Palácio Tangará São Paulo

STAYCATION pode beneficiar a hotelaria durante a pandemia

Sabemos que a indústria hoteleira vem tentando, desde o final do primeiro semestre de 2020, encontrar meios de compensar a queda brusca nas viagens. O setor sabe também que o potencial de viagens domésticas – sobretudo as chamadas viagens “hiperlocais” – ainda está longe de ser alcançado. É por isso mesmo que o conceito de staycation começa finalmente a fazer sucesso por aqui, e pode beneficiar enormemente a hotelaria durante a pandemia.

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As micro-viagens tornaram-se mais populares do que nunca nos últimos meses. São as “escapadas possíveis” para cada vez mais gente nestes tempos. Nos grandes eventos internacionais de turismo, como a ILTM, as staycations estão sempre apontadas entre as tendências de viagem da pandemia. Então nada mais natural que as staycations passem a ser encaradas como uma maneira de “fugir de casa” e relaxar um pouco sem envolver grandes deslocamentos ou logística complicada.

O termo se popularizou nos últimos meses e eis aí um tipo de viagem que acaba dando ao turista a sensação de maior controle e minimização de riscos. Afinal, estamos próximos de casa, senso de familiaridade, conhecemos toda a infra-estrutura hospitalar e emergencial do destino etc. 

O Rio de Janeiro foi a primeira cidade brasileira a ter sua hotelaria local investindo pesado em staycation na reabertura em tempos de pandemia. Inclusive já abordamos esse tema nesta coluna aqui. Mas desde o final de 2020 diversas outras propriedades espalhadas em grandes cidades brasileiras felizmente despertaram para esse filão – criando, muitas vezes, pacotes promocionais específicos para atrair esse tipo de hóspede. 

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Como a staycation pode beneficiar a hotelaria durante a pandemia

O termo “staycation“, corruptela de “stay” e “vacation“, existe para designar as férias passadas localmente já há muitos anos. Ganhou mesmo força internacional a partir da crise financeira de 2008. Mas, ao contrário de alguns outros países, a prática sempre foi bastante insípida no Brasil até o começo de 2020. E agora virou uma das grandes tendências da hotelaria para 2021.

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Mas, ironicamente, a staycation tem sido “a luz no fim do túnel” para muitos hoteleiros brasileiros durante a pandemia. Dos econômicos aos mais luxuosos. Sobretudo no caso de propriedades instaladas em grandes cidades, que tinham nos viajantes internacionais grande parte de seu público anteriormente. Com o sumiço do turista internacional, foi preciso mais do que nunca investir no turista local.

Seja para quem quer apenas mudar um pouco a vista da janela de casa ou para famílias que procuram atividades diferentes para as crianças, a staycation revelou-se uma maneira descomplicada de sair de casa por alguns dias em tempos de pandemia. E mantendo o distanciamento social em mente. 

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A prática tem sido comum também por quem procura um escritório diferente para o home office de todo dia. Com tanta gente ainda em trabalho remoto, a staycation e a workcation têm se fundido cada vez mais, sobretudo nas estadias em dias úteis. E o conceito de room office vai ficando cada vez mais abrangente.

E embora staycations possam ser facilmente reservadas com dois clicks em OTAs em geral, elas começam também a ser importante fonte de renda para muitas agências de viagem que estão promovendo mais esse tipo de escapada entre seus clientes.  

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Hóspedes gerando tickets cada vez maiores

Mais brasileiros começam a ver alguns hotéis em suas próprias cidades – ou muito próximo delas – como um destino em tempos de pandemia. Saem na frente, é claro, hotéis com boa oferta de espaços ao ar livre e, principalmente, que SAIBAM fazer bom uso desses espaços nestes tempos. 

Numa staycation, mais do que nunca o hotel deixa de ser visto como “um quarto” e passa a ser considerado por 100% dos hóspedes como uma experiência. E é fundamental o hoteleiro ter isso em mente ao receber esse tipo de hóspede, seja em um hotel ultra econômico ou em um hotel de luxo.

A staycation pode realmente beneficiar a hotelaria enormemente durante a pandemia. Sem as despesas de deslocamento, hóspedes em staycation costumam investir mais na escolha da acomodação. Além disso, geram um ticket final muito maior, consumindo também muito mais produtos e serviços dentro do hotel durante este tipo de hospedagem.

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Staycation em São Paulo

Depois do sucesso na hotelaria carioca, diversos hotéis em São Paulo criaram também recentemente pacotes promocionais para estimular as staycations na cidade.

É o caso, por exemplo, do Renaissance São Paulo Hotel. Após registrar um aumento expressivo de moradores da capital paulista entre seus hóspedes, o hotel criou o pacote Staycation, que inclui pelo menos dois benefícios extras nas diárias, ao gosto do freguês. Os benefícios podem ser serviços como café da manhã diário para dois, 20% de desconto nos bares e restaurantes do hotel, late check out, estacionamento etc).

Outras iniciativas na cidade, como a São Paulo Experience Tour, também têm se dedicado a estimular os paulistanos a praticarem staycations na maior cidade do Brasil – oferecendo produtos e serviços exclusivos e propondo redescoberta de espaços da capital paulista.

