3 TENDÊNCIAS EM ALTA ATÉ DEZEMBRO E COMO APROVEITÁ-LAS

Mesmo com todos os desafios que enfrentamos esse ano, alta de preços, crise geopolítica e as eleições, a vontade de viajar está em alta. Nesse post trazemos 3 tendências que podem ajudar no planejamento de empresas e destinos para os meses que ainda temos em 2022.

VIAGENS EM FAMÍLIA

A grande vontade de estar junto às famílias tem tido um impacto muito grande nos negócios de turismo. Além de gastarem cerca de 25% (EXPEDIA) mais do que outros tipos de viajantes a lazer, os grupos de parentes têm uma característica multi-geracional. Compostos por crianças, adultos e pessoas mais idosas, são uma ótima oportunidade para hospedagem em resort e destinos que apresentam oportunidades de experiência para qualquer idade.

Mostrar os tipos de experiências que proporcionam oportunidades para todas as idades é uma forma de atrair esse público-alvo. muitas famílias querem viajar juntas mas não sabem em que lugar podem encontrar acomodação para todos os que compõem o grupo e têm necessidades diferentes.

DESTINOS DE LONGA DISTÂNCIA

Viagens com duração de mais de 4 horas de avião são uma tendência global. Dados da EXPEDIA dizem que no segundo semestre houve um aumento de 50%, em relação ao ano passado, na demanda por voos de longa distância. na América Latina houve uma demanda para voos para as cidades do infográfico que segue:

Para os brasileiros quem enfrentam uma diferença cambial alta além das oportunidades no Brasil temos buscas intensas para cidades como Orlando e Miami, Lisboa, Buenos Aires e outros destinos da América do sul que ofertam bons preços. Na América do Sul os clientes podem ter experiências diferenciadas. Podem conhecer destinos ainda não explorados, e ainda assim conjugar o câmbio para uma viagem agradável e previsível financeiramente.

VIAGENS COM ENGAJAMENTO

Os viajantes estão buscando maior envolvimento com a cultura local e as comunidades que vivem nos destinos visitados. As experiências desejadas pelos visitantes ultrapassam as fronteiras tradicionais das áreas turísticas nos destinos. Isso traz uma grande oportunidade para que os destinos possam criar ambientes inclusivos para os visitantes nos seus esforços de marketing. Mostrar a diversidade natural, a cultura autêntica e experiências que retratam uma vivência diferenciada, são uma forma de mostrar além do que as pessoas já sabem sobre os destinos.

o que os dados nos dizem sobre internacional até novembro 2020

Estamos no último mês de 2020 e trago um resumo dos dados de chegadas internacionais aéreas no Brasil com base os dados exclusivos fornecidos para a Pires Inteligência em Destinos e Eventos pela empresa espanhola de big data Forwardkeys.

Vale destacar que a OMT desenhou 3 cenários possíveis para o turismo internacional, e o caminho vinha sendo trilhado pelo cenário menos otimista até julho (queda de 58% nas viagens internacionais em 2020, linha cinza). A realidade acabou trazendo uma curva irregular de recuperação, conforme pode-se ver abaixo (linha azul). Esse contexto mostra que existe um panorama não uniforme no mundo em relação às viagens internacionais, que dependerá da vacina, da evolução da pandemia e da volta da confiança nas viagens.

Fonte, OMT 2020.

Quando nos voltamos aqui para a realidade do Brasil os dados coletados pela Forwardkeys mostram que entre janeiro e novembro desse ano o Brasil teve uma queda de 72% nas chegadas aéreas internacionais.

Para as seis próximas semanas, até meados de janeiro, as reservas já realizadas indicam ainda uma variação de -72,6% em relação ao mesmo período de 2019 (07 dez 2020 a 17 jan 2021). O detalhamento dessas informações mostra que, percentualmente, as maiores quedas de mercados emissores no período futuro assinalado devem ser do Uruguai (-96,8%),  Argentina (-87,5%), Itália (84,6%), Alemanha (77,9%), Chile (-75,3%) e França (74,2%). As quedas “menores” podem vir da Inglaterra (-49,5%) e Portugal (-53,9%).

