Como essências estão melhorando a experiência em hospitalidade

Entrei no LK Design Hotel, em Florianópolis, na semana passada, e de cara exclamei: “nossa, mas que cheiro bom!”. De máscara e tudo, o perfume ambiente do lobby me chamou a atenção imediatamente. E cada vez que regressei ao hotel nos dias seguintes isso me trazia uma deliciosa sensação de familiaridade e aconchego. Afinal, todos temos memórias poderosas ligadas ao nosso olfato. E é muito legal testemunhar nestes últimos anos como os usos de essências estão melhorando a experiência em hospitalidade em geral.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

Basta sentir um cheiro, um perfume para nos lembrarmos de alguém ou nos vermos momentaneamente transportados para outra época ou outro lugar. Odores desempenham papel importantíssimo na nossa opinião final sobre lugares, compras e experiências de todo tipo. Hotéis e pousadas nos mais diversos destinos, de grandes redes a pequenas propriedades independentes, perceberam o quanto os aromas podem potencializar a estadia de seus hóspedes – ou mesmo a simples visita de viajantes a seus restaurantes, bares e demais espaços públicos.

Seguindo os mesmos preceitos já adotados por grandes marcas de luxo – do consumo e da hotelaria também -, agora cada vez mais propriedades brasileiras estão investindo de maneira significativa na criação de memórias olfativas com parte importante da experiência de hospedagem. E, em muitos casos, com essências próprias que os hóspedes podem levar para casa.

LEIA TAMBÉM: O novo boom do bleisure

.

.

Os avanços do marketing olfativo na hotelaria

Desenvolver uma identidade olfativa correta – ou seja, eficaz – pode levar vários e vários meses de trabalho e pesquisa minuciosa. Seja para inspirar energia, relaxamento ou evocar aromas de verão, as essências ambientes criadas especialmente para hotéis e pousadas passaram a se preocupar em criar aromas personalizados para estreitar laços com seus hóspedes.

A ciência explica como os usos de essências estão melhorando a experiência em hospitalidade: as informações olfativas vão do nariz às áreas corticais, sendo capazes de despertar emoções e memórias mesmo sem nossa consciência. Sim, podemos ser influenciados por aromas específicos – positiva ou negativamente – e nem sequer perceber. É cientificamente comprovado que o ser humano responde aos aromas de forma bastante emocional.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Rockefeller em Nova York concluiu que o ser humano é capaz de se lembrar de cerca de 35% dos odores que sente. Mas essa porcentagem cai para apenas 5% para a memória visual, e impressionantes 2% para a memória auditiva.

Estudos realizados pelo setor de consumo na Alemanha constataram que uma fragância é capaz de aumentar em mais de 15% o tempo de permanência de uma pessoa num mesmo local. Mais que isso: tem 15% mais influência sobre as decisões de compra no local.

Ganha cada vez mais espaço o marketing olfativo na hotelaria: a escolha do aroma perfeito, que seja realmente capaz de representar a propriedade – ou a marca -, tornar a experiência do cliente ainda melhor e mais confortável, estreitar o vínculo emocional entre viajante e hotel, e trazer boas lembranças quando, no futuro, ele sentir o mesmo perfume.

LEIA TAMBÉM: Tendências do turismo de luxo para 2023

.

.

Levando um pouquinho das férias para casa

Para os hotéis, as decisões geralmente se baseiam no que gostariam que os hóspedes sentissem ao entrar no ambiente – mas também procuram sempre relacionar essas sensações com o destino no qual estão inseridos, seja uma floresta ou uma grande cidade.

No Japão não é de hoje que diferentes companhias aéreas investem no marketing olfativo, e muitos de seus hotéis também historicamente tiveram essa preocupação. Na hotelaria de luxo, os hotéis palácio parisienses são craques nisso há muito tempo também. A rede Mandarin Oriental também sempre foi muito bem sucedida em desenvolver aromas bem específicos para seus spas.

Nas grandes redes, a Westin foi a primeira bandeira a ter um perfume exclusivo para seus hotéis, misturando chá branco, baunilha e madeira de cedro. A W Hotels depois criou também o seu, com flor de limão, louro e chá verde.

No sul do Brasil, a rede Casa Hotéis criou diferentes aromas para cada uma de suas propriedades, instaladas em Gramado e Cambará do Sul. E batizaram cada uma com nomes bem sugestivos: a Essência do Encontro, para os afetuosos espaços comuns da Casa da Montanha e do Petit Casa da Montanha; A Essência do Singular, para o belo Hotel Wood Gramado; e a Essência do Sublime para seu adorável Parador Cambará do Sul. Mais que isso: desenvolveram uma quarta essência, a Essência do Aconchego, para ser usada em todas as acomodações do grupo.

