Somos todos paralímpicos

Paralimpiadas_aberturaApós a deslumbrante cerimônia dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a abertura dos Paralímpicos não podia ficar para trás. Em uma cerimônia emocionante, o Rio celebrou novamente a estada dos Jogos no Brasil.

Com o Maracanã praticamente lotado, os espectadores presenciaram um espetáculo de superação e criatividade. O surpreendente salto de Aaron Wheelz, a belíssima versão do hino nacional tocada por João Carlos Martins, o colorido do tema de praia, a dança luminosa, Amy Purdy em um dueto robótico, o desafio do nadador Clodoaldo Silva para acender a pira: tudo nos cativou e nos fez refletir a respeito da inclusão de quem possui algum tipo de deficiência.

Enquanto se desenrolava a cerimônia, começava a polêmica: a Rede Globo, emissora oficial dos Jogos e assídua das competições da Rio 2016, não transmitiu ao vivo a abertura das Paralimpíadas. Apesar do slogan “Somos todos olímpicos”, o canal transmitiu, inclusive para o Rio de Janeiro, sua programação normal de novelas, jornal e o futebol, o que gerou insatisfação dos espectadores da TV aberta e muitas críticas nas redes sociais. Mais tarde, a emissora levou ao ar um compilado de 30 minutos dos melhores momentos da cerimônia, que teve 4 horas de duração.

Em resposta, a emissora afirmou seu compromisso com os Jogos Paralímpicos e declarou: “tomamos a decisão artística de fazer um compacto com o melhores momentos, pois acreditamos que este era o formato que proporcionava a melhor experiência para o nosso público”.

Discussões à parte, o Brasil provou mais uma vez que sabe emocionar. E, aos poucos, a gente acrescenta mais um legado da passagem dos Jogos por aqui: a quebra de preconceitos e a celebração das diferenças. Esse momento é a cara do Brasil, da diversidade, das diferenças e da alegria. Força diante da adversidade e a mania de não desistir.

É a vez das Paralimpíadas

paralimpiadasApós todo o frenesi dos Jogos Olímpicos do Rio, chegou a vez de acompanharmos os Jogos Paralímpicos Rio 2016, cuja cerimônia de abertura será hoje (7). Com 23 modalidades, 11 dias de competição e milhares de histórias de superação, os Jogos Paralímpicos terão o total de 528 disputas por medalhas e receberá mais de 4 mil atletas do mundo todo.

Infelizmente, a grande maioria das emissoras de TV aberta não transmitirá a cerimônia de abertura, que acontecerá no Maracanã e promete ser surpreendente. Com o tema “Todos têm coração”, a cerimônia contará com uma equipe de 500 profissionais e mais de 2 mil voluntários.

Para quem tem acesso à TV por assinatura, vale dar uma conferida na festa que irá declarar o início dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, hoje às 18h15.

Brasil nas Paralimpíadas
Esta será a 12ª participação do Brasil nos Jogos Paralímpicos e será a maior delegação da história do país, com 287 atletas. Já considerado uma potência no esporte Paralímpico, o Brasil ficou em 7º lugar no ranking geral de medalhas (com 43, no total) em Londres-2012. O objetivo deste ano é ficar em 5º lugar no quadro geral. Garra e força de vontade não faltam. Boa sorte para os nossos heróis paralímpicos!

Sustentabilidade no turismo

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Sustentabilidade em foco na Rio 2016 (Foto: Divulgação)

Muito se fala em sustentabilidade, mas, apesar de ser sempre debatida, a própria definição da palavra é, para alguns, ainda um tanto confusa. Indo além do “ecologicamente correto”, o desenvolvimento sustentável, segundo a Organização Mundial de Turismo, abraça estratégias que supram necessidades de trabalho sem comprometer recursos para gerações futuras. No entanto, trazer esse conceito para o turismo caracteriza um desafio, principalmente quando sabemos tão pouco a respeito do impacto causado pelos visitantes em nosso destino.

Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, por exemplo, foram implantadas uma série de medidas que contribuem para a sustentabilidade no turismo, como: distribuição de cartelas sobre turismo responsável, o reforço de práticas de preservação do ambiente público, e roteiro diferenciado das cidades, idealizado pelo Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente (PNUMA) com indicação de ecoturismo, culinária regional e atividades culturais.

O assunto também está na agenda da 44ª ABAV – Feira Internacional de Turismo, que ocorrerá no fim deste mês em São Paulo.

