Coronavírus e a proatividade na hotelaria

Sabemos que o turismo será infelizmente uma das indústrias mais impactadas com a pandemia da Covid-19. O segmento turístico, aliás, foi um dos setores que mais imediatamente começou a sofrer os efeitos destes nossos novos tempos, com uma quantidade sem precedentes de voos cancelados no mundo todo e também uma quantidade inimaginável de hotéis de todos os tamanhos e targets fechando provisoriamente suas portas. Da primeira à última semana do mês de março, em hotéis do mundo inteiro, o cenário não poderia ser mais diferente. E diversos hotéis independentes correm sério risco de fechar suas portas se este cenário se esticar por muito tempo. Mas, mesmo em plena pandemia do novo coronavírus, a proatividade na hotelaria segue extremamente necessária.

Mais do que apenas preencher cartas, documentos e abaixo-assinados pedindo ajuda governamental para manterem seus negócios em pé (que se faz necessária, sim, é claro), esta é também uma época em que parte da indústria hoteleira se mostra ainda mais pró-ativa. Urge utilizar o negócio hoteleiro para colaborar de alguma forma para ajudar (como for possível) que passemos por tudo isso mais rápido e que se repense estratégias para o futuro próximo. 

Várias “boas ações” da hotelaria foram citadas aqui na coluna na semana passada. De campanhas de arrecadação como da Lungarno Collection às redes hoteleiras que estão cedendo seus quartos sem custos a profissionais da saúde e sem-teto na Inglaterra, o setor felizmente começa a se posicionar solidariamente neste novo cenário que tem a maioria dos viajantes do mundo todo fechados em suas próprias casas para tentar frear um pouco o avanço do vírus. 

E é preciso, sim, ser solidário e investir em ações solidárias, mesmo com consideráveis investimentos, para que essa roda possa continuar girando lá na frente, “quando isso tudo passar”. O viajante já está prestando redobrada atenção nos players da hotelaria que estão se manifestando solidariamente, seja com iniciativas pequenas e pontuais (como os programas de fidelidade da Marriott e da Hilton ampliando a validade de pontos e status)  ou como iniciativas gigantes, como os hotéis que recebem sem custos profissionais da saúde. 

A proatividade na hotelaria frente ao novo coronavírus urge também que a hotelaria como um todo se reestruture, já que o nosso modo de viajar deve também mudar consideravelmente quando fronteiras forem reabertas e, com sorte, uma vacina for criada. E, mesmo agora, há espaço também para novas oportunidades no setor trazidas, de alguma maneira, pela própria crise na qual nos encontramos. 

Alguns países em destinos asiáticos – a primeira região do mundo a sofrer os efeitos da pandemia – podem dar exemplos interessantes. A ideia de transformar o propósito dos hotéis em uma espécie de QG da quarentena poderia, por exemplo, servir como uma maneira de ocupar parcialmente os quartos ociosos e gerar alguma renda neste período. 

A busca por um quarto de hotel hoje em dia vai desde viajantes de negócios e turistas que se viram repentinamente “ilhados” após o fechamento de fronteiras e cancelamento de voos até indivíduos que estão buscando lugares alternativos para se auto-isolar da família por duas semanas ante a possibilidade de terem sido expostos ao vírus. Isso, aliás, foi algo que na minha família mesmo consideramos para o último membro que chegou de viagem – e uma atitude que mais pessoas estão de fato adotando também no Brasil (para citar um exemplo bem público, Preta Gil escolheu um flat em São Paulo para seu auto-isolamento após ser diagnosticada com Covid-19).  

Em destinos asiáticos como a Tailândia, alguns hotéis já começam a anunciar inclusive seus “quarantine packages” para este público, com duração de duas semanas e preços bastante competitivos. Em alguns países, como o caso de Singapura, é inclusive mandatório que qualquer pessoa entrando no país faça sua quarentena por duas semanas, mantendo ainda abertas as portas da maioria de seus hotéis.

Em propriedades como as da rede tailandesa A-One, os pacotes incluem refeições entregues nos quartos em trolleys e a promessa de cuidar separadamente de pratos, talheres e roupas de cama e banho destes hóspedes em quarentena. E, é claro, a promessa de que o staff checará diariamente as condições de cada hóspede em quarentena e tomará as providências cabíveis caso algum deles necessite ser levado ao pronto-socorro. 

