Piscina do Carmel Taíba, resort no Ceará | Foto de divulgação

Como ser um bom hóspede durante a pandemia

Na semana passada, acompanhamos atônitos as imagens das câmeras de segurança de um hotel em Varginha, Minas Gerais, mostrando um hóspede se recusando a ter a temperatura medida e agredindo verbal e fisicamente o recepcionista que avisou que sem tirar a temperatura não haveria check-in. Definitivamente um péssimo exemplo de como ser um bom hóspede durante a pandemia. 

Não têm sido raros os relatos de viajantes e hoteleiros sobre situações similares neste princípio de retomada do turismo. Episódios que não necessariamente cheguem à agressão física, mas cada vez mais corriqueiros desrespeitos por parte de alguns hóspedes às regras e aos protocolos de algumas propriedades, colocando em risco a segurança de todos os demais hóspedes e, obviamente, também do staff do local. 

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Foto: Mari Campos

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É preciso mais do que nunca seguir as regras

Na semana passada, denúncias de hóspedes do Grand Palladium Imbassaí, na Região Metropolitana de Salvador, registraram descumprimento de protocolos de saúde e segurança contra a disseminação do novo coronavírus. Fotos de hóspedes do resort recém-aberto mostravam aglomerações nas piscinas, nas áreas de lazer e até mesmo em filas nos restaurantes.

Por outro lado, a gente sabe que a maioria dos hotéis tem se esforçado imensamente (e investido enormemente) para criar protocolos e medidas que garantam o máximo de segurança para seus hóspedes. Já comentamos sobre novas medidas da hotelaria em tempos de pandemia em diversos textos, como esse aqui. E para tais medidas funcionarem, elas precisam ser sistematicamente respeitadas.

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Máscaras vieram para ficar nas nossas vidas (e, obviamente, nas nossas viagens) até que tenhamos uma vacina contra a Covid-19. Estar “preparado para viajar novamente em tempos de pandemia” pressupõe respeitar o uso de máscara em qualquer lugar onde ele for exigido, do avião ao hotel.

“O uso da máscara onde a mesma for exigida não é uma opção do viajante; é uma obrigação e ponto”, defende Bruno Vilaça, proprietário da agência Superviagem, de Vitória, no Espírito Santo.

LEIA MAIS: Como funciona um hotel durante a pandemia

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CURADORIA DO AGENTE DE VIAGEM

Mais do que nunca é preciso pesquisar ativamente opções antes de decidir por qual hotel você pretende retomar suas viagens. É aí que entra a curadoria sempre essencial do agente de viagens. Antes de reservar um hotel, é preciso que o viajante saiba questionar o agente de viagens sobre como cada hotel que pretende visitar está lidando com a pandemia para não ter surpresas desagradáveis (para dizer o mínimo) durante sua estadia.

Se você não consegue ver segurança, por exemplo, em resorts que ainda insistem nas refeições em sistema buffet, é preciso deixar isso claro para o agente de viagens quando estiver considerando sua reserva. Ele seguramente indicará boas opções com refeições à la carte dentro do seu perfil. A curadoria de um bom agente leva a encontrar o hotel que realmente atenda suas necessidades e expectativas.

Confira aqui como pousadas brasileiras se prepararam para a reabertura.

Bruno Vilaça hospedou-se recentemente em diferentes resorts brasileiros, como Ponta dos Ganchos, em Santa Catarina, e Carmel Taíba e Carmel Charme, ambos no Ceará. Embora tenha pego alguns voos mais tensos e lotados em alguns dos deslocamentos, nos hotéis não enfrentou problemas de nenhum tipo.

Encontrou staff extremamente preparado em todos eles e hóspedes cordatos com os novos requerimentos destes tempos de pandemia.  Vale lembrar que, neste caso, os hotéis escolhidos já eram naturalmente predispostos ao distanciamento entre hóspedes, mesmo quando em sua capacidade máxima, por sua própria arquitetura e filosofia. 

A mensagem que Bruno e sua equipe da Superviagem têm passado aos clientes nestes tempos tem sido exatamente essa: “Neste momento, a melhor dica é realmente se isolar, onde quer que você esteja, para onde quer que você vá. Tentar procurar hotéis que realmente permitam se distanciar e viajar de uma maneira diferente. E, claro, respeitar todas as normas de segurança estabelecidas pela propriedade”.

Confira aqui dez hotéis no Brasil para praticar turismo de isolamento.