No caso do LK Design Hotel, o mais novo de Florianópolis, instalado em plena avenida Beira-Mar Norte, é inegável a influência do próprio litoral no aroma criado pela casa. Levei a essência para casa e fiz questão de deixar um pouquinho do litoral catarinense na minha sala de estar já na minha chegada.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

LEIA TAMBÉM: As inaugurações hoteleiras mais esperadas de 2023

.

.

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.

.

.

Canopy São Paulo Jardins

Como é o Canopy São Paulo Jardins

É sempre bom ver grandes redes investindo mais na hotelaria brasileira e diversificando seu portfólio de bandeiras no país. Mesmo com o timming complicado em função da pandemia, a inauguração do Canopy São Paulo Jardins, em 2020, trouxe um sopro interessante para a hospitalidade da capital paulista. Afinal, a Canopy (com mais de 30 hotéis no mundo) é uma das 15 marcas da Hilton Hotels e traz uma proposta muito mais cosmopolita e voltada para o lifestyle do que os hotéis mais corporativos da bandeira Hilton que temos no país.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

Com excelente localização bem entre dois grandes núcleos da cidade de São Paulo, a poucas quadras da avenida Paulista e pouco mais de um quilômetro do Parque Ibirapuera, o Canopy São Paulo Jardins preenche uma lacuna importante na oferta hoteleira da região de uma maneira bem simpática: dá as costas para a movimentada av. Brigadeiro Luís Antônio e faz da diminuta rua residencial Saint-Hilare sua pacata e descomplicada via de entrada para carros e pedestres. E ainda fica pertinho de restaurantes deliciosos, como o Aizomê.

LEIA TAMBÉM: As aberturas hoteleiras mais esperadas de 2023

.

.

Como é hospedar-se no Canopy São Paulo Jardins

Na semana passada, consegui finalmente me hospedar no Canopy São Paulo Jardins, no melhor esquema bleisure: aproveitei para trabalhar remotamente do hotel (que oferece ótimas condições para isso), mas também explorar um pouquinho a região, com um tanto de lazer aqui e ali. E descobri entre os hóspedes, inclusive algumas famílias com crianças, muita gente fazendo exatamente a mesma coisa.

O visual ao mesmo tempo elegante e descolado das áreas comuns ajuda: no térreo, o imenso salão com pé direito duplo, paredes de vidro, décor em cores suaves e muito verde ao redor é ao mesmo tempo lobby, lounge, bar, café e restaurante. A qualquer hora do dia tem gente ali trabalhando, seja individualmente no seu computador ou em pequenos grupos fazendo reuniões no local.

Clique aqui para conferir disponibilidade e valores do Canopy São Paulo Jardins

Clique aqui para pesquisar outros hotéis em São Paulo

É ali que funciona manhã, tarde e noite o Stella Jardins, um simpático bar & restaurante aberto do café da manhã ao jantar com uma proposta mais sustentável no menu, belas cerâmicas Kimi Nii e algumas simpáticas mesas externas também. No café da manhã, o serviço de buffet é eficiente e acrescido de opções quentes de ovos e tapiocas feitos na hora – e capuccinos, espressos e lattes também estão incluídos.

Há opção de almoço executivo nos dias úteis e promoções especiais para o happy hour, com drinks criativos. O room service tem menu enxuto (incluindo dois sabores da linha semi pronta da pizzaria Bráz) e serviço rápido e eficiente.

.

.

Quartos elegantes e boas iniciativas sustentáveis

Os quartos do Canopy São Paulo Jardins, que eles chamam acertadamente de “just the right room“, são elegantes e extremamente funcionais, mesmo nas menores metragens (os 98 quartos vão de 20m2 a 38m2). Há bastante luz natural, bom isolamento acústico, charmosa decoração em tons terrosos e verde oliva, estante aberta ao invés de guarda roupa, pia aberta para o quarto, banheiro com boa ducha, mesa de trabalho, smartTV e água e café cortesia. O único downside é que nenhuma das janelas abre e não há qualquer ventilação natural nos quartos, nem nos banheiros.

O minibar é deixado vazio para que cada hóspede o preencha como e quando quiser. As cápsulas de café cortesia são deixadas diariamente pela governança e todos os quartos têm garrafas de vidro especialmente projetadas para que o próprio hóspede encha, quando quiser, nos filtros instalados nos corredores de todos os andares do hotel.

