empresas de locação no Brasil continuem a transferir todos os seus problemas de ineficiência gerencial para o colo das agências de viagens.

Além de emitirem faturas que chegam para as agências sempre com atraso, muitas vezes após a data de vencimento, hotéis e locadoras sentem-se no direito de cobrar juros.

A burocracia irracional que prevalece em detrimento de investimentos em soluções eficazes de conciliação, amplamente utilizadas em outros países, revela incompetência. Pior, incompetência que é respaldada pela inoperância e pelo absoluto silêncio que reina entre os legítimos representantes desses dois segmentos.

Voltamos ao assunto sim, por considerar inadmissível a omissão das entidades representativas dos hotéis e das locadoras em relação ao tema, abordado anteriormente e sobre vários aspectos.

Estamos na encruzilhada, Só faltava essa, Locadoras em pauta e, ainda, BSP da hotelaria são exemplos de posts que foram publicados e sumariamente ignorados. Gostaríamos agora de convidar as redes hoteleiras e as locadoras para que visitem as nossas agências e conheçam os nossos novos departamentos.

São tantas as pilhas de problemas financeiros, contábeis e operacionais transferidos para as agências de viagens, que, em breve, as nossas empresas serão chamadas de Banquetur. Bancamos tudo!

Aliás, falta pouco para que, no afã de suprirem tantas falhas alheias, as nossas agências de viagens venham a ocupar posição de destaque no Sistema Financeiro Nacional, ao lado das instituições monetárias, bancárias e creditícias do país.

Antes disso, porém, certamente, de maneira organizada, frente à falta de atitude dessas entidades, vamos agir!

Edmar Bull

Estamos na encruzilhada?

Algumas situações nos fazem sentir o drama do “efeito sanduíche”, ou como algumas outras pessoas preferem dizer: aquela sensação de estar entre “a cruz e a espada”; ou, ainda, “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”. O fato é que estamos diante a uma encruzilhada. As agências de viagens no Brasil sofrem pressões que as espremem, entre os fornecedores e os clientes.

Quando fazemos reservas hoteleiras para os clientes e aceitamos que os fornecedores emitam as faturas para as nossas agências, a documentação chega às vésperas do vencimento. Para os clientes o prazo de pagamento fica curto e, por isso, eles pedem cada vez mais prazo para as agências. Os hotéis não estão nem aí. Além de cobrarem juros das agências, sem cerimônia eles mandam notificações de cobranças via cartório e, pior, até ligam para os clientes dizendo que nós não pagamos em dia a fatura.

Se nós optamos em fazer as reservas solicitadas e recomendamos aos nossos clientes que eles efetuem os pagamentos diretamente para os hotéis, então  ficamos sem receber as comissões. Resultado: temos custos adicionais para manter um departamento de cobrança. Aliás, registre-se aqui também que, há falta de transparência por parte de vários hotéis no que diz respeito à gestão do pagamento de comissões para as agências. Não é raro as agências, quando cobram dos hotéis o que lhes é devido, ouvirem como resposta: “O ano fiscal se encerrou e já prestamos contas aos investidores. Por isso, não posso efetuar pagamentos retroativos” ou então “podemos negociar”.

Ora bolas, nós, agentes de viagens, também gostaríamos e merecemos receber o que nos é devido: todas as comissões atrasadas, com juros e correção. As regras vigentes no país, infelizmente, só têm uma mão! Ou seja: os agentes de viagens são sempre os prejudicados. Caso as agências paguem as faturas com atraso, os hotéis cobram juros. Quando recebemos, quase sempre com atraso, devemos ficar felizes, mesmo sem receber os juros.

Assim, parece mesmo que existe mesmo uma “regra” no mercado brasileiro. Aqui os fornecedores só pagam as agências quando eles querem e se quiserem pagar. Como costuma dizer o jornalista Boris Casoy, “isso é uma vergonha!”

Tudo poderia ser igual e funcionar como funciona no exterior. Nos outros países os clientes efetuam os pagamentos diretamente para aos hotéis, que creditam as comissões semanalmente para as agências, por meio de sistemas como Pegasus Solutions, WPS ou direto pelas cadeias hoteleiras com cheque, etc.

Edmar Bull

Vencemos a batalha

O dia 22 de maio, segundo a enciclopédia livre Wikipédia, é uma data que marca importantes eventos históricos. Caso o nosso setor também alimentasse um calendário do tipo, a reunião da Agency Programme Joint Council (APJC), que foi realizada na última quinta-feira (22/06/2013), das 14:30 até depois das 18:00 horas, mereceria registro.

Com a participação dos representantes das companhias aéreas, da IATA América Latina e sob a condução do diretor da IATA no Brasil, Carlos Ebner, Eraldo Palmerini, Francisco Leme, Goiaci Guimarães e esse bloqueiro aqui debateram, por quase quatro horas, vários temas que pautam os legítimos pleitos apresentados pelas agências de viagens.

Em clima de diálogo, fundamentado por fatos e argumentos consistentes, nós conseguimos avançar uma das etapas no processo de negociação. A partir de agora, todas as agências de viagens que possuem faturas credoras junto às empresas aéreas (internacionais e nacionais) passarão a receber da IATA/BSP o que lhes é devido com D1. Ou seja: todas as faturas credoras serão liquidadas não mais nas sextas-feiras, mas sim nas quintas-feiras.

Mesmo que parcial, a batalha vencida possui inestimável valor simbólico à medida em que espelha a força da nossa união. Abav e Abracorp juntas, apoiadas na crescente mobilização das agências de viagens associadas, renovam as esperanças de que podemos acumular vitórias a cada novo encontro quadrimestral da APCJ. O próximo será realizado em outubro.

Antes, porém, de 4 a 8 de setembro, ocupando organizadamente o maior centro de eventos da América Latina, temos a oportunidade de manifestar livremente nossos anseios e demonstrar o verdadeiro valor das agências de viagens; como melhor canal de atendimento, de consultoria e de vendas do setor de viagens e turismo.

Edmar Bull