Bangalô com piscina privativa no Carmel Charme | Foto de divulgação

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Check-list do bom hóspede Durante A pandemia

É necessário entender que nossa vida, seja em casa ou viajando, mudou definitivamente com a Covid-19. Seguir os protocolos determinados por cada hotel (e companhia aérea, atração turística ou destino) é fundamental para garantir a segurança de todos até que tenhamos uma vacina disponível em larga escala. 

Confira aqui o que pode mudar e o que já está mudando na hotelaria com o novo coronavírus.

Mas é absolutamente vital que cada hóspede tenha a postura e o comportamento adequado. Aqui alguns lembretes para ser um bom hóspede em tempos de pandemia quando você se sentir realmente seguro para retomar suas viagens:

  • procure por hotéis, pousadas e resorts cuja filosofia vá de encontro à segurança que você espera neste momento. Informe-se, questione, envie mensagens para o hotel se tiver dúvidas sobre alguns procedimentos, confie na curadoria do seu agente de viagem.
  • distanciamento social continua sendo regra no dia a dia e também nas viagens. Evite qualquer tipo de aglomeração e procure manter pelo menos 1,5 metro de distância de outros hóspedes em qualquer ambiente (inclusive na piscina). Se acha a recomendação complicada de seguir em alguns lugares, procure por hotéis propícios para o turismo de isolamento.
  • respeite TODAS as normas da propriedade que você escolheu. Leia com atenção o comunicado entregue no check-in ou na reserva. Muitos hotéis já estão começando a exigir um termo de compromisso do hóspede para garantir o cumprimento das normas básicas de segurança e saúde. A partir do momento que você faz o check-in num hotel, você está concordando com todos os protocolos do local.
  • não mude mesas, cadeiras, espreguiçadeiras ou quaisquer outros móveis e objetos de lugar. Estes itens são higienizados e descontaminados pela equipe do hotel seguindo uma rígida ordem pré-estabelecida. SE realmente precisar mudar algo de lugar, PEÇA a um membro do staff que ele saberá exatamente qual item pode ser deslocado para onde. 
  • não compartilhe elevadores com outros hóspedes, mesmo que seja “rapidinho”.
  • respeite os horários de reserva prévia obrigatória se realmente fizer questão de usar a academia ou o spa do hotel.

Leia mais: Oito pousadas no Brasil para escapar quando você retomar suas viagens.

Foto: Mari Campos

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GarantA que você esteja preparado

Sabemos que a maioria dos hotéis está se encarregando exemplarmente em zelar pelos melhores protocolos de higiene e segurança enquanto aposta na retomada do setor. Mas é preciso que o hóspede esteja igualmente preparado.

Se você acha que está preparado para retomar suas viagens, reflita se realmente está disposto a seguir todas as regras estabelecidas atualmente por hotéis, companhias aéreas, aeroportos, atrações e destinos. Se já estiver preparado, ótimo; informe-se bastante sobre as políticas dos lugares a serem visitados e respeite todas as diretrizes para que todos possam aproveitar uns dias fora de casa, em segurança. Mas se ainda não estiver confortável com todas as novas exigências que agora vêm junto com o ato de viajar nestes tempos de pandemia, fique em casa mais um pouquinho até se sentir realmente pronto para sair por aí em segurança.

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Reabertura turismo Búzios, Angra e Paratay: praia do Fasano Angra

A reabertura para o turismo de Búzios, Angra e Paraty

Atualização em “A reabertura para o turismo de Búzios, Angra e Paraty”

Em 17 de dezembro de 2020 o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou o fechamento de Búzios por tempo indeterminado por conta do aumento dos novos casos de Covid-19 no município e da escassez de leitos hospitalares. No dia 18 de dezembro, a liminar foi revertida.

Leia também: Hotéis de Búzios voltam a funcionar.

Tem viagem planejada para Búzios? Confira neste link do jornal O Globo os direitos do consumidor.

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A seguir, o texto original sobre hotelaria em Búzios, Angra dos Reis e Paraty publicado em 10 agosto de 2020.

A reabertura para o turismo de Búzios, Angra dos Reis (incluindo Ilha Grande) e Paraty, cidades no litoral do Estado do Rio. Com o trágico número de cem mil mortos no Brasil pela Covid-19 alcançado no início de agosto e com média de mais de mil pessoas morrendo por dia no país, a pandemia ainda parece longe do fim. Mas para quem se sentir confiante em mudar de ares e de cenário de distanciamento social, há hotéis, pousadas e resorts começando a reabertura para o turismo em Búzios, Angra e Paraty.