Na Suíça, o Le Bijou Apart-Hotel ganhou os holofotes do cyberspace nestes últimos dias ao anunciar pacotes de quarentena de alto luxo em seus apartamentos independentes. Numa jogada de marketing, os pacotes mais completos custam milhares de euros por dia e incluem também os serviços diários de médicos e enfermeiros, além de uma testagem para a doença. O upside fica por conta do fato de que passaram a oferecer estadia sem custos para profissionais da saúde em algumas de suas unidades – e alguns dos executivos da propriedade, incluindo o CEO, doaram seus salários para ações de solidariedade durante a quarentena.

O cenário para o turismo parece mesmo bastante desanimador para os próximos meses, mas a proatividade da hotelaria neste período pode ser a chave da retomada depois. Afinal, mesmo com as incertezas frente ao novo coronavírus, novas perspectivas para a hotelaria nacional e internacional, ainda que mínima e bem vagarosamente, devem continuar aparecendo para tentar preencher de alguma forma esse gap. Por aqui estamos torcendo muito.

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A hotelaria e o coronavírus

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Pôr do sol em Florença, Lungarno Collection | Foto de divulgação

Bons exemplos da hotelaria em tempos de coronavírus

A indústria de viagens já é uma mais das afetadas pela pandemia. Em meio à crise, alguns hotéis têm encontrado uma maneira de fazer o bem e, consequentemente, reforçar positivamente a sua marca para o futuro. Porque quando tudo isso passar, não só vamos querer como precisar viajar. Enquanto não acaba, destaco aqui alguns bons exemplos da hotelaria em tempos de coronavírus, tanto de grandes marcas quanto de pequenas.

A rede americana Best Western está discutindo na Grã-Bretanha a possibilidade de deixar à disposição do National Health Service (NHS, o sistema de saúde britânico) os 270 hotéis sob a sua bandeira na Inglaterra, na Escócia e no País de Gales. O Best Western Great Britain é um dos maiores grupos de hoteleiros independentes do Reino Unido. Vários proprietários dos hotéis da BWGB já se adiantaram. Alguns estão hospedando sem custo profissionais da área de saúde perto dos hospitais onde eles estão trabalhando. Outros foram além e procuram parceiros para fornecerem equipamentos médicos necessários e receberem pacientes de baixo risco.

O site da BWGB destaca hotéis da marca que serviram como hospitais durante as duas guerras mundiais (clique para ler em inglês) em um texto leve e informativo. O jornal britânico The Guardian diz que o primeiro BWGB a se transformar temporariamente em um hospital fica no Sul de Londres. Ainda segundo o Guardian, Hilton, Holiday Inn (do grupo InterContinental Hotels), Premier Inn e Travelodge, também consideram ceder quartos vazios no Reino Unido para pacientes de baixo risco, vulneráveis em grupos de risco, e médicos e enfermeiros.

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Bons exemplos da hotelaria em tempos de coronavírus: Four Seasons New York
Four Seasons New York vai receber profissionais da área de saúde| Foto de divulgação

Outro dos bons exemplos da hotelaria em tempos de coronavírus, do lado de cá do Oceano Atlântico o Four Seasons New York anunciou que vai receber profissionais de saúde em seu luxuoso hotel na Rua 57. Nova York é, no momento, o epicentro da pandemia nos Estados Unidos.

Leia mais: Cinco inovações que vão mudar a hotelaria

Ações de solidariedade no brasil

No Brasil, o grupo de hotéis Dom Rafael, com quatro propriedades em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, cedeu uma delas para hospedar quem trabalha no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Segundo a revista Veja, o Holiday Inn Parque Anhembi, com mais de 700 quartos e um dos maiores do país, também cederá suas instalações para apoiar o hospital de campanha montado pela prefeitura de São Paulo no Anhembi.

