Azamara Pursuit

A hospitalidade em alto mar dos cruzeiros AZAMARA

Sou e sempre fui fã de cruzeiros de pequeno e médio porte. Cada nova oportunidade de viajar por alguma região do planeta por via marítima me agrada profundamente, seja conhecendo destinos pela primeira vez ou revisitando destinos queridos. E cada chance de conhecer novos navios e novas armadoras também me é extremamente prazeroso. Em fevereiro último, pude finalmente conhecer a hospitalidade em alto mar dos cruzeiros Azamara, navegando em um de seus quatro navios: o Azamara Pursuit.

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Foi com o Azamara Pursuit que naveguei por 16 dias em um itinerário Buenos Aires-Buenos Aires, visitando destinos da Argentina, Uruguai e, majoritariamente, Brasil. A Azamara Cruises é uma operadora de cruzeiros upscale bastante informais, que tem navios de médio porte, para cerca de 700 passageiros (neste meu cruzeiro éramos exatamente 639 viajantes a bordo).

Seus navios são mais antigos, construídos ainda na década de 1990. Mas são bastante confortáveis em geral, com alta proporção de staff por hóspede e com boa relação espaço por passageiro. A companhia é famosa também por sempre incluir pernoites em alguns portos de escala de suas viagens e por suas “AzAmazing Evenings”, um grande evento externo em um dos destinos do cruzeiro (um por viagem) para o qual todos os passageiros são convidados. 

Na minha viagem, um cruzeiro cuja grande estrela era uma longa escala de 3 dias no Rio de Janeiro em pleno Carnaval, a Azamazing Evening foi um excelente espetáculo sobre a história do Carnaval no belo Teatro Solís, em Montevidéu, numa deliciosa noite de verão.

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Azamara: cruzeiros upscale com ótimas inclusões

A Azamara Cruises tem roteiros por quase todo o mundo, anualmente tem navios viajando pela América do Sul e é representada no Brasil pela R11 Travel. No começo da pandemia, a armadora foi vendida pelo Royal Caribbean Group para a Sycamore Partners. Seus outros navios são Azamara Quest, Azamara Journey e Azamara Onward.

A armadora, distante tanto dos cruzeiros de luxo quanto dos cruzeiros de massa, foca muito num nicho de passageiros que costumam ser viajantes frequentes e preferem cruzeiros em navios menores, ambiente bastante informal e com maior foco nos destinos visitados – e majoritariamente over 60s.

Suas escalas costumam ser bastante longas, mesmo quando não incluem pernoite, com o navio chegando cedo e frequentemente partindo apenas no comecinho da noite. No meu itinerário tivemos um pernoite em Montevidéu e dois no Rio, e escalas também em Santos, Ilhabela, Paraty, Búzios e Punta del Este.

Os cruzeiros upscale da Azamara não operam com tudo incluído nem se assemelham aos cruzeiros de alto luxo do mercado; mas todas as suas saídas têm algumas inclusões importantes, que dão bom balanço à relação custoXbenefício de seus itinerários. Seus navios possuem cabines internas, externas, externas com varanda e algumas suítes mais completas. Em todas elas, há banheiro privativo, quarto e uma pequena saleta com poltrona, mesinha e área de trabalho.

As cabines em geral são enxutas, com o básico, e com banheiros bastante pequenos. Então é altamente recomendável reservar uma cabine com varanda, o que faz bastante diferença na sensação de espaço ao longo da viagem. As varandas são simpáticas, com mesa e um par de cadeiras, excelentes para café da manhã e outras refeições in-room.

Não há minibar (mas o camareiro consegue agua com e sem gas e refrigerantes, se o passageiro pedir) nem facilidades de café/chá nas cabines; e somente as suítes mais luxuosas têm serviço de mordomo.

