Vamos falar sobre economia?

A economia não é nem de longe um dos temas favoritos dos profissionais do Turismo e também não é, talvez, o assunto que todos almejam ler numa segunda-feira de manhã, mas o assunto surge frequentemente devido à predisposição do setor às diversas variáveis, incluindo, obviamente, as alterações econômicas.

A Euromonitor International publicou na última semana um estudo de previsões econômicas ao redor do mundo e, estando o Brasil numa posição instável diante do tema, nosso país foi alvo também do estudo, incluídos dados macro como PIB, inflação, taxa de desemprego, taxa de juros etc.

De acordo com o estudo, nosso mercado emergente possui previsões otimistas de recuperação da economia. Para as taxas de juros, a probabilidade é que haja redução anual.  Com o consumo já se recuperando paulatinamente, a produção industrial também está voltando aos trilhos, apoiada pela produção automobilística, eletrônica e máquinas.

Como resultado, a previsão da Euromonitor de crescimento do nosso PIB fica em 0,5% em 2017 e em 2,1% em 2018.

Relação com o Turismo

Sendo um grande influenciador do setor, o quadro econômico geral conduz algumas esferas e interfere em outras, como o número de viagens para o exterior, o gasto de turistas brasileiros em viagens internacionais, o número de turistas estrangeiros por aqui, compra de serviços de turismo e passagens aéreas, intenção de consumo etc.

Ainda de acordo com a Euromonitor, a estimativa é de que 9,2 milhões de brasileiros realizem viagens internacionais  até o fim de 2017. Nos gastos no exterior, até o mês de agosto, este ano ultrapassou em 35% (em relação ao mesmo período do ano passado) o valor das despesas de brasileiros em viagens para fora do país, de acordo com o Banco Central.

O fato é que, estudos podem prever recuperação e prognosticar riscos, mas a influência do quadro econômico brasileiro no Turismo pode apenas ser sentido no desenrolar dos fatos. Trabalhamos em prol de um setor que é altamente influenciado pela economia e dependente dela, não tem pra onde correr (a solução é permanecer acompanhando!).

Conquistando o turista pelo estômago

Dando continuidade a uma série de posts a respeito dos novos hábitos de consumo e forma de aprimorar a prática de turismo de acordo com as novas preferências dos viajantes, há uma tendência que não passa mais despercebida: o papel da comida na viagem. É importante focarmos no alimento como integrante essencial num roteiro de viagem, pois a gastronomia é uma grande motivação para os viajantes de todo o mundo: de acordo com uma pesquisa da Booking.com, 75% dos viajantes pelo mundo gostariam de escolher um destino por suas comidas e bebidas.

Não se trata apenas de recomendar restaurantes locais. O conteúdo relacionado a experiências de degustação, mercados de alimentos e produtos regionais pode engajar viajantes que buscam experiências gastronômicas, ajudando a impulsionar o mercado local de um destino.

A Catalunha, por exemplo, é um destino que possui uma seção dedicada a comida em seu site, onde apresenta vídeos sobre sua famosa culinária e vinhos da região. Além de aumentar o envolvimento de pessoas interessadas em alimentos, esse tipo de conteúdo também ajuda a promover a autenticidade e a identidade única de um lugar. (Ver vídeo abaixo)

O setor do Turismo em Nova York, a NYCGo, também tem um foco extensivo em alimentos, usando um formato de estilo de revista para apresentar restaurantes, tendências alimentares e peculiaridades que fazem sua cena de jantar tão famosa. Também promove eventos alimentares que acontecem na cidade de Nova York, ajudando os usuários a planejar viagens e eventos específicos, além de obter inspiração.

No Brasil

Por aqui essa tendência já está se tornando uma realidade. A cidade de Florianópolis hoje está entre as 18 cidades no mundo que fazem parte da lista de Cidades Unesco da Gastronomia.

Trazer à tona a regionalidade de um destino através de sua culinária local é uma forma de valorizar a singularidade e agregar exclusividade à viagem. Há muitos anos o paladar faz parte da vivência de viagem dos turistas, está mais do que na hora de darmos a devida atenção à experiência da gastronomia como um relevante motivador da indústria de viagens e turismo.