Bons exemplos da hotelaria em tempos de coronavírus: Slaviero Hotéis
Equipe da Slaviero Hotéis | Foto de divulgação

A Slaviero Hotéis, com endereços em 15 cidades nas cinco regiões do Brasil e operações suspensas na maioria deles, está doando alimentos estocados a instituições de cuidam de vulneráveis. Equipes se revezam na entrega dos produtos. Sempre na mesma cidade onde fica o hotel, para que a doação de cerca de 600 kg de alimentos seja concluída o mais rapidamente possível.

Na Itália, a Lungarno Collection, com cinco hotéis em Florença, promove uma campanha de duas organizações sem fins lucrativos na cidade. O objetivo é arrecadar € 50 mil para as despesas dos mais de 700 enfermeiros que vieram de outras regiões do país. O pôr do sol cor-de-rosa em Florença, no alto deste texto, é do Instagram da Lungarno

Atualização: Escrevi sobre estas e outras ações solidárias do devastado setor de viagens para o Projeto #Colabora, site jornalístico especializado em desenvolvimento sustentável. Você pode ler clicando aqui.   

Outros hotéis estão fazendo ações bem simples, mas que já colaboram com o bem-estar de quem pode ficar em casa neste momento. Como nós do Hotel Inspectors estamos fazendo. O hotel boutique e spa de luxo suíço The Capra, em Saas-Fee, membro da L.V.X. Collection da Preferred Hotels, compartilhou a receita da sopa de cenoura servida em seu restaurante.

Como, por enquanto, distanciamento social e isolamento são as únicas medidas que comprovadamente contribuem para achatar a curva da contaminação do novo coranavírus, continuarei em casa. Vou arriscar a sopa de cenoura do Capra nos meus próximos dias de quarentena.

Bons exemplos da hotelaria em tempos de coronavírus: Receita The Capra Saas-Fee
Receita da sopa de cenoura do suíço The Capra | Divulgação

Se souber de outras iniciativas bacanas da hotelaria para tornar mais leves e nos ajudar a superar estes dias tão duros, conte na caixa de comentários. Vamos espalhar solidariedade por aí.

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El Arco em Los Cabos

Como é um spa cinco estrelas na lista do Forbes Travel Guide

O Forbes Travel Guide lançou sua lista 2020 de novos hotéis cinco estrelas em fevereiro, e comentei algumas das novidades no meu texto anterior (clique aqui para ler). Além de hotéis, o FTG também reconhece spas e restaurantes. Um dos destaques da edição 2020 do guia é a quantidade de spas cinco estrelas em Los Cabos, no México. E como é a experiência em um spa cinco estrelas na lista do Forbes Travel Guide?

Leia mais: Os novos hotéis de luxo de 2021

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Entre os 24 novos spas premiados com a classificação máxima em todo o mundo, três ficam em Los Cabos, que já tinha um cinco estrelas (The Spa at Esperanza, da Auberge Resorts) e outros dois com quatro estrelas (The Spa at Las Ventanas, resort Rosewood, e SE Spa at Grand Velas Los Cabos).

As novidades de Los Cabos são o One&Only Spa at Palmilla, o Spa Montage e o Waldorf Astoria Spa. Os três premiados em 2020 ficam em hotéis que também receberam cinco estrelas no FTG (assim como o Las Ventanas al Paraíso). Estive no Spa at Palmilla, em San José del Cabo, a convite do hotel. Voltado para o bem-estar e conectado com a cultura local, é espetacular.

Atualização

Em outubro de 2020, O O&O Palmilla entrou na prestigiosa lista Reader’s Choice Awards da Condé Nast Traveler como um dos cinco melhores resorts na Costa Oeste do México.

Leia mais: É seguro usar a piscina do hotel e o spa durante a pandemia?

o spa do O&O Palmilla

Um dos mais bonitos e luxuosos hotéis de Los Cabos, a pouco mais de duas horas de voo de Los Angeles, o One&Only Palmilla é reduto mexicano de celebridades de Hollywood. Em busca da privacidade e da calma oferecida em toda a propriedade localizada no deserto da Baja California, no extremo sul da península, às margens do azul profundo do Mar de Cortez. E de um spa cinco estrelas na lista do Forbes Travel Guide.