Por quê o tema é importante? Tem-se como abrangência da sustentabilidade três pontos essenciais que também são fatores determinantes do turismo: aspectos ambientais, aspectos socio-culturais e aspectos econômicos. Ao aprimorar e preservar esses aspectos há influência direta no setor de turismo. Essa associação dá origem ao turismo sustentável, que é a forma de gestão que preserva os processos ecológicos, a cultura e movimenta a economia de um destino.

O Brasil ainda tem muito o que analisar e aprimorar dentro deste debate. Desde o incentivo de pesquisas de efeitos do turismo para o destino até a criação de estratégias que desenvolvam a sustentabilidade. Discutir e agir diante da fragilidade da nossa gestão nesse aspecto é fundamental para a geração de mudanças e, na mesma proporção, para a garantia de negócios, empregos e investimentos.

Férias na Síria?

Siria_videoMar azul, clima ameno, praia lotada, o cenário perfeito para as próximas férias: foi dessa forma que o Ministério de Turismo Sírio retratou, em vídeo (clique aqui para ver) publicado no YouTube na última terça-feira, a cidade litorânea de Tartus, na costa da Síria. O país, que está em guerra desde 2011, atravessa um momento extremamente delicado para o setor e surpreende divulgando uma Síria diferente do cenário de guerra ao qual já estamos “habituados” a ver.

Intitulado de “Syria always beautiful”, o vídeo pode impactar tanto positivamente como negativamente. A tentativa do Ministério do Turismo Sírio de mostrar uma outra imagem da Síria é coerente e perfeitamente compreensível, porém o vídeo como um convite para férias no destino pode ser tido com uma ideia insólita, principalmente se levarmos em consideração que a cidade retratada, Tartus, sofreu ataques em maio deste ano.

Desde a sua divulgação, o vídeo tem causado polêmica. No Youtube, pode-se ver comentários de desaprovação com termos como “piada do ano”, “puro cinismo” ou classificando a publicação como “indecente”.

Ainda nadando contra a maré, o Ministério Sírio também divulgou no Facebook que o turismo local teve aumento de 30% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2015.

Entrada liberada

vistobrasilA Olimpíada acabou, mas alguns dados do turismo no período dos jogos continuam sendo divulgados. O Ministério do Turismo informou nesta terça-feira (30) os resultados da isenção unilateral e temporária de vistos para turistas americanos, japoneses, australianos e canadenses. A medida foi bem sucedida: segundo o MTur, de 28 de julho a 15 de agosto, 40 mil turistas destes países foram beneficiados com a entrada facilitada no Brasil e injetaram U$$ 48,5 milhões na economia do país.

No entanto, os turistas advindos desses países não foram a maioria. Das quatro nacionalidades beneficiadas com a isenção de visto, apenas os EUA estão entre os países que trouxeram mais visitantes à Rio 2016 (na primeira colocação, diga-se de passagem). Em seguida estão a Argentina e a Inglaterra; já Austrália, Japão e Canadá não estão nem entre os dez primeiros.

Especialmente nos Estados Unidos a isenção foi amplamente divulgada, a embaixada criou um blog para informar os cidadão americanos a respeito e fez campanha em redes sociais. Bom para nós, já que o turista norte-americano é o que mais gasta no Brasil no segmento lazer. O gasto médio por dia do visitante aqui é de US$ 125,21, enquanto a média global é de US$ 87.

E se adotarmos a medida permanentemente? O MTur comunica que o fluxo de turistas aumentaria em 20% e teríamos um impacto de U$$ 175,2 milhões na economia ao ano. Mas ainda há muito a ser debatido antes de tornar vigente a permanência da medida de incentivo e na contabilização dos efeitos da isenção.

Vale ressaltar que os resultados do levantamento são parciais e restritos à Rio 2016, uma vez que a isenção de vistos passou a valer em 1º de junho e continuará até 18 de setembro, data em que se encerram os Jogos Paralímpicos. Essa e outras medidas que possam significar a retirada de barreiras para a entrada de visitantes são debatidas há muitos anos, continuar insistindo e convencendo as lideranças parlamentares é uma importante tarefa dos profissionais e entidades do setor.

Marketing nos eventos

Close-up of business people handshaking on background of modern building

Hoje, ao invés de falar de marketing dos eventos, falarei da vantagem do marketing nos eventos, que é o que impulsiona a estratégia de aplicações empresariais em determinadas atividades de um destino. A lógica é simples: atrelamos a imagem do destino a um fator-chave que garanta a captação de turistas e gere visitação e já temos uma relação vantajosa para publicidade de marcas e serviços, o que motiva o investimento das empresas através da associação com o evento, o conhecido patrocínio.

O investimento em eventos é parte integrante do planejamento financeiro e de marketing de empresas que desejam estabilizar ou reforçar sua marca no mercado, ou para segmentos específicos.

