Canadá: turismo 1 ano depois dos Jogos

Os Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 foram realizados em Vancouver, com resultados positivos em número de visitantes e gastos durante o evento.

Hoje, a CTC – Canadian Tourism Commission divulgou os dados de março de 2011, que comparados com 2010, período dos Jogos, tiveram uma diminuição de chegadas de 6%. Os únicos mercados que levaram mais visitantes foram Brasil (+44%), China (+9%) e França (+1). Os americanos, principal mercado, tiveram -4% de chegadas, menos que fevereiro, quando o índice foi de -9%.

Estou mostrando esses dados para nosso reflexão nos anos seguintes à realização do Mundial de 2014 e dos Jogos Rio 2016. Pode ser que em 2015 a diminuição de visitantes não seja tão acentuada, mas após 2016 provavelmente o cenário poderá ser de diminuição.

Previsível quando comparamos anos de grande visitação por causa dos eventos esportivos e anos “normais”. O mais importante, é pensar no longo prazo, olhar para uma linha crescente nos próximos 10 anos, e continuar promovendo e planejando a promoção internacional para depois de 2016.

E aí ? E o gasto dos estrangeiros aqui ?

As informações sobre as receitas e despesas da balança em turismo estão mais focadas nos gastos dos brasileiros no exterior, e claro, a diferença entre esse valor e o montante que os estrangeiros gastam no Brasil. Câmbio, crescimento interno, mais viajantes ao exterior são alguns fatores que têm grande impacto nesse cenário.

E quero falar do gasto dos estrangeiros no Brasil, muito importante para a economia nacional, que coloca o turismo entre os primeiros itens da pauta de exportações do Brasil. Mais do que isso, chegada de estrangeiros significa mais empregos, mais investimentos, melhoria de serviços, experiência para o mercado interno.

Em abril de 2011, os estrangeiros gastaram + 17% em sua viagem ao Brasil, trazendo um acumulado no ano de +10,7%. Daí a importância de perseguir metas de qualificação dos destinos, infraestrutura, promoção internacional e todos os demais temas que falamos sempre.

Meu ponto focal hoje é como o turismo é visto em nosso País enquanto atividade econômica responsável por 3,4% do PIB ? Que gera empregos nas diversas regiões e é um fator de preservação ambiental e valorização cultural ? Quanto governos, empresas não ligadas diretamente ao turismo sabem e conhecem nosso setor ?

Uauh! Que momento para o turismo do Brasil

Nessa semana participo de dois eventos de turismo nos EUA. O primeiro, WTTC Summit reuniu cerca de 800 líderes do setor de viagens do mundo todo, falando sobre as possibilidades de crescimento da economia do planeta com a contribuição do turismo para o PIB mundial, a geração de empregos e a entrada de divisas. Hoje, começou o Pow Wow, evento exclusivo para profissionais para vender EUA pelo mundo.

E parei de contar as vezes que o Brasil foi citado, e as demandas de reuniões e conversas com empresários brasileiros. Trata-se de um grande destaque para o Brasil como grande emissor de visitantes, sobretudo com alto gasto no exterior. Também do poder das economias emergentes como líderes do turismo mundial com seus mega mercados domésticos.

Nosso setor tem pela frente grandes oportunidades, para crescer internamente, gerando empregos e distribuindo renda pelo país de forma mais igual. No mercado internacional, seja nas viagens dos brasileiros para o exterior, seja dos estrangeiros que virão ao Brasil a lazer, para fazer novos negócios em função do crescimento da economia, ou ainda, porque os grandes eventos esportivos serão a rede de divulgação impressionante de um novo Brasil.

Além dos desafios de infraestrutura, qualificação e tantos outros, entendo que a busca do profissionalismo do setor ao mostrar sua importância para a economia do Brasil deve ser uma luta obstinada. Precisamos detonar uma jornada interna para mostrar o que é o turismo e seus benefícios econômicos, sociais e ambientais.

Mais do que isso, precisamos estar presentes aos fóruns globais, colocar nossa opinião, mostrar nosso país e ter papel ativo no debate e ações globais da indústria de viagens e turismo.

Quanto mais o Brasil pode sem o visto ?

A USTravel Association publicou hoje (17 Maio) em Las Vegas um relatório defendendo a inclusão do Brasil e dos demais países BRICs no programa Visa Waiver, que concede isenção de vistos.

Segundo a projeção do estudo, esses países têm alto gasto, e o visto é um entrave para as viagens aos EUA e sua liberação poderá gerar mais empregos e divisas.

