Gastos de brasileiros no exterior estouram em 42%

Os dados divulgados pelo Banco Central referentes a despesa e receita cambial do turismo nesta semana superaram as expectativas do setor: de acordo com análise, os gastos dos brasileiros no exterior dispararam no mês de outubro, sendo da ordem de U$$ 1,42 bilhão, ou seja, 42% maior do que os números do mesmo mês em 2015.

O percentual não poderia ser outra coisa, senão surpreendente: durante todo o ano de 2016 o BC tem registrado queda nos gastos dos turistas brasileiros em viagens internacionais, exceto nos meses de agosto e setembro, quando foi observado um crescimento pouco significativo de 2%.

Dentre causas como a variação do câmbio de dólar, implicações e formas de equilíbrio para a balança comercial, que permanece ainda instável, falo um pouco no vídeo abaixo sobre os números da receita e despesa cambial do turismo no mês de outubro deste ano; dados fundamentais para entendermos um pouco mais o caminho que o setor tem percorrido no Brasil e o ritmo do seu avanço. Veja:

Números do turismo no Brasil e no mundo

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(Foto: Reprodução)

Do início do ano de 2016 até o mês de setembro, tivemos,  no mundo todo, quase 1 bilhão de turistas internacionais (956 milhões, para ser mais exata). É o que divulgou a Organização Mundial de Turismo (OMT) na versão de novembro do Barômetro Mundial de Turismo. De acordo com o levantamento, o número equivale a 34 milhões de turistas a mais se comparado com o mesmo período do ano passado, conferindo um aumento de 4% de viajantes estrangeiros.

Ainda, segundo o estudo, durante esses nove meses a demanda pelo turismo internacional se manteve bem, apesar de crescer em um ritmo não tão acelerado, e teve os meses de abril, maio e junho com crescimento mais lento do que os demais trimestres.

Nos resultados regionais, a América do Sul obteve o melhor resultado das Américas, com aumento de 7% na chegada de turistas internacionais, seguida pela América Central, que obteve aumento de 6% e, por último, Caribe e América do Norte, ambos com crescimento de 4%.

O Brasil, juntamente com alguns países como Irlanda, México e Portugal, destacou-se pelo crescimento entre 8% e 9% nas receitas com chegadas de turistas durantes os nove primeiros meses de 2016. Para a OMT, a projeção é otimista para as Américas neste último trimestre  do ano e ainda mais positiva para o ano que vem.

A expectativa é, durante todo o ano de 2016, tenha-se um aumento de 5% de visitantes internacionais mundo afora, em comparação ao ano de 2015. Ainda assim, a OMT traz a assertiva de que, apesar de resistente, o setor de turismo é muito sensível, podendo sofrer alterações diante de riscos reais ou de percepção ampliada. “Nenhum destino é imune”, eis uma grande verdade. Continuamos acompanhando.

50 anos Embratur (vídeo)

Como sabemos, esta é a semana de comemoração dos 50 anos de criação da Embratur e, durante a última quarta-feira e hoje foram realizados alguns eventos pela data. Nesta quinta-feira, pela manhã ocorreu a sessão solene em homenagem à Instituição na Câmara dos Deputados.  Fiz parte do corpo profissional da Embratur durante quase 8 anos e permaneço, mesmo caminhando em outros territórios, em busca do desenvolvimento do turismo no País.

O setor do turismo além de benéfico economicamente é também bastante resistente à crise e surge, cada vez mais, como o segmento que merece atenção de lideranças políticas e comerciais do país. Nós, profissionais do turismo, temos a oportunidade e o desafio de estimular boas práticas e idealizar estratégias que desenvolvam o setor e consolidem ainda mais o papel do Turismo no Brasil.

Embratur faz 50 anos

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(Foto: Divulgação)

Nesta semana a Embratur, Instituto Brasileiro de Turismo, completa 50 anos de existência. Serão realizados, nesta semana, eventos em comemoração à data e às atividades lideradas pelo Instituto ao longo dos 50 anos.