A movimentação econômica gerada através deste tipo de parceria é um fator motivador para o segmento do turismo de eventos no país. A exemplo: de acordo com levantamento feito pela Meio & Mensagem, as confederações nacionais do ciclo olímpico da Rio 2016 receberam R$ 1,85 bilhão, apresentando dados das empresas que divulgaram valores. Somando o incentivo das marcas que não externaram números, a estimativa é de que este valor supere os R$ 2 bilhões. Desta quantia, R$ 635,25 milhões foram aplicados pelas estatais Banco do Brasil, Caixa, Correios e Petrobras.

Além disso, o Comitê Olímpico Brasileiro divulgou que assumiu o orçamento de R$ 7,4 bilhões, apresentando o valor como sendo 100% de origem da iniciativa privada.

Esses números não são em vão. Segundo a Kantar IBOPE Media, Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, mais de 10 milhões de pessoas foram impactadas pelas marcas atreladas a Rio 2016 e, deste total, cada pessoa assistiu, em média 322 comerciais de marcas associadas, durante o período dos Jogos (de 5 a 21 de agosto).

Para organizadores de eventos e profissionais do setor do turismo, o patrocínio surge também como uma oportunidade e é importante que o próprio evento transmita credibilidade para provocar interesse das marcas. O planejamento, estudo de público e análise de interesse de mercado é essencial para todas as partes envolvidas.

Brasil: tamanho do turismo

O WTTC – World Travel & Tourism Council, sob a responsabilidade da Oxford Economics publicou sua pesquisa anual sobre o impacto do turismo na economia dos países.

O Brasil e outros 184 países vem sendo monitorados todos os anos em relação ao tamanho da atividade de viagens e o PIB, a geração de empregos, as exportações e os investimentos no setor. Os dados que representam os resultado de 2015 mostram o Brasil em 10 lugar em termos absolutos no tamanho da atividade turística, mas ainda longe do que poderia representar pelo tamanho do país e de alguns resultados negativos esperados para 2016 nas tendências estudadas. Veja os principais resultados:

WTTC

  • PIB 2015: contribuição direta de 3,3%  (R$ 190,5 bilhões)
  • PIB 2016: previsão de queda de 0.9%
  • EMPREGOS: geração direta de 2.624.500 empregos/ previsão de aumento de 2,5% em 2016
  • EXPORTAÇÕES GERADAS PELOS GASTOS DOS VISITANTES: 2,7% das exportações (R$ 20.4 bilhões)
  • INVESTIMENTOS EM TURISMO: 5,7% dos investimentos gerados (R$ 61,3 bilhões)/ previsão de queda de 0,8% em 2016

Receita e despesa cambiais até aqui

storeO mês de julho deste ano registrou uma queda de 0,41% na receita cambial referente aos gastos de turistas estrangeiros no Brasil, de acordo com pesquisa do Ministério do Turismo. O estudo revela que a receita de julho de 2016 foi de U$$ 466 milhões, enquanto a de julho do ano passado foi de U$$ 468 milhões.

Apesar da queda neste primeiro mês do segundo semestre, os números gerais são positivos. No acumulado do ano, ou seja, de janeiro a julho de 2016 foram gastos, por turistas estrangeiros, U$$ 3,62 bilhões no Brasil, o que corresponde a um percentual de 6,16% superior à receita do mesmo período em 2015, que foi de U$$ 3,41 bilhões.

Já o número de gastos dos brasileiros em viagens internacionais no mês de julho deste ano, U$$ 1,36 bilhões, foi inferior em 18,8% em comparação ao mesmo período do ano passado, cujo valor da despesa foi de U$$ 1,68 bilhões. No acumulado do ano, a despesa cambial também sofreu queda: de janeiro a julho de 2016 foi de U$$ 7,89 bilhões, enquanto no mesmo período em 2015 o valor dos gastos dos brasileiros no exterior foi de U$$ 11,62 bilhões, correspondendo a uma queda de 32,05%.

Ficamos, então, no aguardo do fechamento do balanço deste mês de agosto, quando, durante três semanas sediamos os Jogos Olímpicos e na expectativa de crescimento do percentual de receita referente aos gastos dos turistas internacionais, de acordo com a Prefeitura do Rio, aproximadamente 410 mil visitantes estrangeiros, vindos de mais de 200 países, desembarcaram na cidade maravilhosa no período da Olimpíada.

O turismo da Olimpíada em números

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Créditos: MTur

A Rio 2016 está perto do seu encerramento e o Ministério do Turismo divulgou recentemente algumas informações e resultados de pesquisas a respeito de dados e contribuições da Rio 2016 para o setor turístico do Rio de Janeiro.