O Brasil, por exemplo, em 2010, teve uma média de gasto por visitante de US$ 4.940,00 (isso mesmo, quase 5 mil dólares ). Assim, os 1.200 milhão de visitantes deixaram nos EUA cerca de US$ 5,9 bilhões e geraram 42 mil empregos.

Coincidência ou não, esse valor de quase 6 bilhões de dólares é o total da entrada de divisas dos estrangeiros que chegaram ao Brasil em 2010.

Será que a barreira do visto, de taxas e outros entraves são um tema importante somente para os que trabalham em turismo ou são um assunto de interesse dos congressistas brasileiros, dos governos e lideranças que ao saber do grande impacto do setor na economia nacional poderiam ter atitudes mais concretas para acabar com barreiras ?

Segundo o WTTC – World Travel & Tourism ( Oxford Economics ), o TURISMO no Brasil em 2011 será responsável por 3.3% do total de nosso PIB. Ainda, vai crescer 4.8% em relação a 2010.

Também, o TURISMO, será responsável por 2 milhões e 800 mil postos de trabalho.

E os visitantes estrangeiros trarão uma receita total em gastos 11,9% maior que em 2010 – R$ 12, 5 bilhões (eu disse bilhões de dólares).

O maior encontro de líderes do turismo global: WTTC 2011

Amanhã, 17 de Maio de 2011 começa em Las Vegas a 11a edição do WTTC Summit – World Travel Tourism Council.

O evento reúne os maiores líderes mundiais do setor todos os anos para debater temas relevantes para a indústria. Em 2009 o evento foi realizado no Brasil, em Florianópolis e, ano passado em Pequim, na China.

Esse ano, o evento ocorre em momento de recuperação do turismo mundial e ao mesmo tempo com temas como o tsunami do Japão, mudanças políticas no Oriente Médio e dúvidas sobre o preço do petróleo.

A importância do turismo como gerador de empregos, contribuição ao PIB dos países e gerador de divisas traz ao debate as oportunidades e desafios de 2011.

Segundo o CEO do WTTC, David Scowsill “nos próximos dez anos, a contribuição do turismo para o PIB mundial deve crescer cerca de 4,2% ao ano, chegando a US$ 9,2 trilhões e trazendo consigo 65 milhões de novos empregos. Em 2021, 1 em cada 10 trabalhadores no planeta estarão empregados no setor como resultado desse crescimento. Esse crescimento será amplamente impulsionado pelo aumento do nível de vida e novos consumidores – sobretudo da China, Índia, Russia e Brasil – entrando no mercado, impulsionando as viagens internacionais e gerando vibrantes mercados domésticos”

Negócios com uma nova visão, políticas públicas, oportunidades e tantos outros debates estarão acontecendo. Vou transmitir um pouco por aqui nos próximos dias. Acompanhe.

Marketing de Destinos: MARKTUR, Buenos Aires

Hoje, 11 de Maio de 2011, durante palestra de abertura no MARKTUR – Fórum Latinoamerico de Marketing Turístico, tive a oportunidade de falar sobre o poder dos mega eventos esportivos na promoção do setor de viagens e turismo.

Se eventos são momentos onde o normal e cotidiano se torna extraordinário, precisamos tornar qualquer viagem, evento, numa experiência sensacional. É preciso celebrar no sentido mais amplo e elevado da palavra. Isso é ser líder no momento de realizar um evento. Isso é ser líder ao realizar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Além de falar dos possíveis impactos positivos e negativos dos eventos e de contar um pouco dos resultados do Mundial de 2010 na África do Sul e de edições de Jogos Olímpicos, centramos nosso debate na experiência do turismo brasileiro a partir de 2008, depois de ser confirmado como país sede da Copa de 2014 e dos Jogos Rio 2016.

Os objetivos estratégicos estabelecidos no Plano Aquarela 2020:

  1. Melhorar resultados e ter êxito no longo prazo na promoção turística internacional do Brasil;
  2. Ter uma estratégia única do setor público e privado para o mundo;
  3. Promover o Brasil como destino turístico global além de 2014 e 2016; e,
  4. Aproveitar a oportunidade de realização dos mega eventos esportivos para tornar o Brasil mais conhecido como destino turístico

Além de outros pontos, salientamos que os eventos por si só não promovem o País. É preciso ter objetivos e estratégias, monitorar e atualizar essas estratégias e ao mesmo tempo estar sempre baseado em estudos e pesquisa que avaliem impactos e resultados.