Leia mais: O realmente mudou nos hotéis com a pandemia

O premiado spa fica em meio a jardins exuberantes, com uma fonte, piscinas, jacuzzi, espreguiçadeira e 13 casitas (incluindo uma palapa com vista para o mar) para tratamentos relaxantes, revitalizantes, rejuvenescedores. Há bar de sucos, e diferentes águas aromatizadas estão por toda a parte no spa de dois mil metros quadrados. Uma área mais recente, inaugurada no final de 2017, foi construída para os rituais indígenas do temazcal, como banhos a vapor, com ervas locais, para desintoxicação e purificação, ou consultas com um xamã. Vários tratamentos foram criados exclusivamente para o Palmilla, entre eles uma experiência holística de duas horas de duração que combina exercícios de respiração com massagens.

Leia mais: Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

Produtos naturais, como sal marinho, ou da marca britânica ESPA, com ingredientes orgânicos, são usados em peelings, massagens, exfoliações e outras experiências faciais e corporais. É possível marcar aulas de alongamento, yoga ou mesmo um treino de boxe. O spa tem uma barbearia, com tratamentos faciais masculinos, e manicure e pedicure com a grife do podologista francês Bastien Gonzalez, que também só trabalha com ingredientes naturais e óleos essenciais. Todos os hóspedes das 173 suítes do resort podem aproveitar o fitness center e as saunas seca e a vapor, mas vale investir em uma experiência exclusiva.

Parte do grupo Kerzner, o Palmilla deixará de ser o único One&Only nas Américas. O Mandarina, na Riviera Nayarit, também no México, deve ser inaugurado em 1º de novembro. A rede está em expansão e neste 2020 chega à Europa, com a abertura do Portonovi, em Montenegro.

Atualização

Por conta da pandemia, a inauguração do O&O Portonovi foi adiada para 21 de março de 2021.

Leia mais: Como é o Hotel Esencia, na Riviera Maya

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St. Regis Bora Bora

Hotéis e spas cinco estrelas na lista Forbes 2020

O Forbes Travel Guide criou o conceito de hotel cinco estrelas há 62 anos, nos Estados Unidos. Ao longo destas seis décadas, sua lista de propriedades estreladas tornou-se uma das mais esperadas pela indústria de viagens de luxo. Quais são os novos hotéis e spas cinco estrelas na lista Forbes?

A edição 2020, anunciada às vésperas do carnaval, apresenta 70 novos hotéis em todo o mundo com a classificação máxima. O número chama mais atenção se comparado ao de 2019, quando foram apenas 21 os novos hotéis que entraram no grupo cinco estrelas. O guia reconhece ainda restaurantes e spas. Este ano, no total, são 107 novos premiados, entre os 432 estabelecimentos com cinco estrelas. O FTG analisa centenas de características de cada propriedade, sendo 75% serviço e 25% instalações.

Leia mais: O que realmente mudou nos hotéis durante a pandemia

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O único representante do Brasil, e da América do Sul, entre os hotéis cinco estrelas continua sendo o realmente ótimo Belmond Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu. Outros oito brasileiros, em São Paulo e no Rio de Janeiro, aparecem com quatro estrelas, entre eles o Four Seasons, ou recomendados, como Santa Teresa Hotel MGallery by Sofitel.

Leia mais: Sustentabilidade no Santa Teresa Hotel MGallery by Sofitel

A estreia na polinésia francesa e nas Maldivas

Fiquei particularmente feliz de ver que o Forbes Travel Guide chegou este ano a Polinésia Francesa, um dos 16 novos países contemplados na maior expansão global da história do guia. Depois de anos de queda no número de visitantes internacionais, e de hotelaria elegante porém decadente, o arquipélago no Pacífico Sul começa a dar sinais de recuperação. Entre os novos hotéis e spas cinco estrelas na lista Forbes está o St. Regis Bora Bora, que mantém o frescor depois de mais de uma década.

Estive lá e escrevi sobre o St. Regis e, também, sobre o Conrad Bora Bora Nui, na lista do FTG como recomendado, neste link. O outro cinco estrelas da Polinésia Francesa é The Brando. Ainda na Polinésia Francesa, o guia recomenda o InterContinental Bora Bora Resort & Thalasso Spa.