Enquanto diretora e presidente da Instituição, entre 2003 a 2010, tive a oportunidade (e por que não chamar de privilégio) de colocar em prática ideias, fazer uso de ferramentas fundamentais e participar ativamente do desenvolvimento do turismo no Brasil.

Ver o resultado de muito do que foi construído ainda no tempo em que estive à frente do instituto é um impulso para permanecer no empenho do desenvolvimento do setor. Em grandes marcos para o turismo brasileiro que posso citar: a criação da marca Brasil, o lançamento do Plano Aquarela 2020, e a mudança de percepção da imagem do Brasil no mercado internacional e a participação da captação da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos  e  diante dos seus resultados, seria um contrassenso não continuar pleiteando o fomento do turismo no País.

Enquanto estive na Embratur, o Instituto completou 40 anos. Nos últimos dez anos, muita coisa mudou no turismo do Brasil e do mundo, e mudou radicalmente. Com grandes transformações, principalmente tecnológicas, temos um setor que permite benefícios econômicos, ambientais, sociais e culturais; uma indústria que se destaca cada vez mais em colocar pessoas de diferentes lugares, ideologias e das mais variadas formas de viver umas mais perto das outras, trazendo um novo semblante à globalização mundial.

Ser uma liderança no turismo nos dias de hoje é um grande desafio e uma grande responsabilidade, pois é preciso estar atento a mudanças, enxergar paisagens ainda turvas  e tomar decisões que interferem em decisões coletivas. Aos que estão à frente e a todos os que depositam tempo e profissionalismo setor, é necessária a permanência do empenho e compromisso para desenvolver a indústria e a habilidade e vontade de lutar pelo turismo no Brasil.

O turismo não é apenas uma atividade econômica que valoriza o meio ambiente e a cultura local como fontes de serviço e bens de consumo; o turismo é o respeito de diferenças, é a convergência de culturas, é o encontro de identidades distintas. O turismo é a indústria da paz: ele aproxima, cria laços e proporciona experiências que nenhum outro segmento é capaz de promover.

Expectativa versus Realidade

galeaoHá algum tempo, falei aqui no blog sobre as mudanças da intenção de consumo dos brasileiros e como viajar nas férias se tornou uma opção importante de consumo, atrelada a necessidades básicas como acesso a lazer. Fiz o seguinte questionamento: diante do quadro econômico atual, até onde essa intenção sairia do planejamento para se concretizar?

Na contramão do aumento expressivo da intenção de viagens domésticas registrado no decorrer deste segundo semestre de 2016, a demanda por vôos domésticos teve, neste mês de setembro, uma queda de 4,4%, em relação ao mesmo período do ano de 2014. É o que informa a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

Considerando o acumulado do ano, de janeiro a setembro, 65,4 milhões de passageiros realizaram vôos domésticos e, de acordo com balanço divulgado, o número também expressou queda de 6,07% em relação ao mesmo período em 2015.

Segundo a pesquisa de Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem, do MTur, a intenção de viagens pelo Brasil continuou em alta no mês de setembro, tendo a maior porcentagem do ano, 24,3%. Entretanto, em períodos de economia desfavorável, a expectativa pode não se tornar realidade para uma parte dos futuros viajantes, como já pudemos observar.

Mas não dá para desanimar. Ainda assim, o fato de que o brasileiro mantém em alta a expectativa de viagens domésticas é um bom sinal para quem faz o turismo. O interesse demonstrado abre oportunidades de mercado para a indústria do Turismo. Estamos encerrando o mês de outubro, mas ainda há muito o que ser observado no desenvolvimento do setor no Brasil. Vamos acompanhando de perto.

3 lições que podemos aprender com Portugal (vídeo)

portugalPortugal lançou, no início de setembro, uma campanha que convoca os próprios portugueses a descobrir e mostrar em vídeos cantos do país, conhecidos ou não, com objetivo de divulgar experiências e mostrar os atrativos turísticos sob uma ótica um pouco menos “publicitária” . A iniciativa, chamada de “Ponha Portugal no mapa”, tem objetivo de, além de apresentar uma visão real e personalizada do país, principalmente incentivar e motivar os portugueses a passear em Portugal.