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Destaque para a gastronomia

Estão incluídas todas as refeições à bordo, exceto as realizadas nos chamados “restaurantes de especialidades” (Aqualina e Prime C, um italiano e uma steakhouse, que cobram US$35 de taxa de reserva por passageiro, por refeição). Não há noites formais a bordo e o código de vestimentas, mesmo para o jantar, é extremamente casual.

As inclusões se limitam a um restaurante formal à la carte, o Discoveries, cujo menu muda todo jantar; um grill à beira da piscina, o The Patio, cujo menu é sempre o mesmo e tem apenas pratos rápidos e sanduíches; e um restaurante buffet, o Windows Cafe, que tem parte do menu modificada a cada refeição.

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O Discoveries abre para café da manhã e jantar à la carte, o The Patio abre para almoço e jantar com apenas snacks e pratos rápidos, e o Windows Café abre para café, almoço e jantar com buffet temático. Há ainda um gostoso e providencial café – o Mosaic Café – que serve o dia todo espressos, lattes, capuccinos e petiscos doces e salgados no deck 5, aproveitando o entorno da escadaria que leva à recepção. E o The Living Room também tem um micro buffet de “bites” praticamente o dia todo.

Há um providencial serviço de quarto incluído, disponível 24h por dia. Mas vale saber que o serviço de toalha de mesa no room service estranhamente funciona apenas para o café da manhã; no almoço e no jantar não é entregue nem jogo americano para a refeição.

A hora do jantar é quando encontramos o serviço mais caprichado a bordo, tanto no restaurante principal quanto, principalmente, nos restaurantes de especialidades. Os jantares foram todos realmente muito bons, há boa oferta de opções vegetarianas e o restaurante principal tem alguns pratos que estão disponíveis todas as noites, inclusive escargots.

Importante saber que o restaurante principal, Discoveries, é sempre bastante cheio e disputado (e às vezes um tanto barulhento) no jantar. Como não existem turnos para o jantar e funciona em sistema first come, first served, toda noite costuma ter filas bastante grandes em parte do horário – o ideal é ir logo que abre ou já mais próximo do final do horário de admissão. Já os dois restaurantes de especialidades, que trabalham obrigatoriamente com reservas prévias com hora marcada, encontrei sempre bastante tranquilos, pouco cheios e silenciosos.

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Vários ambientes pensados para a socialização

Há diferentes bares a bordo (o Spirits, no deck 5, é de longe o melhor de todos eles, inclusive com os melhores bartenders), um pequeno mas satisfatório menu de room service gratuito e disponível durante todo o dia, e o menu de café da manhã na cabine é bastante completo e variado.

Estão incluídas para todos os passageiros, em qualquer tipo de cabine, diferentes bebidas durante as refeições e também ao longo do dia todo, mas limitadas a tipos e rótulos específicos de vinhos (8), espumante (1), destilados (9), coquetéis (20), cervejas (5), refrigerantes, água com e sem gás e cafés. As gorjetas estão sempre incluídas. 

Para o entretenimento, a clássica Trivia acontece todos os dias, mas não há cassino a bordo. O Cabaret Lounge recebe em algumas noites performances musicais e em outras vira cinema. Há uma pequena piscina com duas jacuzzis ao ar livre no deck 9, com uma grande área de solário. O navio conta também com academia e spa próprio, com tratamentos e serviços cobrados à parte, mediante agendamento. Eventuais jogos de bingo e degustações de vinhos, uísques etc são sempre cobrados à parte.

À noite, há diferentes ambientes com música ao vivo e todos os itinerários contam com uma White Night Party, um evento realizado no deck da piscina para apresentação da tripulação aos passageiros. É sugerido que todos usem branco, há banda ao vivo e um buffet especial para quem quiser jantar ali, al fresco.

Wifi, tours, transfers e quaisquer outros serviços são todos cobrados à parte. No entanto, há uma lavanderia self-service no Deck 7, de uso liberado e bastante bem-vinda (e disputada). O wifi a bordo é razoável, mas tem um custo alto: US$29.95 por dia (avulso) ou US$19,95 por dia para quem comprar o pacote para todos os dias da viagem.

