VILLA LANGMA Campos do Jordão

Como é se hospedar na nova Villa Langma em Campos do Jordão

A chamada hospitalidade não convencional vive um boom contínuo no Brasil desde o começo da pandemia, em 2020. Diversas acomodações, focadas nos mais diversos nichos e estilos de viajantes, seguem sendo construídas e inauguradas por todo o país. Nesta onda contínua de novas propriedades, foi um prazer imenso entender como é se hospedar na nova Villa Langma em Campos do Jordão, SP – que valoriza o sossego e as belezas naturais regionais, sem deixar de lado o conforto e os bons princípios da hospitalidade de qualidade.

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Localizada a pouco mais de 20 minutos de carro do centro da cidade, a nova Villa Langma tem conceito próprio: são apenas quatro luxuosas acomodações, todas com vista panorâmica para a Pedra do Baú e outras belezas da Serra da Mantiqueira, dividindo o mesmo terreno tomado de verde com a casa dos proprietários do negócio. Tem jeito de imóvel de temporada, mas inclui muito mais capricho, amenidades e princípios da hospitalidade tradicional que a maioria das propriedades similares.

Pensadas para duas pessoas cada, as acomodações são tiny houses vizinhas – mas que de “tiny” não têm nada. Pelo contrário: há espaço de sobra para descansar, trabalhar, cozinhar e curtir a vista arrebatadora a partir de todos os cômodos do imóvel.

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a nova Villa Langma em Campos do Jordão

Cada acomodação da Villa Langma em Campos do Jordão é de fato bastante espaçosa para uma tiny house. Todas elas contam com cozinha equipada, mini living, dormitório, área de refeições, banheiro completo com banheira e ducha, enxoval caprichado (incluindo roupões e deliciosas pantufas Trosseau), closet e uma grande varanda mobiliada.

Cada área da acomodação tem de fato espaço satisfatório e todas elas têm vista panorâmica para a Pedra do Baú e arredores – inclusive banheira e chuveiro. Os espaços foram mesmo pensados para o descanso e a contemplação da natureza – o panorama montanhoso é mesmo de uma beleza arrebatadora e até a cama fica voltada para ele, com apenas paredes de vidro à sua frente, pra gente se sentir o tempo todo integrado à paisagem.

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Mas há também boa estrutura para trabalhar, incluindo wifi cortesia de excelente qualidade (eu mesma usei muito durante toda a minha estadia). Assim, a Villa Langma tem tudo para se tornar também um excelente endereço para o anywhere office durante os dias úteis, ainda amplamente utilizado no Brasil.

As estadias na Villa Langma contemplam acomodação, como qualquer imóvel de temporada, mas incluem também um simpático “kit café da manhã” para a duração da hospedagem, deixado na cozinha da acomodação. Cada kit contém pão caseiro, ovos caipiras, geleias, café em cápsulas e drip coffee, queijo artesanal e frutas frescas – tudo adquirido de produtores regionais da Mantiqueira. Há cápsulas também água mineral engarrafada com e sem gás cortesia, mas toda a água das acomodações é filtrada e 100% potável.

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Infraestrutura adicional e serviço dedicado

A Villa Langma em Campos do Jordão tem acesso fácil – apenas os últimos quilômetros que a separam do centro de Campos do Jordão são de terra – e é bastante segura. As estadias ali podem inclusive ser feitas de modo 100% sem contato, já que entrada e saída da vila e das próprias acomodações são feitas através de códigos personalizados para cada hóspede.

Há estacionamento no local, uma pequena horta à disposição dos hóspedes (com ervas, temperos e outros vegetais) e uma sauna finlandesa coletiva também com vista para a Pedra do Baú e outras montanhas. É possível também alugar bicicletas para passear nos arredores.

A vila conta ainda com lavanderia e um “mercadinho da confiança”, onde o hóspede encontra diferentes rótulos de vinhos, cervejas, refrigerantes, geleias e queijos artesanais, tortas e massas congeladas, chocolates, azeites, molhos e sopas, tudo produzido na região. Cosméticos Maly Caran, a mesma marca das simpáticas amenidades de banho que os hóspedes recebem nas acomodações, e porcelanas autorais também estão à venda no local.