Maldivas é outro país estreante. Aparece na lista com nove hotéis com quatro estrelas ou recomendados e seis hotéis cinco estrelas, entre eles o Four Seasons at Kuda Huraa, que renovou recentemente as acomodações com um ou dois quartos e piscinas privativas do Beach Pavillion.

Leia mais: É seguro usar piscina de hotel e spa durante a pandemia?

HOTÉIS E SPAS CINCO ESTRELAS NA LISTA FORBES Suíte renovada no Beach Pavillion do Four Seasons Kuda Huraa, nas Maldivas
Suíte renovada no Beach Pavillion do Four Seasons Kuda Huraa | Foto de divulgação

marcas e cidades mais estreladas

Four Seasons é a marca recordista no FTG, com a maior quantidade de hotéis cinco estrelas (45, além de sete spas na categoria principal e mais 68 hotéis e spas com quatro estrelas ou recomendados). Peninsula Hotels é a única marca com todos as propriedades, dez no caso, cinco estrelas, além de quatro spas com classificação máxima (os outros são quatro estrelas).

Londres continua a cidade com maior número de hotéis cinco estrelas no guia, 19, o que não surpreende quem acompanha a movimentada e luxuosa cena hoteleira da cidade. Entre as novidades, destaque para o Brown’s, a Rocco Forte Hotel, um dos mais antigos da capital, e o relativamente novo Rosewood London, com um dos melhores bares de hotel de Londres.

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Como é se hospedar no Mandarin Oriental London, hotel e spa cinco estrelas no FTG

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Forbes Travel Guide também avalia spas

Entre os 24 novos spas com a classificação máxima, destaca-se a concentração de prêmios em Los Cabos, no México, que já tinha três spas com quatro e cinco estrelas. As novidades são os spas do One&Only Palmilla (experimentei o spa do O&O Palmilla e é mesmo divino, conto mais aqui), do Waldorf Astoria Pedregal e do Montage, o maior da região, com quase quatro mil metros quadrados. Membro da Preferred Hotels, o Montage Los Cabos ganhou ainda um prêmio inédito, criado este ano pelo guia: o de melhor conta no Instagram. Os critérios foram consistência na qualidade das imagens e em reforçar a marca, campanhas criativas e interação.

O prêmio foi anunciado semana passada durante o Forbes Travel Guide Luxury Summit, em Las Vegas, que reuniu mais de 600 pessoas em um evento carbono zero realizado no Aria Resort & Casino, com quatro estrelas no guia. O Wynn Resorts, com sete estabelecimentos na categoria principal, é recordista em estrelas em Vegas e no mundo. Em sintonia com o viajante consciente, o Aria calculou as pegadas de carbono deixadas pelo transporte e a hospedagem de todos os participantes da conferência e compensou financiando plantio de árvores e fazendas de energia eólica. Porque não dá mais para usar a cansada palavra sustentabilidade apenas no discurso.

A lista completa do Forbes Travel Guide com 1.898 propriedades, entre cinco e quatro estrelas e recomendados, está neste link.

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Piscina do hotel The One, em Lisboa

Como é se hospedar no Palácio da Anunciada, novo hotel de luxo em Lisboa

Os números de 2019 ainda não foram divulgados, mas as projeções indicam que Portugal está prestes a bater mais um recorde de visitantes, e passar dos 26 milhões. Lisboa dá sinais de que continuará em alta, e não apenas entre os brasileiros. Pelo contrário, somos considerados mercado em crescimento. A capital portuguesa vê surgir novas atrações; cafés, bares e restaurantes, e, claro, hotéis, de boutique a propriedades de luxo. Entre estes, uma das novidades é o The One Palácio da Anunciada, novo hotel de luxo aberto em Lisboa há menos de um ano.

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Em uma localização central e com o selo da coleção L.V.X. da Preferred Hotels, o Palácio da Anunciada é uma construção da primeira metade do século XVI meticulosamente restaurada. Espere pisos em mármore, escadaria em pedra e tetos ornamentados. The One (não confundir com a marca americana 1 Hotels) é uma bandeira de luxo do grupo catalão H10 Hotels, que no total tem mais de 60 endereços na Europa e no Caribe (estes com a marca Ocean). Por enquanto, há apenas dois The One, um em Lisboa e outro Barcelona. O hotel na Catalunha foi um dos melhores do meu 2019, e ainda vou escrever mais sobre ele. Mas comecemos pela novidade lisboeta, onde estive no final do ano passado, a convite do hotel.