Crianças são bem-vindas a bordo e havia algumas delas na minha viagem, sim; mas vale saber que não há kids club nem qualquer tipo de programação especial para elas.

Para embarcar em um cruzeiro da Azamara Cruises, é obrigatório estar 100% vacinado contra a Covid-19; além desse, não existem outros protocolos especiais a bordo e nem passageiros nem tripulantes utilizam máscaras em nenhum momento. Na minha viagem, o valor por passageiro com todas as inclusões acima descritas era a partir de US$2.990,00.

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LK Design Hotel Florianópolis

A Florianópolis cheia de estilo do LK Design Hotel

Florianópolis passou por melhorias bastante interessantes nos últimos anos. O centro ganhou revitalizações significativas e surgiram novos e deliciosos espaços gastronômicos, como o Armazém Rita Maria e o Top Market Floripa. A rota gastronômica também se desenvolveu mais, a ponte Hercílio Luz reabriu restaurada (inclusive para pedestres e ciclistas), a Beira-Mar Norte ficou mais gostosa. E, além de tudo isso, é preciso destacar também a Florianópolis cheia de estilo do LK Design Hotel, uma propriedade hoteleira sem similar na cidade.

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Localizado no ponto mais nobre da Avenida Beira-Mar Norte, o LK Design Hotel levou um novo padrão de hotelaria para a capital catarinense, completamente focado em estilo, conforto e altos padrões de serviço. O mais novo hotel de Florianópolis está não apenas cativando turistas de diferentes perfis como se integrando rapidamente ao dia-a-dia de moradores, que frequentemente tomam o espaço em seu restaurante e delicioso café-bar no lobby.

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Florianópolis sempre à vista no LK Design Hotel

Com acomodações espaçosas e minimalistas, e que fazem excelente uso das vistas para a cidade ou a orla, com janelas de vidro que vão do chão ao teto, o LK Design Hotel oferece ainda enxovais Trousseau, amenidades L’Occitane, havaianas como chinelinhos de quarto e água cortesia em abundância. Os únicos downsides dos quartos são o fato das janelas não abrirem para ventilação externa e a ampla utilização de plásticos de uso único. 

Em algumas das categorias de quartos há também roupões e máquina Nespresso, com cápsulas cortesia, como prega a boa hospitalidade internacional. Há algumas suítes planejadas para estadias de famílias mais numerosas e/ou com crianças e ainda quatro suítes signature, com vistas ainda mais amplas para o mar, que foram assinadas pelo arquiteto Roberto Migotto.

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Dos 168 quartos às 5 salas de eventos, a decoração segue linha minimalista que privilegia matérias-primas e talentos nacionais, fazendo excelente uso da iluminação natural, sempre com o ambiente externo à vista. O café da manhã está sempre incluído nas diárias (e é aberto também para não hóspedes), com algumas simpáticas opções à la carte (ovos, avocado toast, tapiocas etc) disponíveis para completar o amplo buffet oferecido.

O adorável café-bar do lobby do LK Design Hotel, talvez o mais acolhedor espaço de toda a propriedade, também oferece, além da ampla carta de cafés, drinks e petiscos, “shots” saudáveis cortesia (como golden milk, por exemplo) para o hóspede começar bem o dia. 

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Gastronomia e serviços sempre afinados

O café da manhã é servido diariamente no restaurante Osli, sob comando do chef Felipe Silva. Vale a pena, estando ou não hospedado no hotel, se planejar para almoçar ou jantar ali também. O ambiente interno é bastante charmoso, há uma gostosa varanda ao ar livre e o menu é realmente muito bom, com destaque para os deliciosos pratos de burrata e polvo. Destaque também para o ótimo serviço de sommelier na casa. 