A partir de 2021 temos um novo cenário com o advento progressivo da vacina nos diversos países, a evolução da pandemia e o trabalho que cada país está fazendo para mostrar a segurança nas viagens. É certo que o Brasil tem um grande mercado doméstico que vem mostrando sinais de recuperação, e a reconstrução do mercado Internacional ainda traz muitas indagações; a forma como o país é visto no enfrentamento da pandemia, os temas relacionados ao meio ambiente e ausência de um posicionamento Internacional de que é seguro viajar para o Brasil são alguns dos fatores que teremos que enfrentar de forma determinada.

Em 2019 Brasil já registrou queda de 4,1% de estrangeiros

Photo by Ussama Azam on Unsplash

Hoje a Organização Mundial de Turismo, OMT divulgou o Barômetro de junho sobre o desempenho do turismo mundial, e pela primeira vez tivemos acesso aos dados que mostram o desempenho do Brasil em 2019. Recebemos 6.353 turistas estrangeiros, uma queda de 4,1% em relação a 2018 quando chegaram 6.621 visitantes. Lamentável que no ano passado nosso país já tivesse uma diminuição tão significativa de estrangeiros, quando o mundo registrou aumento de 3,6%, as Américas de 2% e países como a Argentina um aumento de 6,6% (7,4 milhões de turistas), Colômbia + 3,4% e Paraguai +2,9%.

Impactos da pandemia

Os dados da OMT apresentam também com mais clareza os impactos da pandemia no turismo global, mostrando que entre janeiro e abril foram -44% de chegadas internacionais; somente o mês de abril registrou queda de 97%, quando o turismo global ficou totalmente parado. Veja no quadro abaixo a evolução das chegadas nos quatro primeiros meses de 2020 (mundo) comparados com 2019:

JANEIRO 20/191.8 %
FEVEREIRO 20/19-11.7 %
MARÇO 20/19-54.6 %
ABRIL 20/19-97 %

As perdas do turismo global nesses primeiros meses de 2020 foram igualmente estratosféricas, os destinos turísticos e a economia do planeta deixaram de arrecadar US$ 195 bilhões, uma queda de quase 33% em relação ao mesmo período de 2019. O Brasil, que ocupa a 46a. posição entre os países que mais recebem divisas com o turismo, mostrou uma perda de receitas com divisas nesse mesmo período de 31,8%. Já quando se trata dos gastos dos brasileiros no exterior, ocupamos a 20a. posição; gastos estes que caíram 46,1% entre janeiro e abril desse ano em comparação com 2019.

Não posso deixar de apontar aqui minha reflexão: com nosso desempenho no turismo internacional em 2019, somados à pandemia que terá, provavelmente, reflexos pelos próximos 2 ou 3 anos em todo o planeta, como fica o trabalho de promoção internacional de nosso país no médio e longo prazos? O que você acha sobre isso ?

Você pode ouvir mais análises em nosso podcast HUB TURISMO. Se quiser saber mais sobre a série histórica das chegadas de estrangeiros você pode ler nosso post aqui.

Valorização do dólar influencia turistas brasileiros

Os gastos dos turistas internacionais no Brasil cresceram 3,4%, de janeiro a setembro deste ano, em comparação com o mesmo período no ano passado. Essa porcentagem é referente às compras realizadas por cartão de crédito e às trocas oficiais de moeda. E, segundo o Banco Central, ela equivale a soma de US$ 4,51 milhões.

Por outro lado, os gastos dos brasileiros no exterior caíram de US$ 1,72 bilhão no ano passado para US$ 1,19 bilhão, em 2018, no mês de setembro. O que pode ser explicado substancialmente pela desvalorização do real neste ano, principalmente no início do segundo semestre.