Através de um aplicativo, são lançados desafios, um em cada semana, que inspiram os portugueses a filmar Portugal e escolher o que consideram melhor e que recomendam do país. Serão 16 semanas até que o vídeo final fique pronto, criado com a colaboração dos turistas nacionais, que também receberão uma recompensa de €50, caso o vídeo de sua autoria seja selecionado. O primeiro desafio já foi concluído com o tema “Mar”, veja o primeiro vídeo de co-criação: 

https://www.youtube.com/watch?v=JRgiVJqNYHM

O que podemos aprender com a iniciativa de Portugal?

Primeiro: que incentivar o turismo nacional deve ser sempre uma das prioridades. Convidar o turista a conhecer seu próprio país é incentivar a movimentação econômica. Apresentar o Brasil para os brasileiros é mostrar uma alternativa viável de turismo (já que viajar nacionalmente é uma opção mais econômica) que pode ser igualmente enriquecedora, principalmente quando consideramos que vivemos em um país tão plural em cultura, gastronomia, costumes, clima etc.

A segunda lição que tiramos é de que é importante ter preservada a ideia de que o investir no Turismo é também investir no nosso próprio crescimento. “Tem que arrumar a casa não só para a visita, mas também para quem mora nela”. Buscar e pleitear a aplicação de recursos em destinos, melhorias das condições de localidades com potencial de turismo e a preservação da cultura são apenas algumas das iniciativas que beneficiam a todos nós.

O terceiro ponto é que, diante da tecnologia a que temos acesso e dos novos hábitos estabelecidos pelo universo virtual, é necessário, mais do que nunca, desenvolver estratégias de engajamento. No caso de Portugal, vemos um engajamento pensado fora do ambiente das redes sociais (já que os desafios e vídeos são feitos através do aplicativo), lugar onde é mais fácil conseguir envolvimento. Convidar o turista a fazer parte da promoção do destino e estimulá-lo a dar um feedback pode cativá-lo mais do que um vídeo feito inteiramente por uma agência publicitária. Claro que a criação e o êxito desse tipo de estratégia demanda tempo, esforço e pesquisas prévias.

Em janeiro veremos o resultado final da campanha de Portugal. Nesse meio tempo, seguimos aprendendo e pensando o Turismo por aqui.

Dia Mundial do Turismo (vídeo)

Hoje, 27 de setembro, é o Dia Mundial do Turismo. Um setor de atividade fundamental para o desenvolvimento no País, que movimenta a economia, gera empregos, fortalece a cultura e consolida o crescimento. Data que deve ser lembrada por nós, profissionais que fazemos o turismo, com disposição para tornar o cenário turístico no Brasil cada vez mais avançado e consistente. Viva o Turismo e parabéns a quem se dedica ao setor!

Pegada forte

Honrada em fazer parte do time de blogueiros do Panrotas. À partir dessa nova etapa de conversas, vamos trazer ao nosso espaço dois temas centrais; o primeiro será a busca e compartilhamento sobre o que destinos no Brasil e no mundo estão ofertando aos turistas, o segundo, como esses destinos trabalham sua comunicação e marketing.

A proposta de buscar, compartilhar e conhecer os diferencias da oferta dos destinos está relacionada às grandes mudanças por que passa o turismo no mundo. Será que o visitante quer esse tipo de experiência? Como destinos top se reinventam e oferecem produtos para que os turistas voltem outras vezes ? O que realmente há de novo no mundo do turista e que pode contribuir para dinamizar pacotes, buscas diretas e o compartilhamento de experiências? Claro, vamos ficar de olho naquilo que as pessoas estão falando sobre esses destinos.

Já a outra ideia, diretamente relacionada à primeira, tem a ver com nosso trabalho profissional, também com inovação, influência, opinião, decisão de compra e recomendação de visita. Destinos e empresas estão vendendo de que forma? Como muda o mundo do turismo à partir das experiências de comunicação e marketing bem sucedidas? O que vale à pena na hora da promoção e da venda?