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Staycation no Palácio Tangará

Neste começo de 2021, resolvi apostar na staycation em São Paulo no belo Palácio Tangará – e tive uma excelente experiência. O hotel, parte do portfólio da prestigiosa Oetker Collection, foi eleito pela Condé Nast Traveller, no final do ano passado, como o melhor hotel do Brasil. 

Rodeado de verde em plena São Paulo, o Tangará fica anexo ao Parque Burle Marx e tem vista para o verde de praticamente todos os seus quartos – todos com muito espaço, amenidades Etro e pequenos balcões ou varandas. E dá para fazer ali seu room office tranquilamente.

O serviço impecável dá conta de manter a excelência e a amabilidade com o rigor necessário destes tempos para exigir que hóspedes cumpram todas as normas de segurança locais, o tempo todo – algo absolutamente fundamental.

O uso de máscara é obrigatório em todas as áreas públicas, internas e externas; as exceções são apenas à beira da piscina e, obviamente, nos restaurantes. Os espaços internos estão muito mais ventilados e há totens e displays de álcool em gel por toda a parte.

CONFIRA detalhes da staycation no Palácio Tangará aqui.

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Novos espaços ao ar livre

Como hoje sabemos que o maior perigo da pandemia se encontra nos ambientes fechados, o Palácio Tangará criou um novo espaço delicioso ao ar livre, o Pateo do Palácio, que serve excelentes pratos e drinks dia e noite (com cardápios disponíveis em QR code) – e com música ao vivo nos finais de semana. 

O estrelado restaurante Tangará Jean-Georges também ganhou mais portas abertas para garantir boa ventilação e deliciosas mesas externas. 

CONFIRA detalhes da Staycation no Palácio Tangará aqui.

O Palácio Tangará não criou ainda nenhum pacote específico para staycation, mas trabalha até 31 de março com uma oferta de estadia que dá 50% off na terceira noite. 

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Enorme potencial para o mercado doméstico

Com o fim da pandemia parecendo cada vez mais distante, o setor começa a entender o enorme potencial que a staycation representa para o mercado doméstico neste período. O estímulo à staycation pode beneficiar a hotelaria de forma realmente imediata na pandemia. 

Falta, é claro, incentivo governamental para fomentar a prática. Diversos destinos internacionais estão vendo as próprias administrações locais fornecerem incentivos e subsídios a hotéis que trabalham o staycation durante as restrições de mobilidade da pandemia. Singapura, por exemplo, vem sendo um ótimo exemplo nesse sentido. E essa batalha ainda está bem longe de ser vencida.

E last but not least: obviamente, uma staycation só será de fato bem sucedida se hóspedes cumprirem as regras de segurança estabelecidas pela pandemia e se hotéis forem realmente rigorosos na fiscalização do cumprimento das mesmas.

LEIA TAMBÉM: A evolução dos hotéis durante a pandemia.

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Desafios da hotelaria na Amazônia na pandemia

A hotelaria amazônica brasileira sempre viveu grandes desafios, desde os primórdios da exploração turística legal da região. Para começo de conversa, a complicada logística de administração geral, acesso e treinamento de mão-de-obra em locais tão remotos pode exigir verdadeiros malabarismos. Além disso, até hoje são poucas as propriedades que, a exemplo dos melhores lodges africanos, criaram experiências verdadeiramente confortáveis e sustentáveis que sejam condizentes com suas tarifas (assunto esse para uma próxima coluna). Mas 2020 elevou a outro patamar os desafios da hotelaria na Amazônia na pandemia. 

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Segundo pesquisa Raio-X do Turismo Frente à Covid-19, realizada pela Rede Observatório de Turismo da Universidade do Amazonas (em parceria com a Amazonastur), o turismo no estado do Amazonas registrou queda média de 72% no faturamento das agências locais e de 70% nos hotéis. A situação fica ainda mais complicada quando chegamos ao turismo de selva. Não apenas hotéis e lodges de selva sofreram o imenso baque da pandemia (fechamento, cancelamento de reservas, reembolsos etc) mas, sobretudo, comunidades inteiras assistidas pelos mesmos tiveram redução brusca de renda. 

Para muitas destas comunidades, sua renda depende em grande parte do movimento turístico, seja pela venda de artesanato ou por sua participação nas equipes dos lodges e atividades de eco-turismo. Muitos empreendimentos da região demitiram boa parte dos funcionários no começo da pandemia. E a lenta recuperação do setor desde a reabertura do turismo na região não está ajudando; afinal, o turismo ali era majoritariamente movimentado pelos turistas estrangeiros, cujo retorno ainda segue sem nenhuma previsão.

Entidades e grupos como a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) criaram diferentes iniciativas locais para ajudar essas comunidades ao longo destes sete meses de pandemia. Mas uma parte fundamental da ajuda para algumas comunidades amazônicas sempre veio da hotelaria. 

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Cuidar das comunidades é a base da sustentabilidade 

Para muitas comunidades, as atividades turísticas na região começaram como renda complementar, mas acabaram se tornando fonte principal de renda com o passar dos anos e o maior desenvolvimento do potencial turístico local.  E algumas propriedades felizmente têm clara noção disso. 