Atualmente o dólar opera em alta e ronda R$3,70. Já o euro comercial está custando R$ 4,22. E esses valores têm bastante implicação no mercado turístico. Com a alta dessas moedas os gastos dos brasileiros tendem a diminuir porque dentro deste cenário busca-se reduzir o orçamento para as despesas em viagens no exterior, quando não se chega a adiar ou cancelar essas viagens. Mas vale lembrar que, por outro lado, o valor ainda termina por ser bastante atrativo para os estrangeiros virem ao Brasil. É o que expressa esse crescimento de 3,4%.

Mas não se deve esperar um quadro desanimador para os turistas brasileiros. Por exemplo, segundo a operadora de turismo CVC as suas reservas confirmadas somaram 3,48 bilhões de reais no terceiro trimestre. Número expressivo que totaliza um aumento de 30% comparado ao mesmo período em 2017, mostrando que os brasileiros continuam realizando suas viagens. E ainda neste campo, há de se considerar também que a alta do dólar pode contribuir para impulsionar o turismo interno ou por países da América do Sul. O que não pode ser encarado como algo negativo.

 

5 tendências para o turismo de luxo em 2018

No turismo, a esfera responsável pelas viagens de turistas mais sofisticados e destinos opulentos foi uma das que menos sofreu impactos com o momento econômico fragilizado do país. Em uma pesquisa realizada pela Virtuoso (rede de agências focada em oferecer viagens à classe A, líder no ramo) com consultores do Brasil, foi observado que 21% dos entrevistados afirmaram terem vendido mais em 2017 do que em 2016.

No segmento de luxo, mapas, horários de check-in e check-out e espera por conexão não importam e quase tudo é resolvido pela agência. Com um público alvo exigente e cada vez mais focado na experiência da viagem (tendência crescente em todos os tipos de turistas), a Virtuoso elaborou um relatório onde lista as 5 principais tendências para o segmento em 2018:

O frio é quente: os viajantes de luxo têm concentrado suas viagens em climas mais frios. A Islândia, por exemplo, é um destino que tem ganho popularidade e coloca em ata diversos destinos do segmento. Acompanhando a tendência estão também as redes de cruzeiros, que buscam incluir o Alasca em seus roteiros. Para os viajantes mais aventureiros, destinos como Antártica e Ártico podem ser a melhor aposta.

Explorando novos destinos: uma forte tendência para o próximo ano, pode ser o principal motivador de viagens de luxo em 2018. Assim como os novos destinos, atividades inesperadas como nadar com vida marinha, voar de balão e passear de helicóptero provavelmente serão também um forte atrativo para essa classe de turistas.

Conectando-se com a família através da viagem: abrindo a lista de tendências desde 2010, a viagem multigeracional (quando membros da mesma família, de diferentes gerações, embarcam juntos) estabeleceu-se firmemente como um nicho de viagem. Em seguida, há viagens com familiares imediatos, também uma tendência consistente que será realizada em 2018. Seja alugando uma vila européia para uma festa com entes queridos, cruzando as Ilhas Galápagos ou fazendo mergulhos na Grande Barreira de Corais, viagens familiares seguirão em alta no turismo de luxo.

Experimente a África: da África do Sul, será o principal destino de aventura de 2018 no segmento. De acordo com o relatório da Virtuoso, safaris continuarão sendo parte integrante da experiência africana, em particular com a preservação da vida selvagem, uma prioridade para os viajantes sensivelmente experientes.

Viajante em vez de turista: tendência global, as experiências imersas não encontradas em um guia ou folheto, oportunidades para conhecer os locais, bairros errantes e fazer descobertas espontâneas tornaram-se as melhores maneiras de experimentar um destino e serão uma busca também para os turistas mais sofisticados. Seja em degustação de vinhos, apreciação da culinária local ou aprendizado de artesanato tradicional ou de um novo idioma, os viajantes de luxo também procurarão a verdadeira cultura da área que visitam em 2018.