A louvável iniciativa faz parte do projeto de sustentabilidade do hotel, que tem ainda sistema de ar condicionado a gás e vinte e sete placas fotovoltaicas na cobertura do edifício para o aquecimento dos chuveiros – o que infelizmente não combina com as amenidades de higiene oferecidas atualmente, todas em embalagens plásticas de uso único.

Com excelente estrutura para o “anywhere office” – além dos espaços do Stella, há lounges, salas de reunião e um agradável terraço ao ar livre no primeiro andar – , o Canopy compensa a falta de estrutura para o lazer (há apenas uma micro academia 24h no hotel) com uma boa curadoria de atividades e passeios na cidade (tanto no site do hotel quanto na recepção), e empréstimo de bicicletas no local.

LEIA TAMBÉM: Brunch family style é a proposta do JW Marriott São Paulo

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

.

.

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.

.

.

Fasano Boa Vista

O novo boom do bleisure

É cada vez mais comum viajantes combinarem negócios e prazer em suas viagens. O primeiro ano da pandemia teve papel fundamental nesse novo boom do bleisure (corruptela em inglês de business + leisure, negócios + lazer), já que o home office compulsório de 2020 para tantas profissões acabou gerando mudanças importantes em muitas relações de trabalho, que se tornaram mais flexíveis.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

A cultura de trabalho do escritório mudou e os acordos de trabalho mais flexíveis estão em alta. Levantamentos feitos em 2022 confirmaram um aumento médio de 25% nas viagens definidas como bleisure em comparação aos últimos anos. E agentes e consultores de viagem estão testemunhando ativamente, no dia-a-dia, como aumentam as estadias mais longas em escapadas em geral (em média, o triplo da duração desse tipo de viagem em relação aos números de 2019).

LEIA TAMBÉM: As inaugurações hoteleiras mais esperadas de 2023

.

JW Marriott São Paulo
JW Marriott São Paulo. Foto: Mari Campos

.

O novo boom do bleisure

Essa mudança de mentalidade sobre a associação de trabalho e lazer nas viagens está beneficiando a indústria turística globalmente. A flexibilização permanente de algumas relações trabalhistas, com certos profissionais podendo trabalhar a partir de qualquer lugar (muito além do antigo conceito de “nômades digitais”), e o avanço das tecnologias de comunicação digital estão motivando algumas empresas a inclusive a fornecer subsídios e ampliar a ideia de workcations. E isso começa devagarinho a representar uma ampla mudança também no turismo de massa, que estava chegando a um ponto praticamente insustentável (em muitos casos) antes da pandemia.

Segundo o Euromonitor, as viagens de bleisure – também chamadas atualmente de “blended travel” – estão ajudando sobremaneira na retomada do turismo, de maneira constante e sustentável. Essas viagens não estão mais restritas às esticadas de prazer antes ou depois de “viagens de negócios”.

Pelo contrário: hoje em dia, na maioria dos casos essas viagens são bem planejadas por profissionais de distintas áreas com rotinas flexíveis, que decidem trabalhar a partir de um outro endereço por alguns dias (ou semanas), enquanto aproveitam para conhecer (ou revisitar) um determinado destino ou hotel – o chamado anywhere office.

Cada vez mais famílias estão descobrindo que, contornando calendários escolares, misturar negócios com viagens de lazer pode ser uma ferramenta interessante para a própria dinâmica familiar. E estão buscando, em geral, acomodações mais espaçosas e com mais comodidades e recursos, já que planejam estadias mais longas.

Mais que isso, as escapadas de “bleisure” começam agora a entrar no pacote de benefícios de algumas empresas, que estimulam determinados profissionais a seguirem sua agenda profissional aproveitando propriedades e destinos turísticos como forma de melhorar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e zelar pela saúde física e mental da equipe como um todo.

LEIA TAMBÉM: Tendências do turismo de luxo para 2023

.

Tivoli Alvor Algarve Resort
Tivoli Alvor Algarve Resort (divulgação)

.

BLEISURE COMO FERRAMENTA FUNDAMENTAL DE RECUPERAÇÃO DO TURISMO

As viagens de bleisure se tornaram mais comuns e “aceitáveis” em diferentes faixas etárias e profissões. Hoje, já respondem por cerca de 35% do turismo de negócios. De acordo com o Euromonitor, com movimentação estimada de US$ 200 bilhões em 2022, os gastos com o bleisure devem mais do que dobrar até 2027, tornando-o um dos nichos do turismo que mais cresce internacionalmente.