Essa duas ideias básicas vão nortear nossa participação, sempre aproveitando para falar sobre números, tendências e o sobre o que acontece no turismo mundial e brasileiro. Vamos ousar mais, provocar mais e buscar uma interação com os milhares de leitores diários do Panrotas. Alguma sugestão para começar ?

De olho nos destinos: Magazine Azul #16

De olho nas novidades que as revistas de bordo estão trazendo.

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A edição da Revista da Azul de agosto está super interessante, comento alguns dos conteúdos ligados a destinos turísticos e produtos importantes do mercado nacional e internacional.

A edição é de agosto, mas está muito boa, provavelmente você não vai encontrar nos aviões, mas pode acessar: http://www.azulmagazine.com.br/v1/

1. Novo voo para os EUA: a empresa destaca os novos voos para Miami e Orlando, apesar de não serem destinos novos refletem a procura pelos brasileiros e a oferta de novas opções de voos. Ainda faltam as autorizações das autoridades aeronáuticas do Brasil e EUA para iniciar as operações

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2. Lençóis Maranhenses: Destino falado mais ainda pouco explorado pelos brasileiros. A matéria é encantadora pelas fotos e informações sobre a natureza, a cultura local e detalhes sobre como chegar, onde ficar, comer e o que é importante levar para a viagem.

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3. Tiradentes, MG: Abre o apetite ao falar da capital da Boa Mesa. Minhas está cada vez mais inserida em roteiros gastronômicos aliados à história e à cultura. Detalhes de pratos, restaurantes e particularidades locais são os destaques.

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4. Paço do Frevo e Cais do Sertão em Recife: Além de mostrar essas duas novas atrações de Recife, faço meus os encantamentos do autor da matéria. Vale muito à pena, são espaços que falam da história, que permitem a interação e não devem nada a museus importantes de todo o mundo. Especialmente o Cais do Sertão é imperdível. Aliás toda a região do Marco Zero no chamado Recife Antigo está repleto de atrações, lugares para comer, um mercado de artesanato divino e uma vista para o mar indescritível.

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Fazendo negócios

Durante oito anos, quando trabalhei na EMBRATUR, tive a oportunidade de ver todos e muitos tipos de feiras e eventos de turismo em diversos países. Acompanhei mudanças e até desaparecimento de feiras do setor.

Minha pergunta é: os eventos de compra e venda, lançamento de produtos e relacionamentos comerciais do turismo brasileiro estão inovando e abrindo espaço para uma nova forma de fazer negócios ? Estas mudanças acompanham as grandes alterações do mercado de viagens e turismo no mundo ? Os destinos nacionais e fornecedores estão adaptando-se ao formato de agendas pré definidas e o atendimento a demandas de compradores ?

Essa reflexão vem junto com a segunda edição da WTM Latin America em 2014. A consolidação do evento, uma combinação da experiência da WTM de Londres/ Reed Travel/ equipe brasileira da WTM Latin America; e a representatividade e força da Braztoa.

Ouvi muitos comentários ontem, no primeiro dia do evento. Grande parte deles positivos. Outros falaram sobre a necessidade de ter mais agentes de viagens, o que deve acontecer hoje. Já alguns me disseram, nossa parece que estou numa feira no exterior.  Vale uma análise construtiva para o setor, para todos os eventos de turismo do Brasil, rumo a um maior profissionalismo, planejamento, foco em negócios, em vendas, em relacionamento de qualidade. Todos ganham com o fortalecimento e inovações dos eventos.

Creio que, na WTM Latin America 2014, a presença de mais de 60 países, 1.200 expositores, 1.000 agentes de viagens, 130 buyers, uma série de eventos satélites durante a feira, trazem não somente o mundo para o Brasil e levam o Brasil para o mundo. Mostram que esse é um negócio que está crescendo, e precisamos cada vez mais nos preparar para resultados para nossas empresas e destinos, para o turismo do Brasil e da América Latina.