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Assim, basta o hóspede da Villa Langma pegar os itens que deseja, conforme sua vontade ou necessidade, anotar sua aquisição em um caderninho no local e pagar seu consumo no check out, com cartão de débito ou crédito ou pix. As opções do mercadinho são tão gostosas e as tiny houses são tão aconchegantes que a maioria dos hóspedes passeia durante o dia mas acaba optando por jantar ali mesmo (e as cozinhas são mesmo bem completas).

Mas, é claro, se a ideia for explorar o destino e arredores, os proprietários Carol e Caco estão constantemente na propriedade e acessíveis por Whatsapp para dar ótimas dicas e sugestões de trilhas, passeios, atividades, restaurantes e vinícolas na região.

As reservas para qualquer período do ano na Villa Langma em Campos do Jordão podem ser feitas diretamente pelo Airbnb ou pelo perfil da propriedade no Instagram – o melhor caminho também para agentes e consultores de viagem entrarem em contato com os proprietários.

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Fasano Boa Vista

Grupo Fasano: excelente dobradinha à paulista

Com uma história ligada ao Brasil desde 1902, quando o italiano Vittorio Fasano imigrou e inaugurou a Brasserie Paulista, o grupo Fasano começou a investir na hotelaria em 2003, com a abertura do premiado Hotel Fasano São Paulo, idealmente instalado próximo a excelentes opções de compras, gastronomia e entretenimento na capital paulista.

Nestes quase 20 anos, a família expandiu os negócios na indústria da hospitalidade para diferentes destinos brasileiros (São Paulo, Porto Feliz, Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Belo Horizonte, Salvador e Trancoso), em Punta del Este (Uruguai) e, mais recentemente, também Nova York (EUA), com uma esperada e badalada inauguração. E, em São Paulo, o grupo Fasano propõe uma excelente dobradinha à paulista que tem sido um case de sucesso durante a pandemia.

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Tive a chance de fazer essa bela escapada – excelente tanto para quem mora na cidade ou no estado de São Paulo, como também para quem vem de bem mais longe – agora no comecinho de outubro. Durante a semana, misturei o super urbano Fasano São Paulo com o belo e bucólico Fasano Boa Vista, um verdadeiro oásis de design e conforto na zona rural de Porto Feliz, no interior de São Paulo. E voltei pra casa bem contente após ótimos dias de anywhere office.

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GRUPO FASANO: EXCELENTE DOBRADINHA À PAULISTA

Do Fasano São Paulo, propriedade muito sóbria e de décor quase masculino no coração dos Jardins (com direito a um impecável café da manhã à la carte servido no terraço do restaurante Nonno Ruggero) eu levei uma hora e meia de carro para chegar ao Fasano Boa Vista, uma hospedagem rural diferente de qualquer hotel fazenda brasileiro.

Localizado dentro dos impressionantes 12 milhões de metros quadrados da Fazenda Boa Vista, nos arredores de Porto Feliz, interior de São Paulo, o  Fasano Boa Vista divide espaço com condomínios de luxo, campos de golfe, um pequeno mall exclusivo, fazendinha, pista de triatlo, centro equestre, lagos e muito, muito verde em colinas, bosque e jardins exuberantes (a fazenda Boa Vista tem mais de 100 alqueires de mata nativa preservada).

A primeira “propriedade de campo” do grupo Fasano no Brasil acaba de chegar aos 11 anos sem desatualizar o belo projeto arquitetônico de Isay Weinfeld que mescla elegância e rusticidade na medida exata. O hotel vive agora seu melhor momento, aliás; desde o começo da pandemia, passa por um verdadeiro boom nas taxas de ocupação, em grande parte ao uso constante de ventilação e iluminação naturais em quase todos os ambientes, garantindo maior segurança para os hóspedes (apesar de infelizmente ter abolido por completo o uso de máscaras por parte do staff). 