Leia também: Os desafios da retomada do turismo no Estado do Rio

Em um texto anterior, escrevi sobre o cenário da hotelaria na cidade do Rio de Janeiro. Pesquisa Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) apresentada semana passada mostra que mais de 50% dos hotéis cariocas de rede ainda não reabriram. Você pode ver as datas previstas para a reabertura de alguns dos principais hotéis (e atrações turísticas) do Rio na orla de Ipanema e Copacabana, de rede ou não, clicando aqui.

Leia também: Como estão funcionando os restaurantes de hotéis no Rio

a reabertura para o turismo de Búzios

O concorrido balneário no litoral norte fluminense reabriu para o turismo em 1º de agosto, mantendo barreiras sanitárias nos acessos rodoviários. Para entrar na cidade, o visitante deve apresentar um QR code emitido pelo hotel ou pousada. Bares e restaurantes podem funcionar com 50% da capacidade.

É permitida a prática de esportes individuais, ainda sem banho de sol na areia, em algumas das principais praias, como Geribá, Manguinhos, João Fernandes, Ferradura, Brava, Canto, Azeda, Ossos e Forno.

Atualização: Em meados de setembro de 2020, a prefeitura de Búzios liberou a areia das praias para banho de sol de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana continuam permitidas apenas atividades físicas individuais.

Leia mais: Hotéis para respirar ar puro na serra do Rio de Janeiro

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Hotéis em Búzios

O adorável Casas Brancas Boutique Hotel & Spa, com o selo Virtuoso, voltou a funcionar com novos procedimentos de biossegurança. Entre eles está o uso na limpeza de quartos e áreas comuns de desinfetante a base de peróxido de hidrogênio (H2O2, o mesmo princípio ativo da água oxigenada), que vem sendo testado em hospitais no combate ao novo coronavírus. O ótimo restaurante 74, sob o comando do chef Gonzalo Vidal, está aberto ao público de quinta-feira a domingo, com distanciamento entre as mesas e menu por QR code. Na piscina com vista para o mar e o pôr do sol foi inaugurado um novo bar de drinques apenas para hóspedes. O spa permanece fechado.

Vizinha da Casas Brancas no Alto do Humaitá, e membro da Roteiros de Charme, a Vila d’este também adotou novas medidas de biossegurança para a sua reabertura em 1º de agosto. A associação Roteiros de Charme fez uma parceria com a empresa de produtos de limpeza TerpenOil Química Verde, de São Paulo. A fábrica usa matérias-primas naturais de fontes renováveis e produz um desinfetante contra o novo coronavírus com o aval da Unicamp.

Leia mais: Plástico, a nova obsessão dos resorts brasileiros na era covid-19

Reabertura turismo Búzios Angra Paraty: Fasano Angra
Fasano Angra, na Costa Verde do litoral fluminense | Foto de divulgação/Daniel Pinheiro

A REABERTURA PARA O TURISMO DA Costa Verde

Angra dos Reis e arredores

Angra dos Reis e Ilha Grande estarão abertas para o turismo a partir de 14 de agosto. Meios de hospedagem e embarcações turísticas poderão funcionar com até 50% de ocupação. Nos hotéis da região, os quartos de hotéis e pousadas devem ficar vazios por 24 horas entre um hóspede e outro.

Leia mais: O que realmente mudou nos hotéis em sete meses de pandemia

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Em 15 de agosto o Fasano Angra volta a receber hóspedes (o Fasano Rio reabriu mês passado) com a certificação SafeGuard, do Bureau Veritas, referência em biossegurança. O hotel terá ocupação máxima de 50% e os quartos ficarão 24 horas vazios e com as janelas abertas entre um check-in e outro. O café da manhã será somente à la carte e o restaurante abrirá para jantar com reserva. Spa, academia e atividades ao ar livre, como aulas de tênis, terão hora marcada. Piscinas (inclusive no spa), saunas e o bar do hotel não estarão abertos neste primeiro momento.

Atualização: As piscinas do spa do Fasano Angra reabriram em setembro e podem ser usadas mediante agendamento.

Leia mais: É seguro usar piscina de hotel durante a pandemia?

Já o Club Med Rio das Pedras, em Magaratiba, volta a operar em 27 de agosto. O clube infantil vai funcionar, mas recebendo uma quantidade menor de crianças. A dez minutos de distância, o Portobello Resort já reabriu. Assim como o Club Med, o hotel manteve o bufê, mas servido por funcionários.