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A Florianópolis cheia de estilo do LK Design Hotel oferece ainda academia de alta performance com paredes de vidro (também com vista panorâmica para a cidade), e um disputado rooftop com bar, lounge e piscina no último andar – tudo com vista panorâmica para a cidade e o mar, é claro. O rooftop é bom de visitar seja manhã, tarde ou noite; mas especialmente bonito durante o por do sol.

Com inconfundível (e excelente!) fragrância criada especialmente para seus ambientes, o hotel é pet friendly e tem uma ótima equipe de concierges (incluindo um membro Clef d’or!) que é craque em sugerir programas e conseguir reservas especiais para os hóspedes, acertadamente disponíveis também por Whatsapp. 

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Como essências estão melhorando a experiência em hospitalidade

Entrei no LK Design Hotel, em Florianópolis, na semana passada, e de cara exclamei: “nossa, mas que cheiro bom!”. De máscara e tudo, o perfume ambiente do lobby me chamou a atenção imediatamente. E cada vez que regressei ao hotel nos dias seguintes isso me trazia uma deliciosa sensação de familiaridade e aconchego. Afinal, todos temos memórias poderosas ligadas ao nosso olfato. E é muito legal testemunhar nestes últimos anos como os usos de essências estão melhorando a experiência em hospitalidade em geral.

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Basta sentir um cheiro, um perfume para nos lembrarmos de alguém ou nos vermos momentaneamente transportados para outra época ou outro lugar. Odores desempenham papel importantíssimo na nossa opinião final sobre lugares, compras e experiências de todo tipo. Hotéis e pousadas nos mais diversos destinos, de grandes redes a pequenas propriedades independentes, perceberam o quanto os aromas podem potencializar a estadia de seus hóspedes – ou mesmo a simples visita de viajantes a seus restaurantes, bares e demais espaços públicos.

Seguindo os mesmos preceitos já adotados por grandes marcas de luxo – do consumo e da hotelaria também -, agora cada vez mais propriedades brasileiras estão investindo de maneira significativa na criação de memórias olfativas com parte importante da experiência de hospedagem. E, em muitos casos, com essências próprias que os hóspedes podem levar para casa.

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Os avanços do marketing olfativo na hotelaria

Desenvolver uma identidade olfativa correta – ou seja, eficaz – pode levar vários e vários meses de trabalho e pesquisa minuciosa. Seja para inspirar energia, relaxamento ou evocar aromas de verão, as essências ambientes criadas especialmente para hotéis e pousadas passaram a se preocupar em criar aromas personalizados para estreitar laços com seus hóspedes.

A ciência explica como os usos de essências estão melhorando a experiência em hospitalidade: as informações olfativas vão do nariz às áreas corticais, sendo capazes de despertar emoções e memórias mesmo sem nossa consciência. Sim, podemos ser influenciados por aromas específicos – positiva ou negativamente – e nem sequer perceber. É cientificamente comprovado que o ser humano responde aos aromas de forma bastante emocional.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Rockefeller em Nova York concluiu que o ser humano é capaz de se lembrar de cerca de 35% dos odores que sente. Mas essa porcentagem cai para apenas 5% para a memória visual, e impressionantes 2% para a memória auditiva.

Estudos realizados pelo setor de consumo na Alemanha constataram que uma fragância é capaz de aumentar em mais de 15% o tempo de permanência de uma pessoa num mesmo local. Mais que isso: tem 15% mais influência sobre as decisões de compra no local.

Ganha cada vez mais espaço o marketing olfativo na hotelaria: a escolha do aroma perfeito, que seja realmente capaz de representar a propriedade – ou a marca -, tornar a experiência do cliente ainda melhor e mais confortável, estreitar o vínculo emocional entre viajante e hotel, e trazer boas lembranças quando, no futuro, ele sentir o mesmo perfume.