“Nossa principal comunidade é a dos funcionários dos nossos dois hotéis”, afirma Guto Costa Filho, proprietário do Anavilhanas Jungle Lodge, no Parque Nacional Anavilhanas, e do Villa Amazônia, em Manaus. “O Anavilhanas é hoje o maior empregador privado do município de Novo Airão e o Villa Amazônia em Manaus é um importante formador de mão de obra qualificada para serviços de alto padrão. Nestes meses de pandemia, dispensamos apenas os funcionários recém-contratados, que ainda estavam em período de experiência, e cuidamos para garantir a todos rendimentos próximos aos níveis pré-pandemia, aumentando também a cesta de produtos oferecidos aos funcionários dos hotéis”.

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Ao mesmo tempo, cuidaram também das comunidades do entorno da propriedade, especificamente as comunidades do Santo Antonio e do Tiririca, levando cestas básicas quinzenalmente para que os moradores não se vissem forçados a procurar novas alternativas de renda, muitas vezes ilegais. “Mantivemos também o projeto de construção da escola do Aracari, que entregará, em parceria com a comunidade, um novo modelo de escola comunitária, pensado para acolher as crianças de diversas idades em salas arejadas, claras e amplas, seguindo as técnicas construtivas locais”, diz.

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Desafios em sequência durante o ano

Mas os desafios da hotelaria na Amazônia na pandemia não pararam por aí, é claro. Guto conta que 2020 vinha sendo um ano com demandas crescentes nos hotéis, com a grande maioria das reservas do primeiro semestre pré-pagas – mas foram todas reembolsadas com a onda de cancelamentos em março e abril. “Os desafios vieram em etapas e foram muitos. Do dia para noite tivemos que cancelar reservas confirmadas, devolver os valores pagos e pensar em como manter nossos 128 funcionários enquanto não saía a proposta formal do governo para manutenção de empregos. Nesses 7 meses, assistimos nosso principal mercado desaparecer por completo com o desaparecimento dos estrangeiros”, desabafa.

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O Anavilhanas Jungle Lodge é sem dúvidas um dos mais consistentes exemplos de hotelaria de qualidade na região (dá para ver bastante da minha última viagem para lá também no meu instagram). Localizado ao lado do município de Novo Airão, tem acesso descomplicado de carro a partir de Manaus em uma viagem de duas horas.

Instalado à beira-rio, tem acomodações extremamente confortáveis, serviço atencioso, excelente gastronomia e sempre foi inteiramente focado em sustentabilidade. Painéis solares garantem até ar condicionado em perfeito funcionamento em todas as acomodações, por exemplo. Além disso, foi talvez a única propriedade hoteleira amazônica no Brasil que já abriu suas portas com todos os alvarás aprovados. Em alguns aspectos, já pregava o distanciamento social desde antes da pandemia, com quartos em estilo chalé e bangalô imersos na floresta tropical e passeios em grupos muito reduzidos.

Guto conta também que, nos longos meses em que estiveram fechados, decidiram tocar adiante as melhorias e reformas, aproveitando o período sem hóspedes para modernizar e atualizar as propriedades. “Além disso, em maio começamos a estudar os protocolos e pensar em como adapta-los à realidade de um hotel urbano e outro de floresta, que opera também passeios, traslados e refeições”. 

Foram meses de treinamento da equipe, implantação dos novos protocolos, comunicação com o trade e clientes diretos, e espera pela reabertura dos Parques Nacionais e dos rios até o hotel poder reabrir em segurança. E ainda mais redondinho do que já era.

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Respostas rápidas para os desafios da hotelaria na Amazônia na pandemia

A Expedição Katerre (que promove itinerários em barco pela região) e o hotel Mirante do Gavião Amazon Lodge (em Novo Airão) foram fundadas dentro dos princípios Turismo de Base Comunitária e desde 2004 incluem a participação das população local em suas atividades. Também focadas em sustentabilidade, ambas estão entre as empresas mantenedoras da Fundação Almerinda Malaquias, em Novo Airão, garantindo 70% do orçamento anual necessário para a sobrevivência da instituição. 

A Fundação possui um centro de educação multidisciplinar ambiental e de formação profissional que promove amplo trabalho de capacitação e geração de renda, mantendo mais de 40 famílias na região. O trabalho artesanal da Fundação é sustentável, partindo do reaproveitamento das sobras de madeiras nobres amazônicas descartadas pela indústria, e gera pratos, fruteiras, talheres, brinquedos e até bolsas clutch.

Antes da pandemia, 80% da renda com a venda dos produtos era oriunda dos turistas visitantes. Quando os turistas desapareceram completamente em abril, uma resposta rápida foi fundamental para enfrentar alguns desses desafios da hotelaria na Amazônia na pandemia. Uma força-tarefa da Expedição Katerre e do Mirante do Gavião Lodge colocou no ar rapidamente uma loja virtual para que os produtos da Fundação Almerinda Malaquias fossem vistos e comercializados no país todo.  E a iniciativa deu muito certo. 

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A importância de um trabalho conjunto em toda a cadeia do turismo

A hotelaria sobre as águas na região também tem bons exemplos. As embarcações Belle Amazon e Amazon Dolphin, que atuam na região dos rios Tapajós e Arapiuns e são operadas pela Turismo Consciente e pela Cap Amazon, retomaram as atividades turísticas nas comunidades ribeirinhas na região da Floresta Nacional (FLONA) após um semestre inteiro de fechamento absoluto. 