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Fasano Boa Vista: diferente de qualquer hotel fazenda

O edifício principal do Fasano Boa Vista reúne recepção, lobby, varanda, espaço de negócios, bar, restaurante e 46 charmosas acomodações (12 delas suítes). Em todos os ambientes, sempre com muita madeira e muito verde à vista, o contato visual com a natureza local é o grande protagonista, seja através das varandas emolduradas dos quartos, da imensa varanda social do lobby e bar, ou do delicioso restaurante completamente aberto para o deck do lago principal da propriedade. O grande lobby envidraçado, aberto para a enorme varanda com vista para o lago e a fazenda, apesar de ser o verdadeiro coração da propriedade, é um verdadeiro oásis de sossego nos dias úteis.

As acomodações são todas muito espaçosas, com quarto, estação de trabalho, canto de refeições, amplo espaço para bagagens, grandes banheiros e deliciosas varandas. As suítes são duplex e têm seus cômodos distribuídos em dois andares, ganhando duas varandas; mas os quartos, apesar da área total menor, dão sensação muito maior de amplitude, com o visual externo parecendo “entrar” dentro da acomodação.

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Na gastronomia, a oferta é limitada, principalmente para quem fica hospedado por mais tempo; mas a qualidade é realmente extremamente satisfatória. Existe apenas um restaurante no hotel, aberto para café da manhã, almoço e jantar. O café da manhã é servido em sistema buffet acrescido de ótimas opções quentes à la carte (é bastante recomendável sempre reservar diárias com café da manhã incluído)

O menu do almoço e do jantar, que mescla delícias italianas e brasileiras com alguns pratos internacionais, prioriza ingredientes locais, alguns deles colhidos na própria fazenda – e com uma bela adega. A grande pedida ali é optar, em qualquer refeição (se o tempo permitir), por uma das mesas instaladas sobre o deck, ao ar livre, com vista para o lago. Há dois bares – um no edifício principal, com carta especial de cachaças – e um diante da piscina. Existe ainda um outro restaurante e bar da Fazenda Boa Vista na área dos campos de golfe.

O hotel tem se esforçado para ser livrar-se dos plásticos (as amenidades ainda são individualizadas, mas plástico de cana-de-açúcar) e apenas garrafas de vidro são utilizadas em toda a propriedade. Mas infelizmente ainda cobra pelas cápsulas de café nos quartos e suítes.

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Contato intenso com a natureza

A infraestrutura de lazer do Fasano Boa Vista é felizmente bastante focada no contato do hóspede com a natureza exuberante da fazenda na qual o hotel está inserido. O lago diante do edifício principal é próprio para banho, a piscina tem vista infinita para as colinas e jardins, há diferentes trilhas e pistas para jogging, quadras esportivas, pista de triatlo, dois campos de golfe (um deles, com 18 buracos, assinado por Randall Thompson), inúmeros jardins com excelente projeto paisagístico e bicicletas para empréstimo.

Há ainda cavalgadas que podem ser contratadas com ou sem guia, uma deliciosa fazendinha para as crianças, kids club, playground e um amplo menu de experiências personalizadas à disposição do hóspede. Dentre elas, ganha destaque absoluto o impecável piquenique organizado pelo hotel e servido, com mise en scène que não deixa nenhum estereótipo passar em branco, nos gramados da propriedade, com vista para o pôr do sol. Há opções diferentes para casais, grupos de amigos ou famílias com crianças (a partir de R$250,00), todos com direito a toalhas quadriculadas, almofadas, flores e cestas de vime repletas de lanches, petiscos e doces elaborados pela cozinha do hotel.

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Aos finais de semana, um telescópio é montado no deck do restaurante, à beira do lago, e os hóspedes têm a chance de observar estrelas, lua e planetas (como Saturno e Júpiter, mais frequentemente) sob orientação de uma especialista ali mesmo – se o tempo permitir, é claro -, sem custos extras.

E o hotel ainda tem um belíssimo spa de 1400 m² com direito a vasto menu de tratamentos, jacuzzis, cromoterapia, piscinas internas, saunas, duchas especiais e até uma miniatura do Mariá Spa de Cabelo, de São Paulo.