Leia mais: Como fica o bufê de café da manhã de hotel na pandemia

Reabertura turismo Búzios Angra Paraty: piscina da Casa Turquesa, em Paraty
Piscina da Casa Turquesa, em Paraty: reabertura em 15 de agosto| Foto de divulgação
Paraty

Em Paraty já são permitidas pousadas abertas com até 50% de ocupação, sem bufê de café da manhã e com quartos vazios por 24 horas entre um hóspede e outro. Os restaurantes também podem funcionar com 50% da lotação, assim como os barcos de passeio. Praias fora do Centro Histórico como as de Trindade e a do Sono permanecem fechadas, com barreiras em seus acessos, por decisão das comunidades locais respeitada pela prefeitura.

Leia mais: Hotel carbono neutro, quando a hospedagem não deixa pegadas

O novo Selina Paraty | Foto de divulgação

O Selina Paraty, inaugurado no início deste ano, está aberto e oferecendo quartos compartilhados, com até 50% da ocupação. Para uma experiência bem mais exclusiva, a Casa Turquesa reabre em 15 de agosto. Membro do Circuito Elegante, recebeu o selo Safe&Clean, criado por hoteleiros e auditado pelo Bureau Veritas.

Leia mais: Como é o Selina Rio, na Lapa

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Hotéis para praticar turismo de isolamento

Há quatro meses e meio em casa e sem perspectivas reais de controle efetivo da pandemia no Brasil a curto prazo, alguns brasileiros começam a apostar em hotéis para praticar turismo de isolamento, seja individualmente ou em família.

A ideia principal deste tipo de turismo neste momento de pandemia é seguir em quarentena e zelar pelo distanciamento social, mas mudando de ares para recarregar suas energias. A expectativa de parte do mercado é que ele realmente se fortaleça nestes tempos e mantenha a tendência também no pós-pandemia.

Leia mais sobre o que é turismo de isolamento de fato aqui. 

Sejam campings, residências ou lodges remotos, os hotéis para praticar turismo de isolamento geralmente são rodeados por natureza, bem higienizados e permitem o menor contato possível com funcionários e outros viajantes.

Nós continuamos em casa, é claro; e recomendamos que você também fique em casa neste mês de agosto. Mas listamos aqui alguns hotéis para praticar o turismo de isolamento. Tudo com o máximo de cuidados, segurança e distanciamento social, para quando você puder retomar devagarinho suas viagens.

LEIA MAIS: Dez hotéis remotos para particar turismo de isolamento no Brasil

Etnia Casa Hotel. Foto: Mari Campos

No Brasil

Etnia Casa Hotel

Localizado em Trancoso, na Bahia, o Etnia Casa Hotel ocupa um bosque tropical a meros 350 metros do Quadrado. Ali são apenas sete casas completas, todas elas isoladas umas das outras e completamente independentes. As casas passam agora por extremos protocolos de desinfeção e higienização, incluindo uso da solução de biossegurança Fog In Place (FIP). Cada casa tem autonomia completa, mas tem também direito, é claro, de usufruir de todo o premiado serviço de hotelaria da casa – inclusive o caprichado café da manhã diário à la carte. 

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LEIA TAMBÉM: Cabanas isoladas e casas em árvores para se isolar na pandemia.

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Casana Hotel

Localizado em Jericoacoara, Ceará, o Casana é outra ideia de hotel para praticar turismo de isolamento sem abrir mão do conforto: possui apenas oito bangalôs, todos isolados uns dos outros. A propriedade com acesso bastante restrito fica à beira-mar na praia do Preá e rodeada de verde. 

Leia sobre destinos para fazer turismo de isolamento no Brasil e no mundo.

Cristalino Lodge

Eleito um dos 25 melhores ecolodges do mundo pela National Geographic Traveler, o Cristalino Lodge fica na porção sul da Amazônia, na cidade de Alta Floresta, já no Mato Grosso. Turismo de isolamento é com ele mesmo: ocupa uma reserva particular com com mais de onze mil hectares e rodeado de vida selvagem. 

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Anavilhanas Jungle Lodge. Foto: Mari Campos

Anavilhanas Jungle Lodge 

Uma das melhores opções de selva a partir de Manaus, o Anavilhanas fica em pleno Parque Nacional homônimo, ao lado da cidade de Novo Airão. Tem acesso descomplicado de carro a partir da capital manauara, em viagem de duas horas. Instalado à beira-rio, tem serviço é atencioso, gostosas refeições à la carte e é todo focado em sustentabilidade. Os quartos são em sistema chalé ou bangalô, espaçados e imersos na floresta tropical, e com todos os passeios locais incluídos nas diárias.