Desejos genuínos: tendência que já tem sido um motor para os viajantes de hoje. Atividades incomuns e solicitações extravagantes podem ser analisadas e atendidas no segmento de luxo. Viajantes estão pedindo para pastorear gado na Austrália, para hospedar uma festa em uma cápsula privada a bordo do London Eye. Há também a procura por acomodações raras e incomuns, como iglus na Noruega, castelos privados e dormir sob estrelas no deserto. São ideias inusitadas que podem se concretizar serão presentes em 2018 para o segmento.

Além dos 5 pontos principais, as viagens internacionais seguem sendo um foco no turismo de luxo. O interesse em viagens internacionais mais curtas, com duração de menos de uma semana, também deverá aumentar, segundo as previsões da Virtuoso. Os principais destinos globais incluem Itália, Islândia, África do Sul, França, Austrália e Nova Zelândia.

Seguimos acompanhando o Turismo de perto e as tendências para 2018.

Divulgado ranking das 100 cidades mais visitadas do mundo

A Euromonitor International revelou nesta terça, aqui na WTM London, a edição de 2017 do Top 100 City Destinations Ranking, um relatório que aborda as 100 principais cidades do mundo em *chegada de turistas internacionais*. O relatório deste ano inclui dados de previsão até 2025 e incorpora futuras tendências de viagens, dando uma visão mais aprofundada sobre como as tendências de viagens são apoiadas pelas oportunidades e quais desafios as cidades enfrentam no setor.

O Top 10 da lista:

1. HONG KONG: 26.6 milhões de visitantes

2. BANGKOK: 21.2 milhões de visitantes

3. LONDON: 19.2 milhões de visitantes

4. SINGAPORE: 16.6 milhões de visitantes

5. MACAU: 15.4 milhões de visitantes

6. DUBAI: 14.9 milhões de visitantes

7. PARIS: 14.4 milhões de visitantes

8. NEW YORK: 12.7 milhões de visitantes

9. SHENZHEN: 12.6 milhões de visitantes

10. KUALA LUMPUR: 12.3 milhões de visitantes

 

Brasil

A cidade do Rio de Janeiro é a única brasileira da lista. O Brasil é citado no relatório como um dos maiores mercados da América Latina. Anfitrião da Copa em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016, obteve um desenvolvimento significativo graças aos dois grandes eventos, entretanto, recentemente, vem enfrentando “tempos turbulentos” na política e na economia do país, que está se recuperando paulatinamente. Possivelmente, Rio de Janeiro cairá algumas posições na próxima edição do ranking, já que este é feito de acordo com o número de turistas recebidos (no caso do Rio, este número teve alta graças às Olimpíadas).

Crescimento do Turismo na Ásia-Pacífico

Hong Kong, a cidade mais visitada do mundo de acordo com o relatório, é beneficiada pela sua localização estratégica e relacionamento com a China; seguida de Bangkok, que ultrapassou Londres em 2015. As cidades asiáticas dominam os rankings de destino global, graças ao aumento de Turismo de saída chinês. Em 2010, 34 cidades da Ásia-Pacífico estavam presentes no ranking da Euromonitor International, número que saltou para 41 cidades em 2017 e deverá crescer para 47 cidades em 2025. A Ásia-Pacífico é uma região de destaque por ter impulsionado mudanças importantes no setor de viagens, de acordo com relatório. A previsão é que Singapura ultrapasse Londres como a terceira a cidade mais visitada do mundo até 2025, tornando o pódio totalmente asiático.

Europa

Já o desempenho das cidades europeias tem sido dificultado por vários eventos nos últimos anos, incluindo a crise da zona do euro e dos migrantes, bem como a Brexit e ataques terroristas. Apesar da incerteza, alguns destinos europeus, em particular a Grécia, a Itália e a Espanha tem se beneficiado por oferecerem clima semelhante a países do Oriente Médio afetados por percalços políticos.