Além dos 9 hotéis, o grupo Fasano possui também 26 restaurantes – Fasano, Gero, Parigi e Bistrot Parigi, Trattoria, Nonno Ruggero e Gero Panini -, os bares Baretto e Baretto-Londra, e a loja Selezione Fasano, com produtos de gastronomia e linha de produtos para casa.

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Casa Turquesa Paraty

A hospitalidade mais em evidência do que nunca

Depois de tantos e tantos meses olhando para as paredes das nossas próprias casas, agora, com o calendário de vacinação finalmente começando a lentamente avançar no Brasil, mais e mais pessoas estão voltando a programar (ou cogitar) viagens. E a hospitalidade está mais evidência do que nunca.

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No começo do ano, escrevi aqui na coluna sobre como o brasileiro passou a dar muito mais importância para suas acomodações de viagem durante a pandemia. Viajantes estão agora focando menos nos atrativos turísticos dos lugares que visitam e muito mais nos hotéis, pousadas e imóveis de temporada escolhidos para suas viagens. Uma tendência em ascensão, independentemente do nicho e estilo de viagem, confirmada em pesquisas recentes do Airbnb, Booking, Euromonitor e outros.

Tem sido justamente através da indústria da hospitalidade que boa parte das novas experiências de viagem destes tempos têm acontecido. E hotéis, pousadas e imóveis de temporada que entenderam isso estão saindo na frente nessa corrida há meses. 

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A hospitalidade mais em evidência do que nunca

Nos últimos meses, as pessoas têm procurado cada vez mais por algo “diferente” ou “especial” nos lugares nos quais se hospedam. Foi-se o tempo em que hotel era considerado “lugar para tomar banho, dormir e tomar café” pelo brasileiro médio.

Portanto, a hospedagem agora passa a ser aspecto fundamental da viagem de cada vez mais gente, e é preciso atender com excelência e criatividade essa demanda. A tendência tem se refletido na cobertura jornalística de turismo em geral nesse período, que também tem colocado a indústria da hospitalidade mais em evidência do que nunca – gerando uma demanda ainda maior nesse sentido.

Em minha viagem a Paraty, RJ, agora em junho, hospedada na sempre incrível Casa Turquesa (uma das minhas hospedagens preferidas no país e sem dúvidas uma das melhores no Brasil), encontrei diferentes hóspedes (inclusive alguns hóspedes frequentes) que estavam ali pela propriedade em si e não pelo destino. Mostrei detalhes dessa estadia adorável no meu instagram @maricampos

Todos concordaram sobre as belezas naturais e históricas da cidade; mas afirmaram sem rodeios que a escolha da hospedagem tinha sido muito mais importante do que a escolha do destino em si. A capacidade de uma propriedade garantir real segurança nesses tempos, ser sustentável, ampliar seu menu de serviços, informatizar atendimentos (do check in às reservas de serviços sem contato) e seguir antecipando os desejos dos hóspedes foi fator primordial na escolha. Não à toa, a Casa Turquesa tem testemunhado a maior ocupação de seus treze anos de existência.

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Fatores fundamentais para a sobrevivência da indústria da hospitalidade

Um estudo recente da Traveller Made, em parceria com o Glion Institute of Higher Education, elencou dentre os principais fatores para a sobrevivência da indústria da hospitalidade no mundo durante a pandemia o aprimoramento da experiência do hóspede por meio da tecnologia, a criação de novos serviços e produtos, e os constantes treinamentos e apoio físico e mental ao staff (afinal, staff feliz é o melhor caminho para o hóspede satisfeito).

Segundo o estudo, mudar a função de quartos ociosos em tantas propriedades durante o primeiro ano da pandemia (seja como room office, como pop up bares e restaurantes, espaços para experiências gastronômicas privativas etc) foi um dos principais pontos que ajudaram hoteleiros a pensar em outras propostas de novos serviços a serem oferecidos, e também em novas utilizações para espaços pré-existentes. A Traveller Made cita também a importância do crescimento de até 80% das staycations e a implementação de novos espaços funcionais ao ar livre nesse processo. 