Para preparar uma retomada segura para todos na região, Turismo Consciente e Cap Amazon promoveram encontros com líderes de seis comunidades locais para levar as mais atualizadas informações sanitárias oficiais sobre a pandemia e difundir os principais protocolos do setor. “Os moradores querem os visitantes de volta, mas querem que a retomada seja feita de forma ordenada, sem riscos de contaminação. Alertamos para a necessidade de que todos os envolvidos na cadeia do turismo (operadores, agências, visitantes) respeitem e cumpram os protocolos”, avisa Keissiane Maduro, indígena Borari que é administradora de operações da Turismo Consciente.

As comunidades ali estão agora entrando na terceira etapa do Plano de Reabertura Gradual elaborado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “Os moradores da floresta são nossos parceiros comerciais, fornecedores e gestores. Nossa atuação está muito longe do discurso raso e assitencialista de ‘caridade’. Nossa relação é sempre de respeito e responsabilidade de ambas partes”, diz Maria Teresa Meinberg, sócia-proprietária da Turismo Consciente. 

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A oportunidade agora vem do turismo nacional

Mesmo com as fronteiras reabertas para o turista estrangeiro, ele ainda não chegou e não há nenhuma previsão ainda de quando voltará a ter presença significativa na Amazônia brasileira. “Manaus é um exemplo de como a imagem de um destino pode ser afetada devido à pandemia pela alta em número de contágios e mortes. Apesar da situação já estar sob controle, a imagem não está – e esse será o desafio do Brasil como destino turístico para mundo. Temos que (re) trabalhar nossa imagem com muito esforço”, diz Simone Scorsato, diretora da BLTA (Brazilian Luxury Travel Association), associação sem fins lucrativos que reúne alguns dos principais hotéis e operadores de luxo do Brasil – e que divulga e promove o país focando em autenticidade e sustentabilidade.

Mas em um mundo com tantas fronteiras ainda fechadas para os brasileiros, diante da impossibilidade de viajar ao exterior muitos turistas nacionais podem se abrir enfim à oportunidade de fazer alguma grande viagem pelo Brasil há tempos adiada. E a Amazônia (seja pela complexa logística de acesso, seja pelos altos custos normalmente envolvidos) provavelmente está no topo desta lista para muita gente.

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Eis aí uma oportunidade importante para enfrentar os desafios da hotelaria na Amazônia na pandemia. Jean-Philipe Pérol, sócio-administrador dos barcos Belle Amazon e Amazon Dolphin, faz questão de destacar: “O destino Amazônia é uma das grandes tendências do turismo pós-crise, com o aumento da procura por lugares preservados e isolados”. 

Hotéis de selva verdadeiramente sustentáveis podem ser uma bela alternativa para quem busca viagens seguras no Brasil durante a pandemia. E, felizmente, mesmo que de maneira lenta, já começam a sentir essa demanda nacional. “Os hóspedes começaram a voltar lentamente. Vemos uma retomada da demanda bastante promissora do público doméstico”, afirma Guto Costa Filho, do Anavilhanas. “Pouco a pouco vamos percebendo que o turismo e a vontade de conhecer outras realidades são necessidades fundamentais para a saúde mental de nossa sociedade”.

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Recreação infantil na hotelaria durante a pandemia

Temos mostrado aqui, toda semana, o quanto a hotelaria mudou nestes últimos seis meses. Em tempos de Covid-19 e da necessidade de distanciamento social, o mundo mudou e os turistas também estão mudando, é claro. Mudanças culturais importantes estão acontecendo nos hotéis e também mudou a forma como muitos viajantes encaram a recreação infantil na hotelaria durante a pandemia. 

Sabemos que parte do grande atrativo de hotéis-fazenda e resorts focados em famílias sempre foi a recreação infantil. Brincadeiras realizadas em grupo, com monitores eram sinônimo de sossego absoluto para os pais. Mas hoje alguns pais se assumem cheios de questionamentos sobre a segurança da retomada destas atividades. E uma parte significativa ainda não tem coragem de deixar os filhos participarem das mesmas.

Na prática, as propriedades hoteleiras no Brasil que já retomaram suas atividades estão trabalhando o entretenimento dos hóspedes seguindo seus protocolos de saúde e segurança, mas de maneira muitas vezes diferente entre si, gerando certa confusão em turistas que já frequentaram mais de um hotel ou resort na pandemia.

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Foto: Mavsa/Divulgação

Como a recreação infantil está funcionando em geral

Além do óbvio distanciamento social obrigatório em áreas de lazer (como piscinas), existem hoje diferentes normas no funcionamento da recreação infantil na hotelaria brasileira durante a pandemia. 

Há pousadas, hotéis e resorts que ainda mantém parte do seu espaço comum destinado a esse fim e do seu serviço de recreação infantil suspensos por enquanto, até que os mesmos estejam realmente adequados de forma segura para esses novos tempos. Outros estabelecimentos modificaram o serviço de monitoria infantil oferecido, investindo em atividades recreativas pontuais, com menos participantes, e com atenção redobrada à higiene pessoal dos pequenos. 