O próprio setor de MICE, que também fez inúmeras adaptações para permanecer relevante e ativo durante a pandemia os dois primeiros anos da pandemia, também colhe agora os benefícios de termos mais pessoas no mundo todo podendo participar remotamente (ainda que eventualmente) de questões de trabalho. As adaptações mais práticas e eficientes se revelaram também econômicas e, portanto, muitas delas estão se tornando também permanentes.

Destinos, hotéis, operadoras, agentes e consultores de viagens estão se reestruturando para atender coerentemente toda essa nova demanda de consumidores que procuram agora opções de lazer que lhes permitam permanecer no destino por mais tempo trabalhando, e não o contrário. Esses viajantes, geralmente, investem altos valores nesse novo modo de encarar as viagens – permanecem mais tempo, gastam mais.

E mais: suas viagens não estão vinculadas a eventos e destinos específicos e, portanto, podem acontecer nos mais diferentes lugares e períodos do ano, podendo aliviar consideravelmente certos gargalos da hotelaria e viabilizando a possibilidade de uma distribuição mais equitativa das oportunidades e gastos com viagens.

LEIA TAMBÉM: Wellness Travel: o bem-estar é cada vez mais importante nas viagens

.

Fasano Boa Vista
Fasano Boa Vista. Foto: Mari Campos

.

A hotelaria precisa abraçar a tendência do bleisure

O novo boom do bleisure veio para ficar. É fundamental que a hotelaria reconheça a oportunidade deste crescente segmento e crie pacotes, ofertas e benefícios especiais para esse perfil de hóspede, incorporando inclusive mais elementos de lazer e gastronomia à experiência da hospedagem para as estadias mais prolongadas.

Alguns hotéis nos EUA já começaram a oferecer pacotes especiais de bleisure com tarifas promocionais e alguns benefícios agregados, como tratamentos de bem-estar, ofertas de A&B e experiências multigeracionais para atender famílias – com horários adaptados, é claro, para que o hóspede possa realmente fazer bom uso delas nos momentos em que não estiver trabalhando. Abraçar essa tendência pode realmente ajudar a indústria hoteleira a gerar mais receita – inclusive a longo prazo, contribuindo para conquistar a fidelidade do hóspede.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

.

.

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.

.

.

Hotel Casana

A hospitalidade de altíssimo padrão do hotel Casana

O turismo de luxo vive um boom de novas aberturas, inaugurações e remodelações hoteleiras desde o começo da pandemia – inclusive no Brasil. E, dentre novidades de topo tipo, melhor ou pior sucedidas neste período de idas e vindas da chamada retomada turística, é sempre um prazer imenso experimentar propriedades do setor que realmente souberam sair do óbvio e se destacar pela qualidade do serviço que oferecem. Caso, por exemplo, da hospitalidade de altíssimo padrão do hotel Casana.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

Localizado idilicamente em área quase remota da praia do Preá, arredores de Jericoacoara, CE, e inicialmente pensado para ser a casa de praia da família Furland, o Hotel Casana realmente ultrapassa o “padrão luxo” da região e oferece uma qualidade de serviço e discrição ainda pouco comum à hotelaria brasileira. Distante meros 20 minutos do aeroporto de Jericoacoara e vizinho à deliciosa praia de Barrinha, tem apenas sete enormes suítes entre jardins à beira-mar e ali a gente realmente se sente em casa. 

LEIA TAMBÉM: As aberturas hoteleiras mais esperadas de 2023

.

.

A hospitalidade de altíssimo padrão do hotel casana

No final de 2022, tive a oportunidade de me hospedar alguns dias no delicioso Hotel Casana, no Ceará. Os cuidados com o hóspede já começam muito antes da estadia, com a equipe de hosts – como são conhecidos os concierges da casa – entrando em contato pessoalmente para se apresentar, anotar preferências e discutir possibilidades para que o serviço fornecido durante a hospedagem seja o mais satisfatório possível. Sem afetações de nenhum tipo e com muita calidez a cada contato, guardam nomes e preferências com rapidez, são observadores e atentos durante toda a estadia e a comunicação entre equipe é extremamente rápida e eficiente, surpreendendo frequentemente o hóspede durante a estadia – como a verdadeira hospitalidade de luxo propõe.