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Palácio da Anunciada, novo hotel de luxo em Lisboa

Localização

The One Palácio da Anunciada fica na Baixa, no Centro da cidade. Sua estreita rua calçada em paralelepípedos vai dar no Largo São Domingos e é paralela à Avenida da Liberdade. Comércio variado, teatros, bons restaurantes e tradicionais botequins de ginjinha estão por ali. Quinze minutos de caminhada, ou menos, pelas ruas comerciais da Baixa, e chega-se ao Chiado; ou ao Elevador da Graça, funicular do final do século XIX que leva ao Bairro Alto e ao Príncipe Real; ou à Praça do Comércio e ao Rio Tejo.

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Palácio da Anunciada, hotel de luxo em Lisboa: quarto da categoria deluxe no novo The One
Quarto da categoria deluxe no novo The One em Lisboa | Foto de Carla Lencastre
Quartos

Antiga residência abandonada, o palácio passou por um retrofit. Fotos nas paredes dos corredores e dos 83 quartos e suítes mostram o belo trabalho de restauração. As comodidades são do século XXI, como minibar com máquina de café expresso, tomadas ao lado da cama e na escrivaninha, Wi-Fi perfeito. Quartos em tons de azul e cinza têm decoração minimalista, com móveis de linhas retas, piso em madeira clara e pratos em cerâmica nas paredes. Banheiros em mármore rosa português têm amenidades Natura Bissé, grife de Barcelona. Há banheiras apenas em algumas suítes.

O quarto no qual fiquei, categoria deluxe, tinha cerca de 30 m², armário, escrivaninha com cadeira, mesa baixa em mármore e poltrona. Era de canto, no topo da construção, com teto inclinado e pequenas janelas, uma voltada para o pátio interno, outras para os telhados em frente. O décor, tanto nas acomodações quanto nas áreas comuns, é assinado pelo chileno Jaime Beriestain, celebrado designer de interiores baseado em Barcelona.

Palácio da Anunciada, hotel de luxo em Lisboa: pátio interno
O pátio interno do Palácio da Anunciada, construído no século XVI | Foto de Carla Lencastre
Áreas comuns

No belo jardim interno do Palácio da Anunciada, o paisagismo foi feito levando em conta um centenário dragoeiro. Fotos mostram a obra de engenharia que protegeu as raízes da árvore durante a reconstrução do hotel. A maioria dos quartos têm vista para esta área central, com um pátio com fonte e mesas sobre o piso em pedras portuguesas, onde se pode tomar café da manhã ou uma taça de vinho no fim de tarde naquela luz que só Lisboa tem. A piscina (foto no início do texto) é estreita, mas extensa o suficiente para nadar. Fica em um nível elevado, com vista para o jardim e as telhas dos vizinhos. Há um pequeno spa, ainda em fase de ajustes.

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Gastronomia

O café da manhã tem um bufê, com diversos itens em pequenas porções individuais, e serviço à la carte. As mesas estão em belas salas contíguas, com tetos trabalhados, e no pátio. À noite, o local abriga o Condes de Ericeira, de alta gastronomia portuguesa. Pode ter sido coincidência, mas quando jantei lá não havia ninguém além do meu grupo. Fiquei com a sensação de que o restaurante é mais voltado para eventos privados, ainda que oficialmente seja aberto ao público em geral.

O simpático Jardim Wine Bar, ao lado, tem mais de vida. Há cafés variados de dia, drinques perfeitos à noite, vinhos portugueses, saboroso menu de tapas. O bar de vinhos e o restaurante oferecem o serviço mais consistente do hotel (há acertos a serem feitos na recepção, na arrumação dos quartos e no spa). O Palácio da Anunciada tem ainda o Boémio Cocktail Lounge, para funções particulares. Fica no térreo, na área que abrigava os estábulos da residência.

No Instagram do Hotel Inspectors, no destaque Lisboa, há outras imagens do Palácio da Anunciada, incluindo vídeos.

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