Este post faz parte de uma série informativa a respeito de aperfeiçoamentos e boas práticas de marketing digital aplicados ao Turismo. Você pode acompanhar mais clicando aqui, aqui e aqui.

Aviação: 2016 teve 3,8 bilhões de passagens aéreas, segundo IATA

O transporte aéreo de passageiros avançou, é o que diz a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que reúne as 275 maiores companhias aéreas do mundo. A IATA revelou nesta segunda-feira (9) que, no ano de 2016, 3,8 bilhões de passagens foram vendidas no mundo inteiro.

A informação foi divulgada no relatório final do desempenho da aviação comercial no ano passado e representa um crescimento de 7% na quantidade de passageiros em relação a 2015.

O crescimento da aviação de passageiros foi mais expressivo no mercado da Ásia-Pacífico, onde o crescimento no tráfego foi de 11,3%, somando 1,3 bilhão de embarques e respondendo por 35% do transporte aéreo em 2016.

A Europa possui, de acordo com a IATA o segundo maior mercado, com 26% de participação.

América Latina

De acordo com o relatório divulgado, a América Latina não obteve um crescimento expressivo no ano de 2016, ficando com um aumento de 1,8% em relação ao ano anterior e representando 7% da aviação global. Entretanto, o mercado latino tem manifestado números positivos que conferem otimismo ao nosso mercado aéreo: no balanço da IATA do último mês de agosto, a América Latina obteve crescimento de 9,3% na demanda, sendo a região que mais cresceu no mês, em comparação a agosto do ano passado.

Brasil

O tráfego doméstico no Brasil subiu 5,5% no mês de agosto e seu crescimento caminha a passos mais vagarosos, devido ao momento econômico ainda instável, apesar de alguns sinais de recuperação. Já a capacidade do doméstico brasileiro subiu 3,6%, o que fez a taxa de ocupação média das aeronaves brasileiras chegarem a 80,3%, uma porcentagem considerável.

A gente segue acompanhando as novidades e desdobramentos do setor.

 

6 destinos subestimados que valem a pena

Praia em Omã, país pouco conhecido do Oriente Médio

Na hora de escolher um destino internacional, claro que há os mais procurados pelos viajantes costumeiros que já têm lugar guardado no coração de quem pretende fazer uma viagem! Mas, um pouco distante dos holofotes publicitários, encontramos alguns destinos pouco conhecidos, mas que podem conquistar o turista ainda na hora de programar a viagem!

Separei aqui uma lista resumida destes destinos subestimados, todos com paisagens, cultura e arquitetura imperdíveis e que valem a pena comercializar ou promover.

6 destinos para sair da rotina e se surpreender!

  1. Omã

Você provavelmente conhece alguém que quer ir ou já foi para o Oriente Médio, mas dificilmente algum conhecido já foi para Omã! E isso deveria mudar, pois lá a cultura da região islâmica é igualmente expressiva e as paisagens são cativantes. Destino conhecido pelos turistas do continente, em Omã o Turismo ocupa uma parcela significativa na economia e os habitantes locais costumam ser bastante acolhedores (uns dos mais hospitaleiros do mundo!) com os visitantes estrangeiros. Há uma gama de passeios: viagem para o deserto, passeio em uma fortaleza de 1.000 anos ou ir à uma ilha com areia branca e água azul cristalina.

 

  1. Romênia

Situado no Leste Europeu é muitas vezes ignorado em favor da Grécia ou Turquia. Em qualquer época do ano, todo o país é presentado com vistas incríveis de florestas e lagos. Além das paisagens naturais, a Romênia também abriga diversos castelos e fortalezas antigas que podem ser visitados pelos turistas, incluindo o célebre castelo do Drácula, construído em meados de 1300, um dos passeios mais procurados por lá.

 

  1. Bolívia

Um dos países mais surpreendentes da América do Sul de se visitar. Só o ponto de partida, La Paz, é uma cidade colorida e interessante para se explorar a pé. Saindo de La Paz, há o Lago Titicaca, montanhas para fazer trilhas, zona rural com belas paisagens, fontes termais, minas de prata e as famosas planícies de sal, que são de uma brancura a perder de vista. A Bolívia também fica bem ao lado do Peru, portanto é um complemento perfeito para uma viagem a Machu Picchu.