Na chegada ao confuso aeroporto de Jericoacoara, o motorista do hotel já me esperava, oferecendo água de côco geladinha – em garrafas de vidro, como se espera de um hotel responsável – para o trajeto de apenas vinte minutos até a entrada da propriedade. Instalada literalmente pé na areia na praia do Preá, considerada um dos melhores lugares do mundo para a prática de kitesurfing, a propriedade tem apenas sete exclusivas suítes construídas de maneira sustentável entre adoráveis jardins e rodeando as sempre tranquilas áreas comuns com seus lounges, living, restaurante, bar, salas de massagem, academia, boutique e até um mirante privativo, com vista panorâmica de Jericoacoara até Barrinha de Baixo.

LEIA TAMBÉM: Uma casa de praia para chamar de sua no Preá

O hotel opera sempre em sistema tudo incluído, o que justifica as diárias mais altas. Ali todas as refeições são servidas em sistema à la carte  (ainda que com menu bastante enxuto e rotativo para almoço e jantar) e estão sempre incluídas, assim como snacks, bebidas não alcoólicas (inclusive mocktails), minibar e até lavanderia. A gastronomia do chef André Wunderlich e equipe vale mesmo cada garfada (incluindo sempre boas opções vegetarianas) e a adega do hotel é realmente excepcional. O extenso menu de café da manhã é puro deleite ao começar cada dia e o hóspede ainda pode solicitar snacks ao longo do dia, se desejar.

As sete suítes são todas incrivelmente espaçosas, com enormes decks mobiliados, living, quarto, área de trabalho e walk-in closet. Os imensos banheiros, com amenidades Clarins, contam com duchas interna e externa (duas delas têm também banheira e piscina privativa). O bom uso da vegetação garante razoável privacidade à maioria das vilas – mas nem todas têm vista para o mar.

Chama a atenção no excelente projeto arquitetônico do Casana algo essencial para os tempos que vivemos: todos os ambientes são extremamente bem ventilados, garantindo não apenas maior segurança sanitária aos hóspedes como também nos permitindo aproveitar a deliciosa brisa e maresia locais em absolutamente todo canto do hotel, principalmente às refeições.

LEIA TAMBÉM: Viagens de até US$2 milhões: o novo boom do ultra luxo no turismo

.

.

Foco no kitesurf, mas com ofertas de lazer de todo tipo

A praia em frente ao hotel infelizmente não cativa os banhistas; sem serviço e com muito vento e mar “mexido” na maior parte do ano, é paraíso para kitesurfers e acaba sendo frequentada unicamente por eles. O Casana, aliás, tem grande parte do seu atrativo aí: com proprietários apaixonados pelo Kitesurf, oferece estrutura completa para praticantes do esporte, incluindo aulas para qualquer nível, do iniciante ao mais avançado (o hotel tem campeões mundiais entre seus clientes), e também para crianças.

Para compensar, a charmosa piscina do Casana, com ótimo serviço e repelentes e filtros solares La Roche Posay gratuitamente à disposição, é sempre extremamente convidativa. E a linda e deliciosa praia de Barrinha de Baixo, perfeita para banhos de mar ou de água doce em suas lagoas, é vizinha e facilmente acessível em buggy. Tem mar mais calmo, boa estrutura para banhistas passarem o dia e dunas incríveis para conhecer e apreciar o fantástico por do sol da região lá do alto.

LEIA TAMBÉM: Kitesurf traz bons ventos à hotelaria e ao mercado imobiliário no Preá

A equipe de “hosts” do Casana é realmente extremamente eficiente ao propor e organizar experiências extras locais, da gastronomia ao lazer, dentro e fora do hotel. Dentro da propriedade, aliás, existem diferentes espaços especialmente criados para receber parte destas propostas, incluindo jantares românticos ao ar livre, menus degustação de oito passos servidos pessoalmente pelo chef, apresentações de grupos folclóricos locais, happy hour nos jardins e diversas outras experiências dedicadas também às crianças.

Uma atividade deliciosamente imperdível é o happy hour ao por do sol servido no topo do mirante interno do Casana. O local acomoda um lounge privativo e acompanhar o sol se por ali, com vista panorâmica de Jeri a Barrinha, espumante e petiscos, é mesmo um programão – com direito a serviço simpático, eficiente e extremamente discreto.

Com padrões tão altos de serviços e atmosfera tão exclusiva – afinal, são apenas sete suítes no total – o Hotel Casana é um dos mais procurados para buyout no Brasil, sendo frequentemente “fechado” por alguns dias ou uma semana inteira por uma mesma família ou grupo de amigos. Spoiler: ocupando atualmente apenas parte do imenso terreno que possui à beira-mar no Preá, o hotel deve acrescentar novas suítes à propriedade nos próximos anos.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

.