LEIA MAIS: como ser um bom hóspede (e ficar seguro) em tempos de pandemia

The Brando Resort. Foto: Mari Campos

No exterior (em destinos abertos para brasileiros)

The Brando, Polinésia Francesa

Na Polinésia Francesa, talvez uma das opções que naturalmente sempre privilegiou o distanciamento social entre seus hóspedes seja o resort The Brando, a única construção de todo o arquipélago de Tetiaroa. Ali todos os quartos são em formato de villa, e todas as villas são isoladas umas das outras, com muita privacidade, espaço e acesso direto à praia privativa. Das refeições aos passeios, está tudo incluído e tudo pode ser feito sem contato. Das refeições entregues sem custos diretamente em cada villa aos passeios, tudo é sempre customizado e individualizado para cada villa. Hotel perfeito para praticar turismo de isolamento em pleno paraíso. 

Dá para ler mais sobre o The Brando aqui. 

Private Retreats

Em diferentes destinos mundo afora, o grupo Four Seasons criou a Private Retreats, uma coleção com mais 750 casas, villas e apartamentos que reúnem a segurança do isolamento social aos protocolos sanitários da John Hopkins Medicine International. Tudo isso associado, é claro, ao serviço premiado da rede, com o mínimo possível de contato. O aplicativo Four Seasons App permite solicitar qualquer serviço, em qualquer propriedade, sem nenhum tipo de interação. Alguns dos destinos abertos a brasileiros que contam com estas residências são México, Maldivas e Polinésia Francesa. 

Saiba mais sobre o Four Seasons App aqui. 

Anantara Kihavah. Foto: Mari Campos

Anantara Kihavah

Localizado no Baa Atol, nas Maldivas, o Anantara Kihavah garante privacidade e distanciamento em qualquer modelo de acomodação. O pavilhão dos bangalôs sobre o mar tem mesmo acomodações um pouco mais próximas umas das outras, mas dispostas de maneira que evite contato com outros hóspedes. As isoladas e completíssimas vilas pé na areia, com piscina privativa e cercadas de verde, são pretexto perfeito para praticar turismo de isolamento. 

Leia mais sobre hotelaria nas Maldivas aqui.

Soneva Fushi

Também nas Maldivas e também no Baa Atol, o Soneva Fushi já praticava distanciamento social desde antes da pandemia. Inteiramente composto de villas à beira-mar, o resort tem cada uma de suas poucas acomodações bem distante das demais, com total privacidade e infra-estrutura para quem nem quiser sair dela. Bicicletas são o meio de transporte oficial na ilha, para percorrer os deliciosos bosques e hortas do resort, e há também gostosas trilhas bastante fáceis. Todas as villas têm acesso direto ao mar e à incrível barreira de corais a poucos passos da areia.

Leia mais sobre hotéis nas Maldivas aqui.

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LEIA MAIS: 10 hotéis remotos para turismo de isolamento no Brasil.

Confira mais destinos para praticar o turismo de isolamento aqui. 

LEIA MAIS: como ser um bom hóspede (e ficar seguro) em tempos de pandemia

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Alimentos e bebidas na recuperação da hotelaria

Na minha coluna anterior, falei que hotéis que tinham deixado de ver a receita unicamente em termos de ocupação de quartos e diárias vendidas teriam alento nestes tempos de pandemia. Pois hoje eu quero falar especificamente sobre como os investimentos no setor de alimentos e bebidas (F&B) contribuem enormemente na recuperação da hotelaria. 

Nestes tempos de baixa ocupação, embora F&B tenha margens bem diferentes de lucro, seus custos também são bem diferentes. Assim, o setor pode representar um percentual realmente importante da receita durante a pandemia. Com sorte, pode também criar hábitos no consumidor que perdurem também depois dela.

Um dos espaços externos para refeições do The Dylan Amsterdam. Foto: Divulgação

Hotéis na europa já começam a perceber diferença na receita

Em Amsterdã, por exemplo, a ocupação nos hotéis está aquém do esperado, já que o principal público da hotelaria da cidade sempre foi estrangeiro. Entretanto, hotéis de luxo que reabriram já vêem um aumento considerável de receita neste setor nesta fase em comparação ao mesmo período do ano passado.

“O hotel The Dylan, por exemplo, foi um dos primeiros a reabrir e tem um restaurante estrelado no Michelin. O gasto médio no restaurante já está maior nesta fase de reabertura do que era antes da pandemia”, conta Erik Sadao, da Sapiens Travel. “Quem está consumindo em bares e restaurantes dos hotéis neste momento ainda é um público muito local, mas que está realmente consumindo mais e melhor”, conclui. 