 

  1. Albânia

Localizada na costa entre a Grécia e a Croácia, já pode esperar da Albânia uma paisagem “praiana mediterrânea” parecida, porém com bem menos turistas e muito, muito mais barata! É possível conhecer praias paradisíacas na Riviera Albanesa, desfrutar da culinária mediterrânea e da cultura rural no interior. Há um porém: se estiver procurando hotéis de luxo, é melhor visitar um país vizinho! Na Albânia, hotéis e pousadas em sua maioria, possuem estruturas simples, porém muito confortáveis, mas não luxuosas.

 

  1. Mianmar

Antes chamado de Birmânia, o Mianmar é um país que abriu suas portas para o Turismo recentemente (em 2012). Quem visita, descreve o país como um destino único, onde se vive experiências autênticas e emocionantes. Parte desse encanto dos visitantes se deve aos birmaneses, que são hospitaleiros e gostam mesmo de receber os turistas. Mianmar está repleto de templos fantásticos que impressionam os visitantes, como o Shwedagon Pagoda. Na cidade de Bagan, é possível fazer o conhecido passeio de balão e, se não quiser ir de balão, admirar a vista dos balões coloridos no céu ao amanhecer do dia já é uma experiência inesquecível.

 

  1. Nicarágua

Provavelmente o destino mais barato da América Central, não deixa a desejar em nada, pois possui tantas opções de passeios e paisagens deslumbrantes quanto seus países vizinhos. Apesar de não ser um país muito grande, há uma variedade de atividades: cidades coloniais com construções antigas, praias maravilhosas por toda a costa (algumas perfeitas para a prática de surf) e, para os mais aventureiros, pode-se escalar um vulcão ativo e descer de “Volcano boarding”, acampar na selva e nadar em cachoeiras.

Alguns destes países “não descobertos” possuem enorme potencial para tornarem-se destinos bastante visitados futuramente! A opção de sair do comum e conhecer um desses grandes destinos pode ser tão irresistível para o futuro visitante quanto a ideia de conhecer um lugar já ovacionado pela maioria. Vale a pena apostar num desses destinos e se surpreender!

Como anda a estratégia do seu site?

Tennessee Vacation: exemplo de interface atraente e interação com o visitante digital

Sabendo da importância de um projeto bem feito de marketing para as vendas de uma empresa (seja ela de Turismo ou não), há, em meio a tantas modalidades de promoção de produtos e/ou marca, um que, não raro, é feito sem muita cautela, mas merece especial atenção, por se tratar de um veículo de interação com o cliente e não só de recepção: os sites.

O site oficial de uma empresa é um mecanismo de divulgação e o espaço que acolhe o futuro cliente e por isso deve ser pensado cuidadosamente com o intuito de atrair e cativar o visitante. No marketing, a área do design responsável em criar uma interação agradável do usuário com interfaces, produtos e sistemas, é chamada de UX (User Experience). A experiência do usuário está desde o fluxo de tela, disposição de imagens e até nas cores dos botões de clique.

No Turismo, enquanto a maioria dos sites relacionados a viagens tem maior atenção à área de reservas, algumas páginas tentam atrair turistas se concentrando num conteúdo informativo e com o design cuidadosamente projetado e direcionado.

Como exemplo, separei alguns sites de destinos que se utilizam do Slick UX (interface responsiva e simples) e de um visual atraente, que atrai o possível visitante.

O Tennessee Vacation toma a atenção do usuário com imagens altamente visuais e atraentes, projetadas
para destacar diferentes aspectos do estado americano.  Também ajuda diferentes tipos de viajantes
a navegar pelo site, dependendo do que eles estão interessados.















Outro exemplo de design excelente é o Visit Finland - especificamente seu mapa animado. Os usuários são
levados ao redor do mapa à medida que rolam, com cada seção detalhando informações sobre as 
principais atrações dentro de quatro regiões. O mapa em si é muito parecido com desenhos
animados, o que atribui um diferencial, gerando uma fácil experiência para o usuário e o contentamento
de um design lúdico.

No Reino Unido, o Visit Cornwall também faz uso de design marcante, integrando o vídeo do site em sua
página inicial. Apresentando as belas vistas costeiras do condado em imagens dinâmicas, a interface capta
a atenção do usuário e mostra seu atrativo exclusivo logo de início.
 