.

..

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.

.

.

Scenic Eclipse

A hospitalidade do iate Scenic Eclipse

Armadora de cruzeiro séria entende que seu principal negócio é a hospitalidade e não o entretenimento. Não é por acaso que navios de cruzeiros são frequentemente descritos pelo clichê “hotéis flutuantes”. Apesar das armadoras dos grandes cruzeiros comerciais de massa infelizmente se esquecerem disso hoje em dia, é sempre recompensador ver que as armadoras de luxo e embarcações de pequeno porte mantêm vivo o princípio de seus negócios. Por isso mesmo, foi um prazer descobrir a hospitalidade do iate Scenic Eclipse.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

Idealizado pelo casal australiano Glen e Karen Moroney, o Scenic Eclipse (representado no Brasil pela Velle Representações) foi o primeiro super iate do mercado que nasceu 100% destinado a cruzeiros comerciais (hoje, diversas redes hoteleiras estão seguindo essa onda, como Ritz-Carlton, Four Seasons e Aman). Donos da Scenic Luxury Cruises, famosa por cruzeiros fluviais, em 2019 decidiram lançar o Eclipse, um super iate para apenas 228 passageiros (200 nas regiões mais remotas), focado principalmente em cruzeiros de luxo pelos pólos – com direito a submarino e dois helicópteros próprios para algumas das expedições.

Mesmo com o baque da pandemia logo após o lançamento, o Eclipse deu tão certo que nesse 2023 Moroney lança o Scenic Eclipse II, uma versão ainda melhor do primeiro iate. Juntas, as duas embarcações chegarão a 50 países diferentes com seus itinerários – e abrirão caminho para o lançamento de outros iates da Scenic no futuro próximo.

LEIA TAMBÉM: Um iate de luxo desenhado para os pólos

.

.

A hospitalidade do iate Scenic Eclipse

Em outubro do ano passado, tive o prazer de finalmente embarcar no Scenic Eclipse e fazer uma de suas premiadas viagens de expedição. Apesar do meu roteiro ser mais um itinerário de reposicionamento da embarcação rumo à Antártica que um cruzeiro de expedição de fato, tive a chance de conhecer a fundo os serviços, acomodações, espaços públicos, inclusões e, claro, a elogiada gastronomia do Eclipse ao longo da minha viagem.

Em um itinerário de Lima, no Peru, a Valparaíso, no Chile, foram oito deliciosas noites a bordo – mais duas em terra, com hospedagem também incluída no valor do cruzeiro -, com um adendo muito particular e especial: éramos menos de cinquenta passageiros a bordo no total, criando uma relação staff x hóspede sem precedentes na indústria.

E o serviço é mesmo caprichado e afinado, incluindo mordomo dedicado para todas as acomodações. O excelente staff, dos camareiros aos garçons, das recepcionistas aos guias (chamados ali de “discovery team”), é rápido em memorizar nomes e preferências e muitos deles são realmente capazes de antecipar desejos e necessidades dos hóspedes.

O staff, grande responsável pela boa hospitalidade do iate Scenic Eclipse, parece realmente contente com a proposta de trabalho a bordo – inclusive pelos contratos de duração mais curta que o habitual do mercado e pelo fato de 75% das cabines de tripulação serem single, uma raridade na indústria.

LEIA TAMBÉM: O que faz um mordomo na hospitalidade contemporânea

.

.

Cruzeiros tudo incluído

Todos os cruzeiros do Scenic Eclipse operam em sistema “super all inclusive”. E está mesmo quase tudo incluído no valor da tarifa, sem pegadinhas ou surpresas – apenas tratamentos no spa e os passeios de submarino e helicóptero são cobrados à parte.

Isso quer dizer que, no valor divulgado e pago pelo hóspede, estão incluídas todas as refeições em qualquer restaurante da embarcação (sem taxa de reserva para nenhum deles), bar aberto (inclusive para os 135 rótulos de uísque orgulhosamente ostentados pela embarcação), minibar personalizado, room service 24h, todas as atividades a bordo, todas as gorjetas, passeios em todas as escalas, todos os transfers e wifi a bordo.

CLIQUE AQUI para ver detalhes do roteiro

Em alguns dos itinerários, voos domésticos e noites de hotel pré e pós cruzeiro estão incluídos também (na minha viagem, tínhamos todos uma noite de hotel incluída com café da manhã tanto em Lima quanto em Santiago). E o iate tem ainda um delicioso spa de 550m2 com ótimas saunas, uma pequena piscina (esteve interditada durante a minha viagem), duas jacuzzis ao ar livre, academia, sala de yoga e pilates e mud room para as expedições polares.