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Levando um pouquinho das férias para casa

Para os hotéis, as decisões geralmente se baseiam no que gostariam que os hóspedes sentissem ao entrar no ambiente – mas também procuram sempre relacionar essas sensações com o destino no qual estão inseridos, seja uma floresta ou uma grande cidade.

No Japão não é de hoje que diferentes companhias aéreas investem no marketing olfativo, e muitos de seus hotéis também historicamente tiveram essa preocupação. Na hotelaria de luxo, os hotéis palácio parisienses são craques nisso há muito tempo também. A rede Mandarin Oriental também sempre foi muito bem sucedida em desenvolver aromas bem específicos para seus spas.

Nas grandes redes, a Westin foi a primeira bandeira a ter um perfume exclusivo para seus hotéis, misturando chá branco, baunilha e madeira de cedro. A W Hotels depois criou também o seu, com flor de limão, louro e chá verde.

No sul do Brasil, a rede Casa Hotéis criou diferentes aromas para cada uma de suas propriedades, instaladas em Gramado e Cambará do Sul. E batizaram cada uma com nomes bem sugestivos: a Essência do Encontro, para os afetuosos espaços comuns da Casa da Montanha e do Petit Casa da Montanha; A Essência do Singular, para o belo Hotel Wood Gramado; e a Essência do Sublime para seu adorável Parador Cambará do Sul. Mais que isso: desenvolveram uma quarta essência, a Essência do Aconchego, para ser usada em todas as acomodações do grupo.

No caso do LK Design Hotel, o mais novo de Florianópolis, instalado em plena avenida Beira-Mar Norte, é inegável a influência do próprio litoral no aroma criado pela casa. Levei a essência para casa e fiz questão de deixar um pouquinho do litoral catarinense na minha sala de estar já na minha chegada.

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Canopy São Paulo Jardins

Como é o Canopy São Paulo Jardins

É sempre bom ver grandes redes investindo mais na hotelaria brasileira e diversificando seu portfólio de bandeiras no país. Mesmo com o timming complicado em função da pandemia, a inauguração do Canopy São Paulo Jardins, em 2020, trouxe um sopro interessante para a hospitalidade da capital paulista. Afinal, a Canopy (com mais de 30 hotéis no mundo) é uma das 15 marcas da Hilton Hotels e traz uma proposta muito mais cosmopolita e voltada para o lifestyle do que os hotéis mais corporativos da bandeira Hilton que temos no país.

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Com excelente localização bem entre dois grandes núcleos da cidade de São Paulo, a poucas quadras da avenida Paulista e pouco mais de um quilômetro do Parque Ibirapuera, o Canopy São Paulo Jardins preenche uma lacuna importante na oferta hoteleira da região de uma maneira bem simpática: dá as costas para a movimentada av. Brigadeiro Luís Antônio e faz da diminuta rua residencial Saint-Hilare sua pacata e descomplicada via de entrada para carros e pedestres. E ainda fica pertinho de restaurantes deliciosos, como o Aizomê.

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Como é hospedar-se no Canopy São Paulo Jardins

Na semana passada, consegui finalmente me hospedar no Canopy São Paulo Jardins, no melhor esquema bleisure: aproveitei para trabalhar remotamente do hotel (que oferece ótimas condições para isso), mas também explorar um pouquinho a região, com um tanto de lazer aqui e ali. E descobri entre os hóspedes, inclusive algumas famílias com crianças, muita gente fazendo exatamente a mesma coisa.

O visual ao mesmo tempo elegante e descolado das áreas comuns ajuda: no térreo, o imenso salão com pé direito duplo, paredes de vidro, décor em cores suaves e muito verde ao redor é ao mesmo tempo lobby, lounge, bar, café e restaurante. A qualquer hora do dia tem gente ali trabalhando, seja individualmente no seu computador ou em pequenos grupos fazendo reuniões no local.