Pode parecer banal à primeira vista, mas um estudo detalhado de criação de interfaces e elaboração de
uma estratégia calculada pode fazer toda diferença no engajamento dos usuários com uma página e,
consequentemente, no aumento de vendas de um produto. Conhecimentos a respeito de inovações que
façam diferença, tragam mais eficiência e promovam oportunidades são sempre bem-vindos!

Este post faz parte de uma série informativa a respeito de aperfeiçoamentos e boas práticas de
marketing digital aplicados ao Turismo. Você pode acompanhar mais clicando aqui e aqui.

 

 

 

Brasileiros gastam 35% a mais em agosto

O Banco Central divulgou essa semana os números da receita e despesa cambiais no País durante o mês de agosto deste ano. De acordo com o balanço, os gastos dos brasileiros no exterior chegou ao valor de US$ 1,75 bilhão, correspondendo a um percentual de 35% superior a agosto de 2016 (quase US$ 500 milhões). No entanto, a cota não superou, mas se aproximou do mês de julho deste ano (um mais alto desde janeiro de 2016), quando os brasileiros chegaram a gastar US$ 1, 87 bilhão em viagens internacionais.

Já os estrangeiros deixaram aqui no país no mês passado US$ US$ 455 milhões, ou seja, quase 25% a menos quando comparado ao mês de agosto de 2016. No acumulado do ano, de janeiro a agosto de 2017, a receita cambial foi de US$ 3,95 bilhões, correspondendo a um percentual de 6,39% inferior ao mesmo período de 2016.

A redução do montante deixado aqui no Brasil pelos estrangeiros já era prevista, já que, o mês de agosto do ano passado foi a época em que recebemos os Jogos Olímpicos e tivemos, devido a isso, um aumento considerável na receita cambial do País (não só no mês referente, mas em todo ano como se pode observar na comparação entre o acumulado de 2016 e 2017).

Provavelmente, teremos uma avaliação mais “justa” na receita cambial do mês de setembro, onde poderemos fazer uma análise mais real dos valores deixados pelos visitantes estrangeiros aqui. Já o aumento dos gastos brasileiros se justifica não só pelo período favorável de viagens (julho e agosto), mas também pela cotação do dólar, que tem se mantido relativamente estável, caminhando na casa dos R$ 3,15 a R$ 3,20.

 

 

Bem-vindo à Miami

Não raro, quando destinos são acometidos por circunstâncias imprevisíveis e das quais não se pode ter controle, o Turismo possui o desafio de se reerguer atravessando algumas consequências. Conforme acompanhamos, Miami foi recentemente visitada pela força do furacão Irma, que abalou edificações, derrubou árvores e guindastes e inundou ruas da cidade.

A indústria de Turismo local foi uma das primeiras a se movimentar a fim de manter a comunidade em andamento: após o restabelecimento da ordem e em busca de uma rápida recuperação, Miami e suas praias já estão abertas para negócios de Turismo e dão as boas vindas aos visitantes.

O setor é uma das principais indústrias da cidade, que recebe visitantes nacionais e estrangeiros em todas as épocas do ano.

Para incentivar os visitantes a visitarem Miami, o Greater Miami Convention & Visitors Bureau (GMCVB) lançou uma nova campanha, a #MiamiNow que conta com uma variedade de pacotes promocionais para atrair turistas ao destino. A promoção apresenta uma série de ofertas em que os visitantes se beneficiam de descontos em acomodações, restaurantes, spas, museus atrações e compras.

O principal objetivo do incentivo é dar suporte aos diversos componentes e empresas da indústria do Turismo local e trabalhar na manutenção dos empregos ligados ao setor. De modo que, praticamente, toda a cadeia envolvida na indústria tem se empenhado a atrair visitantes e minimizar ao máximo os efeitos do furacão Irma no Turismo de Miami.

Não é de hoje que afirmamos que o Turismo é uma força em prol de desenvolvimento. O setor tem, cada vez mais, se mostrado um apoio econômico-social indispensável nos destinos que o priorizam. Seguimos acompanhando.