América do Norte

Os controles de fronteira mais fortes podem pesar no desempenho do Turismo da América. Apesar de terem crescido positivamente, as chegadas dos EUA testemunharam uma desaceleração em 2016 devido a uma forte incerteza dólar e política em torno das eleições dos EUA.

Sobre o provedor

A Euromonitor International é o principal fornecedor mundial de inteligência de negócios global e análise estratégica de mercado.

Para saber mais informações do Turismo em outras regiões, você pode solicitar o download do relatório completo.

Agosto sem desgosto (vídeo)

img_7154Agosto, o mês em que passaram por aqui os Jogos Olímpicos 2016 e em que o dólar teve queda, deu uma movimentada no nosso ano no quesito economia. É o que mostra os dados da receita e despesa cambial turística, divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira.

De acordo com o resultado da receita, turistas estrangeiros gastaram a US$602 milhões no Brasil, um crescimento de 38,14% quando comparado ao mês de agosto do ano anterior (ou seja, US$ 166 milhões a mais). No acumulado do ano, para a receita, há um percentual de aumento de 9,78% em relação ao mesmo período de 2015; totalizando o valor de US$ 4,33 bilhões.

A despesa cambial, por sua vez, teve aumento de 2,3% em relação a agosto do ano passado, indo de US$1,26 bilhão para US$1,29 bilhão. Foi a primeira vez, em um ano e meio, que as despesas dos brasileiros no exterior tiveram alta em comparação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, porém, a variação é negativa em -28,62%, em relação ao mesmo período (de janeiro a agosto) de 2015.

Os dados de agosto conferem um breve suspiro aliviado para a indústria do turismo, que vem agonizando neste ano de 2016. A expectativa é que os números de setembro também tragam algum consolo, ainda que em menores proporções, graças à taxa de câmbio e à Paralimpíada Rio 2016. Longe de ser uma cura e considerando que a situação ainda é de crise, ainda há que se reconhecer que o quadro é crítico, o que não podemos é desistir de buscar soluções para o setor.

Assista vídeo com a análise aqui: RECEITA E DESPESA agosto 2016

E as viagens nos próximos meses

travelaccidentA Sondagem do Consumidor realizada em maio de 2016 pelo MTUR sobre a intenção dos brasileiros em viajar nos próximos 6 meses trazem algumas novidades que merecem uma reflexão. Vou pontuar algumas delas para a evolução de janeiro a maio e adoraria contar com a avaliação dos colegas do mercado e dos estados.

  • a intenção positiva de viajar não mudou nos primeiros 5 meses do ano, segue em torno de 19%, embora seja menor que a média do ano de 2015, que foi em torno de 25%
  • as viagens domésticas e internacionais também não mudaram, cerca de 80% prefere ficar no Brasil e 20% ir ao exterior, com diferenças entre os mercados emissores. Por exemplo, os pesquisados em Porto Alegre mostram 51% de intenção de viagem ao exterior; e os pesquisados em Recife mostram 93% e em Belo Horizonte 89% de intenção de viagem nacional
  • o nordeste (35%) e o sudeste (35,4%) são as regiões preferidas por aqueles que desejam viajar no Brasil; um ponto de atenção, já que em janeiro o nordeste representava quase a metade das intenções dos pesquisados
  • aumenta um pouco a intenção de viajar de avião e de se hospedar em hotéis, caindo a hospedagem em casa de amigos e parentes
  • cai a intenção de viajar dentro do estado (era 34% em janeiro e é de 21% em maio) de moradia e cresce a de viajar para fora do estado (era 66% em janeiro e é de 78% em maio)

Esses dados, que ainda podem ser aprofundados merecem uma reflexão sobre a influência da situação econômica sobre as decisões de viagens, e ao mesmo tempo, das mudanças de comportamento dos consumidores de viagens.

Variação cambial, quais as tendências ?

O Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo divulgou os dados sobre receita e despesa cambial turística referente ao mês de janeiro de 2015 de acordo com os dados do Banco Central.