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É ali que funciona manhã, tarde e noite o Stella Jardins, um simpático bar & restaurante aberto do café da manhã ao jantar com uma proposta mais sustentável no menu, belas cerâmicas Kimi Nii e algumas simpáticas mesas externas também. No café da manhã, o serviço de buffet é eficiente e acrescido de opções quentes de ovos e tapiocas feitos na hora – e capuccinos, espressos e lattes também estão incluídos.

Há opção de almoço executivo nos dias úteis e promoções especiais para o happy hour, com drinks criativos. O room service tem menu enxuto (incluindo dois sabores da linha semi pronta da pizzaria Bráz) e serviço rápido e eficiente.

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Quartos elegantes e boas iniciativas sustentáveis

Os quartos do Canopy São Paulo Jardins, que eles chamam acertadamente de “just the right room“, são elegantes e extremamente funcionais, mesmo nas menores metragens (os 98 quartos vão de 20m2 a 38m2). Há bastante luz natural, bom isolamento acústico, charmosa decoração em tons terrosos e verde oliva, estante aberta ao invés de guarda roupa, pia aberta para o quarto, banheiro com boa ducha, mesa de trabalho, smartTV e água e café cortesia. O único downside é que nenhuma das janelas abre e não há qualquer ventilação natural nos quartos, nem nos banheiros.

O minibar é deixado vazio para que cada hóspede o preencha como e quando quiser. As cápsulas de café cortesia são deixadas diariamente pela governança e todos os quartos têm garrafas de vidro especialmente projetadas para que o próprio hóspede encha, quando quiser, nos filtros instalados nos corredores de todos os andares do hotel.

A louvável iniciativa faz parte do projeto de sustentabilidade do hotel, que tem ainda sistema de ar condicionado a gás e vinte e sete placas fotovoltaicas na cobertura do edifício para o aquecimento dos chuveiros – o que infelizmente não combina com as amenidades de higiene oferecidas atualmente, todas em embalagens plásticas de uso único.

Com excelente estrutura para o “anywhere office” – além dos espaços do Stella, há lounges, salas de reunião e um agradável terraço ao ar livre no primeiro andar – , o Canopy compensa a falta de estrutura para o lazer (há apenas uma micro academia 24h no hotel) com uma boa curadoria de atividades e passeios na cidade (tanto no site do hotel quanto na recepção), e empréstimo de bicicletas no local.

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Fasano Boa Vista

O novo boom do bleisure

É cada vez mais comum viajantes combinarem negócios e prazer em suas viagens. O primeiro ano da pandemia teve papel fundamental nesse novo boom do bleisure (corruptela em inglês de business + leisure, negócios + lazer), já que o home office compulsório de 2020 para tantas profissões acabou gerando mudanças importantes em muitas relações de trabalho, que se tornaram mais flexíveis.

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A cultura de trabalho do escritório mudou e os acordos de trabalho mais flexíveis estão em alta. Levantamentos feitos em 2022 confirmaram um aumento médio de 25% nas viagens definidas como bleisure em comparação aos últimos anos. E agentes e consultores de viagem estão testemunhando ativamente, no dia-a-dia, como aumentam as estadias mais longas em escapadas em geral (em média, o triplo da duração desse tipo de viagem em relação aos números de 2019).

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JW Marriott São Paulo
JW Marriott São Paulo. Foto: Mari Campos

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O novo boom do bleisure

Essa mudança de mentalidade sobre a associação de trabalho e lazer nas viagens está beneficiando a indústria turística globalmente. A flexibilização permanente de algumas relações trabalhistas, com certos profissionais podendo trabalhar a partir de qualquer lugar (muito além do antigo conceito de “nômades digitais”), e o avanço das tecnologias de comunicação digital estão motivando algumas empresas a inclusive a fornecer subsídios e ampliar a ideia de workcations. E isso começa devagarinho a representar uma ampla mudança também no turismo de massa, que estava chegando a um ponto praticamente insustentável (em muitos casos) antes da pandemia.