Sadao conta também sobre outras mudanças interessantes em curso por lá, como o fato de alguns alimentos antes muito disputados e caros estarem mais acessíveis atualmente. “Como não está havendo demanda suficiente, conseguimos encontrar ostras de boa procedência por um euro. Queijos consumidos majoritariamente por turistas também tiveram queda significativa nos preços”, conta. No Brasil, isso está acontecendo também com o camarão em alguns destinos muito turísticos do litoral. 

Leia mais: Como hotéis estão driblando a crise na pandemia.

Gastronomia ítalo-brasileira no restaurante Neto, no Four Seasons São Paulo. Foto: Mari Campos

Novas oportunidades no setor também no brasil

Em terras brasileiras, muitas propriedades de diferentes nichos também entendem o quanto a receita proveniente do setor de alimentos e bebidas pode contribuir para a recuperação da hotelaria.”Acreditamos que setores como lazer e alimentos e bebidas são eixo essenciais e não negócios de oportunidade, ou negócios que possam ser terceirizados”, diz Alexandre Zubaran, CEO da Enjoy Hotéis e Resorts.

E a pandemia reforçou a ideia na empresa. “No primeiro trimestre tinhamos um orçamento ousado para a área de F&B e realizamos algo como 40% da receita total. Para a retomada, teremos que aprender como ser rentáveis com 20% a 30% de ocupação, e em F&B não será diferente. Mas acreditamos que em nosso caso o percentual de participação na receita total deverá se manter”, afirma.   

As restrições impostas pela pandemia de Covid-19 acabaram trazendo ainda mais oportunidades para este setor na Enjoy. “Em nossos hotéis atendemos tanto hóspedes quanto proprietários e buscamos entender também seus desejos e interesses. Além de preços especiais, criamos combos de refeição e parcelamento das despesas de alimentos e bebidas. E montamos também um empório que oferece desde itens de conveniência, como fralda descartável ou protetor solar, até itens de F&B com embalagem familiar, para consumo no próprio apartamento”, explica Zubaran. 

Em um período de tantas mudanças e tanta necessidade de proatividade, inúmeras novas medidas protetivas foram implantadas para garantir segurança de hóspedes e colaboradores. Tudo isso gera custos e, obviamente, pode e deve gerar também receita. “Mudamos procedimentos no recebimento de mercadorias, na armazenagem, na produção e principalmente na forma de servir nos nossos bares e restaurantes”, conta Zubaran.

Mas a confiança no papel do setor de alimentos e bebidas na recuperação da hotelaria segue. “O setor de F&B seguirá sendo essencial para nosso modelo de negócio. Mas entendemos que o nível de confiança em relação à marca fará cada vez mais diferença. Caberá à empresa implantar e comunicar protocolos rígidos e sobretudo, garantir sua aplicação adequada”. 

Entenda melhor o que é turismo de isolamento.

Charme e excelência em qualquer refeição na Provence Cottage.
Foto: Divulgação

Excelência na serra mineira

O setor de F&B também teve sempre papel importantíssimo na adorável Provence Cottage, em Monte Verde, MG, que tem indiscutivelmente um dos melhores restaurantes da região. “Por ser chef, alimentação e hospedagem sempre andaram de mãos dadas, como personagens principais dos meus negócios. Sempre tive cuidado extra na manipulação e na escolha dos ingredientes”, conta Ari Kespers, um dos proprietários da pousada.

Nesta fase de retomada, a gastronomia segue protagonista e gerou também novas oportunidades. “Recebemos forte demanda também por atender hóspedes de outras pousadas da região, com refeições que estas pousadas não oferecem. E que Monte Verde, com o comércio fechado, também não atende neste momento. Isso tem incrementado de 10% a 20% nosso faturamento, o que compensa as restrições governamentais de ocupação máxima de 40% em estadias”. Falo mais sobre pousadas brasileiras neste processo de reabertura para o turismo aqui.

LEIA MAIS detalhes sobre a Provence Cottage aqui.

Leia mais: Quando será seguro viajar pelo Brasil?

Bons drinks no Fasano Angra. Foto: Mari Campos

Oportunidade de novos hábitos para os brasileiros

Tradicionalmente, salvo raras exceções, no Brasil não existe a cultura de frequentar hotéis para consumo de alimentos e bebidas em seus bares e restaurantes. Cenário bem diferente em destinos da Europa, por exemplo, nos quais bares e restaurantes de hotéis são frequentemente incluídos no lazer de alguns moradores.