Há lavanderia self-service a bordo aberta para todos os passageiros e as suítes têm serviço completo de lavanderia incluído. O super confortável teatro a bordo, palco das palestras diárias e eventual entretenimento noturno protagonizado pelo jovem diretor do cruzeiro e sua assistente, é equipado grandes poltronas de couro giratórias (algumas delas têm providenciais controles extras para pés e cabeceira).

LEIA TAMBÉM: Tendências do turismo de luxo para 2023

.

.

Cabines cheias de conforto

O Scenic Eclipse funciona como um belíssimo hotel boutique sobre as águas. Curiosamente não há nenhum tipo de amenidade de boas vindas aos hóspedes; mas as cabines, com decoração minimalista, são extremamente confortáveis e aconchegantes, mesmo com os tons mais escuros, incomuns ao mercado.

Espaçosas e subdivididas em diversas categorias (ali apenas as categorias mais altas são chamadas de suítes), todas elas contam com varandas mobiliadas, mordomo, quarto e living separados, minibar customizado (incluindo destilados), máquina de café espresso, secadores Dyson e amenidades ESPA dispostas de maneira sustentável, em grandes displays. 

É preciso destacar a qualidade das camas do Eclipse: das cabines mais simples às suítes mais luxuosas, todas são equipadas com a “Eclipse bed”, customizada especialmente para o iate, enorme, com amplo menu de travesseiros e com controles individuais de movimento, cabeceira e pés para cada hóspede.

Os banheiros não são dos maiores, mas são bastante satisfatórios, com excelentes chuveiros. Ainda que tenham espaço para guardar itens e nécessaires, faz bastante falta não ter balcão ao redor da pia nem chinelinhos de quarto. As cabines maiores, chamadas de suítes, têm belas banheiras.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

A enorme TV tem ampla variedade de canais; mas vale saber que fica “escondida” no espelho do living room, tornando tarefa praticamente impossível assisti-la da cama nas cabines mais simples. Nas cabines standard também há espaço reduzido para acomodação de pertences, roupas e afins, já que são apenas duas portas de armário disponíveis por cabine dupla.

Mas, no geral, seguindo a boa hospitalidade do iate Scenic Eclipse, as cabines são tão gostosas que boa parte dos hóspedes decide de bom grado passar um bom tempo nelas, seja lendo, descansando ou tomando um belo drink com vista na varanda. E, como o Eclipse não possui nenhum serviço à la carte completo de café da manhã nos restaurantes, pedir o café de manhã na cabine é definitivamente um must do na viagem toda, seja no confortável living ou nas deliciosas varandas, com vista para o mar o porto.

Um fato curioso: mesmo navegando com menos de 50 passageiros a bordo (ao invés de 228) e tendo boa parte de suas cabines premium e suítes desocupadas, não foi feito nenhum tipo de upgrade para hóspedes das cabines mais simples nem pré nem durante a viagem.

LEIA TAMBÉM: Cruzeiros podem ter hoje a melhor relação custo X benefício das viagens de luxo

.

.

FOCADO EM AVENTURA E DESCOBERTAS

No itinerário de Lima a Valparaíso tivemos diferentes escalas no Peru e no Chile (perdemos apenas uma, graças a uma greve portuária no país), todas com duas opções de tour (sempre em van) incluídas para todos os passageiros.

Foram em geral visitas breves a pontos diferentes de um mesmo destino contemplando belas paisagens aliadas a algo de natureza e algo cultural da região. Deserto, vinhedos, cidadezinhas, costa, parques nacionais, museus e até destilaria de pisco fizeram parte da programação, liderada sempre por parte do discovery team e alguns guias locais.

Criado para cruzeiros de expedição nos pólos, o Scenic Eclipse opera em diferentes destinos mas seu grande potencial se revela nos itinerários pela Antártica, Ártico e Alasca.  É nesses roteiros de expedição propriamente dita que o iate coloca de fato em uso seus zodiacs, caiaques, pranchas de SUP, submarino e helicópteros (que acabaram ficando todos de fora durante o cruzeiro que fiz). 

Uma bela adição do Eclipse que vale mencionar é sua política de “open bridge”, com a ponte de comando aberta à visitação de hóspedes a qualquer hora do dia ou da noite – algo que nunca vi em nenhuma outra armadora.