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Cinco aspectos INCONTORNÁVEIS

Na hotelaria brasileira, hoteleiros que vêm enfrentando a pandemia com boas taxas de ocupação em suas propriedades têm destacado em geral cinco aspectos que consideram “incontornáveis” para assegurar o bom desempenho nesses tempos duros:

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1. Segurança sanitária

Hóspedes prestam cada vez mais atenção e valorizam cada vez mais os diferentes procedimentos hoteleiros para garantir segurança, higiene e saúde durante a estadia. Mas é fundamental ser extremamente claro na comunicação de tais “protocolos” para inspirar confiabilidade. 

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2. Informatização

É desafio necessário manter a calidez e a eficiência do serviço com distanciamento social, priorizando cada vez mais operações sem contato (a digitalização de operações já é vista como fundamental para boa parte dos hóspedes no quesito “segurança). A digitalização de serviços abriu caminho para novas e bem-vindas maneiras de receber hóspedes com qualidade e respeito absoluto aos protocolos sanitários obrigatórios desses tempos.

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3. Trabalho remoto

O trabalho remoto tem ajudado sobremaneira a hotelaria brasileira a melhorar seus índices de ocupação (inclusive com estadias em média muito mais longas). Há destinos inteiros cada vez mais interessados nesse público, como mostrei recentemente em matéria para o UOL. O nomadismo digital já é uma realidade para parcela significativa dos viajantes, e a hotelaria precisa estar preparada para essa nova necessidade dos hóspedes. 

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4. Sustentabilidade

O real envolvimento de hotéis e pousadas com sustentabilidade (ambiental, econômica, social e cultural) passou a ser um dos critérios prioritários de escolhas de viagem para muito mais gente (71% dos entrevistados em estudo da Booking e 51% em estudo do Airbnb, por exemplo). O viajante está cada vez mais consciente dos impactos que suas decisões de viagem geram.

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5. Bem-estar

Segundo o Global Wellness Tourism Economy Report, o turismo de bem-estar já responde por cerca de 17% de toda a receita da indústria turística – e cresce mais e mais rápido que o turismo em geral. E a indústria da hospitalidade finalmente começa a entender que oferecer opções voltadas para o bem-estar vai muito além de pratos saudáveis no menu e massagens relaxantes no spa. 

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Reinvenção AINDA é a palavra chave

Reinvenção tem sido uma palavra frequentemente proferida pela maioria dos hoteleiros com os quais conversei nos últimos meses. Afinal, hotéis e pousadas perceberam que, com os hóspedes passando cada vez mais tempo nos lugares nos quais se hospedam, é fundamental adaptar operações, ambientes e serviços para tornar esses lugares ainda mais acolhedores e interessantes.

Sejam estas mudanças temporárias ou permanentes, a hotelaria bem-sucedida tem estado extremamente atenta às mudanças de comportamento e de padrão de gastos e consumo dos hóspedes. Portanto, com criatividade, inovação e competitividade, o hoteleiro precisa estar realmente alinhado às necessidades sociais vigentes – para muuuuuito além dos famigerados protocolos sanitários. 

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Brasileiro dá mais importância à hotelaria

Passado um ano da declaração de pandemia da Covid-19 (em 11/03/2020), a indústria turística não apenas sofreu o maior baque de sua história como também viu o perfil dos viajantes mudar muito em pouco tempo. Grandes mudanças ocorreram não apenas na infra-estrutura e operação da hotelaria, por exemplo, como também no próprio jeito do turista viajar. E pesquisas confirmam que o brasileiro dá cada vez mais importância à hotelaria durante a pandemia. 

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A mais recente delas foi divulgada pelo Airbnb. Um estudo encomendado às agências Somos e Novelo com brasileiros das classes AB de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, que já tenham viajado durante a pandemia, revelou mudanças comportamentais no perfil do turista.

Dentre diversos itens (escolha dos destinos, meios de deslocamento etc), a principal alteração no comportamento do viajante brasileiro na pandemia diz respeito à indústria do hospitalidade. Ao invés da exploração de um destino em si, o turista brasileiro tem investido cada vez mais na exploração da acomodação escolhida para a viagem.