Nordeste e desembarques internacionais em alta

O Nordeste segue sendo o destino de viagem doméstico preferido dos brasileiros, é o que informa a pesquisa do mês de agosto do Ministério do Turismo divulgada nesta semana. A região foi indicada como destino de 50,7% dos brasileiros que pretendem viajar num  horizonte de 6 meses.

Em agosto, pela primeira vez em 11 meses, a região Sul supera o Sudeste como destino de preferência dos entrevistados, com 18,5% da preferência. O que provavelmente ocorre porque os atrativos do Paraná, Santa Catarina e especialmente do Rio Grande do Sul (Natal Luz) estão sendo amplamente divulgadas.

No Sudeste, destinos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo devem receber a visita de 17,3% dos brasileiros que planejam viajar até fevereiro de 2018.

De acordo com a pesquisa, a porcentagem de pretensão de viagem para os próximos seis meses na relação com a agosto do ano passado não sofreu alteração expressiva. Em 2016, 21,4% dos brasileiros manifestaram perspectiva de viagem, percentual que chegou a 21,7% em agosto deste ano.

A preferência dos viajantes brasileiros por transporte aéreo, por sua vez, demonstrou alta de 4% se levarmos em consideração o mês de agosto de 2016, chegando a ser a opção escolhida por 60,5% dos que querem viajar nos próximos 6 meses.

Enquanto isso…

No panorama doméstico da aviação, de acordo com o Ministério do Turismo, de janeiro a junho de 2017, foram registrados 44,2 milhões de desembarques nacionais, o que confere uma retração de 0,64% em relação ao mesmo período no ano passado.

Já os números de desembarque internacional do Brasil, ainda segundo o levantamento do MTur,  tiveram leve alta. O País registrou, no primeiro semestre, uma alta de 1,97% no número de chegadas internacionais, o que equivale a 5 milhões de desembarques a mais do que no mesmo período em 2016.

Seguimos acompanhando.

Vídeos imersivos: grande tendência digital

Visit Philadelphia

Os serviços de assessoria e consultoria para o Turismo têm mudado expressivamente ao longo dos anos e as formas de tornar destinos atrativos e alcançar turistas também têm acompanhado essas transformações.

Há, cada vez mais, uma busca pela aproximação na comunicação com os viajantes e os recursos online são a principal ferramenta para motivar pessoas a viajar.

Como consultora há mais de 15 anos no mercado, entendo que. assim como o Turismo, nós que fazemos o setor também não podemos parar. Na busca por novos aprendizados, encontrei no site da Econsultancy (plataforma de pesquisa, aprimoramento e treinamento em Marketing Digital) uma tendência que tem ganhado força no Turismo, no mundo inteiro: o vídeo imersivo.

O que são vídeos imersivos? São os vídeos de 360 ​​graus, apresentados em 2015 pelo Facebook e pelo YouTube e já experimentado por muitos destinos turísticos. Os benefícios são visíveis: se bem feito, o vídeo de 360 ​​graus permite que os espectadores “mergulhem” em um destino, bem como atividades ou eventos específicos, gerando um engajamento muito maior do que o vídeo padrão.

Alguns dos melhores exemplos de marcas de Turismo que usaram a ferramenta:

Excursão virtual da Filadélfia

Visit Philadelphia permite aos espectadores saltar para as vistas e sons da Filadélfia com uma série de vídeos imersivos dos pontos mais reconhecidos da cidade.

Os espectadores podem andar de skate ao longo da Ponte Benjamin Franklin, olhar ao redor de Elfreth’s Alley e experimentar o que é estar no meio da Washington Square. Com um formato de tela cheia, ele oferece uma ótima maneira de ter um vislumbre do que é realmente estar lá.

VisitLEX Horses

Lexington em Kentucky é conhecida como ‘país do cavalo’. O conselho de turismo da cidade, VisitLex, escolheu aprimorar esse atrativo nicho com um vídeo de 360 ​​graus, Horses.