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A maioria das atividades agora acontece em locais ao ar livre (na ausência de chuvas, é claro), dividindo as crianças em grupos menores. Monitores estão sempre com máscaras e geralmente “armados” com frascos de álcool gel como parte do uniforme, aplicando o produto frequentemente não apenas nos pequenos como em si mesmos ao longo das atividades.

Apesar da existência de um cronograma de atividades diárias nestes hotéis e resorts durante a pandemia, os pais passam a ser coadjuvantes importantíssimos em boa parte das atividades recreativas. As crianças agora, por exemplo, passam a ser geralmente entregues de volta aos pais tanto para brincar na piscina (ou demais atividades aquáticas) quanto na hora das refeições, numa tentativa de garantir maior segurança e controle de higiene e distanciamento social entre elas nestas horas.

“Os hotéis estão todos seguindo seus protocolos. É bom lembrar que a segurança depende muito também da postura do hóspede. É preciso que quem decidir viajar agora esteja sempre muito atento e disposto a seguir todas as regras estabelecidas”, diz a jornalista Tarcila Ferro, editora-chefe da revista Viajar pelo Mundo, que tem viajado com os filhos pequenos nos últimos meses.

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Dúvidas sobre segurança ainda são comuns

Com tantas novas regras, diferentes protocolos e a necessidade de seguir mantendo o distanciamento social para frear os avanços do novo coronavírus na retomada do turismo, nem todos os pais já se sentem seguros o suficiente para deixar os pequenos participarem das atividades recreativas em grupo dos hotéis.

A jornalista Tarcila Ferro esteve recentemente com a família em quatro resorts diferentes no país – Tauá Atibaia, Mavsa Resort, Santa Clara Eco Resort e Malai Manso – e faz parte desse grupo mais ressabiado. “Crianças menores querem contato, não entendem o distanciamento social. Por mais que monitores marquem o chão ou usem bambolês para tentar manter a distância entre elas nas atividades, elas baixam as máscaras assim que começam a correr, tocam umas nas outras, é muito complicado”, diz.

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Tarcila conta que as escapadas foram proveitosas mesmo assim, sem a socialização das crianças. “Queríamos viajar, mas manter nosso distanciamento social. Meus filhos também não fizeram questão da recreação, estavam mais interessados em curtir a piscina”, explica.

Espaços fechados dedicados a crianças e adolescentes em hotéis, pousadas e resorts brasileiros andam com funcionamento bastante variável. As brinquedotecas do Malai Manso, do Mavsa Resort e do Tauá Atibaia, citados aqui, seguem fechadas e sem previsão de reabertura. No Santa Clara Eco Resort, por outro lado, a brinquedoteca já está funcionando, com número limitado de crianças permitidas por vez. 

Há propriedades, como o Pratagy Beach Resort, em Maceió, que criaram também grupos de Whatsapp para os pais ou responsáveis pelas crianças participantes das atividades propostas pelo Kids Club Pratagy durante a hospedagem. A ideia é, mantendo-os informados o tempo todo sobre o que as crianças estão fazendo e como cada atividade seguinte vai ser executada, tentar tranquiliza-los e fazer com que todos aproveitem melhor a estadia no hotel.

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A onda do homeschooling

Na pandemia, com tanta gente em trabalho remoto, a indústria hoteleira internacional já vinha desde julho falando em “resort office“. Muitos hotéis criaram também o conceito de room office. Afinal, não apenas as atividades específicas de recreação infantil na hotelaria durante a pandemia estão atraindo a atenção de quem viaja em família. 

A tendência de adaptar hotéis para home office e homeschooling começou no exterior, com o verão no hemisfério norte. Até mesmo hotéis não necessariamente focados em famílias perceberam rapidamente que existia ali um filão importante para tentar aumentar seus índices de ocupação durante a semana. 

É o caso, por exemplo, do hotel boutique Esencia, na Riviera Maya, México, que foi ainda mais longe: incluiu nas diárias não apenas a estrutura para homeschooling e home office no hotel, como contratou staff exclusivamente dedicado para assessorar as crianças e adolescentes no EAD por até cinco horas diárias – enquanto os pais descansam ou fazem home office nas dependências do hotel.

Muitos hotéis e resorts brasileiros finalmente começaram a abrir os olhos para essa tendência também neste segundo semestre, como o Royal Palm Plaza, em Campinas, SP, que criou programas focados nisso.

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Crédito: Accor/Divulgação

Estruturas adaptadas para pais e filhos

Algumas propriedades estão transformando sua estrutura para negócios e convenções, totalmente ociosa desde o começo da pandemia, em espaços comunitários de trabalho e estudo com o devido distanciamento social. 

Assim, pais podem aproveitar a estrutura caprichada do local – ar condicionado, mobiliário adequado para trabalho e internet de alta qualidade, por exemplo – para conciliar as necessárias horas de home office e escola durante a semana com o conforto das demais instalações do hotel, o prazer de um mergulho na piscina no final do dia ou qualquer outra atividade de lazer segura oferecida. 

Tarcila testou também o sistema oferecido agora pelo resort Tauá Atibaia, que criou espaços de co-work com três mesas distantes uma das outras em cada sala de eventos. “É bem melhor que trabalhar no quarto, sem dúvidas. Iluminação muito melhor, internet de ótima qualidade, sem a televisão ligada das crianças”, conta Tarcila. 