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Foto: Four Seasons Tamarindo/Divulgação

Brasileiro dá mais importância à hotelaria durante a pandemia

A escolha da acomodação, antes considerada pouco importante para uma parcela significativa dos viajantes, passou a ter importância fundamental para a maioria, seja para escapar no final de semana ou para fazer viagens mais longas. E são vários os fatores que levaram a isso, a começar pelo mais importante deles: segurança sanitária. 

VEJA TAMBÉM: Quando o hotel é o destino.

Muitos brasileiros passaram a dar mais atenção às reviews e depoimentos de hóspedes prévios na hora de escolher seu hotel, pousada ou imóvel de temporada. A curadoria dos bons agentes de viagem também tem sido fundamental nesse processo. Tudo para garantir uma estadia segura e satisfatória, em um local que esteja realmente respeitando o cumprimento dos protocolos de contenção do vírus, garantindo distanciamento entre hóspedes, segurança do staff e ambientes higienizados e muito bem ventilados. 

Além disso, boa parte dos viajantes em tempos de pandemia estão passando muito mais tempo (quando não todo o tempo!) dentro do local. Eu mesma fiz algumas viagens assim, de staycation em hotel em plena São Paulo a turismo de isolamento em hotéis em Monte Verde e em Atibaia, e encontrei sempre vários outros hóspedes fazendo a mesma coisa.

VEJA MAIS: Como a staycation está beneficiando a hotelaria brasileira durante a pandemia

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Tendências migram para além do mercado de luxo

Embora estas tendências sejam definitivamente mais fortes no mercado de luxo, há cada vez mais brasileiros investindo em staycations e propostas de turismo de isolamento também em outros nichos do mercado.

Este tipo de “escapada” é cada vez mais vista como alternativa mais segura para viajar nesta fase, com o mínimo contato possível com outros viajantes e risco zero de aglomerações. Turistas com orçamentos mais reduzidos têm, muitas vezes, diminuído a duração da viagem para poder investir um pouco mais na acomodação que consideram mais adequada. Assim, mais viajantes brasileiros passaram a priorizar opções mais confortáveis para suas acomodações, mais seguras e com melhor infra-estrutura, independente do orçamento disponível.

O estudo também revelou a preferência por estadias em locais já conhecidos, seja o destino em si ou o próprio hotel, pousada ou imóvel de temporada escolhido. 

VEJA TAMBÉM: 10 imóveis de temporada para se isolar na pandemia

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MudançaS de preferências e prioridades

A pesquisa gigante dos imóveis de temporada confirma a tendência de valorização dos meios de hospedagem durante a pandemia, apontada por relatórios anteriormente apresentados por outros órgãos e empresas internacionais, da McKinsey&Co ao Euromonitor. E aponta também que a tendência do turismo de isolamento/isocation deve seguir em alta ainda por um bom tempo por aqui.

LEIA TAMBÉM: Os termos do turismo popularizados durante a pandemia.

Muitos entrevistados apontaram a preferência por propriedades mais afastadas dos grandes centros urbanos, com distanciamento razoável entre acomodações e com fartura em áreas externas. A maioria dos hotéis deste tipo tem tido excelente desempenho durante a pandemia. Caso, por exemplo, do Unique Garden, em Mairiporã/SP, com reservas completas praticamente de segunda a segunda nos últimos meses.

Fazem sucesso também os hotéis que acabam de abrir as portas nessa linha, como o charmoso Canto do Irerê, em Atibaia/SP, sobre o qual já falei em coluna anterior aqui sobre os novos hotéis com bom desempenho na pandemia.  E também aumenta cada vez mais a procura por imóveis de temporada isolados.

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CRESCE A IDEIA DE “VIAJAR SEM TIRAR FÉRIAS”

A ideia de “viajar sem tirar férias” prevaleceu no estudo da Airbnb, e parece mesmo cada vez mais fortalecida entre os brasileiros. Embora a maioria dos hotéis veja a ocupação crescer significativamente nestes meses apenas aos finais de semana e feriados prolongados, hotéis que oferecem boa infra-estrutura física e em serviços têm visto ocupação maior também durante a semana.