O vídeo conduz os espectadores ao mundo dos cavalos, permitindo que eles tenham uma visão 360 ​​graus de um dia de corrida, a preparação dos animais e os campos em que eles vagam. Ao se concentrar nisso e não na localização geral, o VisitLex pode segmenta o alvo, atingindo um público muito mais específico.

https://www.youtube.com/watch?v=4bx-RXegHus

British Columbia: Whistler Within

A Columbia Britânica, província canadense, usa muita ação para no roteiro do seu vídeo de 360 ​​graus, Winter Within, mostrando aos espectadores exatamente como é esquiar na área. De fato, ao permitir que os espectadores naveguem onde quer que escolham, acaba oferecendo uma visão do que os próprios esquiadores desfrutam.

https://www.youtube.com/watch?v=VVRAB4eoPbk

Os vídeos tour de 360 ​​graus pode servir para um propósito funcional, de inserir o futuro visitante no destino e fazê-lo conhecer a paisagem, a fim de torná-la ainda mais atrativa. Essa tecnologia, quando aplicada aos vídeos de aventura, transmite uma emoção diferente da simples observação, passando um pouco da adrenalina ao turista. Em ambos os casos, os vídeos 360º são uma tendência de marketing de destinos para os próximos anos.

Em breve trarei mais tendências digitais para a indústria de viagens e Turismo. Continuamos atentos ao setor.

 

O efeito “Trump slump”


Enquanto mais pessoas estão viajando no mundo todo (de acordo com a UNWTO), cada vez menos turistas estão escolhendo os Estados Unidos como destino. É o que informam os dados da U.S. Travel Association (Associação de Viagens dos EUA): as chegadas de turistas internacionais caíram abruptamente na terra do Tio Sam desde o começo de 2017.

No primeiro trimestre desse ano, a associação informou o número de 7,3 milhões de chegadas de visitantes internacionais (excluindo Canadá e México), ou seja, uma queda de 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O decréscimo foi notado em quatro dos primeiros sete meses do ano, mas foi mais percebido nos meses de fevereiro e março, que apresentaram queda de 6,8% e 8,2%, respectivamente.

A queda de desembarques internacionais nos EUA alimenta o receio de que a política vigente esteja afastando os turistas, sendo um dos efeitos “Trump slump”. Principalmente porque as quedas foram mais observadas nos meses seguidos à posse do presidente norte-americano.

A queda mais acentuada veio dos turistas do Oriente Médio; a já esperada diminuição é resultado da chamada “proibição muçulmana”, norma da administração Trump que afeta viajantes do Iraque, Irã, Síria, Iêmen, Sudão, Líbia e Somália e entrou em vigor ainda em janeiro, logo após Trump assumir a presidência.

Os países do Oriente Médio estão longe de ser os principais emissores de turistas para os EUA, mas ainda assim, prevê-se que o país americano irá perder, até o final do ano, a receita de mais de $350 milhões de dólares de turistas de países muçulmanos.

Ainda, as visitas aos EUA dos viajantes mexicanos  (cujo país de origem é o principal alvo do sistema anti-imigratório da atual Casa Branca) diminuíram também este ano, apresentando queda de 7% no primeiro semestre.

Além disso, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) também acredita (declaradamente!) que as políticas do presidente estão tendo um efeito resfriador no turismo vinculado aos EUA,  não apenas por parte dos países afetados pela proibição muçulmana, mas também de outras partes do mundo.

De acordo com UNWTO, foi registrado no Barômetro do Turismo de 2017 uma alta de 4% no número total de desembarques internacionais nos Estados Unidos. Mesmo assim, as organizações do Turismo americano preveem uma leve queda no fechamento deste ano.

Força do dólar

Em contrapartida, subjacente ao declínio no turismo vinculado aos EUA, tem sido o dólar forte, o que torna os EUA mais caro para os estrangeiros visitarem. A queda dos visitantes nos EUA pode ser produto da combinação do reflexo da política Trump com a força da moeda americana.

Brasileiros nos EUA

Em 2016, os Estados Unidos receberam 1,69 milhão de turistas brasileiros. O número é o menor desde 2011 e 24% abaixo do que o registrado em 2016, mas ainda assim expressa 2,2% do total de turistas no país durante o ano passado.

Para 2017, a previsão é de que esse número caia ainda mais: a Associação de Viagens dos EUA prevê uma queda de 23% na chegada de visitantes brasileiros. Entretanto, como não é tão difícil observar, é provável que esta queda seja consequência não da política Trump, mas resultado de nossas próprias políticas.

Seguimos acompanhando.