A pesquisa, realizada entre os dias 3 e 16 de agosto, ouviu turistas nacionais e estrangeiros, totalizando 4.150 pessoas. De forma geral, tantos os turistas brasileiros quando os de fora, avaliaram sua viagem de forma positiva. Vamos aos números:

A maioria dos turistas internacionais veio dos Estados Unidos (21,2%), Argentina (14,8%) e Inglaterra (4,8%). O índice de satisfação com a viagem foi de 83,1%. Já a maioria dos turistas nacionais veio de São Paulo (33%), Minas Gerais (11%) e Rio Grande do Sul (6,1%), o índice de satisfação para os turistas domésticos foi de 98,7%.

O serviço de transporte público, um dos motivos de preocupação durante o período pré-Olimpíada, superou as expectativas, tendo aprovação de 86,6% dos turistas estrangeiros e 82,1% dos nacionais.

No quesito infraestrutura, 90,1% dos turistas internacionais aprovaram o serviço de taxi, 88,4% a segurança pública e 94,6% elogiaram os aeroportos (este índice ficou em 91,6% para os viajantes domésticos). Ainda na infraestrutura para o turista, a “diversão noturna” do Rio foi a melhor avaliada, sendo ‘muito boa’ ou ‘boa’ para 96,2% dos estrangeiros e 93,6% dos turistas brasileiros.

O preço da alimentação foi um dos menos bem avaliados, sendo considerado ‘ruim’ ou ‘muito ruim’ por 50,8% dos turistas de fora.

Como a gente já sabe, a simpatia do brasileiro não é mito. E a hospitalidade do carioca, como a já imaginávamos, foi elogiada por 92% dos brasileiros e por 98,6% dos turistas internacionais. O estudo revelou ainda que 87,7% dos turistas estrangeiros têm a intenção de voltar ao Brasil e 94,2% dos brasileiros querem voltar ao Rio de Janeiro.

Até agora, num panorama geral, o Brasil tem ido bem e, apesar de ainda haver desafios a superar, pode-se traçar um quadro bastante otimista para o turismo no País. O Ministério do Turismo também informou que esses resultados são parciais, pois as pesquisas seguirão até os Jogos Paralímpicos. O resultado final e os dados gerais serão divulgados até o final deste ano.

O valor de uma medalha

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Judoca Rafaela Silva, medalhista de ouro pelo Brasil

Em qualquer competição, elas são o símbolo da vitória, a comprovação de uma conquista e, nas Olimpíadas, são também o reconhecimento de um treino árduo, muitas vezes doloroso. Destinadas aos campeões, são o sonho e objetivo de qualquer atleta sério desde os Jogos de 1904, em Saint Louis, quando o modelo de medalhas olímpicas que conhecemos foi instituído.

No entanto, no esporte, assim como na vida, não é fácil chegar ao pódium. Temos acompanhado a jornada dos nossos atletas na busca pelos títulos sonhados. Até agora, ganhamos três medalhas de ouro (judô feminino, boxe masculino e salto com vara masculino), quatro de prata e quatro de bronze. Mas qual o valor de uma medalha de ouro das Olimpíadas?

As últimas medalhas feitas de ouro maciço foram entregues nos jogos olímpicos de 1912. O Comitê Olímpico Internacional estabelece que cada medalha de ouro deve conter pelo menos 6 gramas de ouro 24 quilates. As da Rio 2016 foram feitas pela Casa da Moeda do Brasil e são as mais pesadas (500g) e maiores (85mm de diâmetro) da história. ‘Nossas’ medalhas de ouro, a julgar pelo valor do material, custam, em média U$$ 564.

O custo de uma medalha, porém, não é estimado pelo material do qual é feita: após ser entregue a um atleta, uma medalha pode valer mais de R$25mil e, a depender da história da conquista, pode chegar a mais de um milhão de dólares.

Mordendo a medalha

Morder a medalha é um hábito que surgiu fora das competições olímpicas. Na idade média, mercadores costumavam morder as moedas para se certificar de que eram de ouro maciço (que é um metal mais maleável e deixava a marca dos dentes). Nos jogos modernos, tornou-se uma tradição entre os campeões morder a medalha, como faziam os antigos a fim de comprovar a “pureza” do material.

Seja de ouro, de prata ou de bronze, para nós torcedores e, principalmente, para os nossos esportistas, é incalculável o valor de uma medalha ganha em casa: muitas vezes vem a preço de lágrima, suor e sangue. Nossa Olimpíada ainda não terminou e ainda poderemos ver mais de  nossos atletas condecorados com medalhas no fim das competições. Continuemos a acompanhar.