Segundo o Euromonitor, as viagens de bleisure – também chamadas atualmente de “blended travel” – estão ajudando sobremaneira na retomada do turismo, de maneira constante e sustentável. Essas viagens não estão mais restritas às esticadas de prazer antes ou depois de “viagens de negócios”.

Pelo contrário: hoje em dia, na maioria dos casos essas viagens são bem planejadas por profissionais de distintas áreas com rotinas flexíveis, que decidem trabalhar a partir de um outro endereço por alguns dias (ou semanas), enquanto aproveitam para conhecer (ou revisitar) um determinado destino ou hotel – o chamado anywhere office.

Cada vez mais famílias estão descobrindo que, contornando calendários escolares, misturar negócios com viagens de lazer pode ser uma ferramenta interessante para a própria dinâmica familiar. E estão buscando, em geral, acomodações mais espaçosas e com mais comodidades e recursos, já que planejam estadias mais longas.

Mais que isso, as escapadas de “bleisure” começam agora a entrar no pacote de benefícios de algumas empresas, que estimulam determinados profissionais a seguirem sua agenda profissional aproveitando propriedades e destinos turísticos como forma de melhorar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e zelar pela saúde física e mental da equipe como um todo.

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Tivoli Alvor Algarve Resort
Tivoli Alvor Algarve Resort (divulgação)

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BLEISURE COMO FERRAMENTA FUNDAMENTAL DE RECUPERAÇÃO DO TURISMO

As viagens de bleisure se tornaram mais comuns e “aceitáveis” em diferentes faixas etárias e profissões. Hoje, já respondem por cerca de 35% do turismo de negócios. De acordo com o Euromonitor, com movimentação estimada de US$ 200 bilhões em 2022, os gastos com o bleisure devem mais do que dobrar até 2027, tornando-o um dos nichos do turismo que mais cresce internacionalmente.

O próprio setor de MICE, que também fez inúmeras adaptações para permanecer relevante e ativo durante a pandemia os dois primeiros anos da pandemia, também colhe agora os benefícios de termos mais pessoas no mundo todo podendo participar remotamente (ainda que eventualmente) de questões de trabalho. As adaptações mais práticas e eficientes se revelaram também econômicas e, portanto, muitas delas estão se tornando também permanentes.

Destinos, hotéis, operadoras, agentes e consultores de viagens estão se reestruturando para atender coerentemente toda essa nova demanda de consumidores que procuram agora opções de lazer que lhes permitam permanecer no destino por mais tempo trabalhando, e não o contrário. Esses viajantes, geralmente, investem altos valores nesse novo modo de encarar as viagens – permanecem mais tempo, gastam mais.

E mais: suas viagens não estão vinculadas a eventos e destinos específicos e, portanto, podem acontecer nos mais diferentes lugares e períodos do ano, podendo aliviar consideravelmente certos gargalos da hotelaria e viabilizando a possibilidade de uma distribuição mais equitativa das oportunidades e gastos com viagens.

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Fasano Boa Vista
Fasano Boa Vista. Foto: Mari Campos

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A hotelaria precisa abraçar a tendência do bleisure

O novo boom do bleisure veio para ficar. É fundamental que a hotelaria reconheça a oportunidade deste crescente segmento e crie pacotes, ofertas e benefícios especiais para esse perfil de hóspede, incorporando inclusive mais elementos de lazer e gastronomia à experiência da hospedagem para as estadias mais prolongadas.

Alguns hotéis nos EUA já começaram a oferecer pacotes especiais de bleisure com tarifas promocionais e alguns benefícios agregados, como tratamentos de bem-estar, ofertas de A&B e experiências multigeracionais para atender famílias – com horários adaptados, é claro, para que o hóspede possa realmente fazer bom uso delas nos momentos em que não estiver trabalhando. Abraçar essa tendência pode realmente ajudar a indústria hoteleira a gerar mais receita – inclusive a longo prazo, contribuindo para conquistar a fidelidade do hóspede.

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