O serviço de homeschooling oferecido pelo hotel também funciona com três mesas para três crianças por sala, adaptadas para crianças e adolescentes de diferentes idades. “Acho que funciona melhor para crianças maiores e para adolescentes, que têm mais disciplina e se dispersam menos durante o estudo ali”, observa Tarcila. O resort oferece nestes espaços sucos, água e lanchinhos (como pão de queijo e sanduíche natural) sem custos para os hóspedes.  

Mais hotéis e resorts brasileiros devem passar a oferecer opções para home office e homeschooling no próximo mês. Vale ficar de olho.

Leia também: Como é a reabertura de um hotel durante a pandemia

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Revolução cultural da hotelaria em tempos de coronavírus

Na última década, a hotelaria em geral passou a investir cada vez mais nos seus espaços sociais. Grandes redes como Marriott e Hilton adotaram o termo “social hub” para descrever seus lobbies e espaços públicos anexos. Mas, hoje, há uma verdadeira revolução cultural ocorrendo nestes espaços da hotelaria em tempos de coronavírus e da necessidade de distanciamento social.

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Já tem um tempo que a gente considera um lobby de hotel ideal quando tem um certo jeito vibrante, gente indo e vindo, preferencialmente com um bar anexo cheio de locais, peças de design ou obras de arte de impacto aqui e ali.

Lobbies opulentos em hotéis clássicos sempre funcionaram como locais de reunião profissionais e pessoais de moradores também – veja exemplos clássicos como as Galeries do Four Seasons George V em Paris, o lobby do St Regis DC em Washington, do incrível Mandarin Oriental Bangkok ou mesmo do hoje já quase decadente Alvear Palace Hotel, em Buenos Aires.

Mas na última década houve um verdadeiro boom – iniciado em grande parte por hotéis boutique e/ou independentes – em reativar o lobby e outros espaços comuns dos hotéis como uma verdadeira sala de estar para hóspedes e locais. 

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Crédito: Divulgação

Uma nova fase para os chamados “social hubs”

Hotéis de todos os tipos e tamanhos passaram a oferecer cada vez mais opções de socialização em seus espaços públicos, misturando geralmente alimentos e bebidas, conectividade, ócio e lazer tudo num mesmo espaço. Virou cena corriqueira ver grupos de amigos festejando em mesas altas de bar e gente trabalhando sozinha em seu computador em uma poltrona praticamente lado a lado.

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E a iniciativa vinha dando muito certo, fosse nos espaços descolados de grandes marcas como W Hotels ou mesmo espaços diminutos em pequenas pousadas.  Criar espaços nos quais hóspedes pudessem se reunir com amigos e família e permanecer no hotel fora dos seus quartos se tornou uma norma, e vinha realmente fazendo sucesso.

Mas a pandemia do novo coronavírus e todas as necessidades de limpeza e distanciamento social que vieram com ela começaram rapidamente a promover uma espécie de revolução cultural da hotelaria em seus espaços públicos. Projetados para interação social, hoje a maioria dos lobbies em hotéis de diferentes tamanhos refletem enormemente a necessidade dos dois metros de distanciamento entre hóspedes: menos móveis, menos objetos, minimalismo exacerbado, necessidade de “emanar” limpeza o tempo todo. 

Leia também: Como estão funcionando os hotéis em tempos de pandemia

Foto: Mari Campos

Cada vez menos contato

Da maioria das pousadas brasileiras aos hotéis de grandes redes, a nova disposição de móveis (com muito menos deles no recinto) virou norma – além de menos arranjos de flores e objetos de decoração também. Via de regra, tudo que não pode ser facilmente desinfectado foi confinado aos porões, longe da vista dos hóspedes. A própria limpeza dos espaços públicos, aliás, que geralmente era feita à noite, longe dos olhos dos hóspedes, agora é geralmente feita à luz do dia, já que as indicações visuais de higiene se tornaram hoje mais importantes do que nunca. 

Veja dez hotéis no Brasil para praticar turismo de isolamento

Soluções tecnológicas necessárias, como check-in e check out online, contato com o staff via app e outras iniciativas “contactless” que ganharam força nos últimos meses, também vêm evitando que hóspedes sequer tenham que passar por esses espaços. 

E espaços antes vibrantes ou aconchegantes estão se tornando rapidamente cada vez menos convidativos. Salões que conservam ainda poltronas, puffs e sofás estão geralmente adotando elementos visuais (como almofadas, cartazes ou até objetos bem humorados) para sinalizar onde o hóspede pode ou não ficar. Hoje, mais do que nunca, se não houver grandes espaços externos, o hóspede está passando a maior parte do seu tempo no hotel dentro do próprio quarto (muitas vezes, desde o café da manhã). 

Leia mais: Como ser cuidadoso ao retomar suas viagens durante a pandemia

Revolução ainda maior no setor de pousadas e bed&breakfasts

Em muitas pousadas brasileiras está acontecendo o mesmo fenômeno porque passam os bed&breakfast europeus, em uma revolução cultural da hotelaria em tempos de coronavírus ainda mais complicada, já que afeta a própria natureza do negócio. Afinal, este tipo de propriedade sempre prezou justamente pelo aconchego, pela fácil interação entre os hóspedes e, principalmente, pela interação constante entre eles, staff e proprietários no cotidiano da hospedagem.