LEIA TAMBÉM: Tendências do turismo em 2021

Tudo graças à crescente demanda de brasileiros em trabalho remoto, que estão viajando simplesmente para variar o ambiente do home office. A workcation ou anywhere office já é e será uma realidade para várias pessoas pelos próximos meses (e potencialmente anos). Sobretudo no segmento do turismo de luxo, que tem se beneficiado também de viajantes que estão gastando muito mais em hotelaria no Brasil neste período por não viajarem ao exterior neste momento.

A recuperação do setor, é claro, tem sido inegavelmente mais rápida em propriedades com foco em lazer do que aquelas que antes mantinham foco corporativo.

VEJA MAIS: Como hotéis estão driblando a crise na pandemia.

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Fuso Hotel Florianópolis
O novo Fuso Hotel Florianópolis. Foto: Divulgação

Cenário otimista para a hotelaria

A indústria da hospitalidade internacional, que tem vivido tendência semelhante, vê com bastante otimismo essa migração do foco principal das viagens passar do destino para a hotelaria neste momento da pandemia. 

No Brasil, diversos novos hotéis estão abrindo suas portas com sucesso em plena pandemia, como já mostramos aqui. Um estudo recente da STR mostrou que em outubro de 2020 havia 121 projetos de novos hotéis em pleno andamento no país, todos com inauguração prevista neste e nos próximos quatro anos. Segundo a consultoria, apenas 10% dos projetos de novos hotéis desenvolvidos antes da pandemia foram abortados.

VEJA TAMBÉM: Oito tendências para a hotelaria em 2021

A STR apontou também a possibilidade de conversão de muitos hotéis independentes em unidades de redes hoteleiras maiores frente aos desafios da pandemia. Acabamos de ver, por exemplo, o hotel Botanique, em Campos do Jordão, que passou a operar desde fevereiro como parte da rede Six Senses. 

Embora os números de ocupação ainda sejam desfavoráveis para muitas propriedades nos últimos doze meses, a indústria da hospitalidade em geral tem realmente se fortalecido aos olhos do viajante no último ano e parte dela já começa a ver uma recuperação consistente. Um “copo meio cheio” extremamente bem-vindo para um setor tão afetado pela pandemia. 

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Reservar um hotel inteiro: tendência na pandemia

Buyout: reservar hotel inteiro é tendência na pandemia

Como evitar encontrar desconhecidos hospedados no mesmo lugar que você? É só reservar o hotel inteiro, tendência na pandemia principalmente no segmento de luxo, e receber família e amigos como se estivesse em casa. Buyout é o termo em inglês usado no setor de viagens e turismo quando um único cliente fecha um hotel. Acontecia antes da pandemia, em viagens multigeracionais, eventos familiares ou empresariais, ou simplesmente para garantir privacidade a ricos e famosos. Com a pandemia, o buyout ganhou força. O jargão vem do mundo empresarial, onde buyout significa comprar uma empresa, ou parte dela, e assumir o controle.

Além ter acesso a todos os serviços normalmente oferecidos pelo hotel, quem faz buyout também customiza a hospedagem e tem experiências personalizadas. Se o grupo gosta de cozinhar, por exemplo, pode ser possível incluir no buyout o uso da cozinha do hotel. O buyout foi uma das tendências para 2021 que mais me chamou a atenção durante a ILTM, a maior e mais importante feira de viagens de luxo da qual participei mais uma vez em dezembro. Falei sobre buyout, staycation e outras tendências do mercado de turismo de luxo neste meu texto para o jornal O Globo, publicado no início de janeiro.

Leia também: De predador a construtor, é a vez do turismo regenerativo

Na Europa, o buyout aumentou no verão passado como contou na ILTM Kevin Triboulet, diretor de Vendas e Marketing do grupo francês Airelles:

“Tivemos muito buyout no verão europeu. Pan deï Palais, em Saint-Tropez, por exemplo, foi reservado várias vezes por famílias e grupos de amigos.”

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Ainda antes do início do verão de 2020 no Hemisfério Norte, a Virtuoso, associação global voltada para experiências de viagens de luxo, chamou a atenção para o buyout:

Buyout oferece privacidade, que frequentemente é uma prioridade para viajantes do segmento de luxo, assim como distanciamento social, que continuará a ter alta demanda por muito tempo depois de as restrições causadas pela pandemia terem sido suspensas”, disse em entrevista a Forbes Misty Belles, diretora geral de Relações Públicas da Virtuoso.