Os números mostram que houve uma diminuição relevante quanto à receita com gastos dos estrangeiros no Brasil, que totalizou US$ 555 milhões, representando uma redução de 13,78%, quando comparado ao mesmo período em 2014. No primeiro mês do ano passado, os turistas geraram uma receita de US$ 643 milhões no país.

Por outro lado, os brasileiros gastaram um  pouco mais no exterior. Segundo a pesquisa, aproximadamente US$ 2,207 bilhões foram gastos pelos brasileiros em terras estrangeiras, o que gerou um aumento de 4,08%, comparado ao valor de US$ 2.120 bilhões de janeiro de 2014. O fato é que nos últimos anos os gastos dos brasileiros em janeiro sempre crescia a dois dígitos; de 2012 para 2103, por exemplo, foi de +14%.

Ainda é cedo para apontar tendências quanto ao comportamento da receita e despesa cambial turística, mas o primeiro mês do ano, com uma retração de quase 15% das despesas dos estrangeiros no Brasil, já faz o mercado se voltar para o assunto. O ano de 2014 fechou com gastos dos brasileiros quase estagnados em relação a 2013 (+1,13%), e dos estrangeiros em +3%; até aonde foi a influência da Copa do Mundo FIFA, e como a variação e flutuação cambial influenciaram os comportamentos de viagem? O fato é que 2015 já começa com dólar acima de R$ 3,00, e que  janeiro é sempre um mês com gastos altos por conta das férias. Aquecimento do mercado interno? Pequena retração de viagens? A pesquisa de sondagem do MTur mostra uma diminuição de cerca de 4% nas intenções gerais de viagens dos brasileiros nos primeiros seis meses de 2015, seja no nacional ou no internacional.

Nos fóruns internacionais de turismo são remarcados como preocupantes o cenário nacional brasileiro e a possível diminuição do número e do gastos no exterior. O que esse cenário cambial e outros temas relacionados à economia brasileira e global terão de impactos nas viagens? Esses e outros fatores precisam ser avaliados e medidos para contribuir com as estratégias comerciais e institucionais sob o risco de menosprezar ou de superestimar a capacidade e o comportamento dos viajantes. Quais são as tendências até agora na sua opinião?

Extra 12 milhões de viajantes

Esse foi o número de viajantes pelo mundo nos quatro primeiros meses desse ano.

O cenário econômico mundial tem trazido diferentes comportamentos de viagens internacionais nas economias chamadas “maduras” e nas “emergentes”, tendo estas últimas resultados mais positivos. De janeiro a abril de 2013, cerca de 298 milhões de pessoas realizaram viagens internacionais, e nos próximos meses de maio até agosto ( alta temporada no hemisfério norte ), mais 435 milhões de pessoas devem sair em viagens. Nesse período, o crescimento médio foi de 4,3% no planeta, segundo informações da OMT – Organização Mundial de Turismo.

As regiões que mais cresceram foram a Ásia/Pacifico (+6%), a Europa (+5%) e o Oriente Médio (+5%). Mesmo com um cenário de crise, a Europa continua sendo a região que recebe o maior número de visitantes no mundo, o que mostra a importância da indústria de viagens e turismo para a economia regional. A sub-região da América do Sul manteve o mesmo número de viagens de 2012.

Não temos dados disponíveis para conhecer mais de perto o volume de viagens dos brasileiros para o exterior ou dos estrangeiros para o Brasil, mas pelo comportamento de gastos e as informações disponíveis no mercado, estima-se que as viagens dos brasileiros ao exterior diminuíram em relação ao ano passado, e as viagens dos estrangeiros ao Brasil permanecem nos mesmos níveis do ano anterior.

Ano passado, segundo o IPK World Travel Monitor, o número de viagens no mundo cresceu 4% e os gastos 7%.Para todo o ano de 2013, as projeções da OMT trazem um crescimento entre 3 e 4%, e o IPK World Travel Monitor fala em 3% de aumento das viagens no mundo.