Mesas antes próximas para o café da manhã agora estão muito afastadas e a maioria dos hóspedes está tomando o café no seu próprio quarto. Salas de leitura cheias de livros e revistas para folhear despretensiosamente enquanto a gente tomava um chá ou café à tardinha também já são muito mais raras – e definitivamente menos frequentadas. 

Veja também: como o setor de alimentos e bebidas pode ajudar na recuperação da hotelaria

Para muitos negócios, a revolução cultural trazida pelos tempos do novo coronavírus vem significando mudanças importantes em ambientes que fazem parte da própria identidade da propriedade. Os pratos com bolos e potes com biscoito para livre serviço durante a tarde nos salões sumiram ou deram lugar a pedaços embalados individualmente para que o hóspede pegue o seu e vá comer no quarto ou no jardim. 

O bate-papo gostoso com os donos da pousada durante o serviço do café está sumindo devagarinho, seja pela ausência de hóspedes para o serviço no salão ou pela necessidade dos donos prestarem atenção em tantos protocolos durante o serviço que fica complicado relaxar e conversar. Mas, felizmente em muitos casos, esse bate-papo que é também a alma das nossas pousadas está sendo transferido para os jardins e demais áreas externas das propriedades, nos quais o distanciamento social pode ser mantido sem problemas. 

LEIA também: Como as pousadas brasileiras se prepararam para a retomada do turismo durante a pandemia

Ressignificando aconchego e socialização

A exigência de oferecer menos quartos disponíveis também ajuda nesse sentido, já que favorece naturalmente o distanciamento entre hóspedes. Pousadas e pequenos hotéis também costumam já ter um staff muito mais reduzido, e que hoje em dia se desdobra mais do que nunca em diferentes funções e cuidados. 

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Mas a calidez entre hóspedes e donos e staff neste tipo de estabelecimento é sua marca registrada e é preciso “manter essa chama acesa”. O desafio de manter a personalidade de uma propriedade sem sacrificar de nenhuma maneira a segurança dos hóspedes e funcionários nestes tempos é imenso. Em muitos casos, está rolando uma ressignificação da idéia de “aconchegante” e “sentir-se em casa” nestes tempos tão assépticos. 

Há grandes exemplos no Brasil, da pequena pousada Provence Cottage, em Monte Verde, MG, à charmosa Casa Turquesa, em Paraty, RJ. Ambas propriedades já estão reabertas e vêm sendo elogiadas pelos hóspedes pela conduta que está sabendo equilibrar muito bem a segurança que o momento exige com a calidez que fez a fama do negócio. Mas há mudanças que talvez tenham realmente vindo para ficar neste sentido. E, é claro, é necessário que todos entendam e se ajustem aos novos protocolos, respeitando as regras estabelecidas por cada propriedade, pelo bem individual e comum. 

LEIA TAMBÉM: como ser um bom hóspede em tempos de pandemia

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Piscina do Carmel Taíba, resort no Ceará | Foto de divulgação

Como ser um bom hóspede durante a pandemia

Na semana passada, acompanhamos atônitos as imagens das câmeras de segurança de um hotel em Varginha, Minas Gerais, mostrando um hóspede se recusando a ter a temperatura medida e agredindo verbal e fisicamente o recepcionista que avisou que sem tirar a temperatura não haveria check-in. Definitivamente um péssimo exemplo de como ser um bom hóspede durante a pandemia. 

Não têm sido raros os relatos de viajantes e hoteleiros sobre situações similares neste princípio de retomada do turismo. Episódios que não necessariamente cheguem à agressão física, mas cada vez mais corriqueiros desrespeitos por parte de alguns hóspedes às regras e aos protocolos de algumas propriedades, colocando em risco a segurança de todos os demais hóspedes e, obviamente, também do staff do local. 

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Foto: Mari Campos

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É preciso mais do que nunca seguir as regras

Na semana passada, denúncias de hóspedes do Grand Palladium Imbassaí, na Região Metropolitana de Salvador, registraram descumprimento de protocolos de saúde e segurança contra a disseminação do novo coronavírus. Fotos de hóspedes do resort recém-aberto mostravam aglomerações nas piscinas, nas áreas de lazer e até mesmo em filas nos restaurantes.

Por outro lado, a gente sabe que a maioria dos hotéis tem se esforçado imensamente (e investido enormemente) para criar protocolos e medidas que garantam o máximo de segurança para seus hóspedes. Já comentamos sobre novas medidas da hotelaria em tempos de pandemia em diversos textos, como esse aqui. E para tais medidas funcionarem, elas precisam ser sistematicamente respeitadas.

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Máscaras vieram para ficar nas nossas vidas (e, obviamente, nas nossas viagens) até que tenhamos uma vacina contra a Covid-19. Estar “preparado para viajar novamente em tempos de pandemia” pressupõe respeitar o uso de máscara em qualquer lugar onde ele for exigido, do avião ao hotel.

“O uso da máscara onde a mesma for exigida não é uma opção do viajante; é uma obrigação e ponto”, defende Bruno Vilaça, proprietário da agência Superviagem, de Vitória, no Espírito Santo.