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No Brasil

A tendência chegou ao Brasil. Dois exemplos de hotéis no litoral que oferecem buyout são o cearense Casana (foto no início deste texto), na Praia do Preá, perto de Jericoacoara, e o potiguar Kilombo Villas, em Sibaúma, nos arredores de Pipa. O Casana tem apenas oito espaçosos bangalôs com vista para o mar, incluindo um com dois quartos e outro com beliches. O Kilombo oferece dez acomodações com decorações únicas, uma delas com 230 metros quadrados. Buyout é mais frequente no segmento de luxo, mas também é possível fechar uma pousada econômica.

Coworth Park: reservar um hotel inteiro é tendência na pandemia
North Lodge, casa com três quartos em Coworth Park, Ascot | Foto de divulgação

Pode entrar que a casa é sua

Como privacidade e distanciamento social não são problemas para a hotelaria de luxo, com a pandemia aumentou também o aluguel de villas, casas e apartamentos dentro de hotéis e resorts, com todos os serviços. Assim como no buyout, experiências podem ser personalizadas e incluir menus exclusivos, por exemplo. Uma das novidades apresentadas na ILTM foi o North Lodge, casa com três quartos, cozinha e jardim privativo no Coworth Park, da Dorchester Collection, em Ascot, a cerca de 15 km do Aeroporto de Heathrow.

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Do lado de cá do Oceano Atlântico há uma nova villa no Cheval Blanc St-Barth Isle de France, no Caribe. A Villa de France tem cinco quartos, cozinha, duas piscinas privativas e acesso à praia.

“É um novo produto com privacidade para o hóspede se sentir em casa, mas com todos os serviços do hotel”, disse durante a ILTM Anne-Laure Pandolfi, diretora de Relações Públicas e Inovação da marca Cheval Blanc, parte do conglomerado de luxo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton) que deve inaugurar este ano um esperado hotel em Paris.

Leia também: Novos hotéis de luxo previstos para abrir as portas em 2021

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‘Private retreats’

Em uma escala maior, a rede canadense Four Seasons tem hoje mais de 750 opções de hospedagem no que chama de private retreats: apartamentos, casas ou villas dentro dos hotéis. Recentemente, o grupo hoteleiro inaugurou cinco residências no Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia. As novas villas do FS Safari Lodge Serengeti têm de um a três quartos e os hóspedes podem fazer safáris exclusivos. Para quem prefere praia, no FS Seychelles uma das novas villas tem sete quartos. Com vista para o Oceano Índico, piscina privativa de borda infinita e cozinha, acomoda até 14 pessoas. Já nas Maldivas a villa de sete quartos pode acomodar até 20 pessoas em uma ilha particular no FS Private Island at Voavah, Baa Atoll.

Residences DC Dubai: reservar um hotel inteiro é tendência na pandemia
Representação do terraço de um dos apartamentos das Residences DC Dubai | Divulgação
Residencial com serviço de hotel de luxo

Para além da hotelaria, o mercado imobiliário de alto padrão incorporou residenciais com grife e serviço de hotel de luxo, entre eles o de concierge. Há lançamentos a caminho neste segmento inclusive no Brasil, como o Rosewood São Paulo. A tendência dos residenciais de luxo com serviço de hotelaria é forte e grupos hoteleiros às vezes fazem o lançamento primeiro no mercado imobiliário. É o caso da Dorchester Collection com as Residences Dubai, previstas para este ano. O novo hotel de Dubai, o décimo do grupo, ficou para setembro de 2022. Em Londres a Dorchester Collection inaugurou recentemente as Mayfair Park Residences, ao lado do hotel 45 Park Lane.

“Sem dúvida os residenciais são um dos nossos focos para o futuro próximo”, disse na ILTM Christopher Cowdray, CEO da Dorchester Collection.

Leia também: Como é uma “staycation” em um resort urbano no Rio

Tudo o que publicamos sobre hotelaria na pandemia está neste link.

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