Mas a pandemia (associada à necessidade de “domesticação” do lazer) pode ser também a oportunidade de incutir estes novos hábitos no consumidor. “Brasileiros em geral gastam muito menos que estrangeiros (sobretudo americanos) durante sua hospedagem. Normalmente pagam pelos pernoites, mas acabam saindo para comer e beber fora. Já outras nacionalidades consomem muito mais alimentos e bebidas no próprio hotel, e também mais serviços de bem-estar”, explica Erik Sadao.   

Como valores de diárias levam cada vez mais em consideração esse mix de gastos/consumo dos hóspedes e hotéis precisam, obviamente, de rentabilidade, sabemos que com baixa ocupação as tarifas nacionais podem subir. Por isso, urge que as propriedades busquem também uma rentabilidade cada vez maior do setor de alimentos de bebidas nesta fase de recuperação da hotelaria. E, preferencialmente, que isso se estenda também para o pós-pandemia. 

Gerar nova consciência e novos hábitos no consumidor – inclusive na busca por lazer dentro de sua própria cidade – é fundamental.  “Hotéis no Brasil, sobretudo nesta fase em que viajaremos unicamente de maneira doméstica, precisam criar cada vez mais alternativas para que o viajante brasileiro se sinta de fato à vontade e inspirado para consumir mais dentro do próprio hotel – seja por segurança, solidariedade ou mesmo por apelo e prazer”, afirma Sadao. 

Leia tudo que já publicamos sobre hotelaria em tempos de coronavírus.

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Vista aérea do Soneva Jani, nas Maldivas

Hotel carbono neutro: quando a hospedagem não deixa pegadas

Um hotel deve ter como meta ser carbono neutro. Até porque depois de declarada a pandemia, e passada a surpresa inicial com algumas imagens de recuperação do meio ambiente, está claro o efeito arrasador do novo coronavírus na sustentabilidade. E a preservação do meio ambiente terá cada vez mais importância na retomada da economia.

Resolver como a energia é gerada pode estar além das ações cotidianas. Mas valorizar uma propriedade que se preocupa em reduzir o impacto das emissões de carbono nas mudanças climáticas é algo que todos os viajantes podemos fazer quando for seguro viajar novamente.

Atualização: No início de 2021 escrevi para o #Colabora, site de jornalismo independente voltado para o desenvolvimento sustentável, sobre como podemos tornar mais leves as pegadas de carbono das nossa viagens. Também escrevi para o jornal O Globo sobre o que cada um de nós pode fazer para compensar as emissões de carbono nas viagens.

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As emissões de carbono durante a pandemia

Estudo publicado em maio de 2020 na revista Nature Climate Change mostra que a pandemia diminuiu em 17% no mundo as emissões de carbono, que voltaram ao patamar de 2006. O dado é de abril de 2020 em relação a 2019. O número sem precedentes foi alcançado por conta das restrições à mobilidade e da redução do uso de energia elétrica. Como não reflete alterações estruturais, o efeito nas mudanças climáticas é mínimo. Mas diz muito sobre o quanto ainda precisamos reduzir nossas pegadas de carbono e tentar fazer viagens mais sustentáveis.

Leia também: Você sabe o que turismo regenerativo?

Já escrevi aqui sobre como estamos vendo um retrocesso na eliminação do plástico de uso único. Continuar investindo em redução e neutralização de carbono será mais um desafio. Economistas de diferentes escolas de pensamento apontam que a descarbonização do planeta é pilar fundamental para a retomada da economia em geral, viagens incluídas. E, provavelmente, nos próximos anos novas certificações globais serão criadas.

Leia também: Como é dormir no Vale da Morte, o lugar mais quente da Terra

O que é um hotel carbono neutro

Ser carbono neutro não significa que o hotel não tem emissões de carbono. Uma propriedade carbono neutro se preocupa em reduzir pegadas e compensar as restantes. A neutralização pode ser feita com o plantio de árvores ou investindo em fazendas de energia eólica, por exemplo.

Hotéis que levam a sério a diminuição de pegadas de carbono também podem exigir baixas emissões de seus fornecedores. Como já acontece no caso de alguns programas da hotelaria para eliminação do plástico de uso único. O que não quer dizer que seja tarefa fácil: a cadeia de fornecedores é um dos maiores obstáculos para um hotel ser plastic free.