LEIA MAIS: Como funciona um hotel durante a pandemia

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CURADORIA DO AGENTE DE VIAGEM

Mais do que nunca é preciso pesquisar ativamente opções antes de decidir por qual hotel você pretende retomar suas viagens. É aí que entra a curadoria sempre essencial do agente de viagens. Antes de reservar um hotel, é preciso que o viajante saiba questionar o agente de viagens sobre como cada hotel que pretende visitar está lidando com a pandemia para não ter surpresas desagradáveis (para dizer o mínimo) durante sua estadia.

Se você não consegue ver segurança, por exemplo, em resorts que ainda insistem nas refeições em sistema buffet, é preciso deixar isso claro para o agente de viagens quando estiver considerando sua reserva. Ele seguramente indicará boas opções com refeições à la carte dentro do seu perfil. A curadoria de um bom agente leva a encontrar o hotel que realmente atenda suas necessidades e expectativas.

Confira aqui como pousadas brasileiras se prepararam para a reabertura.

Bruno Vilaça hospedou-se recentemente em diferentes resorts brasileiros, como Ponta dos Ganchos, em Santa Catarina, e Carmel Taíba e Carmel Charme, ambos no Ceará. Embora tenha pego alguns voos mais tensos e lotados em alguns dos deslocamentos, nos hotéis não enfrentou problemas de nenhum tipo.

Encontrou staff extremamente preparado em todos eles e hóspedes cordatos com os novos requerimentos destes tempos de pandemia.  Vale lembrar que, neste caso, os hotéis escolhidos já eram naturalmente predispostos ao distanciamento entre hóspedes, mesmo quando em sua capacidade máxima, por sua própria arquitetura e filosofia. 

A mensagem que Bruno e sua equipe da Superviagem têm passado aos clientes nestes tempos tem sido exatamente essa: “Neste momento, a melhor dica é realmente se isolar, onde quer que você esteja, para onde quer que você vá. Tentar procurar hotéis que realmente permitam se distanciar e viajar de uma maneira diferente. E, claro, respeitar todas as normas de segurança estabelecidas pela propriedade”.

Confira aqui dez hotéis no Brasil para praticar turismo de isolamento.

Bangalô com piscina privativa no Carmel Charme | Foto de divulgação

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Check-list do bom hóspede Durante A pandemia

É necessário entender que nossa vida, seja em casa ou viajando, mudou definitivamente com a Covid-19. Seguir os protocolos determinados por cada hotel (e companhia aérea, atração turística ou destino) é fundamental para garantir a segurança de todos até que tenhamos uma vacina disponível em larga escala. 

Confira aqui o que pode mudar e o que já está mudando na hotelaria com o novo coronavírus.

Mas é absolutamente vital que cada hóspede tenha a postura e o comportamento adequado. Aqui alguns lembretes para ser um bom hóspede em tempos de pandemia quando você se sentir realmente seguro para retomar suas viagens:

  • procure por hotéis, pousadas e resorts cuja filosofia vá de encontro à segurança que você espera neste momento. Informe-se, questione, envie mensagens para o hotel se tiver dúvidas sobre alguns procedimentos, confie na curadoria do seu agente de viagem.
  • distanciamento social continua sendo regra no dia a dia e também nas viagens. Evite qualquer tipo de aglomeração e procure manter pelo menos 1,5 metro de distância de outros hóspedes em qualquer ambiente (inclusive na piscina). Se acha a recomendação complicada de seguir em alguns lugares, procure por hotéis propícios para o turismo de isolamento.
  • respeite TODAS as normas da propriedade que você escolheu. Leia com atenção o comunicado entregue no check-in ou na reserva. Muitos hotéis já estão começando a exigir um termo de compromisso do hóspede para garantir o cumprimento das normas básicas de segurança e saúde. A partir do momento que você faz o check-in num hotel, você está concordando com todos os protocolos do local.
  • não mude mesas, cadeiras, espreguiçadeiras ou quaisquer outros móveis e objetos de lugar. Estes itens são higienizados e descontaminados pela equipe do hotel seguindo uma rígida ordem pré-estabelecida. SE realmente precisar mudar algo de lugar, PEÇA a um membro do staff que ele saberá exatamente qual item pode ser deslocado para onde. 
  • não compartilhe elevadores com outros hóspedes, mesmo que seja “rapidinho”.
  • respeite os horários de reserva prévia obrigatória se realmente fizer questão de usar a academia ou o spa do hotel.

Leia mais: Oito pousadas no Brasil para escapar quando você retomar suas viagens.

Foto: Mari Campos

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GarantA que você esteja preparado

Sabemos que a maioria dos hotéis está se encarregando exemplarmente em zelar pelos melhores protocolos de higiene e segurança enquanto aposta na retomada do setor. Mas é preciso que o hóspede esteja igualmente preparado.

Se você acha que está preparado para retomar suas viagens, reflita se realmente está disposto a seguir todas as regras estabelecidas atualmente por hotéis, companhias aéreas, aeroportos, atrações e destinos. Se já estiver preparado, ótimo; informe-se bastante sobre as políticas dos lugares a serem visitados e respeite todas as diretrizes para que todos possam aproveitar uns dias fora de casa, em segurança. Mas se ainda não estiver confortável com todas as novas exigências que agora vêm junto com o ato de viajar nestes tempos de pandemia, fique em casa mais um pouquinho até se sentir realmente pronto para sair por aí em segurança.

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