Mais informações no site do MARKTUR.

Líderes de eventos

Em palestra em João Pessoa, para o curso de Empreendedores em Eventos do SEBRAE, uma ótima oportunidade para falar do perfil dos profissionais, do que o mercado espera desses profissionais e das tendências do setor de eventos no mundo.

Líder em eventos porque um profissional não é somente um gestor, um organizador, ele deve ser um líder com todas as características que construam um evento de sucesso, onde pessoas se sentem muito especiais e onde a celebração é o ponto máximo em qualquer acontecimento.

Eventos são momentos em que o normal, o cotidiano, se torna Extraordinário. Podemos estar falando de um casamento, uma feira de negócios, uma conferência ou um encontro de negócios. Pode ser uma Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos também!

As habilidades são infinitas, sempre em construção. Comunicação escrita e oral, trabalho em equipe, capacidade de julgar qualidade, gerenciamento de stress e crises, saber improvisar, fazer negociações, solucionar conflitos, vendas, relacionamento interpessoal, e tantas outras questões poderiam compor uma ampla gama de perfil de um líder em eventos.

Da mesma forma, os clientes, entidades de classe, empresas e organizações esperam dos gestores de eventos a capacidade de articulação, profissionalismo, atitudes pró-ativas, ética, integridade, soluções, criatividade e paixão, além de outras muitas qualidades.

As tendências do mercado mundial de eventos mudam rapidamente e acompanham as alterações econômicas, demográficas e tecnológicas. Os líderes de eventos devem estar cada vez mais preparados para gerenciar riscos, trabalhar em cenários de instabilidade, mais foco em agregar entretenimento e educação, elaboração de custos, adaptabilidade cultural, à convivência entre diferentes gerações e ainda tantas outras mudanças.

A única certeza é de que planejamento é fundamental, pós-evento é muito importante e que mudanças são uma variável permanente no setor.

Desastres naturais, turismo e o WEF

O Fórum Econômico Mundial América Latina que acontece no Rio hoje e amanhã ( 27 e 28/04/2011) acabou de publicar um relatório de grande importância para o planeta e que pode trazer grandes benefícios ao turismo, em especial do Brasil.

Os desastres naturais que acontecerem em 2010 e 2011 como furacões, tsunamis, enchentes, causaram grandes danos e perdas físicas e humanas. Esses eventos, além do impacto no cotidiano das pessoas, também altera comportamento de visitantes, pode modificar fortemente paisagens e destinos turísticos, trazendo perda de empregos, redução de benefícios econômicos e resultados negativos para toda a cadeira produtiva da indústria de viagens e turismo.

O relatório “Vision for Managing Natural Disarter Risk”, publicado hoje, traz recomendações para melhorar a gestão de riscos e reduzir o impacto de desastres naturais. O documento foca três áreas para atenção dos países:

  1. elevação do nível de conhecimento e entendimento;
  2. melhorar a capacidade de resistência;
  3. estimular iniciativas de alertas.

Clique aqui para conhecer o relatório

A parte do déficit que pode nos pertencer

Vamos lá!

O Artur vai adorar minha provocação!

O que a indústria do turismo do Brasil pode fazer para reduzir o déficit da balança de seu negócio? Somente criticar o câmbio, a promoção, reclamar do gasto dos brasileiros ?

Acredito muito que além da melhoria dos produtos e serviços, sejam eles públicos ou privados, uma ousadia maior pode nos ajudar.

Quando fizemos a pesquisa com os estrangeiros que vem a eventos internacionais no Brasil, assim como outras pesquisas, o que descobrimos ? Pouco oferecemos aos estrangeiros além do hotel, gastronomia, passeios e paisagens. Não oferecemos pós-eventos de forma agressiva para viajantes a negócios e eventos.

Quais os produtos novos que nossos destinos estão oferecendo, qual a oferta de entretenimento, de compras, de cultura, que nossos destinos oferecem? Como as renovamos? Como aproveitamos recursos naturais, culturais para ir mais fundo na curiosidade dos visitantes para que suas experiências sejam realmente diferentes em nosso país? Como podemos vender mais ? O que querem nossos visitantes além daquilo que já oferecemos?

Essas podem ser algumas das perguntas que podemos tentar responder, na prática, pra agir naquilo que é o papel da indústria de viagens e turismo. Seja por parte dos governos como por parte dos empresários.