LEIA TAMBÉM: Viagens de até US$2 milhões: o novo boom do ultra luxo no turismo

.

.

até 10 opções gastronômicas diferentes

A gastronomia no Scenic Eclipse merece mesmo todos os elogios que arrebata de hóspedes e do trade. Aliás, acaba de ser premiada como melhor serviço de gastronomia em cruzeiros de expedição pela Cruise Critics e como melhor navio para jantar pela World Cruises Awards. O ambiente a bordo é sempre bastante informal, dia e noite. Não há restrições de vestimenta nem mesmo para o jantar, nem noites formais a bordo.

As opções são fartas e variadas, com excelente execução de pratos em todos os restaurantes – e não há cobrança de taxa extra para nenhum deles. Como são todos bastante pequenos, em vários deles é preciso fazer a formalidade da reserva prévia, como o francês Lumière, o sushi bar Koko’s Sushi e o teppanyaki Night Market. O Elements e o Koko’s têm política de open seating todas as noites.

Há ainda room service 24h, o gostoso Azure Café para refeições rápidas e cafés (e excelentes pavlovas!) e o buffet Yatch Club. A única opção gastronômica que funciona apenas para convidados (e é geralmente restrita às suítes mais luxuosas) é a Chef’s table, uma mesa alocada ao lado da cozinha, com paredes de vidro, que recebe todas as noites apenas dez comensais para um menu degustação fixo – e cheio de espumas, fumaças e mise-en-scène – elaborado e servido pelo próprio chef executivo, Alexander Parahovnik.

Mas essas opções gastronômicas funcionam mesmo só para o jantar. Durante o dia, as únicas opções disponíveis são o buffet do Yacht Club, os pratos rápidos do Azure Café e o room service; faz bastante falta um restaurante à la carte para café da manhã e almoço, um problema que talvez o Eclipse II solucione.

O iate tem apenas um bar principal, no Scenic Lounge, onde fica também a impressionante coleção de 135 uísques montada pelo próprio CEO da companhia – e disponível por completo aos hóspedes, sem qualquer custo extra. Nos dias de bom tempo, um pequeno bar externo funciona também durante a tarde.

O Scenic Eclipse tem ainda o excelente Épicure, um espaço construído especialmente para ótimos workshops de cozinha e degustações de vinhos e uísques a bordo. E o Observation Lounge tem um delicioso “bar” self service de Kusmi Tea.

Importante: reforce também no check in todas as suas restrições alimentares; no meu cruzeiro, muitas delas não foram repassadas pela equipe de vendas para a equipe a bordo.

LEIA TAMBÉM: As inaugurações hoteleiras mais esperadas de 2023

.

.

Esforços sustentáveis

Um upside importante é que o Scenic Eclipse tem feito esforços sustentáveis significativos desde sua primeira viagem. O iate utiliza somente combustível limpo, tem sistema de posicionamento dinâmico ao invés de âncoras (que podem danificar o fundo do mar e colocar em risco a vida selvagem), abandonou a maioria dos plásticos de uso único, deixa avisos nas cabines em nanotablets ao invés de papel e tem uma política realmente de zero desperdício na cozinha (alimentos que poderiam ser descartados são transformados em pó e reaproveitados em espumas, coulis, caldos e decoração de pratos).

O mobiliário priorizou materiais sustentáveis, há bom aproveitamento de luz natural em muitos dos ambientes, as cabines têm garrafas de vidro com água filtrada e todo hóspede recebe também garrafas reutilizáveis para carregar nos passeios.

Bastante seguro e estável, tem um revolucionário sistema de propulsão Azipod com dois motores capazes de rotar 360 graus de maneira independente e um sistema de monitoramento por câmeras que espalha quase duas centenas delas por todo o iate. Realmente uma beleza de embarcação.

ACOMPANHE A MARI CAMPOS TAMBÉM NO INSTAGRAM

.

.

O wifi do iate é excelente na maior parte do tempo, sem qualquer limite de utilização ou velocidade. Em todas as escalas da viagem, utilizei o chip internacional de celular da O Meu Chip, que também funciou perfeitamente bem, inclusive em reservas naturais afastadas e no meio do deserto. Há chips internacionais para os mais diferentes destinos neste link e o cupom MARICAMPOS dá pelo menos 15% de desconto em qualquer um deles. 

.

.

LEIA TAMBÉM:

Silversea é sinônimo de hospitalidade em alto mar

A hospitalidade da Swan Hellenic Cruises

.

.

Acompanhe o Hotel Inspectors também no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel.

,

,