Variação cambial, quais as tendências ?

O Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo divulgou os dados sobre receita e despesa cambial turística referente ao mês de janeiro de 2015 de acordo com os dados do Banco Central.

Os números mostram que houve uma diminuição relevante quanto à receita com gastos dos estrangeiros no Brasil, que totalizou US$ 555 milhões, representando uma redução de 13,78%, quando comparado ao mesmo período em 2014. No primeiro mês do ano passado, os turistas geraram uma receita de US$ 643 milhões no país.

Por outro lado, os brasileiros gastaram um  pouco mais no exterior. Segundo a pesquisa, aproximadamente US$ 2,207 bilhões foram gastos pelos brasileiros em terras estrangeiras, o que gerou um aumento de 4,08%, comparado ao valor de US$ 2.120 bilhões de janeiro de 2014. O fato é que nos últimos anos os gastos dos brasileiros em janeiro sempre crescia a dois dígitos; de 2012 para 2103, por exemplo, foi de +14%.

Ainda é cedo para apontar tendências quanto ao comportamento da receita e despesa cambial turística, mas o primeiro mês do ano, com uma retração de quase 15% das despesas dos estrangeiros no Brasil, já faz o mercado se voltar para o assunto. O ano de 2014 fechou com gastos dos brasileiros quase estagnados em relação a 2013 (+1,13%), e dos estrangeiros em +3%; até aonde foi a influência da Copa do Mundo FIFA, e como a variação e flutuação cambial influenciaram os comportamentos de viagem? O fato é que 2015 já começa com dólar acima de R$ 3,00, e que  janeiro é sempre um mês com gastos altos por conta das férias. Aquecimento do mercado interno? Pequena retração de viagens? A pesquisa de sondagem do MTur mostra uma diminuição de cerca de 4% nas intenções gerais de viagens dos brasileiros nos primeiros seis meses de 2015, seja no nacional ou no internacional.

Nos fóruns internacionais de turismo são remarcados como preocupantes o cenário nacional brasileiro e a possível diminuição do número e do gastos no exterior. O que esse cenário cambial e outros temas relacionados à economia brasileira e global terão de impactos nas viagens? Esses e outros fatores precisam ser avaliados e medidos para contribuir com as estratégias comerciais e institucionais sob o risco de menosprezar ou de superestimar a capacidade e o comportamento dos viajantes. Quais são as tendências até agora na sua opinião?

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Jeanine Pires

Apaixonada pela indústria de viagens e turismo, há 31 anos atua como líder do setor no Brasil e no exterior. Já Presidiu e foi Diretora da EMBRATUR entre 2003 e 2010; é Diretora da Pires Inteligência em Destinos e, no final de 2022, entrou para a CVC Corp como Diretora de Alianças e Relações Governamentais. Jeanine foi Co-fundadora da startup ONER Travel em 2020 e já atuou como Presidente do Conselho da Fecomércio São Paulo e da WTM Latin America. Com formação e especialidade em marketing de destinos e economia do turismo, Jeanine faz palestras, cursos e consultorias.

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