Volto a comentar uma parte da conversa que aconteceu hoje no Seminário de Turismo da CNC/ O Globo.
Todo evento tem esse “divisor” de águas: antes, durante e depois.
Resumindo, entendo que PARA O SETOR DE TURISMO NO CENÁRIO INTERNACIONAL:
O ANTES, já passou, e acho que o Brasil não conseguiu um posicionamento global para o país, aproveitando as oportunidades de visibilidade que teremos com a Copa. Não temos uma estratégia de comunicação única do país, com uma mensagem que diga ao mundo o que é o Brasil, nossas qualidades ou o que queremos que o mundo saiba sobre nós.
O DURANTE está chegando. E será a opinião dos estrangeiros que virão nos visitar, dos jornalistas e a multiplicação de fotos, vídeos e opiniões sobre o Brasil que poderão levar novas informações sobre nossa riqueza natural e cultural, assim como dos desafios ou problemas que ainda estamos enfrentando. Quando nos conhecem mais aparecem os aspectos bons e os ruins. Espero que o WIFI dos estádios, recepção de hotéis, restaurantes e pontos turísticos funcionem para que as pessoas possam compartilhar suas experiências.
O DEPOIS, tão importante quanto os anteriores, é o momento de reforçar a promoção do país, preparar o ANTES ( quase JÁ) dos Jogos Rio 2016 e tratar de estabelecer uma estratégia de mensagens que desejamos passar ao mundo. Revisar e inovar o Plano Aquarela 2020 para dinamizar e estabelecer novos rumos à promoção internacional do Brasil. Os grandes eventos esportivos não são o fim, mas um passo para avançar no conhecimento do destino.
Sim, e sobre o complexo de vira-lata, favor não confundir os problemas do Brasil, as obras que não estão prontas, as eleições, pois não estou falando disso (apesar de ser este um importantíssimo debate). Estou dizendo que acredito na alma brasileira, no povo brasileiro e em sua capacidade de receber os visitantes. E que problemas e coisas erradas também acontecem em outros países, não é só conosco “porque aqui é o Brasil”.
Bonjour Janine
Tenho acompanhado como posso o andamento dos preparativos por ai.
Aqui deste lado do mundo fomos alegremente invadidos pelo Brasil. Além dos esforços da Embratur e o evento Brasil Sensacional , o que me surpreende é como as empresas privadas das mais diversas áreas entraram no “clima” brasileiro. Os artefatos de marketing servem de consolo para quem não estará ai neste momento memorável.
Bandeirinhas do Brasil na porta do gigante de eletrodomésticos e eletrônicos Darty, todo o estoque de redes, enfeites e bibelôs brasileiros colocados em destaque nas lojas e catálogos Nature et Decouverte, Le Brésil s’invite chez Monoprix com roupas e acessórios de criadores brasileiros, em capas de revistas como Geo, são alguns exemplos de como o Brasil esta presente em nosso quotidiano parisiense e acredito também francês.
Quarenta paginas da revista Geo de maio colocam em destaque os pontos mais turísticos do Brasil do Rio de janeiro até a Amazônia passando é claro por Salvador, Fernando de Noronha, Maranhão entre outros destinos.
O artigo Arretons de Critiquer la Brésil no Correio Internacional lembra que ninguém acreditava que a Grécia estaria pronta para seus Jogos Olímpicos ou mesmo a África do Sul para a sua Copa. Afirma que os brasileiros só estão aproveitando dos holofotes para obter melhores condições de vida e que o mundo deve apoiar e aproveitar da “viagem” que representa uma copa no país do futebol.
Do meu ponto de vista, no que diz respeito a promoção do Brasil no exterior, já estamos desfrutando dos efeitos da Copa.
Basta saber se o milagre brasileiro vai operar não somente durante a Copa, mas também se nosso mercado receptivo saberá desfrutar do momento a curto e longo prazo. Saberá o Brasil aproveitar da onda que essa publicidade pode levantar? Há interesse? Será que deixaremos uma boa imagem, conseguiremos arrancar este estigma de violentos e ladrões que começa a assolar o mundo e voltar a nossa raiz humilde, porém autêntica, honesta e hospitaleira dos bons tempos?
E depois? Terão os hoteleiros disponibilidade e preços, sobretudo preços, para 2015 e 2016? Terão equipe capacitada para responder em inglês e negociar tarifas e condições? Confirmarão os quartos pelos mesmos preços oferecidos quando negociados? Os receptivos terão equipes realmente bilíngues? Adaptarão sua oferta para o mercado estrangeiro? As pessoas aprenderam que dizer “daremos um jeitinho” não inspira confiança no exterior? Espero que sim, pois a oportunidade ainda esta ai.
Ficam aqui alguns links sobre algumas promoções e artigos relativos ao Brasil no mês de maio na França e Dom Tom.
http://www.courrierinternational.com/article/2014/05/15/arretons-de-critiquer-le-bresil
http://www.natureetdecouvertes.com/cadeaux/collection-bresil#2
http://courses.monoprix.fr/RIDG/Le-Bresil-s-invite-chez-Monoprix-14147711
http://www.geo.fr/photos/reportages-geo
Silvia, obrigada tanto pelas informações. É importante saber o que se passa nos mercados. Sua opinião e esses desafios devem ser super analisados pelo mercado e pelas autoridades brasileiras.
Grata pela participação!
Jeanine
Cara Jeanine
Voce acha que o Brasil se sustenta com o depois se nao pensa no durante e nao planeja o antes?
Hoje somos a 6a.economia global com problemas basicos de saneamento, educacao, moradia, saude e transporte (somente para inumerar alguns itens).
O povo esta acordando e vislumbrando uma realidade por dias melhores e nao suporta mais todas as ramificacoes que a corrupcao é capaz de criar e sustentar.
Em linhas gerais nossa situacao hoje é vergonhosamente ridicula!
Se nao temos condicoes de planejar e executar a infra-estrutura, a saude, a educacao e o transporte nas grandes cidades como poderemos ter ordem e progresso?
Abracos