Leia também: O difícil adeus ao plástico nos hotéis

Bons exemplos de grandes redes

Piscina do Sofitel Dubai The Palm,  hotel da Accor
Sofitel Dubai The Palm: hotel da Accor com energia renovável e baixas emissões de carbono Foto @SofitelDubaiPalm

Entre as grandes redes, a AccorHotels se destaca na neutralização de carbono. O grupo francês pretende que todos os prédios dos quais é proprietária (cerca de 30% de 4.800 hotéis) sejam carbono neutro até o final deste ano. Já todos os novos hotéis e os renovados, inclusive os que são apenas administrados pela rede, serão em construções com baixas emissões de carbono, privilegiando o uso de energia renovável como a solar ou a eólica. Um exemplo de hotel da Accor sustentável e que usa energia renovável atualmente é o Sofitel Dubai The Palm Resort & Spa.

NH Hotels, parte da tailandesa Minor Hotels, é outra rede a se destacar com metas de redução de carbono. No final do ano passado, o grupo NH anunciou que vai diminuir em 20% as pegadas até 2030. O objetivo pode parecer pouco ambicioso, mas a rede espanhola reduz emissões desde 2007. Em 2018, 70% da energia usada em seus 380 hotéis já era renovável.

Leia também: Novos hotéis de luxo previstos para abrir em 2021

Nos eventos
Salão de destas no Radisson Cartagena
Casamento no Radisson Cartagena: evento carbono neutro | Foto de divulgação

Desde 2019, o Radisson compensa as pegadas de carbono de todos os eventos em seus mais de 1.100 hotéis pelo mundo. Neutralizar as emissões de carbono de eventos também é o que faz o Aria Resort & Casino, como no Forbes Travel Guide Luxury Summit. Contei neste texto como foi a compensação de carbono da conferência do FTG, que levou em conta o transporte dos participantes até Las Vegas, em fevereiro de 2020.

Entrada do Aria Resort & Casino em Las Vegas
Aria: reunião do FTG com emissões de carbono compensadas | Foto de Carla Lencastre

Pequenos grupos e hotéis independentes

O comprometimento de grandes empresas com baixas emissões e neutralização é fundamental para a descarbonização do planeta, mas todos os exemplos são importantes. O Soneva, com dois hotéis (a foto em destaque no início do texto é do Jani) e um iate nas Maldivas e um hotel na Tailândia, tem sólida história de mais de duas décadas de sustentabilidade. Atualmente o Soneva é 100% carbono neutro. O grupo de luxo descarboniza toda a operação, incluindo emissões indiretas como as dos voos dos hóspedes.

Outro modelo vindo das Maldivas é o Kudadoo, inaugurado em 2018 e reconhecido ano passado pela revista HD com o Hospitality Design Award na categoria Resort Sustentável. Com apenas 15 villas em uma ilha privativa, o Kudadoo Maldives usa somente energia solar e se preocupa em eliminar outras pegadas de carbono. A água é dessalinizada em uma ilha próxima, reduzindo as emissões do transporte. E é engarrafada em vidro, eliminando a garrafa de plástico de uso único.

Painéis de energia solar no Kudadoo Maldives
Alguns dos 984 painéis de energia solar no Kudadoo Maldives | Foto de divulgação

Um exemplo bem recente chega do México. Foi inaugurado este mês em Playa del Carmen o Palmaïa, The House of Aïa, que nasce com o objetivo de ser carbono neutro em 2021. Para isso, o Palmaïa, membro da Preferred Hotels, anunciou que está instalando painéis de energia solar no resort e em diferentes áreas do país para compensar suas pegadas.

Varanda com vista para o Caribe no Palmaïa, na Riviera Maya
Palmaïa: investimento em energia solar para neutralizar emissões | Foto de divulgação

No Brasil

Afinal, se no mundo ainda não há muitos hotéis independentes ou de pequenos grupos preocupados em compartilhar o que fazem para mitigar as emissões de carbono, nem certificações amplamente reconhecidas, no Brasil a quantidade é ainda menor. Mas há alguns bons exemplos.

Um deles fica no Estado do Rio. É a Pousada Águas de Paratii, que participou do Programa de Carbono Compensado do Lepac, Laboratório de Extensão da Unicamp em Paraty. Assim como o Go Inn, hotel econômico bem localizado no Centro de Manaus, reconhecido pelo Projeto Neutro de Carbono do Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN), organização sem fins lucrativos. Ambos investiram na redução das pegadas (usando energia solar e separando e reciclando o lixo, por exemplo) e compensaram as baixas emissões com o plantio de árvores. Como resultado, são carbono neutro.

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